spoiler visualizarLiz Bella 21/09/2024
Esse livro nos faz compreender a essência da mentalidade do século XX e a nova mentalidade do século XXI, demonstrando como ela pode ser ainda mais desgastante.
O livro aborta dois opostos, a sociedade disciplinar do Michel Foucault e a nova sociedade do desempenho, com toda a discussão o autor chega na conclusão de que a auto coação é muito mais eficaz do que a coação externa, já que o indivíduo vive uma falsa sensação de liberdade. O que mais me instigou nessa obra foi o fato dela tratar de um tema rotineiro do nosso dia a dia que tentamos não pensar muito sobre, reprimindo esse sentimento de falha e cansaço e mesmo após a leitura ,tendo plena consciência de que nos auto exploramos, nós continuaremos, não vamos parar, por que a necessidade de produzir a qualquer custo do capitalismo é mais forte do que nossa autonomia e liberdade. Nós o animal laborans, trabalhamos arduamente, na expectativa de um dia sermos livres para usufruir dos frutos do nosso trabalho, todavia é uma ilusão crer que quanto mais ativos nos tornarmos, mais livre seríamos. Apesar de todo o seu desempenho computacional, o computador, é burro, na medida em que lhe falta a capacidade de hesitar.
Obviamente somos vivos demais para sermos máquinas, mas também somos mortos demais para sermos humanos, na medida em que traçamos uma batalha conosco em que si é ao mesmo tempo o explorador e o explorado, na qual não há como vencer, pois a vitória só se encontra na morte do eu, assim todos os esforços para a vida só levar-te-ão a morte.
Resumindo para de trabalhar um pouco e vai viver, a vida é muito preciosa para ser destruída em uma corrida eterna que não tem fim.