Nay M. 26/11/2021
Agora a guerra tem rostos,vozes e nomes de mulheres
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Na escola eu sempre amei as aulas de história, mais do que qualquer outra. E foi através dessas aulas que meu interesse pela tema da segunda guerra mundial surgiu. Normalmente eu levo uns três dias para concluir uma leitura, mas esse livro simplesmente me destruiu desde do primeiro capítulo, levei quase dois meses para concluí-lo.
Geralmente as história que encontramos sobre esse período é retratada somente pelo lado masculino . Os homens que pereceram, os homens que sobreviveram, os homens condecorados. Mas até ler esse livro nunca tinha lido relatos das mulheres que tiveram tamanha importância nessa empreitada de dor, tortura e morte.
Svetlana traz em cada página desse livro relatos de mulheres que lutaram tão, se não mais bravamente que os homens nessa guerra. Temos relatos de tanquistas, franco-atiradoras, sapadoras, enfermeiras, cozinheiras, lavadeiras. Cada um mais forte que outro, até as funções que não necessitavam está no meio do fogo cruzado, eram brutais e exaustivas.
Eram meninas entre que saiam dos seus lares, muitas vezes fugidas, implorando no centro de alistamento para combaterem. Jovens que não tinham a mínima ideia de que ao chegar no front, seriam despidas não somente da roupas que usavam para colocar um uniforme três vezes seu tamanho, que perderiam seus lindos cabelos compridos, mas que também seriam despojadas das suas inocência, seus sonhos, suas feminilidades, suas juventudes.
Hoje em dia, as jovens que conseguiram sobreviver, são mulheres idosas que ganharam várias medalhas, mas que perderam um pedaço de si para a guerra e que trazem consigo memórias que são difíceis de recordar ou que foram inibidas por tanto tempo de contá-las que sentem dificuldade.
Svetlana sofreu com a censura imposta ao seu livro. Tentaram silenciar as vozes daquelas que abalaria o olhar heróico e muitas vezes romantizado que temos desse período, porém não conseguiram. E após finalizar essa leitura só tenho a dizer que agora a segunda guerra tem rosto, voz e nomes de mulheres, pelo menos para mim.
Até mais,
Nay