Viagem com um burro pelas Cevenas foi o segundo livro escrito por Robert Louis Stevenson (1850-1894) autor que se tornaria conhecido por obras infanto-juvenis como A ilha do tesouro e O médico e o monstro. Trata-se de um pitoresco diário narrando a travessia feita pelo autor escocês acompanhado de uma jumenta, a quem chama de Modestine pela cadeia montanhosa das Cevenas, no sul da França.
A aventura durou doze dias, de 22 de setembro, quando Stevenson partiu do vilarejo de Le Monastier, com a burrica e um saco de dormir, a 3 de outubro de 1878, quando ele chega a seu destino final, a cidade de Alais. Com fina ironia, o autor relata essa trajetória ritmada sobretudo pelo humor da teimosa Modestine, que ora empaca, ora decide sozinha a trilha a seguir. Cruza vilarejos carregados de história, cenários de batalhas das guerras protestantes do início do século XVIII, dorme em albergues, ou até numa abadia, mas sente que tem a mais hospitaleira das recepções quando passa a noite sob as estrelas, no que chama de estalagem verde.
Inédita no Brasil, a obra ganha edição especial da CARAMBAIA: o volume é revestido por um material que simula a pele de um burro, buscando aproximar o leitor da experiência narrada. Internamente, a disposição do texto alinhado apenas pelas margens, sem quebra de parágrafos recria o universo visual do percurso, fazendo com que se percorra as páginas do livro como quem segue uma trilha, pontuada por curvas, subidas, descidas, estreitos, planícies.
O livro traz um posfácio assinado pelo francês Gilles Lapouge, que faz uma leitura do relato do Stevenson a partir dos de outros escritores viajantes. E analisa a figura do burro, representada por Modestine, que, para ele, é a verdadeira autora da viagem e do relato.
Tradução: Cristian Clemente
Projeto gráfico: ps.2 arquitetura + design, Fábio Prata, Flávia Nalon e Lucas Machado.
Tiragem: 1.000
Aventura / Literatura Estrangeira / Ficção / Romance