Carous 11/06/2022Nota: 3,5
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Leitura coletiva organizada pelo canal Pronome Interrogativo-
Adorei a forma que o autor escolheu escrever a história, como se fosse um acontecimento verídico. Nunca tive dúvidas de que se tratava de ficção
antes da leitura, mas acho que se esta edição da Zahar não trouxesse uma apresentação esclarecendo o fato, eu terminaria a obra com dúvidas.
Ao longo do livro, minha maior curiosidade era sobre a origem do Fantasma. Nem seus truques ou como os realizava nem como se movimentava tão habilmente pelo teatro atiçaram tanto meu interesse. Queria saber a história dele - e estava receosa de que o autor não iria abordar isso.
Senti pena do Fantasma quando obtive minhas respostas. Reprovo seu comportamento com Christine e os assassinatos que cometeu, mas o próprio texto deixa subentendido que ele não era um vilão ou mau caráter. Porém ignorava o certo e o errado. Talvez por só ter recebido crueza e grosseria das pessoas por causa de sua aparência.
É bem difícil acreditar na bondade do ser humano quando você só recebe reações de horror e nojo das pessoas.
Christine estava melhor arranjada sozinha. Não gostei de Raoul e o personagem nunca se redimiu para mim. O Fantasma tinha suas falhas, ok, mas Raoul não ficava atrás.
Ele é um boy lixo, se quer saber minha opinião curta e grossa. Uma coisa é se preocupar com Christine, mas no caso dele, a motivação era ciúmes e orgulho ferido de garoto rico e mimado por uma atriz, veja só, recusar um visconde. Ainda mais quando o rival era um homem feio. Não comprei o amor dele por Christine em momento algum.
Chamou minha atenção como as emoções masculinas foram colocadas sem puder ou medo de que eles parecessem menos viris ou fracos.
Tenho a impressão de que situações pessoais que passei durante a leitura me impediram de curtir o livro a ponto dele ser tornar um favorito. Vou manter minha edição, não só porque é linda tampouco porque rabisquei e marquei ela toda, mas porque pretendo reler e tirar a prova.
De toda forma, foi uma experiência muito reconfortante ler em conjunto com a Thaís do Pronome Interrogativo e seus seguidores e trocar ideias durante as lives na Twitch.
Este livro estava na minha TBR ano passado, mas eu desisti logo nas primeiras páginas porque achei meio maçante. Quando outra oportunidade de leitura surgiu, eu aproveitei, mas receosa de que fosse achar tão chato quanto achei
Os Miseráveis (perdão, mundo) e teria que sorrir amarelo e fingir profunda admiração quando alguém falasse desse livro perto de mim (bem como faço com
Os Miseráveis)
Mas a história é fantástica, envolvente e fluída, acredite se quiser! Pela época que foi escrita, o último me surpreendeu. Assim como ser uma obra com nível baixo de racismo, machismo e xenofobia. Eu bem sei que há livros contemporâneos que falham muito mais nesses quesitos.