Gus 29/05/2022
(5/12)
Então, esse é um dos livros que eu contabilizo para o meu desafio de 12 livros para 12 meses do ano em 2022.
E eu tinha começado essa leitura mês passado, já que eu tinha o livro físico aqui em casa e no mês de Março, eu tinha adiantado duas leituras do meu desafio dos 12 meses.
Basicamente, eu queria muito muito mesmo saber sobre o pensamento do Agostinho. E Agostinho era um cara muito prolixo, ele não ia bem no ENEM.
É um livro bastante chato e não só porque ele é um livro filosófico. Eu mesmo já li outros livros filosóficos e livros mais técnicos que não me faziam querer dormir no ponto.
Basicamente Confissões são cartas, quase como um diário do Agostinho em que ele coloca alguns delírios, reflexões e algumas vezes até parte do próprio cotidiano para contextualizar um pensamento que o próprio tinha acerca de algum assunto.
Como um amante de filosofia, algumas dessas reflexões são super interessantes, eu confesso que fiquei viajando e pensando por horas em uma das máximas dele sobre o tempo.
Ele diz assim: "Pois esses três, de fato, existem na alma, mas não podem ser vistos de outra forma. O presente do passado é a memória; o presente do presente é a visão; o presente do futuro é a expectativa".
Mas, alguns outros pensamentos que o Agostinho tem que eu realmente acho detestáveis. Principalmente quando a gente fala sobre a submissão da mulher dentro de um relacionamento. Basicamente o Agostinho fala que uma mulher não deve irar o marido, ela tem que ser submissa e aguentar os abacaxis. E não pode de maneira alguma levantar ou responder o marido, porque haverão consequências. Ou seja, se uma mulher apanhar do marido, a culpa não é do marido, é da mulher que contestou o seu local, enquanto ser submisso dentro de um relacionamento.
E eu sei que dizer isso é cometer uma espécie de anacronismo, já que os nossos valores e as nossas réguas morais de hoje são diferentes do tempo dele. Então, é sempre bom verificar o tempo e a sociedade que estamos inseridos, para poder ter uma abordagem crítica. Mas, isso também diz que nenhum livro, seja ele um livro sagrado, não sagrado, dito sagrado ou "pagão", deva ser levado como régua moral e ética ao pé da letra já que a nossa vida e a nossa sociedade avança. É óbvio que toda leitura é válida, principalmente, para termos uma ideia do pensamento e do contexto da época. Mas, querer pautar sociedades em cima de livros sem que antes passe na peneira de abordagens críticas vendo como a nossa sociedade se comporta para como ela se comportava é de suma importância para que não cometamos os mesmos erros de antes.
Enfim, é isso.
Nota: 2/5