spoiler visualizarBruna Barros 17/11/2024
Confesso que demorei mais que o normal para terminar esse livro. E se eu tivesse começado por ele talvez tivesse desistido na metade. Não porque a história não é boa, ela é! Mas sinto que esse livro, apesar de ter sido escrito depois, é muito arrastado. Parecia que não fluía. Aqui a gente entende melhor quem era Celaena Sardothien, aqui a gente entende o porque ela é chamada de a assassina de Ardalan. Sabendo quem ela é de verdade, depois do final de coroa da meia noite, é compreensível quem ela se tornou, sinto que aqui mostra ela sendo egoísta, e talvez muito mais ingênua por acreditar tanto no Arobynn, enquanto ela não acreditava em mais ninguém. Isso muda um pouco depois que ela se aproxima do Sam, mas acho que no começo, mesmo ela já gostando dele, mesmo ela escolhendo ele, ela não escolhe de fato ele. Ela demora muito pra desejar aquilo que ele quer para eles, enquanto ele quer liberdade pra viver a vida dele, independente do que ele escolha fazer, mas apenas de poder ter essa escolha, ela tá presa em querer ficar em Forte da fenda, sempre batendo na tecla de como ela viveria em um lugar sem coisas boas e requintadas, coisas caras. Ela é egoísta, mimada, egocêntrica... Mesmo ela tendo um bom coração, e lutando pelo que acredita ser o certo. Isso não anula essa parte dela. Depois de ler esse livro você entende o porque ela querer tanto a liberdade dela nos outros livros, e o que ela quer fazer com essa liberdade, no final o desejo do Sam de ser livre se torna o dela também. Antes eu também não entendia o porquê dela não querer ajudar os escravos, hoje eu entendo que ela liga isso a perda do Sam, porque ela sempre fala que tudo mudou depois que eles salvaram aqueles 200 escravos. Enfim.... Gostei muito do livro, as pessoas que são apresentadas nele também, acho que a gente vai reencontrar as duas mulheres dos dois contos, Ansel e a curandeira que eu não lembro o nome. Não fiquei surpresa com a traição do Arobynn, desconfiava desde trono de vidro. E não consegui ficar triste com a morte do Sam. Pra mim é o mesmo problema do outro livro, a Celaena não passa pra gente sentimentos o suficiente pra se importar com os outros personagens, a ponto da gente se importar com a morte deles. Como a gente lê da perspectiva dela, eu sinto falta disso, porque parece que a todo momento ela fica colocando dificuldade de se apegar aquele personagem, eu preciso que ela se apegue a eles pra mim também conseguir se apagar, parece que ela só faz isso quando eles morrem. O que é diferente por exemplo do Dorian e no Chaol, a gente lê da perspectiva deles, então dá pra criar um vínculo. Caso eles morram eu vou sofrer junto com ela. Eu sei que ela gostava do Sam, que ela escolheu ele e tudo, mas para mim ela demorou muito pra fazer isso, e quando finalmente eu estava começando a me apegar a ele, ele morreu. Eu espero de verdade não pegar mais nenhum spoiler desse livros, e que eu comece a me surpreender mais com a história, porque até agora mesmo as coisas que eu não sabia (porque não peguei spoiler disso) não me surpreenderam porque estavam muito previsíveis. A história é realmente boa e interessante, mas a falta de apego aos personagens é o não me faz de fato estar curtindo 100% a experiência do livro. Espero que mude nos próximos.