A guerra não tem rosto de mulher

A guerra não tem rosto de mulher Svetlana Aleksiévitch




Resenhas - A Guerra Não Tem Rosto De Mulher


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Juli 28/06/2020

Vozes femininas esquecidas e silenciadas
Esse livro é incrível e necessário. Na realidade, me pergunto por que fui ler esse livro só aos 26 anos e por que ele não é leitura obrigatória para o vestibular, por exemplo.

Faz quase 10 anos que me formei no ensino médio. Nesses quase 10 anos, se me perguntassem como os Aliados venceram a 2a guerra, eu elaboraria uma resposta que certamente incluiria as seguintes palavras: Exército Vermelho, Estados Unidos, Churchill. Não me passaria pela cabeça mencionar mulheres. Depois de ler esse livro, minha resposta incluiria ?meninas?.

Svetlana corrige, a partir de muitos relatos, um erro histórico. A guerra não foi um evento histórico masculino. A guerra também foi sonhada, idealizada, lutada, vencida por milhares de mulheres nas mais diversas funções. Dos bastidores, como cozinheiras, mensageiras, às profissões clássicas como enfermeiras, ao campo de batalha, como franco-atiradoras, tanquistas, pilotas de avião, a membras da resistência ou lutadoras clandestinas partisans. A segunda guerra não teria sido, o Exército Vermelho não teria sido o que foi sem meninas e mulheres.

A guerra das mulheres é uma guerra muito mais real e humana do que a guerra dos homens. Os homens limitam-se a contar os feitos. As mulheres narram outra guerra. Uma guerra com som, cheiros, pequenos mimos de chocolate, amor, bravura infinita, animais, insetos, sentimentos.

É uma guerra que merece ser lida, contada e reconhecida.
Rose, Cams 28/06/2020minha estante
Amo tanto o trabalho que a Svetlana fez para dar voz a essas mulheres e permitir que o mundo saiba como a guerra delas também existiu. Esse livro é um soco, mas extremamente necessário




Kevin 02/08/2022

A guerra como ela é...
No início demorei um pouco para me adaptar ao estilo do livro, que é feito de recortes de entrevistas que a autora colheu ao longo de vários anos junto à mulheres que de alguma forma participaram diretamente dos confrontos na Segunda Guerra. Porém, depois que o leitor se adapta, é impressionante como a gente é transportado para aquele ambiente e período, na qual não havia limites para a crueldade humana. Certos relatos são bem pesados, o livro em si é muito bem construído e as narrativas das ex-combatentes são coisa de outro mundo. Em suma, a obra é uma excelente leitura sobre o período da II Guerra Mundial, sob uma ótica que não estamos acostumados a ver.

QUEIJO460 13/08/2023minha estante
Parece muito bom.




Maria. 21/01/2019

brabo demais queria ser amiga da svetlana
Alê | @alexandrejjr 30/06/2020minha estante
Que excelente esse teu comentário, Duda! Sucinto e preciso.




Alepiai 04/04/2022

A guerra nao tem rosto de mulher
Fui atraida pelo livro pela atual guerra da Ucrania com a Russia. Queria entender um pouco mais da guerra e ao mesmo tempo a perspectiva de ve-la atraves das mulheres foi bem interessante. Quando comecei a ler vi que precisava saber mais sobre a Russia, as revoluções que aconteceram lá pq vem a curiosidade de entender. Muitas mulheres falam da vontade de lutar pela Pátria e do nacionalismo. E muitas falam sobre como se decepcionaram durante e/ou após o fim da guerra.
É um livro muito importante historicamente falando e com certeza quem for ler precisa ter bastante estômago pois descreve situações muito tristes.
Cristiano 14/08/2022minha estante
Obrigado Alepiai por ter me presenteado com este livro, sem dúvidas um dos melhores que já li. A guerra narrada pelas mulheres é a historia verdadeira, e que historia, nos leva a muitas reflexões.




aliuscha 12/04/2021

Não é só reescrever a história de uma guerra já tão contada. Não é só inscrever as mulheres na história da humanidade. É redefinir nossos valores civilizatórios, pelos sentidos, sentimentos, uma narrativa que se projete para dentro, para o essencial, não mais para fora, para o universal, para o genérico modo de estar aqui.
Julinhafox 14/04/2021minha estante
Gostei muito desse livro!




Adriane 12/07/2020

Sobre a guerra feminina
Sempre fico muito impactada com as obras da Svetlana e dessa vez não foi diferente... São sempre narrativas muito sensíveis que te colocam para refletir sobre coisas inimagináveis. É uma leitura dolorida, que te emociona em vários momentos, mas ainda assim te permite compreender um pouco sobre os sentimentos e experiências de cada mulher diante da guerra.
Colocar a história masculina de lado e adentrar em um momento histórico sob outra perspectiva é sempre válido e importante. Desse modo a autora permitiu que mulheres falassem de suas experiências, que por muito tempo foram reprimidas, trazendo os aspectos mais humanos de uma experiência quase desumana.
Assim como em Vozes de Chernobyl, essa leitura me derrubou em vários momentos, e mesmo assim valeu cada palavra. Ansiosa desde já para ler O fim do homem soviético.
Bruna 12/07/2020minha estante
Adicionado à lista! ?




Ingrid.Sombra 12/12/2022

A guerra não tem rosto de mulher
Esse livro é quase uma pesquisa qualitativa realizada pela autora, ou ainda um trabalho jornalístico, porque ela entrevistou centenas de sociéticas veteranas de guerra, e compilou seus relatos neste livro. A oralidade e o estilo de cada mulher é preservado, sendo possível se imaginar diante de cada uma enquanto lemos suas histórias.

Embora sejam relatos diversos, todos tem alguns pontos em comum: não são relatos sobre batalhas, datas e estratégias de guerra, como estamos acostumados. São relatos de medo, esperança, amor, ódio, vergonha, entre tantas outras dimensões humanas. Eu nunca havia lido/assistido nada assim.

O ponto negativo é que a autora traz uma quantidade tão grande de relatos, como se tivesse sentido pena de editar alguns (também sentiria, confesso), que a leitura vai ficando arrastada, repetitiva. Entrei numa ressaca literária, mesmo alternando com outras leituras leves. Ainda assim, considero um bom livro a ser apreciado, sem pressa para dar um "check".
William.Almeida 12/12/2022minha estante
Verdade, também achei que a leitura fica arrastada! Depois desse, também li vozes de tchernóbil e últimas testemunhas (relato daqueles que eram crianças durante a segunda guerra - acabei casando a leitura com toda luz que não podemos ver, que tem a mesma temática). Estou me preparando para o fim do homem soviético (baita calhamaço, inclusive)




Paula 18/02/2017

"A vila de minha infância depois da guerra era feminina. Das mulheres.
Não me lembro de vozes masculinas. Tanto que isso ficou comigo:
quem conta a guerra são as mulheres. Choram. Cantam enquanto choram."

Em A guerra não tem rosto de mulher, a ucraniana Svetlana Aleksiévitch, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 2015, reúne depoimentos de diversas mulheres que participaram como soldados na Rússia durante a Segunda Guerra. Neste ensaio jornalístico e de múltiplas vozes, surpreende e emociona encontrar histórias tão verdadeiras e sofridas de mulheres, relatos quase sempre silenciados até mesmo pela história. Afinal, como constata Svetlana sobre a história da guerra:

"Foi escrito por homens e sobre homens, isso ficou claro na hora. Tudo o que sabemos da guerra conhecemos por uma “voz masculina”. Somos todos prisioneiros de representações e sensações “masculinas” da guerra. Das palavras “masculinas”. Já as mulheres estão caladas."

Assim como ocorre na literatura, as vozes femininas são também silenciadas em suas experiências pessoais e relatos, ainda que sua participação ativa e corajosa durante a guerra tenha sido indispensável. Milhares de mulheres lutaram nos campos de batalha e nesse registro tomamos conhecimento das dificuldades que enfrentaram para conseguir se afirmar entre os batalhões de homens que julgavam que elas fossem frágeis e incapazes de lutar. O mais doloroso, entre as muitas histórias dolorosas que este livro nos conta, é ver que, diferente dos homens, consagrados como heróis depois da guerra, essas mulheres enfrentaram o preconceito de suas famílias e da sociedade sexista, sempre acostumada a punir aquelas que desafiam os papéis de gênero tradicionais. Ao voltar para casa depois da guerra, tiveram que esconder suas medalhas e suas histórias por medo de que sua participação as impedissem de obter um bom casamento e constituir uma família.

O sofrimento das mães que perderam seus filhos e até mesmo que tiveram que abandoná-los durante a guerra; a violência sexual sofrida pelas mulheres de todas as nacionalidades e que quase sempre não é comentada; a preocupação que as mulheres tinham de se ferirem ou ficarem com marcas enquanto estavam na frente de batalha, preocupadas com a imagem e o corpo que precisavam ter para conseguir se casar depois que a guerra acabasse; os amores e as perdas durante os muitos anos de guerra; o envelhecimento precoce de meninas que foram corajosas o suficiente para ir lutar pela sua pátria quando já não havia homens onde moravam que pudessem se alistar; esses são alguns dos muitos temas, surpreendentemente atuais, que Svetlana resgata nessas histórias. Histórias de mulheres silenciadas há tanto tempo que faz-se urgente ouvi-las. E cada livro que dá voz a tantas vozes silenciadas merece, e muito, ser lido e compartilhado. Principalmente se ele nos mostra novas perspectivas que contestem essa história única e masculina.

"E a história? Ela está na rua. Na multidão. Acredito que em cada um de nós há um pedacinho da história. Um tem meia paginazinha, outro tem duas ou três. Juntos, estamos escrevendo o livro do tempo. Cada um grita sua verdade. O pesadelo das nuances. E é preciso ouvir tudo isso separadamente, dissolver-se em tudo isso e transformar-se em tudo isso. E, ao mesmo tempo, não perder a si mesmo. Unir o discurso da rua e da literatura. "

Svetlana Aleksiévitch. A guerra não tem rosto de mulher. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Keylla 27/11/2017minha estante
Me identifico muito com suas resenhas. Adoro lê-las. Parabéns por escrever tão bem!




Albert 20/12/2016

A guerra no estado particular da mulher
Aleksiévitch traz uma nova perspectiva reunindo relatos pessoais dramáticos e reais vividos pelas mulheres russas nas linhas de frente durante a II Guerra Mundial no impactante A Guerra Não Tem Rosto de Mulher. Trata-se de uma obra que captura a essência feminina e sua relação com a guerra, as perspectivas das mulheres. Sob essa ótica, a autora incute no leitor uma nova interpretação, uma nova visão do contexto sentimental e humano. A abordagem, transmitindo a guerra particular e a guerra propriamente dita, ultrapassa os limites da dor física. É uma dimensão que vai além dos esforços de guerra, é sobre a perda da inocência, sobre feminidade, sobre humanismo diante de atrocidades terríveis. Os relatos – dos mais simples aos mais extraordinários – impressionam pela irmandade, coragem, renúncia e patriotismo. O que essas mulheres fizeram e suportaram foram sobre-humanos, ultrapassando os limites impostos pela natureza humana.

Do ponto de vista dos fãs da Segunda Guerra Mundial, pelo teor do conteúdo e embora não seja sobre operações militares, o livro reforça na minha opinião, os esforços de guerra físico e psicológico extraordinários dos russos. A mídia ocidental infelizmente ainda insiste em destacar menos a guerra no leste e enaltecer o front ocidental e o livro de Svetlana Aleksiévitch irá diminuir essa disparidade.

Livro recomendado para quem é fã do conflito e também para os que não se aprofundam, mas que buscam uma publicação de guerra vista de uma perspectiva diferente, sentimental e humana e da sensibilidade feminina.
Krisley 21/12/2016minha estante
Muito boa resenha. Já li o "Vozes de Tchernóbil" e pretendo ler o "A Guerra Não Tem Rosto De Mulher" e "O Fim do Homem Soviético" da mesma autora. Abraço.




inlibriveritas 10/05/2021

Puramente transcritivo
Ah, gente, eu queria muito ter gostado desse livro (e tinha tudo pra gostar), mas realmente não rolou. São quase 400 páginas da autora transcrevendo relatos de mulheres que estiveram na guerra, nas mais diversas posições. Só isso.
?
Especificamente, não gostei do livro por ter pouquíssimas páginas escritas realmente pela autora. É louvável que ela tenha escolhido um tema pouco ou nada abordado pela literatura em geral, e talvez se o livro fosse escrito em outro formato (uma narrativa contanto a história detalhada de uma das mulheres, talvez) eu o teria favoritado.
?
Os relatos são fortes, muito descritivos e cheios de emoção. Pra quem gosta do estilo jornalístico, é uma ótima pedida, mas pra quem prefere histórias mais originais e diretas, é melhor passar longe. Não gostei da experiência, mas pretendo ler outros livros da autora em um momento mais propício.
Alê | @alexandrejjr 12/05/2021minha estante
Ih, Aêgla, alerta de desinteresse: todos os livros dela são nesse formato e estilo...




Katherine.Branco 06/09/2016

Um soco na cara
Sabe aquele livro que arranca seu coração, pisoteia ele e depois coloca de volta ? É esse livro. Relatos de um lado da guerra que não costuma ser contado. Te faz questionar a humanidade e a sociedade. Você lê coisas e uma pergunta fica em sua cabeça- será que mudamos ? Ou será a história corre risco de se repetir? Livro que ao mesmo tempo faz você querer desistir do mundo machista em que vivemos. Mas ao mesmo tempo te faz pensar - se essas mulheres sobreviveram aos horrores que lhes foram impostos, tenho que honrá-las e sobreviver às advertências atuais também.
Tiago675 05/03/2017minha estante
Entristeceu-me muito o fato das mulheres terem vergonha de sua própria heroica história, da censura comunista impedir a publicação deste livro por quase duas décadas e de eu desconhecer a história delas também, logo eu que amo a História da Segunda Guerra.




Whatsername 11/07/2023

"Não pode existir um coração para odiar e outro para amar. O ser humano só tem um, e eu sempre pensava em como salvar o meu coração."
Nathalia547 11/07/2023minha estante
Ele livro é muito bom!!!!




amikaa 08/06/2024

De todas as formas o livro de guerra mais diferente, real e sensível que já li. Leitura densa, relatos reais complexos, o que me fez demorar a concluir, mas cada parágrafo me deixava pensar por horas. Lindo a sua maneira, comovente.
B-Dreamer 08/06/2024minha estante
Sem dúvida esse é o livro que eu indico para todos. Realmente muito pesado, é um relato mais emocionante que o outro. A aversão com a cor vermelha, as histórias de amor que tiveram finais felizes e outras nem tanto. Simplesmente magistral!




Rafael 16/07/2017

Um livro sobre a Guerra de verdade
Uma obra maravilhosa que se divide em partes para contar as diversas histórias verídicas sobre mulheres que participaram da guerra. Do antes até o pós. Extremamente rico. Eu chorei. Um dos poucos livros que mostra a guerra crua. O único defeito é que como os relatos são fatiados muitas vezes para falar em etapas sobre cada assunto, a história fica um pouco cansativa e você se perde entre os nomes dos personagens.
Mas é uma obra maravilhosa! LEIA! É O TIPO DE LIVRO QUE NOS MUDA
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Fellipe 12/07/2017

Excelente leitura!
Ao contrátio dos diversos livros publicados sobre a segunda guerra, sob o ponto de vista masculino, nesta obra a escritora traz relatos femininos sobre a guerra. Os relatos trazem o ponto de vista de mães, esposas, amantes e filhas sobre a guerra. A guerra aqui é vista do ponto de vista feminino e expressa as dores daquelas que estiveram no front e de outras tantas que direta ou indiretamente participaram dessa fase da história. Uma leitura pesada, que toca a alma do leitor. Mas super recomendada!
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