Dai 04/03/2016
Resenha para o blog Cheiro de Livro Nacional
Quando eu gosto muito de um livro, tenho sérios problemas para resenhá-lo, e este é o caso de "O Garoto que Tinha Asas", o segundo livro da trilogia Encantados, da autora Raiza Varella. Se você leu o primeiro livro da trilogia, "O garoto de olhos azuis", sabe que a autora tem uma escrita muito envolvente e particular, se você não leu, está esperando o quê?! Nada tinha me preparado para esse segundo livro, realmente a Raiza se superou e me surpreendeu. Ao terminar a leitura, eu fiquei com a sensação de que tinha passado um furacão em cima de mim, tamanha a quantidade de emoções que o livro me proporcionou. E tenho certeza de que meu marido teve a comprovação de que eu não bato muito bem da cabeça. Afinal, quem chora e ri ao mesmo tempo? Só essa mulher para conseguir tal façanha! Aí vai o meu conselho: antes de iniciar a leitura, prepare o pacote de lencinhos e não leia em lugares públicos, vai por mim. Em uma única página você irá chorar, sorrir, sofrer, amar, vai ter um ataque de raiva e se apaixonar em seguida. Impossível? Essa palavra não existe no vocabulário da Raiza. Dados os primeiros desabafos, vamos conhecer um pouquinho a história do garoto que tinha asas, mais conhecido como monstro, e da sua garota sem nome.
Augusto é o irmão mais velho da Bárbara (protagonista do primeiro livro), um homem sarcástico, ogro, às vezes preconceituoso, individualista e mal-humorado. Ele é carinhosamente conhecido pelos amigos e familiares como monstro. O apelido mais perfeito de todos! Mas por trás dessa capa dura, há um cara incrível, que nem ele mesmo sabe que existe. Adora uma farra, mulheres variadas e as palavras amor e compromisso, não existe em seu dicionário. Entretanto, às vezes a vida nos prega peças, e ela nos mostra que é preciso se perder para se encontrar. E em uma noite aparentemente normal, a sua vida vira de cabeça para baixo.
Ao se deparar com uma linda mulher com os olhos mais expressivos que já viu, Augusto fica fascinado. Mas, os acontecimentos que surgem em seguida, o deixam aturdido. Agindo por impulso, acaba indo vai atrás da mulher misteriosa. Ele presencia uma perseguição e um grave acidente em seguida. O monstro nem pensa duas vezes em ajudar a garota sem nome. Ao encontrá-la muito ferida, um sentimento de proteção se instala nele, assustando-o completamente. Contudo, as próximas palavras ditas pela moça o deixa desarmado. Ela pede que ele cuide de “sua vida” e sem pensar nas consequências ele aceita, mesmo sabendo que irá quebrar a promessa muito em breve. Mal sabe ele que “a vida” da menina mudaria completamente a sua.
A garota sem nome é uma menina com jeito de mulher, é forte, destemida, guerreira e com um passado – bem presente – que é triste e doloroso. Com o tempo e devido as circunstâncias, ela se tornou descrente e insegura. Ela não confia em ninguém, não sabe o que significa compaixão, companheirismo ou lealdade. Quando sua vida está por um triz, um homem vem socorrê-la. E ela jurava que tinha visto asas saindo das costas de seu salvador. Realmente, ela só poderia estar delirando! Vendo-se sem alternativa, acaba pedindo ao desconhecido que cuide de “sua vida”. Ela não tinha noção a onde estava se metendo.
Você deve estar se perguntando: qual é o raio do nome dessa menina, afinal? Esse é um dos tantos segredos que ela carrega. A menina sem nome é extremamente misteriosa, e seus mistérios rondarão a livro inteiro, nos deixando completamente curiosos. Nós e os personagens. Falando em personagens... Vamos reencontrar toda a turma do primeiro livro e poder matar a saudades da Bárbara, do garoto dos olhos azuis, da Malibu, do Bernardo, da vovó e do mala. Todos estarão presentes, nos provando mais uma vez que essa família é completamente pirada, mas muito unida. Aquela parte da música do Dudu Nobre que diz “Esta família é muito unida, e também muito ouriçada, brigam por qualquer razão, mas acabam pedindo perdão”, é perfeita para eles.
A Raiza criou uma releitura genial do clássico “A Bela e a Fera”. A história é fascinante, bem escrita e completamente viciante. Prepare-se para querer matar o monstro, chorar e se emocionar com a garota sem nome, rir até a barriga doer com as confusões dessa família, se encantar com uma criança linda e especial, roer as unhas com tantos mistérios, prender a respiração com as cenas de ação, suspirar por pequenos gestos de carinho e afeto, e se apaixonar a cada página virada. Augusto nos prova que o amor puro e verdadeiro é capaz de operar milagres e que, até mesmo um monstro pode ter guardado um príncipe – montado em um cavalo negro – dentro do coração.
Termino essa resenha feliz e ainda mais encantada com o talento da autora. Só me resta parabenizá-la pelo livro I.N.C.R.Í.V.E.L. que ela escreveu. Agora, que venha “O garoto que deixei para trás”, que contará a história do Gustavo, o irmão do meio da Bárbara e do Augusto. Pode vir mala, estou te esperando.
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