Alberto 13/05/2021
Melhor que o primeiro, mas...
O primeiro livro desta trilogia teve um começo lento e demorado. Apenas no final o ritmo melhorou, tornou-se bem dinâmico e até contou com acontecimentos mais interessantes. Este segundo volume, felizmente, manteve a mesma pegada e foi assim até o fim, mas com alguns poucos pontos que não me agradaram.
A trama recebeu diversos novos personagens e os trabalhou bem. Gostei especialmente do gigante e da anja, que não são humanos e foram integrados ao grupo de forma bem natural. Já os personagens secundários antigos foram praticamente deixados de lado, o que é uma pena, apesar de aparecerem em momentos-chave. A exceção foi Korin, que realmente foi bem desenvolvido durante esta nova aventura.
O protagonista, Ruff Ghanor, é o grande destaque. A narrativa praticamente inteira o acompanha. Ele cresceu muito e teve um bom desenvolvimento. A ideia de sua concepção é a de um herói mais "real, com defeitos, que erra", o que é feito de forma muito crível, menos a relação dele com Áxia, que não parece seguir essa premissa. Na verdade, a relação deles é bem doentia, mas nós apenas sabemos disso pelos resultados de suas ações, e não por alguma indicação durante a trama. É tudo na base do "ah, o protagonista não se controla perto dela". Ela, por sua vez, fica na mesma tecla de "as pessoas eram más comigo, o Inferno é melhor", o que não é muito convincente.
Tirando essa relação destoante do protagonista com a antagonista, o restante do livro é cheio de acertos, com acontecimentos novos a todo instante, impedindo a monotonia de se instalar um só momento. Há muita ação e situações de desespero, mas na medida certa — tirando a reviravolta principal com a antagonista.
Este segundo volume estabeleceu um mundo completamente diferente do primeiro, bem maior e mais complexo. A trama foi bem preparada para diversas surpresas que o terceiro volume deve trazer, principalmente por finalizar com um gancho bem inesperado e que terá repercussões provavelmente bizarras — o que é ótimo.