O Mito de Sísifo

O Mito de Sísifo Albert Camus




Resenhas - O Mito de Sísifo


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Tatá 11/06/2023

O absurdo que é a vida
É muito difícil imaginar Sísifo feliz. Essa provocação de Camus pega na carne. O sentido da vida é não ter sentido nenhum. É carregar todos os dias a pedra até o alto da montanha e depois simplesmente morrer.
Se libertar dessa angústia que é a vida é impossível e faz parte do trajeto. A gente tenta criar mecanismos para não se matar, seja através da religião, ou de qualquer outra coisa. Mas não dá pra negar o absurdo.

Tomar um chá com os nossos monstros e viver tendo dimensão desse absurdo que é a vida é um ato de coragem que é libertador, pois nos permite viver o agora, valorizar o presente, já que um dia tudo vai acabar mesmo.

É preciso imaginar Sísifo feliz. Talvez, como o autor mesmo provocou, sua felicidade esteja no momento em que ele desce do cume para pegar a pedra novamente. Será que ele respira fundo e aproveita pra descansar o peso dos ombros? Esse momento é o de sua consciência que aflora sobre o absurdo de sua sina e ele decide aceitá-la para tornar o fardo mais leve?

Camus explode a cabeça de qualquer um com suas reflexões. Livro maravilhoso.
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may 07/03/2020

"Começar a pensar, é começar a ser atormentado"
Grande livro do nosso incrível Camus. A leitura pode ser difícil em alguns capítulos, mas não há necessidade de ser um mestre na filosofia para compreender a obra.
Assuntos muito importantes e discussões incríveis que permeiam o livro. Eu diria que ler o Mito de Sisifo é extremamente necessário, o mundo é completamente absurdo, a vida não tem sentido algum, estamos todos destinados ao mesmo destino: a morte. Então leia essa obra, se divirta, se questione, enfim, viva!
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Tata 19/02/2022

Deprimida
Eu entendi a mensagem e a ideia do Camus. Entendi tão bem que fiquei mal.
Sabe quando você é criança e não sabe o que é mal e bem exatamente; acaba descobrindo com o tempo que a vida está cheia de mal; que ele não está em vilões, mas em pessoas que amamos também? Uma sensação de peso. Um peso novo, que você não faz odeia de como carregar? Então, foi isso.
Pensar na vida como um eterno suplício me deixou mal e depois me confortou. Porque o que me deprimiu não era descobrir que a vida é sem sentido, mas de ter que aceitar isso como verdade de uma vez por todas. Fazia um tempo, tinha pensamentos, que analisando hoje, poderiam se encaixar no existencialismo, mas nunca quis aceitar.
Quando estamos formando um caráter e uma idéia própria sobre a vida (o que é meu caso), temos muitas opções para acreditar, aceitar, ou não. A ideia de ver Sísifo feliz fez-me total sentido, mas tive dificuldade de aceitá-la.
Isso resume bem a minha experiência de leitura.

Sobre a escrita, é um pouco mais difícil do que está em meu costume, mas não é algo complicado demais, só é preciso se concentrar na leitura para não perder o raciocínio narrado.

Foi o primeiro livro que li do Albert Camus, e gostei muito da sua narrativa e de sua maturidade. Eu indico muito. Embora tenha-me sido uma experiência meio triste - não acho uma palavra mais adequada ao sentimento, embora não seja exatamente isto - foi uma experiência enriquecedora.
Bruno Oliveira 21/02/2022minha estante
Disse tudo e muito bem! Acho q o sorriso em Sísifo é pelo fato de fazer algo; se ele é a pedra, como bem disse Camus ali numa página, então, Sísifo faz o q faz por ele mesmo, certo? Assim, nem o inútil é tão inútil assim. Hehe Filosofia é bom por isso: cada um vê uma coisa e, quando se junta essas coisas, outra coisa surge! Hehe :)




Eduardo Mendes 09/01/2022

A vida seria melhor vivida se não tivesse sentido
O Mito de Sísifo conta a história de um personagem da mitologia grega considerado o mais inteligente dos mortais. Entretanto, depois de enganar e desafiar os deuses, Sísifo recebe um castigo pior que a morte; realizar um trabalho exaustivo e sem propósito por toda a eternidade. Ele precisa rolar uma enorme pedra montanha acima, quando ele chega ao topo da montanha a pedra rola morro abaixo e ele precisa refazer o trabalho, todos os dias.

O escritor e filósofo francês Albert Camus aproveitou o potencial simbólico dessa mitologia pra escrever este ensaio que trata entre outras questões sobre nosso propósito de vida, a inadequação do ser humano, a futilidade e o absurdo da vida. Eu li “O Estrangeiro” alguns meses atrás e sinto que os livros se completam.

Desde os tempos mais remotos até os dias de hoje o ser humano continua se perguntando, “porque fazemos o que fazemos?” e “qual o sentido da nossa existência?” Camus convida o leitor a refletir sobre a falta de propósito; ele explica sua teoria sobre o absurdo utilizando exemplos e citando referência de escritores como Nietzsche, Dostoievski e Franz Kakfa.

Para Camus a vida seria melhor vivida se não tivesse sentido, e propõe que abracemos o absurdo ao invés de negá-lo. O autor compara o mito de Sísifo à nossa rotina, já que muitas vezes nos esforçamos com atividades que não nos levam a lugar algum. É sobre essa inutilidade e gratuidade da vida que o filósofo discorre seu ensaio.

Não acho que o livro tenha uma grande lição ou que possa ser visto sob apenas um ponto de vista. Cada um pode tirar alguns aprendizados com a leitura, e no mínimo olhar para si mesmo sob uma perspectiva diferente, concordando ou não com Camus.

Aqui o absurdo não é mostrado como uma saída a um mundo sem sentido, mas como uma ideia que pode libertar a sua mente e te ajudar a encontrar seu próprio sentido pra loucura que é viver.


site: https://jornadaliteraria.com.br/o-mito-de-sisifo/
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Peter.Molina 19/02/2023

Ensaio
Este livro vai abordar aspectos filosóficos da estética do Absurdo, através das visões de filósofos e escritores relevantes. São muitas referências e o texto na minha opinião foi árido e difícil. Exige uma leitura atenta e cuidadosa, além de conhecimentos prévios de filosofia. A parte que analisa as obras de Dostoievski e de Kafka são muito interessantes, além do capítulo que dá o título do livro. Mas pessoalmente consegui absorver muito pouco da grandeza da obra.
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Ana 13/03/2022

"Descubro, agora, por conseguinte, que a esperança não pode ser evitada para sempre e que pode assaltar até aqueles que supunham estar livres dela". Tive que parar diversas vezes durante a leitura pra refletir sobre o que tinha lido, o livro desperta reflexões ora tristes e ora emocionantes.
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Sabrina Araújo 14/05/2023

Sísifo é o herói absurdo ?
"Os deuses condenaram Sísifo a empurrar incessantemente uma rocha até o alto de uma montanha, de onde tornava a cair por seu próprio peso."

? Albert Camus e a exploração profunda do absurdo presente em diversificados temas e obras igualmente importantes para a nossa época.

? Desde Goethe à Nietzsche, Camus coloca não só a filosofia de inúmeros filósofos - sejam eles com análises religiosas ou não -, e acrescenta sua filosofia, buscando o absurdo da maneira mais abrangente possível, tornando sua obra (O Mito de Sísifo) uma das mais célebres já escritas.

? Particularmente falando, tenho Dostoiévski como escritor russo favorito, e admito ter ficado extremamente empolgada para chegar no capítulo dedicado exclusivamente ao personagem Kirilov, do livro, Os Demônios; com uma adição de Os Irmãos Karamazov.

? Para os leitores de Dostoiévski, já é familiar que a maioria de seus heróis busquem o sentido da vida no decorrer de suas histórias, envolvendo a figura divina como resposta para os sofrimentos, morte e eternidade; é daí que se vê ênfase na seguinte frase: "Se Deus não existe, então eu sou deus." é exatamente disso que Camus destaca nesse capítulo, além de dar um acréscimo aos capítulos anteriores, como por exemplo; um em específico sobre o suicídio filosófico ou a liberdade absurda.

? Não há palavras o bastante para descrever o quão grandiosa é a escrita de Camus e em como ele consegue de maneira minuciosa envolver qualquer leitor apaixonado por filosofia.

"Não se contam mais histórias, cria-se seu universo."

? Admito que é difícil falar sobre esse livro, pois embora a escrita não seja difícil, acho que não é recomendável iniciar a filosofia de Camus por ele. Há um turbilhão enorme de informações para um livro tão pequeno, porém, ele não deve de forma alguma ser deixado de lado, todo mundo deveria lê-lo ao menos uma vez na vida, mas se der, leia mais outra e outra vez.

? Quem gosta de Nietzsche, Goethe, Dostoiévski, Chestov; Heidegger e entre outros autores que dedicaram suas vidas para dar uma extensão a análise do eu, da vida e de seu sentido, sejam elas compostas por doutrinas ou não, esse livro se faz essencial para quem deseja realizar contato com um filósofo mais "absurdo".
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LairJr 05/11/2020

Uma leitura densa, traçando as reflexões filosóficas do autor. Não creio ter absorvido o suficiente em uma primeira leitura. Talvez seja necessário um novo olhar com mais afinco.
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Fabio.Nunes 25/09/2023

Venha preparado
O mito de Sísifo - Albert Camus
Editora: Record, 2022

Esta obra começa com uma frase de efeito: só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio.
O livro, um ensaio filosófico, vai se desenrolando num texto impactante e ao mesmo tempo árduo. O absurdismo apresentado por Camus exige certa dedicação e esse livro curto pode enganar muita gente.
Mas resista e verá que a leitura é muito válida.
Sísifo é um personagem da mitologia grega que sofre a punição de empurrar uma rocha morro acima ad infinitum. Quando a rocha quase chega ao cume suas forças se esvaem e a pedra rola para a base do monte, forçando-o a reiniciar o trabalho.

"Da mesma maneira, e em todos os dias de uma vida sem brilho, o tempo nos leva. Mas sempre chega uma hora em que temos de levá-lo. Vivemos no futuro: "amanhã", "mais tarde", "quando você conseguir uma posição", "com o tempo vai entender". Essas inconsequências são admiráveis, porque afinal trata-se de morrer."

Um livro de afirmação da vida em todo seu absurdo e falta de significado, por isso uma leitura densa.

"Meu raciocínio deseja ser fiel à evidência que o despertou. Tal evidência é o absurdo, o divórcio entre o espírito que deseja e o mundo que decepciona, minha nostalgia de unidade, o universo disperso e a contradição que os enlaça."
"Assim o homem absurdo compreende que não é realmente livre. Para falar claro, na medida em que tenho esperança, em que me preocupo por uma verdade que me seja própria, uma maneira de ser ou de acreditar, na medida, enfim, em que organizo minha vida e provo assim que admito que ela tem um sentido, crio barreiras entre as quais recluo minha vida."
"Deixo Sísifo na base da montanha! As pessoas sempre reencontram seu fardo. Mas Sísifo ensina a fidelidade superior que nega os deuses e ergue as rochas. (...) A própria luta para chegar ao cume basta para encher o coração de um homem. É preciso imaginar Sísifo feliz."
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Nazrat 06/11/2020

De volta à pedra
Uma obra que procura definir as várias facetas do absurdo. São mencionados o conquistador, a criação absurda, o dom-juanismo, a comédia. Particularmente gostei, ao final, da análise de Kafka e se o absurdo em sua obra se reflete como sendo uma obra de natureza absurda. O começo foi uma leitura difícil, mas depois fluiu melhor, com o pano de fundo colocado. Fiquei surpreso pela menção rápida do mito em si, mas considerando que ele serve como ilustração do absurdo já explanado, penso que consegui captar a motivação para isso. Livro para futura releitura.
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Maveryck0 03/07/2024

Cara, muito bom mas além da minha capacidade de compreensão kkkkkkkk Vou dar um tempo e depois ler de novo.
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Atteneee_ 05/09/2023

É preciso imaginar Sísifo feliz.
Acho que ja tive o descontentamento de presenciar os dois tipos de suicídio, o físico e o filosófico. Esse livro me salvou dos dois.
Pode parecer besteira mas quando li pela primeira vez, mesmo não entendendo 70% do que o autor tava dizendo no meio de tante citação de romancista e filósofo que eu nunca tinha ouvido falar antes restou uma clareza. De que as coisas eram assim, e tava tudo bem.

É preciso maturidade pra descer a montanha, contemplando o absurdo em seu auge e num passo irônico dar risada. Isso engloba a tudo e todos.

Quando Camus diz que o unico problema real da filosofia é o suicídio, eu ouso ir mais a frente e dizer que não só isso mas é único valido no mundo. Não o físico, mas sim o filosófico. A desvinculação com o criado "eu", a aceitação da ignorância e a paixão pelas pequenas coisas. Se tais ensinamentos fossem ensinados de tamanha proporção quanto seus opostos haveria mais benevolência.

É um livro bem complexo, foi escrito pra se ler com calma e bastante paciência, mas vale cada página (sem exagero), meu livro favorito de todos

"Assim como, em certos dias, a descida é feita na dor, também pode ser feita na alegria. Esta palavra não é exagerada. Também imagino Sísifo voltando para a sua rocha, e a dor existia desde o princípio. Quando as imagens da Terra se aferram com muita força à lembrança, quando o chamado da felicidade torna-se premente demais, então a tristeza se ergue no coração do homem: é a vitória da rocha, é a própria rocha."
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Igor Melo 11/08/2023

Apenas pela consciência da prisão ao absurdo é que podemos conquistar a liberdade
A vida na Terra tal como nos é imposta é um subir e descer da pedra que Sísifo deve levar ao cume e vê-la desabar, um "retorno inconsciente aos grilhões".
Quando conseguimos ter certa compreensão do absurdo da vida terrena e encará-lo com naturalidade é que podemos chegar a conquista da liberdade da consciência.
Se tudo é absurdo, o que nos resta é o enfrentamento a essa condição para nos libertarmos da prisão ao questionamento, pois conforme é citado no livro: "´a lassidão tem algo de desalentador. Aqui devo concluir que ela é boa."

"Cenários desabarem é coisa que acontece. Acordar, bonde, quatro horas no escritório ou na fábrica, almoço, bonde, quatro horas de trabalho, jantar, sono e segunda terça quarta quinta sexta e sábado no mesmo ritmo, um percurso que transcorre sem problemas a maior parte do tempo. Um belo dia, surge o "por que" e tudo começa a entrar numa lassidão tingida de assombro. "Começa”, isto é o importante. A lassidão está ao final dos atos de uma vida maquinal, mas inaugura ao mesmo tempo um movimento da consciência." (p. 27)

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Filipe 09/02/2021

One must imagine Camus is happy
Só há uma questão que realmente me interessa: o absurdo. De maneira paradoxal, Camus explora a origem do desespero humano, da contradição, da virtude e da razão. Não é uma leitura fácil, ela te embrulha o estômago ao que te aponta o quão absurdo é existir ao mesmo tempo em que te diz que está tudo bem ser assim. Uma obra extremamente necessária para compreender não apenas ao filósofo, como também a vida em seus novos rumos e possibilidades existenciais.
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