A casa soturna

A casa soturna Charles Dickens




Resenhas - A Casa Soturna


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Leitora 26/10/2024

Se as novelas mexicanas tivessem sido escritas po Dickens seriam consideradas Classicos.
Vou fazer algumas considerações não só do livro, mas da obra do Dickens de modo geral. Deixo claro de inicio, que não possuo nenhuma dificuldade em ler clássicos ou literatura de qualquer época. Muito pelo contrario, detesto literatura contemporânea e não leio best seller.

Li a maioria do livro do autor que encontrei em português. Os livros do autor sempre possuem todas as caracteristicas que fazem um bom dramalhão. A orfã pobre e sofredora, vilões terríveis, um benfeitor, mistério, muitas coincidências e reviravoltas. Ao final do livro os bons vivem felizes para sempre e os maus tem seu castigo merecido. Várias cenas cheia de drama e excesso de emoções. Enfim, são sempre enredos dignos de novela mexicana e, contudo, com excessão de David Coperfied, eu não conseguia me envolver nas tramas, nunca me interessava com nada do que está acontecendo na história. E eu sempre achava que o problema estava comigo, que não li em um bom momento, que numa segunda leitura iria gostar, etc. Até quer ao fazer uma releitura desse livro, percebi que o problema não sou eu, é Dickens.

A utilização da sátira, que deveria causar leveza, no Dickens tem justamente o efeito contrario. Deixa tudo pesado, carregado. é um excesso. É tudo tão caricato. Essa formula poderia ter funcionado em Pickwike, e olha que ainda com ressalva, mas nos outros livros isso fica insuportável. As vezes no meio do livro ele fica fazendo caricatura de perfis que nem estão no livro e não se encaixa ali. Além daqueles personagens em demasia. Os livros de Dickens parece sempre uma espécie de Praça é nossa. Fica um monte de personagens entrando e saindo de saindo de cena, representando o seu "numero", mostrando assim a evolução do que está acontecendo na vida deles. Todos esses dramas não tem nenhuma relevância para o personagem principal. Ele é sempre só um espectador. A história principal mesmo, quase não anda. Vi gente falando que o livro é difícil, é complexo. O livro não é difícil. O autor que colocou tantos personagens inúteis, tanto excesso de coisa que vc se perde ali no meio. Se perde no meio das sátiras, se perde no meio das caricaturas, se perde no meio daquelas descrições pavorosas de Londres. Além de tudo isso, temos aquelas falas irreais, que irrita. Temos que ter uma paciência enorme para aguenta aqueles diálogos. O personagens demora uma 3 paginas para falar uma coisa. Isso tudo pq Dickens ganhava por palavra escrita, então ele colocava esse verborrogia para ganhar mais. E o leitor que sofra. A história central poderia ter sido resumida em 200 paginas, tranquilamente.

Como é comum nesses livros idealistas, ele gosta de escrever esses personagem que não existe em lugar nenhum. Os protagonistas são chatos, nem um pouco carismáticos , além de serem extremamente bons, nem as mocinhas das novelas mexicanas são tão mosca morta como os protagonistas de Dickens, tão vitimistas. Eles são sempre um pobre sofredor, cheios de virtudes irreais. O protagonistas passa por varias situações mais apelativas possíveis para despertar a compaixão do leitor. Eu ficava me sentindo até mal, por apesar do Oliver e da menina da Velha loja de curiosidades sofrerem tanto, eu não me importava nem um pouco. Diante disso temos os burgueses capitalistas maus, que não se importam com o sofrimento de ninguém. Geralmente a o vilão é um personagem muito mais interessante do que o protagonista. Em algum momento da história o mocinho encontra algum benfeitor aristocrata, com virtudes também irreais, que vai ajudar o mocinho a enriquecer.
Vou destacar esses personagens filantropos irreais, pq nesse livro em questão, ele faz muita critica aos filantropos de modo geral, e coloca em contrates com o benfeitor da protagonista. Apesar de eu concordar com muitas das criticas que ele faz aos filantropos ali, é simplesmente desonesto ele os colocar em contraste com o benfeitor da protagonista, que é um tipo de pessoa que simplesmente não existe. Teria sido mais interessante, se ele tivesse colocado como basta colocamos um pouco de amor próprio na nossa caridade que ela deixa de ser caridade, que nós estamos o tempo todo lutando com nossas vaidades. Mas ao invés de algo realista, o autor colocar uma pessoa com uma bondade inata, que só pensa em fazer o bem, que não possui nenhum conflito interno, nem um defeito. E o pior ainda, é que para destacar o quanto o benfeitor é uma pessoa boa, é mostrado que ele é incapaz de fazer um comentário maldoso; isso enquanto o Dickens está colocando um personagem que ostenta virtudes irreais para criticar pessoas que são simplesmente humanas. kk É realmente uma contradição.

Até hoje não entendi pq Oliver e Pickwike são Clássico. Oliver e tempos difíceis são os piores. Os melhores são David e Grande esperanças. Mas Grande esperanças tem um protagonistas tão sem graça, e a história divaga tanto, que apesar ter uma mensagem bem interessante, eu não me importava com nada do que estava acontecendo. Hoje em dia tenho até medo de reler David e perder o encanto.
Apesar de tudo, o Dickens tem um ou outro personagem bom e cenas boas. A exemplo do Faguin de Olver Twist, que apesar do livro ser péssimo, o personagem é muito bom, mas é aquela coisa, vc vai ter que caçar no meio daqueles enxurrada de personagens, enxurrada de de drama, um monte de verborrogia algo que preste. É um trabalho ardo, vc terá que ter força de vontade.
Sinceramente, acho que um dos motivos que as pessoas gostam tanto de Dickens, é que lê-lo, as fazem se sentirem caridosas. São os scrooge da vida real, que ao ler Uma canção de natal, ler esses personagens irrealistas, ficam se sentindo tão caridosas e boas como esses personagens. E não julgo, por que por mais que muitos neguem, todos nós usamos a ficção vez ou outra como alivio da vida real.



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EHCN 21/06/2024

Bleak house
Um dos romances mais surpreendentemente otimistas que já li. Contrastando fortemente com o ambiente do tribunal que a história se passa, narração lindamente simples, perspicazes e comoventes dão esperança, amor e alegria a muitas situações irremediavelmente complexas e irremediáveis, todas decorrentes do processo judicial excessivamente.
Os personagens são extremamente bem escritos, oferecem uma rica tapeçaria de vida, cada um deles seria ou poderia ser o herói, heroína ou vilão de qualquer outro romance.

O título pode não exalar um convite para uma leitura simples e sim para algo mais complexo, mas ao ler nem percebi que eu tinha quase lido 1/4 do livro em uma tarde.
Também vale se ressaltar o fator histórico e objetivo do autor em satirizar o sistema jurídico da Inglaterra da época já que o plot principal é sobre um caso jurídico longo em decorrência de buracacrias e testamentos vagos.
Atmosfera extremamente imersiva e por ser um livro do Dickens temos os seus temas recorrentes sendo explorados como redenção, corrupção do poder, sacrifício do bem e hierarquia social.
Dickens sempre surpreende em suas obras e com o tempo está se tornado um dos meus atores favoritos.
4/5
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Luiz Souza 25/05/2024

Romance Vitoriano
Esse romance é uma das obras mais importantes de Dickens , com descrições fantásticas , é um livro extenso , com vários personagens , precisa ter uma atenção redobrada para pegar o fio da meada.
O livro é escrito em 1 pessoa do ponto de vista da órfã Ester, que depois ganha um tutor João Jaryndyce um homem valoroso e amoroso.
E também é escrito em 3 pessoa.
O romance de 800 páginas vai mostrar o processo Jaryndyce que está anos embargado no tribunal , o autor quis mostrar nessa parte a deficiência do sistema judiciário da era Vitoriana.
Ele mostra as mazelas sociais através dos seus personagens.

O livro tem personagens para lá de interessantes vai a lista:
Sr Jellyby uma senhora que só vivia mandando cartas para a África deixando casa e os filhos a mercê da própria sorte o marido passivo não reclama de suas atitudes.

Temos Ada prima de João Jaryndyce, ela namora Ricardo um jovem valoroso e honrado mas com o passar dos anos acaba levando a uma depressão devido a não estar gostando de sua atividade profissional.

Temos Krook que tem uma pensão onde ocorre um assassinato o grande plot do livro.

Ainda tem Lady Dedlock uma senhora rica não gostei dela muito esnobe.

Temos Caddy que se casar com um príncipe vira amiga de Ester no meio da história.

Temos Sr Bucket o investigador da história ele vai com Ester atrás de Lady Dedlock que some no mundo, ela descobre que a senhora gra fina é sua mãe.

Tem também Allan Woodcourt ele se casa com Ester e terminam felizes , a jovem mereceu essa benção depois de tantas provações.

O livro é bem escrito , mas foi preciso anotar de cada capítulo lido as coisas mais importantes pois são muito personagens se não tivesse feito isso teria me esquecido de muita coisa.

Ótima leitura.
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Marquim 14/04/2024

3 - A casa soturna
Dizem que esta é a obra perfeita de Dickens...
Galera, eu discordo.

Esta leitura, para mim, foi tão arrastada que eu já estava desesperado. E tentei terminá-la o quanto antes. Era um livro que eu pretendia ler no mês de janeiro, mas só consegui finalizá-lo ontem.

Por fim, cheguei ao final. Contudo, não gostei não.

Vamos ler, galera!
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Peter.Molina 13/11/2023

Nas garras do judiciário
Esta é considerado uma das maiores obras de Dickens. Livro extenso, gira em torno do processo Jarndyce que se arrasta há vários anos na justiça, e todos ao seu redor. Apresenta 2 narradores,um que conta a história de fora,e o outro na jovem Esther, sem família, e que vai morar com seu tutor. A trama é complexa, tem vários personagens, é preciso prestar atenção para não esquecer pois cada um tem seu papel construído. Acontece até um crime na história, e temos a atuação de um detetive que investiga o caso. O livro demora um pouco para deslanchar,mas depois a narrativa prende demais,emociona em várias passagens, além de construir uma crítica social da época. A tradução, apesar de contar com 4 revisores, tem várias palavras muito arcaicas, sendo necessário o uso de dicionário para entendermos melhor a trama.
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Aline 23/09/2023

Uma longa história
A casa soturna conta a história de um processo de herança que leva décadas e nesse período, todos os beneficiários acabam levando suas vidas acompanhando esse processo. É nele que entra Ester, uma órfã que vai parar na tutela de um dos beneficiários do testamento e através dela conhecemos a história de todos... mas são as tramas paralelas as mais interessantes e elas costuram as histórias de todos...
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Leila 23/08/2023

Alerta de texto apaixonado!
Olha eu aqui de novo falando aos borbotões, rs Dessa vez para expressar meu amor eterno à esse autor queridinho de my life que é o Charles Dickens. O livro da vez é A casa soturna, um tijolinho de 800 páginas que mescla romance, suspense e mistério com as habituais críticas sociais de sua época e muito muito amor envolvido. Dickens sempre traz personagens incríveis, fortes e cativantes (mesmo que nenhum tenha superado em meu coração David Copperfield) Ester Summerson é uma figurinha apaixonante e ímpar. Na verdade não só ela, temos outros personagens inesquecíveis dentro da obra. Ahhh parênteses para dizer que nesse livro o Dickens caprichou na quantidade de personagens e a gente tem horas que até periga esquecer quem é quem de tanta gente que aparece pelas culatras.

O plot central gira em torno de um tal processo infindável, Jarndice & Jarndice onde existem arrolados trocentos herdeiros e trocentos litigantes (se os termos estão errados, me perdoem os da área de direito), é um negócio tão complicado e que está sendo julgado há tantos anos que muitos já foram À ruina por conta das custas e o tal processo nunca desenrola e é o caos eterno. Aos poucos vamos conhecendo alguns desses ditos herdeiros e conhecendo um pouco de suas historias, mais especificamente de Ada e Ricardo, dois jovens que passam a morar com o primo João Jarndice. A partir desse fato, Ester é convidada a ser governanta deles e é a narradora de nossa historia.

Bom, para compor 800 páginas temos muitas subtramas envolvendo alguns mistérios e assassinatos, mortes infortunas e esse é meio que o diferencial desse livro em relação à outras obras do autor que li até então, ele tem essa pegada de suspense e mistério (mas já falei isso e estou sendo repetitiva), o leitor tem que ir pegando as pistas e tentar juntá-las para ir compondo e desvendando os fatos (confesso que me perdi em alguns momentos, rs), porém o livro é delicioso de ler e não dá vontade de parar até chegar ao seu final. Isso meus amigos é Dickens sendo Dickens, maravilhoso como só ele consegue ser.

Mas nem tudo são flores meus amados, essa edição apesar de esteticamente falando ser legal, contém uma tradução que deixa muito a desejar e chega a ser irritante,para exemplificar vou falar uma das coisas que me deu gastura, tipo ao invés de usar o termo animado ou animada, usaram "animoso" (ninguém merece). Infelizmente é a única que temos no mercado e se quisermos ler a obra, tem que ser nela ou no original (algo que não domino).

Enfim, é isso. A casa soturna é mais um livraço do meu amado Charles Dickens e eu recomendo fortemente à vocÊs, não se assustem com o tamanho dele, porque eu garanto melhor ler 800págs de um clássico maravilhoso e fluido do que ler 300págs de um livro porcaria, e tenho dito! Fui.
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skuser02844 29/05/2023

Um novelão, que merece uma melhor tradução
"Os advogados misturaram tudo em tamanha confusão, que os méritos originais da causa há muito desapareceram da face da terra. Trata-se de um testamento, e dos legados de um testamento... ou era disso que se tratava antigamente. Agora nada mais resta senão custas. Estamos sempre aparecendo e desaparecendo, prestando juramento, sendo interrogados, cruzando e descruzando petições, discutindo, selando, movimentando, encaminhando, relatando e dando voltas em torno do lorde Chanceler e de todos os seus satélites, e todos por igual valsando em torno das custas, até ficarmos reduzidos ao pó da morte. Essa é a grande questão. Tudo mais, em virtude de certos meios extraordinários, se esvaneceu. Sim, era a respeito de um testamento, quando ainda era a respeito de alguma coisa. Certo Jarndyce, numa maldita hora, conseguiu fazer grande fortuna e fez também um grande testamento. No discutir-se como os legados do tal testamento deveriam ser administrados, a fortuna deixada pelo testamento foi-se dissipando; os legatários constituídos pelo testamento estão reduzidos a tão miserável condição que estariam suficientemente punidos se tivessem cometido o enorme crime de receber uma herança, e o próprio testamento se tornou letra morta. De um extremo a outro da deplorável causa, todos precisam ter cópias sobre cópias de tudo que se tem acumulado em torno dela, capazes de encher uma carroça de autos(ou deve pagá-las sem possuí-las, o que é usual, pois ninguém as quer); e tem de entrar e sair de tanta coisa, em meio de tão infernal contradança de custas, honorários, asneiras e corrupção, como nunca foi sonhada nas mais horrendas visões do Sabá das Bruxas. A Justiça faz perguntas à Lei; em troca, a Lei faz perguntas à Justiça; e a Lei acha que não se pode fazer isso, a Justiça acha que não se pode fazer aquilo; qualquer delas só sabe dizer que não se pode fazer nada sem o solicitador tal informar, e o advogado tal comparecer representando A, e o solicitador tal informar, e o advogado tal comparecer em nome de B, e assim por diante, pelo alfabeto inteiro, como na história da Torta de Maçãs. E dessa forma, durante anos e anos, durante vidas e vidas, tudo continua, constantemente começando e recomeçando, sem que coisa alguma tenha fim. E não podemos sair do processo de forma nenhuma, porque nos fizeram parte dele, e temos de ser parte dele, que gostemos, quer não."



Opinião:
Pelo "pequeno" trecho que destaquei acima você pode ter uma ideia do intrincado plano de fundo dessa história. Apesar do livro ser muito mais do que o eterno processo judicial Jarndyce e Jarndyce todas as personagens estão, de alguma forma, envolvidas e tendo suas vidas afetadas pelo tal processo, e são muitas personagens, uma quantidade ridícula de personagens, eu não contei nem fiz lista, mas indico ( a parte de fazer lista) mas já vi gente dizendo que passa de cem personagens, e eu acredito.
Enfim, começamos vendo um pouquinho, muito pouco mesmo, sobre o tal do processo antes de sermos apresentados a nossa protagonista, uma garotinha chamada Ester, órfã criada pela sua madrinha uma mulher... amarga... e que nada tem a ver com o tal do processo, pelo menos é nisso que vamos acreditar por boa parte do livro. Com a morte da dita madrinha depois de falar com todo o carinho para Ester que ela e sua mãe são a desgraça uma da outra Ester é levada para receber educação e depois passa o tempo na casa de uma mulher que conhecemos com sra. Jelleby, essa mulher vive em função de escrever cartas, fazer petições e uma burocracia sem fim para, segundo ela, ajudar a África, mas não faz nada de concreto, inclusive fica tão presa nessa neura, teoricamente humanitária, que nada mais importa, nem sua infeliz família nem as crianças das quais, supostamente cuida, nem a sua casa que é um verdadeiro chiqueiro mantido em pé por infinitas gambiarras.
Para a sorte de Ester ela não fica muito tempo morando nessa... er... casa, apesar de voltar lá em outros momentos no futuro, ela é levada para conhecer seu tutor, o cara que por alguma razão desconhecida a tirou da casa onde morava e a deu educação e sustendo, João Jarndyce. Acho que é um bom momento para reclamar das escolhas do tradutor, além de ter feito o bom humor do autor quase desaparecer por completo da obra essa ideia de traduzir os nomes das personagens causa muita estranheza, ainda mais com os sobrenomes peculiares que eles possuem.
João Jarndyce é o único Jarndyce que vamos conhecer no livro, ele então denomina Ester como a dama de companhia de uma prima sua que também está sob seus cuidados, Ada, além dela um outro primo também vai morar na casa de João Jarndyce, a tal Casa Soturna do título, inclusive, esse chama-se Ricardo, e logo ele e Ada se apaixonam. Ester fica muito amiga de Ada e por ser extremamente responsável logo vira uma espécie de governanta da casa também.
A Casa Soturna também é com frequência por um cara extremamente irresponsável, tratado como uma criança em corpo de adulto por João Jarndyce que vive atolado em dívidas que outros precisam pagar porque ele nunca aprendeu a lidar com dinheiro, e nunca fez questão, esse cara acaba tendo certa influência por Ricardo, que não demonstra muito interesse em trabalhar pois, na cabeça dele, o eterno processo que está se arrastando e ficando mais complicado por gerações vai magicamente se resolver e ele será um homem rico que não precisará trabalhar.
Tudo isso vemos através da narração da própria Ester, ainda temos um outro narrador em terceira pessoa, que não é um narrador personagem, mas vai passear por todos os outros vários núcleos de personagens e deixar pistas de como todas essas histórias, uma mais bizarra e intrincada que a outra vão se cruzar e amarrar todas as pontas.
Uma outra personagem que vale a pena falar, além de Lady Deadlock, que é importante pra caramba mas vá ler o livro pra saber dela, é uma senhorinha que vai todos os dias ao tribunal para acompanhar o eterno processo, ela é hilária (ou foi feita pra ser, já que a tradução mascara toda e qualquer comédia) e tem diversas gaiolas com pássaros em casa que comprou para libertá-los quando o processo finalmente for concluído, mas o que acontece é que os pássaros morrem de velhice e ela precisa comprar novos, já que o processo é eterno.
Se fosse pra definir o livro com apenas uma palavra eu diria desafiador, ele não é uma leitura rápida, li ele em pouco mais de dois meses, mas já tinha lido cerca de metade dele ao longo de anos, mas precisei retornar ao início. Muito disso atribuo a tradução, com certeza se tivéssemos uma nova tradução esse seria um livro muito mais divertido e tranquilo de se ler. Apesar de que é consenso de que este não é um livro tão engraçado como os demais do autor, mas ele tem seus momentos.
A mensagem principal do livro, quem sou eu pra definir, né? Mas eu diria que é mais ou menos o que vemos em O Deserto dos Tártaros, ficar com a vida estagnada esperando algo que, talvez e muito provavelmente nunca chegue... mas o livro vai muito além disso, cada um dos zilhões de personagens tem seus próprios dramas com suas próprias resoluções. É um novelão delicioso, desafiador, longo, lento, mas maravilhoso. Não recomendo como uma porta de entrada na obra do autor, mas se você já conhece ele, muito provavelmente você já adora, então vai pra essa leitura sem medo de ser feliz, sem pressa e degustando. Acho que é um dos livros que mais me orgulho de poder dizer que li.

site: http://hiattos.blogspot.com/2023/05/opiniao-casa-soturna-charles-dickens-512.html
Aylane Nunes 29/05/2023minha estante
Tem spoiler nessa resenha ?


skuser02844 29/05/2023minha estante
Não, tem alguns acontecimentos, mas todos do início do livro




Henggo 14/05/2023

Cansativo demais
Achei muito cansativo. Não chega a ser maçante, porém, a narrativa, na minha opinião fecal, se alonga demais, como galhos de uma árvore que ultrapassam os limites de um terreno. Ao invés de mostrar as ações, Dickens optou por contar. Isso não seria um problema se esse contar não significasse páginas e páginas de descrições minuciosas. Perceba: a crítica social, a construção da Casa Soturna como uma metáfora das relações entre os personagens, a questão do ridículo do processo judicial, tudo faz sentido e está ali. Há belos momentos de reflexão. Mas o invólucro desses elementos é tão pesado, foi tão cansativo para mim, que em certos momentos eu até esquecia do fio condutor da trama. "A Casa Soturna" é, sem dúvida, um clássico literário. Entretanto, haja paciência para nadar por estes parágrafos. Fiz natação durante 10 anos e sei bem como é ficar cansado após um treino. E digo: ler este livro foi muito mais cansativo do que dez voltas em uma piscina olímpica. Algumas pessoas dizem que você "precisa anotar os nomes dos personagens" para poder entender. Cara, sério, se o leitor precisa fazer isso para entender um livro, tem alguma coisa em excesso nessa obra.
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elainegomes 01/01/2023

É um livro longo, em diversos momentos com ritmo lento, com uma infinidade de personagens que tornou a leitura cansativa, parecia impossível conectar tantas histórias intricadas?

Mas, FELIZMENTE, eu resisti a tentação de abandonar o livro.

Não foi meu melhor livro de Dickens, difícil superar o amor que construí por David Copperfield, a emoção de Grandes Esperanças a beleza narrativa de Um Conto de duas cidades ou a poesia esperançosa de Um conto de natal.

Mas em A Casa Soturna, Dickens conseguiu me surpreender, com um final lindo e emocionante, imaginei diversas possibilidades de desfechos, foi uma verdadeira aventura investigativa.

Pontos comuns das obras de Dickens é a forte crítica social, e nesta obra os contrastes foram colocados de forma muito interessante, pois temos a descrição das dores e sofrimento tanto de personagens de classe social alta como de personagens paupérrimos, e como sofri junto e me emocionei com lady Dedlock e com o pobre Jo.

Como pano de fundo do romance, temos um eterno processo judicial ?Jarndyce x Jarndyce? com seus procedimentos legais intermináveis, com a garantia de entrega da INJUSTIÇA, transformando pessoas e gerações doentes, que passam a levar uma vida morta, triste, solitária, engaiolados, em que a esperança de liberdade está em uma herança que só faz crescer o ódio ao seu próximo. Todo o cenário forense burocrático é descrito como essencial tendo em vista a evolução daquela grande sociedade. Ou seja, quanto maior o crescimento social, maior a distância com a preocupação da efetiva entrega de justiça e ainda maior as diferenças sociais.

Valeu muito a pena resistir e acompanhar essa linda história, Dickens através de um texto maravilhoso, conseguiu ao final conectar todos os personagens, e me surpreendeu com seu quebra cabeça literário.

?Um sorriso iluminou-lhe a face quando ela se curvou para beijá-lo. Lentamente encostou ele seu rosto no seio dela, enlaçou-lhe mais fortemente o pescoço com seus braços, e com um soluço de despedida começou a viver. Não esta vida, oh, esta não! A vida que conserta esta?.
Charles Dickens - A Casa Soturna.
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victor.victor.victor 04/07/2022

Finalmente acabou!
O livro é bom: é um romanção, lotado de núcleos e situações aparentemente desconexas. A escrita é rebuscada, mas logo se acostuma e a sensação de ler 'A casa soturna' é conforto, pois ele abraça.

No entanto, não é perfeito. O próprio Dickens não teve tempo de editar o texto e isso fez uma grande falta. Pelo menos 100 páginas poderiam ser excluídas, com cenas repetidas.

Outra coisa que me incomodou foi como os personagens mais pareciam caricaturas. O Dickens tinha uma escrita sarcástica, que tirava graça de alguns estereótipos, mas... para mim foi difícil me conectar com alguns personagens por não levá-los a sério!

Ainda assim, vale a leitura. Mas leiam com um papel ao lado anotando situações chave e novos personagens. Eu não fiz isso e precisei reiniciar o livro já pela metade. Por isso demorei 4 anos pra terminar ?????
Dan 13/09/2022minha estante
Dickens tem esse defeito grave da prolixidade.


victor.victor.victor 13/09/2022minha estante
Concordo, professor




Milena.Saleh 28/06/2022

O melhor livro que já li até hoje
O enredo trata de uma família que tem um processo judicial em andamento há incontáveis anos na Inglaterra do século 19, quando o sistema judiciário era (mais) lento e ineficaz. Há a oposição nobreza/pobreza, há críticas satíricas a nobres que se autopromovem por fazer caridade, a pessoas que se isentam de atitudes e responsabilidades, à forma militar de ser, à hipocrisia do pudor excessivo. Minha parte favorita são os personagens bondosos e humildes em sua forma de ver o mundo. E a resmungadoria!
Sobre a estrutura, Dickens é genial. Ele faz histórias completamente distintas se aproximarem ao longo dos capítulos e acabarem se entrelaçando profundamente. Por meio da narrativa de diferentes personagens, temos visões muito distoantes da mesma realidade; e os personagens são caricatos, ricos em características únicas que por vezes nos dão raiva, e por vezes nos fazem desejar que eles existissem na vida real. Passamos raiva, felicidade, tristeza, agonia. Pequenas coisas a que não damos importância adquirem enorme relevância no decorrer da trama. É um livro completo, como uma novela; cada capítulo desenrola mais um pouco os fios da narrativa. Não perdi a vontade de ler em nenhum momento e até agora me pego pensando nos personagens e suas vidas. Recomendo fortemente esse livro, cada página é um deleite, não dá vontade de terminar.
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Isa 04/05/2022

Entendiante até o osso
O ponto alto desse livro é a originalidade dos personagens, são personalidades caricatas com histórias de vida super interessantes e manias engraçadas e diferentes. Mas essa é uma característica da escrita de Dickens e você encontra em outros livros dele a mesma coisa, livros cujas histórias são infinitamente mais interessantes e a leitura flui bem mais do que essa. As tramas são super clichês, a narrativa é sem sal, sem sabor, super entendiante e maçante
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