Usina

Usina José Lins do Rego




Resenhas - Usina


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anaclaraleitegomes 19/02/2024

Decadente
Por algum motivo, a resenha que escrevi não foi postada. Melhore, skoob.
Não gostei desse livro, poderia ser melhor. Mas trabalhou a decadência senhorial do engenho
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Suênya lopes 24/10/2023

"Tudo se acabara para dar lugar à cana,
tudo se fora para que a fome canina da
esteira tivesse sempre o que comer."
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leiturasdaursula 03/10/2023

Os dissabores de Ricardo
Lançado pela primeira vez em 1936, "Usina" é a continuação direta dos eventos de "Banguê". Este livro representa o quarto volume do que é conhecido como o "Ciclo da Cana-de-Açúcar" na obra do autor paraibano, uma série que teve início com o romance "Menino de Engenho" em 1932. Porém, vale ressaltar que o personagem principal de ?Usina?, Ricardo, também aparece em ?Moleque Ricardo?, um romance paralelo ao Ciclo, onde o autor traz um protagonismo negro, mostrando outra faceta de sua escrita, muito enriquecedor e que vale a pena ler antes deste livro.

No enredo, Ricardo, após cumprir pena em Fernando de Noronha, retorna ao engenho Santa Rosa e se depara com um mundo radicalmente transformado pela industrialização.

O autor aborda sobre a triste situação das mulheres, retratando a vida de D. Dondon, esposa de Juca, senhor de Usina. Gostei muito desta ótica!

Essa adaptação a uma realidade desconhecida, com diferentes normas sociais e códigos de conduta, se revela mais desafiadora do que os anos de reclusão na prisão.
Esta obra retrata o declínio do ciclo da tradição rural no Nordeste dos engenhos, marcando o momento da chegada das máquinas e o declínio econômico que afeta toda a região. Então, é uma leitura muito importante para conhecer mais da história do Brasil.
Essa edição conta com material extra, uma Introdução da obra escrito por Mariana Chaguri, Doutora em Sociologia e professora de Sociologia da Universidade Estadual de Campinas. Recomendo muito este todos os livros do Ciclo Cana-de-açúcar! Estou na reta final desta jornada e, em breve, trago resenha do último livro, Fogo morto!
E aí já leu algo do José Lins do Rego?
Cássius 04/10/2023minha estante
Muito boa resenha. Se você tiver interesse pela parte mais técnica, recomendo "Segredos internos" do historiador Stuart B. Schwartz. ?




Renato375 05/07/2023

Viva José Lins do Rego!
"Usina" é um dos cinco livros que José Lins classificou como "Ciclo da Cana-de-açúcar". Nele, podemos ver os problemas sociais de forma ampliada, pois a área de abrangência da usina em relação aos antigos engenhos de açúcar é muito maior.

José Lins é um memorialista, sim. Em todos os livros do ciclo da cana-de-açúcar, podemos observar a maestria do autor em descrever na ficção o que se assemelha muito à realidade da região açucareira do Nordeste no século XX.

Os conflitos sociais, econômicos e religiosos são abordados de forma a não tomar partido pelo autor, mas permitindo que o leitor tenha suas percepções. Isso não torna José Lins isento, pois sua sensibilidade para descrever a dureza da vida dos grupos marginalizados, oprimidos e discriminados é de uma lucidez e sensibilidade ímpares.

Nessa obra, percebo que a personalidade de cada personagem não é trabalhada com profundidade, exceto a relação homossexual do moleque Ricardo. Que, para uma obra de 100 anos atrás, é de uma beleza, uma profundidade e respeito incríveis.
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Peter.Molina 22/04/2023

A indústria da cana
No quarto livro do ciclo da cana de açúcar, vemos o surgimento da usina em Bom Jesus,que começa tímida e depois como um monstro devora tudo ao redor. Um livro marcante, com passagens que impressionam. Destaque para o início do livro com a história de Ricardo no presídio de Fernando de Noronha, com menção ao afeto sensível entre os homens, isso num livro da década de 30. A história de seu Feliciano e seus santos bem como o final apocalíptico. Vale demais a leitura mas sugiro conhecer os livros na ordem.
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Diego 24/09/2022

Outro livro muito bom!
Que o autor sabe contar bem histórias, eu já disse acho que mais de uma vez.
Esse livro era, a princípio o último do ?ciclo da cana? e, realmente, o clima é todo de fim de festa. Posteriormente ele ainda escreveu ?Fogo Morto?, que realmente encerrou o citado ciclo é que estou começando a reler.
Interessante a observação dos altos e baixos da vida dos usineiros, dos trabalhadores da usina, dos pobres, dos moradores da caatinga e a dinâmica do relacionamento entre os grupos.
Carol Nery 24/09/2022minha estante
Eu vivi uns anos em uma cidade onde a cana era o principal meio de subsistência. Interior de SP. Logo lembrei, quando vi sua resenha...




Wagner47 21/09/2022

Uma chaminé arrogante
Um livro praticamente com o mesmo passo a passo que o anterior, só que com diferentes protagonistas.
E, apesar da repetição, é muito melhor estruturado.

O livro nos apresenta três principais pontos de vista: Ricardo, Juca e Dondon.
Dividido em duas partes, a obra inicia com a volta de Ricardo ao Recife após muitos anos, depois de ficar preso em Fernando de Noronha.
E que parte mais demorada (e ela tem em torno de apenas 50 páginas). Começa muito bem relatando o cotidiano de Ricardo na prisão, porém parecia que as páginas não passavam depois de ser solto, com vagas descrições e de um baixo astral surreal. Confesso que não reconheci a escrita de Zé Lins ali.

Preciso dar um leve spoiler antes de continuar essa resenha: após a morte de Zé Paulino, houve a divisão de seus bens e, como tinha nove engenhos, Juca (seu filho) agora tem o seu e o resolve transformar em usina. Em resumo, é disso que vocês precisam saber sem pegar spoilers pesados dos livros anteriores.

Batizada como Bom Jesus, a usina de Seu Juca mostra-se muito promissora e a concorrente, a São Félix, não está nada satisfeita.
Doutor Juca, ganancioso e raparigueiro, moverá até mesmo um rio de lugar para que sua usina continue crescendo.

Temos também dona Dondon, mulher de Juca e uma mulher incrivelmente forte em meio a suas fragilidades.

A história abrange principalmente como a vida da população é mudada drasticamente com a vinda da nova usina (já não bastasse uma) e isso não é algo bom para eles.

Acho o livro repetitivo diversas vezes, sempre lembrando porque Ricardo continua ali mesmo não sendo feliz ou passagens no mesmo lugar e praticamente escritas da mesma forma quando citadas anteriormente. Além disso, ficamos sem um pingo de foco em Ricardo por muito tempo, só pra ser retomado no final. Porém quando novamente vira o centro, muito justifica aquela primeira parte da obra e ela acaba ficando melhor.

De coração, eu queria dar até uma nota 4, mas é muito repetitivo com o que aconteceu anteriormente. É muito melhor executado, pois Zé Lins soube desenvolver sociedade e usina simultaneamente, dando ainda mais peso para o final, mas ao final fiquei com a sensação de que no fim das contas só haverá essa saída.
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Fabiana.Amorim 16/08/2021

Fechou com chave de ouro.
Um minuto de silêncio para o maravilhoso José Lins do Rego e para a literatura brasileira. Comecei Usina PASSADA e terminei engomada! Você lê o último livro do ciclo da cana de açúcar e não sabe como viveu todo este tempo reverenciando os novos sem prestigiar o passado. Ahhh... A gente amou Torto Arado , né? Pois leiam Zé Lins. Comecem por Menino de Engenho, Doidinho, Banguê, Moleque Ricardo até chegar em Usina. E ainda dizem que Fogo Morto é a obra prima. Rapaz, Zé Lins respirou no papel é uma obra prima. O homem é um talento... Sabe a oralidade que tanto aprecio na literatura africana? Aqui temos. É gostoso demais. A sensação que temos é de estar na cozinha da casa grande, conversando com a velha Avelina, ouvindo as orações da santa Dondon.... De ouvir os grilos pelo canavial... Sentir o cheiro do banho de mar das filhas do usineiro. É gostoso de ler... E a gente também sofre com a decadência do povo da usina da Bom Jesus, da fome dos retirantes, das doenças... É de uma riqueza única . É a nossa história contada através da literatura. Maravilhoso! Partiu Fogo Morto
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Ida 07/07/2019

Usina
Neste romance, José Lins do Rego conclui o ciclo da cana-de-açúcar. Publicado em 1936, com enredo que retrata uma época no qual acontecia a decadência de um sistema social e econômico que funcionava em torno das famílias patriarcais e dos engenhos de açúcar.

O livro tem como fundo as novas diretrizes e formas de organização social que demandavam a mecanização e a industrialização do processo de produção do açúcar. É neste contexto que o autor discorre sobre sua narrativa, dando seguimento aos acontecimentos dos livros anteriores, menino do engenho (1932), Doidinho (1933), Banguê (1934) e Moleque Ricardo (1935), retratando o engenho Santa Rosa e a família do Seu Zé Paulino. Agora transformado na usina Bom Jesus, sendo dirigido pelo seu filho, Dr. Juca.

O livro é dividido em duas partes, a primeira retoma a história do “Moleque Ricardo”, mostrando sua rotina na prisão em Fernando de Noronha, sua saída e seu retorno ao engenho Santa Rosa.

Na segunda parte do livro, que inicia de fato “Usina”, quando são narrados os fatos de toda mudança do velho engenho que passa de produção artesanal para o processo de industrialização realizado pelo Dr. Juca, sendo orientado pelo Dr. Pontual, mas a ganância e as extravagâncias do Dr. Juca, faz com que tome decisões desastrosas.

Sob a mira do Dr. Zé Marreira e Dr. Luiz da usina São Félix que esperam a oportunidade do declínio da Bom Jesus para se apoderar da mesma e assim aumentar sua produção. O desenrolar da narrativa me lembrou uma frase usual, muito usada para exemplificar situações corriqueiras da vida, “A vida é como uma roda gigante, uma hora estamos por cima, em outras estamos por baixo”. Diversos eventos vão tecendo a trajetória da Bom Jesus e selando o destino do Dr. Juca. O final do livro para mim, foi acima de tudo, reflexivo.

Livro interessante para saber um pouco mais sobre uma época de grandes transformações sociais e econômicas no nordeste Brasileiro, o modo como se davam as relações entre as famílias, a classe baixa, a exploração do trabalho canavieiro, os valores e a cultura que prevaleciam na sociedade.

Leitura recomendada!

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R...... 10/11/2013

Um dos melhores do ciclo canavieiro e que fecha esta etapa na obra do autor. Vemos o quanto a ambição desenfreada pode levar à ruína e também o destino final do moleque Ricardo, protagonista no livro anterior a esse: a morte cruel e banal neste mundo de interesses egoístas. Entendi também porque o livro foi considerado impactante, escandaloso e audacioso no início do século passado.
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R...... 07/11/2013

Um dos melhores do ciclo canavieiro e que fecha esta etapa na obra do autor. Vemos o quanto a ambição desenfreada pode levar à ruína e o destino final do moleque Ricardo, protagonista no livro anterior a esse: a morte cruel e banal neste mundo de interesses egoístas. Entendi também porque o livro foi considerado impactante, escandaloso e audacioso no início do século passado.
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