Junior Rodrigues 31/01/2022"Assim como uma bússola precisa apontar para o norte, assim também o dedo acusador de um homem sempre encontra uma mulher à sua frente. Sempre."Já havia lido esse livro quando outra obra do mesmo autor começou a fazer sucesso aqui no Brasil, a qual já havia lido também e ali percebido a maneira singular que Khaled Hosseini sabia contar histórias. São impactantes, tristes e que fazem refletir sobre como o mundo aparentemente tão imenso, pode contar com algumas situações que infelizmente ocorrem em vários lugares, alterando poucos detalhes entre si, devido principalmente a cultura de cada país.
Digo isso, porque agora relendo passado vários anos e com outra mentalidade e maturidade, compreendo ainda melhor essa obra com outra visão, entendendo, mas não concordando com as situações que a protagonista passa em sua vida, ainda mais quando seu destino não é conduzido por si mesma.
A trajetória que a protagonista tem que percorrer é uma dura estrada que infelizmente possui elementos mais tristes do que ela merecia e ao ler, o espectador vai sendo envolvido em todos os acontecimentos de uma maneira singular e acredito que essa experiência será mesclada de vários sentimentos, ainda mais quando um encontro irá trilhar dois caminhos de um jeito único, não há como mensurar o que acontece quando esses caminhos se encontram, todas as vivências, experiências e sentimentos envolvidos e compartilhados.
O livro também é uma boa aula sobre o afeganistão, sua cultura e as questões politicas e religiosas que aconteceram entre os anos 50 até os anos 90 com uma didática eficiente e que insere o espectador na visão de quem esteve por dentro da história. Em algumas partes parece uma distopia, mas infelizmente é algo real enfrentado por inúmeras vidas dia após dia.
É um livro excelente, mas imensamente triste, porque mesmo sendo ficção, algumas passagens do livro são retratos surreais de uma realidade existente.