Viagem com um burro pelas Cevenas

Viagem com um burro pelas Cevenas Robert Louis Stevenson




Resenhas - Viagem com um burro pelas Cevenas


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Luiz Pereira Júnior 10/04/2024

O início da imortalidade
“Viagem com um burro pelas Cevenas”, de Robert Louis Stevenson, é, antes de mais nada, como o próprio título indica, um relato de viagem. E como todo (ou quase todo) relato de viagem, o autor busca descrever ao leitor a paisagem, mas também as impressões que lhe causam os habitantes do local. E, nesse aspecto, o livro não foge à regra.

No entanto, Stevenson também nos fala em retrospecto dos dois principais fatos que marcaram a história daquela região à época bastante isolada: 1) o caso do famoso Lobo de Gevaudan, que matou dezenas de pessoas, tendo essa história se transformado em um filme e sendo citada em vários documentários; 2) os conflitos religiosos entre católicos e protestantes, que ocasionaram centenas de mortes cerca de 150 anos antes da viagem relatada no livro. É interessante notar que, após tanto tempo, em diversas localidades citadas pelo autor, católicos e protestantes já conviviam em relativa harmonia, embora o ressaibo permanecesse. E será que não é assim (e até pior) em boa parte do mundo até hoje?

Antes de começar a leitura, pensei que o livro seria parecido com “Platero e eu”, de Juan Ramon Jimenez. Ledo engano. Enquanto “Platero e eu” é um exemplo de narrativa lírica, sentimental, beirando o piegas em certos trechos (mas tocantemente bela em sua maior parte), o livro de Stevenson se assemelha a um diário onde narrações e descrições dão a tônica.

E a pergunta de sempre: vale a pena? Com certeza. Mesmo sabendo que esse livro já foi retratado em um episódio de uma série (“A Viagem dos Livros”, salvo engano), você terá boas surpresas em companhia de um autor muito mais famoso pelas obras imortais que viriam depois...
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"Aonde você vai Sam?" 29/06/2022

O burro e a jumenta
Antes de se tornar o autor de dois clássicos da literatura mundial (A Ilha do Tesouro e O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde), de atravessar o Atlantico para encontrar sua amada, de viajar pela oceania em busca de climas cada vez mais tropicais aonde sobreviver e ainda ter tempo de morrer jovem, Robert Louis Stevenson era só um jovem burro tendo ideias disparatadas e seguindo seu coração.

Quem dera fossemos todos como ele, não só na burrice e nas ideias esdrúxulas, mas também no espírito aventureiro, no amor à natureza e na disposição de se perder seguindo uma jumentinha que, obscuramente, sabia o que estava fazendo.
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Pri 30/08/2018

Um itinerário com desapego
Para quem gosta de livros de viagem ou para quem nunca leu esse estilo, passará apreciar. No livro, Stevenson, devido ao ritmo acelerado da vida moderna, no início tem pressa em realizar a viagem, porém sua burrinha, acaba logo de vez com sua expectativa, e por isso a descrição da viagem vai se ?adequando? com a vontade de Mosdestine que torna essa viagem singular e filosófica para o autor.
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Carol 31/07/2016

Diário de Viagem
“A noite é um período morto e monótono sob um teto, mas passa leve a céu aberto, com suas estrelas e orvalhos e perfumes, e as horas são marcadas pelas mudanças no rosto da natureza. O que parece uma espécie de morte temporária às pessoas sufocadas entre paredes e cortinas é somente um cochilo leve e vívido para o homem que dorme no campo. ”

Em 1878, Robert Louis Stevenson, tendo por companhia a burra Modestine, fez uma peregrinação de 12 dias pela região rural das Cevenas, ao sul da França. E, para nosso deleite, publicou no ano seguinte “Viagem com um burro pelas Cevenas”.

Um diário de viagem curtinho e divertido no qual Stevenson retrata pitorescamente os cenários e as pessoas que habitavam a região no século XIX.

Além de suas reflexões acerca de viajar sozinho, tendo por refúgio a natureza, Stevenson descreve o contexto histórico das Cevenas – a luta entre católicos e protestantes, na revolta dos Camisards, em 1702. Ele observa serenamente um povo que, mesmo com um passado beligerante, hoje “se permite divergir com gentileza”.

O que mais me encantou, durante a leitura, foi a sensação de estar acompanhando o autor, dia a dia, como se estivesse viajando junto a ele e Modestine. As descrições das cidades visitadas, das paisagens percorridas são maravilhosas.

Como conter a vontade de fazer uma viagem parecida? Mochila, saco de dormir, céu estrelado... Quem sabe um dia?
Gonçalves 02/12/2016minha estante
Bela resenha: parabéns.




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