Walden

Walden Henry David Thoreau




Resenhas - Walden


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Lucas 28/09/2012

A Essência da Vida
A primeira vez que ouvi falar sobre Walden logo assumi uma posição preconceituosa, por se tratar de um assunto sobre natureza, estilo de vida pacífico e que me remetia a muitos imbecis que abordam esse tipo de assunto hoje em dia, mas que preconceito tolo! Por sorte descobri antes do Walden a Desobediência Civil, que se trata da bíblia dos anarquistas e que considero um divisor de águas na literatura mundial. Com ele, Thoreau influenciou ícones como Tolstoi, Gandhi e Martin Luther King. Quando terminei o livro esperei ansiosamente o Walden, e torci pra que tivesse preparado para leitura, pois uma obra de um ser humano tão incrível merece uma preparação melhor do que esse lixo todo que envolve a literatura.

Thoreau era sedento por sabedoria, um obcecado pela verdade. Ele dedicou toda sua vida ao auto-conhecimento e exploração de tudo que lhe cercava, a vida na mata nada mais foi do que uma consequência da sua personalidade forte e de sua existência inquieta. Walden acima de tudo é uma celebração a vida e a simplicidade. Em toda a jornada, que durou cerca de dois anos, Thoreau sempre teve o intuito de aprendizagem, sempre deixou claro que foi a mata como um aluno, e sua professora rígida era a natureza selvagem e os animais habitantes. Essa postura humilde de uma pessoa tão vasta em conhecimentos frente a natureza é de se louvar, boa parte das pessoas não tem essa ideia, de que para buscarmos o auto-conhecimento e nos aperfeiçoarmos temos sempre que nos colocarmos na posição de alunos, e não de professores convictos.

Walden não é apenas um relato da sua vida na mata, mas também uma série de pensamentos filosóficos (e também poéticos) que ele descreve de forma muito ampla, as vezes se tornando até um pouco complicada a compreensão. E essas partes são uma grande experiência, Walden é uma daquelas grandiosidades da literatura que nos faz não apenas mudar nossos pensamentos e expandi-los, mas sim mudar nossas atitudes no cotidiano. Tanto como a Desobediência Civil, Walden é potente, e também é uma crítica feroz ao estilo de vida vazio e artificial que maioria das pessoas levam. Mesmo com toda essa força, Walden também consegue ser belo, as descrições dos animais e da mata em que ele vivia são capazes de aquecer a alma mais gélida.

Tamanha riqueza que esse livro possui, de nada serviria eu ficar escrevendo por páginas e tentando descreve-lo. E uma obra de arte não merece ser descrita, merece ser apreciada e estudada, e o Walden não é diferente.

“Fui para a mata porque queria viver deliberadamente, enfrentar apenas os fatos essenciais da vida e ver se não poderia aprender o que ela tinha a ensinar, em vez de, vindo a morrer, descobrir que não tinha vivido. (...) Queria viver profundamente e sugar a vida até a medula, viver com tanto vigor e de forma tão espartana que eliminasse tudo o que não fosse vida (...)”
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Jhonatan 18/07/2012

Magnífico!
Esse livro é daqueles que devem ser estudados durante anos. Sensacional! A coragem do Thoreau de largar tudo e viver nos bosques longe de qualquer relacionamento com sistema é de dar inveja!

"Há mil homens podando os ramos do mal para apenas um golpeando a raiz, e talvez aquele que dedica mais tempo e mais dinheiro aos necessitados seja quem mais contribui, com seu modo de vida, para gerar aquela miséria que inutilmente tenta aliviar."

"Não gostaria que alguém adotasse meu modo de vida por motivo nenhum; pode ocorrer que antes que o aprenda, eu já tenha descoberto outro pra mim, e, além disso, desejo que haja no mundo tanto quanto possível pessoas diferentes. Gostaria, sim, que cada um se empenhasse em descobrir e seguir seu próprio caminho, em vez do trilhado por seu pai, sua mãe ou seu vizinho. Que o jovem construa, plante ou viaje, contando que não seja impedido de fazer aquilo que, segundo ele, gostaria de fazer."

Josue.Reis 27/12/2018minha estante
Gostei das citações.




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Haylane.Rodrigues 19/02/2012

Walden ou A vida nos bosques
"Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os fatos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que tinha a me ensinar, em vez de descobrir à hora da morte, que não tinha vivido." - Thoreau

Embora o subtítulo soe romântico, Walden não é um romance, mas antes um livro de sermões, um manual para transcender as inutilidades do mundo e alcançar a auto-suficiência absoluta, de forma a transpor os limites do próprio eu. Henry David Thoreau foi um desbravador de mentes e deixou marcado nas páginas de Walden seu legado, o que se pode definir como um verdadeiro testamento ético-espiritual.

Numa época em que de súbito o cotidiano foi tomado por uma complexidade urbana movida pelo intenso industrialismo, Thoreau demonstrou sua insatisfação profunda com a tal medida extrema: largou a vida na sociedade em 1845 e foi viver sozinho na floresta, o lugar escolhido foi ao lado do lago Walden, ali construiu sua cabana, plantou sua pequena horta. Viveu por dois anos, dois meses e dois dias apenas do que julgava essencial, o que resultou numa vida simples, sem exageros e sem desperdícios, se dedicando profundamente ao estudo, a contemplação e ao autoconhecimento.

Ainda antes de pensar em imitá-lo, Thoreau nos reprime claramente, essa foi a busca dele, cada um que se detenha em buscar a si próprio.

Em seu isolamento experimentou de uma liberdade única e descobriu, em contato com a natureza e os livros, uma nova visão de tudo e do todo, compreendendo inclusive a natureza mística do homem.

Seu estilo não prima pelo requinte literário, antes foi escrito espontaneamente, de uma retórica incalculada, o livro é extenso e por vezes prolixo, mas a impressão ao lê-lo é de se estar a uma longa e proveitosa conversa com o autor dentro da sua cabana remota, onde ele narra sua experiência, e através dela propõe-nos uma visão crítica do mundo. Aqui e ali citações vindas da bagagem de Thoreau: gregos e latinos, santos e poetas, chineses e persas.

Particularmente me afetou imaginar quais pensamentos o tomaram enquanto atravessava as estreitas ruas de Concord e seguia rumo ao oeste, com sua decisão tomada, a caminho de Walden. Segundo o próprio o que o moveu foi pensar que comemos muito porque trabalhamos muito, é uma questão de relatividade, se trabalhássemos menos comeríamos menos, logo, necessitaríamos de menos pra viver... e viveríamos bem, pois sobraria mais tempo para as coisas que gostamos.

Nota-se que Thoreau não fazia o que fez pra aparecer, chocar, todos os que eram próximos a ele o reconheciam como um gentil e solitário buscador da própria identidade. Desprezado, incompreendido, ofendido e até condenado (vide Desobediência Civil) tomou de acompanhante apenas a solidão, foi o exemplo vivo da doutrina de indiferença ao mundo moderno. Vivia no mundo, porém, sem compactuar ou mesmo se afetar com o mal do mundo.
Rústico porém não rude, um nobre selvagem. Robert Louis Stevenson concluiu que: Thoreau se apresentava tão distante da humanidade que é difícil saber se devemos chama-lo de semideus ou de semi-homem.

Acho saudável ficar sozinho a maior parte do tempo. Ter companhia, mesmo a melhor delas, logo cansa e desgasta. Gosto de ficar só. Nunca encontrei melhor companhia do que a que a solidão me proporciona. Em geral estamos mais solitários quando saímos e convivemos com os homens do que quando ficamos em nossos aposentos. - Thoreau

Walden celebra a vida natural, a boa convivência, os antigos costumes, a busca por si mesmo, os hábitos agradáveis. É um livro único, inimitável, tal qual a experiência de o ler.

P.S.: Indico imensamente também as outras obras do autor: Desobediência Civil e Andar a pé.
Camile Carvalho 19/12/2012minha estante
Ótima resenha! Estou terminando o livro, incrível. Digno de uma releitura mais detalhada.


Jorge 28/03/2013minha estante
chega a ser uma doutrina....
Thoreau é magnifico em suas contemplações da natureza....

Imagino o alto de uma montanha....

Brisa suave que voa invisivel
viajor dos vales profundos...............
Por que tão cedo abandona meus ouvidos


Érica 25/03/2015minha estante
Excelente mesmo a sua resenha. Me deixou com ainda mais vontade de ler a obra. Me apaixonei pelo autor quando li Desobediência Civil. Ele é incrível.


Josue.Reis 27/12/2018minha estante
Parabéns pela resenha! Muito boa. Ainda não li o livro, mas quero ler. Cheguei a ele quando fui pesquisar o significado da palavra "frugalidade" na Internet.


Taty 12/10/2021minha estante
Resenha incrível ? vontade de ler o livro imediatamente ????????




Wellington V. 14/01/2012

"Tortoureau" -- Livro e autor vazios ao extremo...
Toureau decepcionou-me ao extremo. Nesse livro ele faz
justamente o oposto daquilo que eu supunha que ele deveria fazer:
falar em nome da Natureza e em favor dos animais. Bah! O desgraçado
simplesmente faz apologia da caça! Maldito! (risos)

Sinceramente, NAAADA de nem sobre "Tortoureau" me interessa mais.

NÃO recomendo a ninguém que tenha bons senso e gosto.


--> ATENÇÃO ANTES DE CRITICAREM, SEM TEREM LIDO CORRETAMENTE, ESTA RESENHA:

Procurando dar exemplos concretos do que eu disse na resenha, que possam os cavalheiros ler com atenção os trechos que seguem. Antes que comecem a criticar minha resenha, de forma pouco inteligente.

Seguem esses excertos abaixo:


"Talvez deva o meu estreito relacionamento com a natureza a essa maneira de viver e ao fato de haver-me dedicado à caça ainda muito jovem. Tudo isso introduz e grava em nós bem cedo um cenário que de outro modo seria pouco fami liar. Pescadores, caçadores, lenhadores e pessoas que passam a vida nos campos e bosques, integrando de certo modo a própria natureza, têm freqüentemente disposições mais favorá veis para observá- la nos intervalos de seus afazeres do que mesmo filósofos e poetas, que se aproximam dela já com expectativas. A natureza não teme exibir-se a eles. O viajante na pradaria é por natureza um caçador; nas cabe ceiras do Missouri e do Colúmbia, um captura dor a preparar armadilhas, e nas cataratas de St. Mary, um pescador."

e

"Não obstante, uma modificação já está se produzindo, em decorrência não de melhoria do sentimento humanitário, porém de maior, escassez de caça, porque, talvez o caçador seja o maior amigo dos animais caçados, mesmo se incluirmos a Sociedade Protetora de Animais.
De mais a mais, quando morava à beira do lago, desejava certas vezes variar de dieta, adicionando peixe. Na verdade, pescava pelo mesmo tipo de necessidade que impulsionara os primeiros pescadores. Qualquer sentimento humanitário que eu pudesse invocar, contra isso era totalmente artificial, re lacionava-se mais com minha filosofia do que com meus sentimentos. Só falo agora sobre a pesca porque durante muito tempo pensei de modo diverso sobre a caça e cheguei até a vender minha arma antes de partir para os bosques. Não que eu seja menos humano que outras pessoas, mas eu não percebi a que me deixava envolver pelo sentimentalismo. Não tinha pena dos peixes nem das minhocas. Era questão de hábito."

Que não me seja solicitado ir além. As duas citações acima apresentadas devem "falar" por si só.
Wellington V. 18/03/2012minha estante
Fim dos comentários a favor e contra o livro de Thoureau. Nada a declarar. A não ser que o livro, insignificante para mim, NÃO merece o menor comentário além da resenha em si que, por sinal, foi bem fundamentada.


O Estrangeiro 16/04/2013minha estante
Você tem que aprender um pouco sobre ambiantalismo real, leia Derrick Jensen.


Anni 22/08/2014minha estante
Tem interesse de vender o livro?




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