A guerra não tem rosto de mulher

A guerra não tem rosto de mulher Svetlana Aleksiévitch




Resenhas - A Guerra Não Tem Rosto De Mulher


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Luana 04/02/2021

Virou um dos meus preferidos
O livro é a realidade nua e crua, dói bastante ver o quanto de sofrimento uma guerra causa. Ter finalmente um livro com a visão das mulheres é muito importante, recomendo muito a leitura.
Tiago Doreia 04/02/2021minha estante
Minha próxima leitura, tô animado depois de ver tanta gente elogiando


Luana 06/02/2021minha estante
Não vai se arrepender! É muito bom, mas da uma tristeza


Tiago Doreia 07/02/2021minha estante
Já tô na metade dele, realmente tem cenas bem fortes ali. É um livro que faz refletir demais


Luana 07/02/2021minha estante
Dói demais! Tiveram coisas que me impressionaram demais como o fervor pela pátria


Leonardo Balbino 01/03/2021minha estante
Embora a ideia da autora seja realizar um contraponto a maneira tradicional como o tema é tratado esta visão mais humana nos ajuda também a entender a guerra em sua escala macro. O fervor pela pátria que vc comentou explica em parte como uma URSS mais fraca em relação a tecnologias e insumos de guerra consegue fazer frente à Alemanha. Foi minha primeira leitura da autora, achei excelente.


Luana 01/03/2021minha estante
Você leu o vozes de Chernobyl? Tem a mesma pegada?


Leonardo Balbino 02/03/2021minha estante
Ainda não, tá na lista. Parece-me que a estrutura de entrevistas é a mesma e o palco para os que geralmente não são escutados tbm.




Aline Marques 12/02/2019

Na história, qual é o lugar da mulher? [IG @ousejalivros]
Durante o curso da vida escolar (e da literária) conhecemos personalidades históricas que se destacaram por suas façanhas, total incompetência ou por sua sede poder. E dentre tantos nomes, durante dezenas de séculos, quantas mulheres foram reconhecidas pelos seus atos e existência? Quantas puderam usar a própria voz para contar a sua história? E quantas foram silenciadas e esquecidas?

A guerra, por exemplo, não tem rosto de mulher.

É o homem que realiza e narra, morre ou sobrevive, tornando-se herói ou vilão. As mulheres? Essas ficam na retaguarda, ocupando a posição de vítimas, esposas, irmãs, mães e filhas... Curandeiras, professoras, cozinheiras e enfermeiras... Mártires, também. Não soldados, jamais iguais.

"Somos todos prisioneiros de representações e sensação 'masculinas' da guerra. Das palavras 'masculinas'. Já as mulheres estão caladas."

Até não estarem mais e serem ouvidas. Durante a Segunda Guerra, cerca de um milhão de mulheres lutaram no Exército Vermelho para defender tudo o que julgavam correto e, pela primeira vez, gritaram a sua verdade, ofertando seus corações.

E Alexijévich, sem reinvindicar a narrativa para si, compreendendo a importância da franqueza, simplicidade e bravura dos relatos, reúne e reconstrói uma parte essencial da sobrevivência e resistência feminina e da história do mundo.

O peso da realidade nesta leitura crua, dolorosa e essencial delimita a fronteira entre o humano e o desumano e, também, celebra a vida. Ocupe o seu lugar na linha de frente e boa leitura!

TW: estupro, violência, mutilação, infanticídio, depressão e suicídio.
Fernando Lafaiete 13/02/2019minha estante
Acho esse livro muito complicado. Leitura pesadíssima!!


Aline Marques 13/02/2019minha estante
Eu não sei como sobrevivi a ele, Fernando! Não consigo ler nada, há semanas... :(


Fernando Lafaiete 14/02/2019minha estante
Eu achei muito bom... Mas pra mim foi meio torturante.:/


Aline Marques 14/02/2019minha estante
Também achei! Mas precisei respirar MUITAS vezes durante a leitura.
Já leu outros livros dela?


Fernando Lafaiete 14/02/2019minha estante
Ainda não. Este me impactou tanto, que por enquanto não estou preparado emocionalmente para ler outro.


Aline Marques 14/02/2019minha estante
Eu te entendo, Fernando! Tô com o "As Últimas Testemunhas" aqui, mas não tenho nem coragem de olhar pra ele...




Ana Sá 24/07/2021

A guerra tem muito de mulher...
Os relatos deste livro mudaram para sempre a forma como eu vejo as guerras... Este é o meu primeiro contato com Svetlana Aleksiévitch, ganhadora do Nobel, e acho que a minha relação com seus textos não vai parar por aqui.

Devido a apagamentos históricos, a guerra pode até não ter rosto de mulher, mas teve o braço e o espírito forte de muitas delas. O livro nos aproxima de um olhar mais subjetivo da guerra, um olhar aos detalhes e ao cotidiano do campo de batalha. Nos toca naquilo que a História (contada-escrita por homens) geralmente oculta. Desde a agitação dos pássaros num bombardeio aéreo até a mãe-soldado que volta para casa e é chamada de "pai" pelo filho que não mais reconhece uma figura maternal por baixo das vestes e da postura militar... De sutilezas a crueldades, passamos por imagens bélicas até então pouca divulgadas.

Entretanto, apesar de ter gostado da obra, eu entendo as pessoas que acabam desistindo da leitura no meio do caminho. Há uma repetição dos mesmos episódios de violência (violência física, afetiva e psicológica) que é por vezes dura demais ou cansativa demais! Eu persisti porque quis honrar a coragem dessas confissões... Mas não foi fácil. A leitura foi demorada, e a sua digestão também será.

Revolta, orgulho, emoção... Senti um pouco de tudo com "A guerra não tem rosto de mulher".
Ferferferfer 24/07/2021minha estante
Exatamente. Embora esteja na minha lista eu ainda não li esse livro, mas nós, mulheres, aos olhos do patriarcado, geramos a massa trabalhadora. Daí, já viu, né? Sempre bom livros pra repensar.


Paloma 13/12/2022minha estante
Eu gostei demais dessa leitura. Daqueles momentos em que a gente se toca que não tem noção de nada. A experiência dessas mulheres na guerra, o impacto disso na época... Eu não tinha ideia.
Fiquei admirada quando você diz que muita gente abandonou. Pra mim foi uma leitura tão interessante que não conseguia largar.


Paloma 13/12/2022minha estante
Não sei se já assistiu, mas super indico o filme "Uma Mulher Alta" cujo roteiro foi inspirado nesse livro. Ele relata mais a parte da volta das mulheres da guerra.


Ana Sá 13/12/2022minha estante
Paloma, eu me senti igual a você, pasma diante da minha ignorância sobre o tema, por isso já anotei o nome do filme, muito obrigada!!

Então, eu conheço duas pessoas que abandonaram a leitura e vi mais uma pessoa no Skoob cogitando abandonar uma vez, por acharem o livro muito pesado... Não dá negar que é pesado, né, mas acho que o todo compensa... Há passagens que, a meu ver, são mais afetivas do que qualquer outra coisa. Mas entendo sim, tem gente que não consegue encarar esse tipo de proposta, seja em filme, seja em livro... Foi difícil, mas me envolvi muito com todo o conhecimento que a obra me trouxe!


Julinhafox 13/12/2022minha estante
Uma leitura importantíssima! Muito esclarecedora, principalmente a respeito do que aprendemos sobre a História, sobre guerra, sobre olhares, sobre nossas perspectivas e as origens delas..


Carolina.Gomes 19/12/2022minha estante
Amei, Ana!




Alê | @alexandrejjr 30/06/2020

O mosaico das sensações

Os leitores de Svetlana Aleksiévitch estão acostumados à polifonia de vozes, à memória coletiva dos soviéticos por ela extraída. Entretanto, a ganhadora do Nobel de 2015 faz neste trabalho muito mais do que literatura: faz um serviço humanitário.

Em "A guerra não tem rosto de mulher" Svetlana mostra aos leitores o perigo da ignorância. Permito-me aqui fazer um paralelo com o recente e importante discurso da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie e seu "O perigo da história única". A história precisa ser revisitada, esmiuçada sempre que possível. E isto essa ucraniana faz com dedicação incomparável.

Os livros de história geral rotulam a guerra com a bravura e a virilidade masculinas. Uma bobagem sem tamanho. Esses livros esquecem a coragem dos sentimentos. Mas há algo mais grave: os livros ignoram, em sua maioria, as mulheres. Graças aos árduos trabalhos como o de Svetlana, uma rebelde por natureza, nós, homens, podemos aprender com essa ignorância.

A guerra vai muito além de armas, tanques, mortes e intrigas políticas. A guerra que Svetlana busca é a guerra das emoções, dos conflitos internos e humanos. Do que não se mostra visível de cara. Através dos relatos das mulheres soviéticas aqui coletados, conhecemos a raiva, o desejo, o desespero, a descrença, o amor, a redenção. Conhecemos o que importa.

Este é o segundo livro que leio da autora. Senti, não posso mentir, maior dificuldade com seu estilo fragmentado, mas creio que o tema tenha contribuído para o consumo em doses homeopáticas. Livro importantíssimo, uma recomendação sem erro e necessária.
Luana 17/05/2021minha estante
Esse está na minha lista! É o próximo que vou ler!! Espero gostar hahaha


Alê | @alexandrejjr 17/05/2021minha estante
Primeira experiência com a Svetlana, Luana?


Luana 17/05/2021minha estante
Sim! Ganhei esse e mais um monte de livros em uma corrente e tô experimentando novos gêneros ???


Alê | @alexandrejjr 17/05/2021minha estante
Massa, Luana! Espero que goste. É um livro muito particular, contém histórias incríveis, além de ensinar sobre um povo e um período histórico. Uma obra digna de Nobel mesmo. Eu achei esse um pouco mais cansativo que "Vozes de Tchernóbil", mas é um livro de cabeceira, com certeza.


July 25/06/2021minha estante
Dessa autora, li o "Vozes de Tchernóbil" e estou com o "As últimas testemunhas" baixado, mas ainda na fila para ler. Concordo contigo sobre o consumo em doses homeopáticas. É um estilo muito particular de escrita, acaba demandando um jeito peculiar de ler tbm. Apesar das dificuldades, vale muito cada minuto dedicado.




Mih 28/03/2020

Na Guerra Tudo é Negro, Só o Sangue Tem Outra Cor

Nome: A Guerra não tem rosto de Mulher
Autora: Svetlana Aleksiévitch

"Tenho pena de quem vai ler este livro, e também de quem não vai ler"

Conhecia através de um amigo, esse me emprestou o livro e de cara quando li a
sinopse achei a ideia de relatar a Segunda Guerra pela narrativa das mulheres que lutou
intrigante.

Não foi uma leitura fácil, muitas vezes tive que parar para conter e secar as lágrimas, os relatos não são fáceis muito menos agradáveis, são de cortar o coração. Foi uma leitura pesada, normalmente leio um ou dois livros por semana, esse eu demorei quase uma quinzena. A maneira que Svetlana Aleksiévitch narra e copila os depoimentos das veteranas de guerra é incrível.

O livro se desenvolve com uma coletânea de relatos de mulheres soviéticas que
lutaram na guerra, relatos colhidos de maneira intimista. Se você assim como eu também não pensar nas mulheres que lutaram na guerra, Leia esse livro, pois é impossível sair dessa leitura sem que sua visão sobre a guerra seja modificada diante dos relatos dessas mulheres.

"Eu me lembro dos sons da guerra. Ao seu redor tudo troveja, retine e treme por causa do fogo… A alma de uma pessoa envelhece durante a guerra. Depois da guerra, nunca mais fui jovem…"

Outro fato que assusta é a idade das jovens, algumas entre 16/17 anos, muitas enfrentavam suas famílias, fugiam de suas casas e imploravam nos centros de alistamentos para combater, pois não conseguiam ficar de braços cruzados sem defender a sua pátria. Sem ao menos imaginar o que as aguardavam, chegavam com seus violões, em seus vestidos com seus cabelos compridos.

"Bem, então chegamos ao front… O comandante, me lembro como se fosse agora, era o coronel Boródkin, ele nos viu e ficou irritado: me impuseram umas mocinhas. Que ciranda feminina é essa? É um corpo de baile! Isso aqui é guerra, não é um bailezinho. Uma guerra terrível… Claro que nos ofendemos: quem ele acha que éramos? Tínhamos vindo para combater. E ele não nos via como soldados, e sim como mocinhas."

Ao chegar ao front eram despidas de seus atributos femininos, cortavam suas longas tranças, recebiam roupas masculinas inclusive as roupas de baixo, roupas muito maior que seu manequim. Botas que as impossibilitavam de marchar normalmente devido ao tamanho, e que causavam vários ferimentos em seus pés. E o que elas perderam foi sua juventude e inocência.

"Naquele dia continuei tirando os feriados e as armas do campo de batalha. Me arrastei até o último, ele estava com o braço destroçado. Pendurado por uns pedacinhos… pelas veia... coberto de sangue… precisava amputar o braço com urgência para fazer o curativo. Não havia outra maneira. Mas eu não tinha nem faca, nem tesoura. A bolsa chacoalhava tanto que elas tinham caído. O que fazer? Cortei aquela carne com os dentes."

Essas mulheres exerciam a mais variadas funções, franco-atiradora, sapadora,
tanquista, enfermeiras, telefonistas, cozinheiras, lavadeiras.

As mulheres lavadeiras e cozinheiras... que não estavam diretamente no campo
de batalha, mas era tão brutal quanto, cozinhavam e lavavam até a exaustão. Muitos
eram os casos de lavadeiras que perdiam unhas de tanto lavar. Mulheres que manuseavam panelas tão pesadas que no fim se tornavam estérea.

As mulheres que agora relatando já se encontra na casa dos 60/70 anos e relembram o que passou, muitas tem dificuldades já que a maioria não tem o costume de contar, ou ate são inibidas de fazer relatos sobre esse período e outras são contra o relato nu e cru que tira a fachada heroica que muitos pintam da guerra.

Svetlana Aleksiévitch sofreu com a censura imposta sobre a sua obra, por ela relatar o período sem o olhar heroico e romantizado que pintam sobre a guerra e a participação de mulheres na guerra, muito pode se observar em filmes que trazem enfermeiras impecáveis que sempre surgia um romance com algum soldado, totalmente distante da realidade.



"O combate terminou à noite. E de manhã caiu uma neve fresca. Sob ela, os mortos… muitos traziam as mãos erguidas para o alto… para o céu… Pergunte para mim: o que é a felicidade? Eu responderei… talvez seja encontrar, entre os mortos, uma pessoa viva…"

Ao fim da guerra para muitas foi tão doloroso quanto a guerra, pois na guerra elas eram chamadas de irmãzinhas pelos seus colegas, eles as defendiam, algumas até viveram histórias de amor. Porem o fim da guerra as reduzido a nada, elas eram xingadas, era vistas como promiscuas ao andar nas ruas. Os homens preferiam mulheres que não havia passado pelo tormento da guerra, alguém que não os lembravam desse período além do mais as mulheres que lutaram era tidas como antinaturais.

"No começo nos escondíamos, não usávamos nem as medalhas. Os homens usavam, as mulheres não. Os homens eram vencedores, heróis, noivos, a guerra era deles; já para nós, olhavam com outros olhos. Era completamente diferente…vou lhe dizer, tomaram a vitória de nós."

Assim como na guerra o regresso não foi gentil com as mulheres que tiveram que aprender a viver com a solidão pós-guerra. Elas foram caladas, muitas não contavam que foram a guerra pelo preconceito que sofriam, sendo assim a guerra foi contada apenas pelo ponto de vista dos homens, os heróis de guerra, enquanto elas mesmo tendo sido condecoradas escondiam suas medalha por sofrem preconceito, e muitas vezes serem humilhadas.

“Eu ainda penso em uma coisa… Escute só. Quanto tempo durou a guerra? Quatro anos. É muito tempo… não me lembro nem dos pássaros, nem das cores. Claro, isso tudo existia, mas não me lembro. É, pois é. Estranho, não? Nela, tudo é negro. Só o sangue tem outra cor, o sangue é vermelho.”

site: comquallivroeuvou.wixsite.com/website
Daiane.Ramos 05/06/2020minha estante
Incrível e emocionante leitura!


Daniela.Flores 09/06/2020minha estante
Adoreiii, tua descrição foi muito boa, e como a desigualdade entre gêneros é discrepante em relação a quem fez o que, as mulheres lutaram tanto quanto eles e jamais foram reconhecidas como mereciam!


Juliana 02/08/2020minha estante
Eu estou lendo e estou tendo as mesmas sensações que você, descobri a autora pela série Chernobyl e gostei muito do modo como ela escreve e junta os relatos, escreve com o coração, sentimentos e alma. A cada página paro um pouco e respiro, não é uma leitura fácil porque é tudo real, sem aquela glória contada nos livros e documentarios. Oque mais gosto desse app é isso, poder compartilhar nossas impressoes e leituras como um clube do livro online


Lya 30/01/2021minha estante
desculpa a pergunta... mas o que te fez pensar que mulheres não lutaram na guerra antes da leitura do livro?


Tais 17/07/2021minha estante
TUDO É NEGRO ??????
????




Núbia Cortinhas 31/12/2022

Impactante,comovente. Livro indispensável sobre a 2G.Mundial
Svetlana Aleksiévitch é jornalista e escritora. Nasceu na Ucrânia e possui uma escrita única e emocionante produzida a partir da pesquisa de fatos reais. Ganhou em 2015 o Nobel de Literatura e é um dos ícones da Literatura Russa Contemporânea.

   "A Guerra Não Tem Rosto de Mulher" é uma verdadeira obra prima. Neste livro não haverá pormenores sobre as batalhas ou de fatos históricos, não. Este livro é na sua maior parte de relatos das mulheres que dotadas de um enorme patriotismo, amor a sua terra, a sua Pátria, decidiram ir para os campos de batalha voluntariamente.
   A maioria não quis ir como enfermeira ou para exercer funções burocráticas. Elas quiseram ir para os fronts, para as linhas de combate, elas queriam dar tiro.

   Muitas se destacaram pela bravura. Aterrorizaram o inimigo com os seus aviões como as Bruxas da Noite, muitas foram snipers, franco-atiradoras  temidas; desempenharam tarefas árduas e pesadas.
   Aguentaram climas e situações inóspitas e hostis, sobreviveram aos piores momentos. Viram a crueldade de perto, assim como viram brotar a solidariedade tanto com os civis, como entre os colegas de farda, e também com o inimigo.
   A guerra é cheia de contrastes! A guerra faz o ser humano colocar para fora o seu lado mais cruel e também o que há de melhor e nobre em nós, mesmo no caos.

   Esse livro mexeu comigo! Me emocionei demais, demais.
   Como não chorar diante de relatos pessoais? Como criticar um livro de experiências vividas tão dolorosa e traumaticamente? Esse livro é um registro histórico. Já li muita ficção pesada, cruel, mas nenhuma foi ou será mais cruel dos que os fatos registrados aqui, pois tudo foi real.
   Essa compilação histórica me tocou em vários aspectos. Me fez refletir muito. Por exemplo, como é possível explicar que mulheres que foram verdadeiras heroínas nos fronts possam ter sofrido humilhações e discriminação ao regressarem aos seus vilarejos?... A ignorância assim como as armas também machuca, também mata.

   Esse livro memorável é de uma leitura pesada, comovente mas extremamente necessária. Pude refletir até que ponto sou capaz de dar minha vida ao meu País, ou será que eu também teria tal coragem, garra e determinação dessas mulheres voluntárias que doaram as suas vidas, outras sobreviveram e voltaram cheias de sequelas psicológicas, doentes ou mutiladas? Tudo isso para garantir a  preciosa paz e liberdade dos filhos e das gerações futuras. Essas mulheres foram, sem dúvida, um exemplo!
E aplaudo a Svetlana por ter imortalizado esses depoimentos e agradeço à Editora Companhia das Letras por ter publicado esse tesouro histórico.
mpettrus 03/01/2023minha estante
?A guerra faz o ser humano colocar para fora o seu lado mais cruel e também o que há de melhor e nobre em nós, mesmo no caos?.

Esse trecho da sua resenha foi poderoso. Me fez ficar pensativo.

Sempre tive curiosidade de ler esse livro da Svetlana. Mas ainda não surgiu oportunidade para ler. Mas agora depois de ler sua resenha (incrível ???), eu vou ler esse livro custe o que custar!
????


Núbia Cortinhas 04/01/2023minha estante
Ahhh!! Muito obrigada!! Ganhei meu dia!!
Quando puder leia sim, esse livro muda o nosso olhar diante dos pequenos detalhes da vida, a gente passa a valorizar mais o ser humano, os animais, cada momento de paz. De uma hora para outra tudo pode mudar...


GiSB 04/02/2023minha estante
Primorosa resenha. Parabéns. Já vem de algum tempo que quero ler a escrita de Svetlana. Comprei o livro dela sobre chernobil, mas achei esse livro sobre mulheres na guerra também muito interessante e logo depois descobri que a autora é ganhadora do Nobel de literatura, então comprei também o a Guerra não tem rosto de mulher. Tenho de tirar um tempo pra ler ambos, mas a leitura de svetlana está no meu radar. Novamente, parabéns pela resenha. Explicativa e instigadora, ela leva o leigo a saber sobre a obra e deixa um gostinho pela leitura do livro.


Núbia Cortinhas 21/02/2023minha estante
Muito obrigada, Giovani. Esse livro é muito emocionante e nos apresentará uma outra faceta da Guerra, vale a pena lê-lo.




Rafa 09/04/2022

Sobrestimado
A premissa do livro é sensacional. Embora entregue passagens emocionantes, a autora atulhou a obra com relatos idênticos. Com isso, a leitura fica muito cansativa. Na minha opinião, seria mais favorável se aprofundar e concentrar nas melhores memórias.
Alê | @alexandrejjr 10/04/2022minha estante
Também acho esse livro cansativo. Vale pela relevância histórica. "Vozes de Tchernóbil" é superior, na minha experiência, claro.


Rafa 10/04/2022minha estante
Exatamente. Não se discute a importância da obra. ?Vozes De Tchernóbil? já tá na minha lista rs. Sobre o mesmo episódio histórico, eu adorei a minissérie da HBO.


Danilo Parente 13/04/2022minha estante
O que tu descreveu foi a minha sensação ao ler Vozes de Tchernóbil. Nesse daí não achei o mesmo, embora no começo tenha sido um pouco cansativo kkkk Talvez tenha sido por causa do momento que fiz a leitura.




DEA 03/02/2024

É difícil de falar sobre esse livro. Todos sabemos a importância de sempre lembrarmos os horrores que seres humanos "racionais e inteligentes" são capazes de cometer em períodos de guerra. É necessário lembrarmos para não repeti-los.
Mas esse livro é tão denso, tão pesado, que chega a ser surreal imaginar que isso aconteceu.
É realmente muito impactante.

Esse livro, assim como o anterior, que fala das crianças, também traz relatos porém neste caso são das mulheres que participaram da Segunda Guerra, exclusivamente as russas.
E é falado muito pouco sobre isso, leio frequentemente livros sobre a Guerra ou vejo filmes e documentários e em geral quando tem mulheres são representadas como enfermeiras ou espiãs.
No entanto as mulheres participaram da guerra ativamente e principalmente na Rússia e detalhe importante, na maioria das vezes voluntariamente, inclusive insistindo ou às vezes até suplicando. Elas tinham um forte desejo de defender a pátria, sua terra, pois eram ensinadas sobre isso desde crianças.

É um livro que vale muito a pena para quem não conhece muitos detalhes sobre a Segunda Guerra e principalmente sobre essa participação muito importante e especial das mulheres.

"... na guerra, o ser humano se torna terrível e inconcebível. Como entendê-lo?"

"Quantos anos serão necessários para reconstruir tudo isso?' A guerra mata o tempo, o precioso tempo humano."

"Pergunte para mim: o que é a felicidade?
Eu responderei... Talvez seja encontrar, entre os mortos, uma pessoa viva..."

"Como explicar a guerra a uma criança? Como explicar a morte? É responder à pergunta: por que lá matam? Matam até pequenos, como ela."

"Pergunta de Dostoiévski: 'o quanto há de humano no ser humano, e como proteger esse humano em si?'
Sem dúvida, o mal é tentador. Ele é mais hábil do que o bem. Mais atraente. Mergulho cada vez mais fundo no infinito mundo da guerra, todo o resto perde um pouco das cores, torna-se mais comum do que o comum. Um mundo grandioso e feroz.
Entendo agora a solidão da pessoa que volta de lá. É como se viesse de outro planeta ou do além. Ela tem o conhecimento de algo que os outros não têm, e só é possível conquistá-lo ali, perto da morte."
Brícia 24/02/2024minha estante
Misericórdia ?


DEA 24/02/2024minha estante
Esse livro foi bem difícil de ler ?


Brícia 26/02/2024minha estante
Eu imagino... ?




Nirley 29/12/2020

Eu estou chorando até agora...
Esse livro é PERFEITO, e eu acredito que todos os seres humanos deveriam ler e reler esse livro!
Essa preciosidade, passou a ser meu livro de cabeceira.
_Tá_no_livro_ 30/12/2020minha estante
Esse livro já estava na minha lista de desejos. Mas depois de ver suas palavras, fiquei com mais vontade de ler, acho até que ele vai subir para o topo da lista. ??????????


Nirley 30/12/2020minha estante
Leia, você não vai se arrepender...


_Tá_no_livro_ 30/12/2020minha estante
??




Myréia 12/05/2022

Elas se ofereceram para lutar, e ainda eram impugnadas.
"Tenho pena de quem vai ler esse livro, e também de quem não vai ler..."

Esse trecho de um dos relatos, resume meu sentimento por esse livro. Nem em um dos piores filmes de terror que assisti, continham cenas tão horrendas, eu nunca vou voltar a pensar na guerra somente com mortes de homens, armas, e bombas... Tudo queima e morre, animais, floresta, vilas inteiras. A vida toda, tinha escutando que as mulheres foram a guerra quando não havia mais homens, que falácia, elas se ofereciam, alguns não recebiam apoio da família, boa parte eram jovens de 17, 18 anos. E descobri que a participação das mulheres não se resumiu a assistência médica, ou trabalhos na cozinha, enviando cartas, muitas delas foram para o front, mataram, resgataram pessoas, morreram...

No entanto, mesmo que o trabalho dessas mulheres tivesse se resumido aos serviços banais, elas foram e presenciaram a brutalidade da guerra, o pior da humanidade. E eu não sabia, eu não sentia, o livro faz você sentir, são relatos curtos, mas com muita carga emocional. Fala sobre as duas guerras, a que as mulheres enfrentavam contra os Alemãs, e dentro dos pelotões, como a falta de roupa, botas no número adequado, não tinham higiene na menstruação (algumas deixaram de menstruar), "a guerra foi feita por homens, para homens", além da tentativa de -desfeminilizar- não usar brincos, os cabelos eram raspandos, em alguns casos, usavam cuecas, qualquer ato de vaidade, e comportamentos tidos como feminino, era repreendidos, deveriam virar SOLDADOS. Ao fim da guerra, os homens que muitos vezes se preocupavam com elas, receberam os títulos de heróis, e elas os títulos de p$t@s de guerra, vindo em sua maioria de esposas de soldados... E claro que mulheres receberam medalhas, mas o sentimento da população, até hoje, não é de admiração por elas.
Me emocionei, e recomendo... mas com pena.
almeidalewis 12/05/2022minha estante
?????


Kássio Meniglim 13/05/2022minha estante
Resenha ????


Alberto.Tisbita 14/05/2022minha estante
Bela resenha!




Fernando Lafaiete 08/07/2018

A Guerra Não Tem Rosto de Mulher: A Realidade que nos deprime e nos faz pensar!
**Projeto leituras conjuntas**

Tema do ano: Representatividade e problemas sociais na literatura.

Livro 4: A Guerra Não Tem Rosto de Mulher - Mês: Junho

Próximo livro do projeto: Passarinha (fica o convite para lerem e debaterem no final do mês com a gente através dos comentários da resenha que eu postar)

***NÃO contêm spoiler****
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Por onde começar? O que escrever sobre minha experiência com esta obra? A indico? Foi uma leitura rápida?

Muito difícil escrever uma resenha sobre este livro. É sem sombras de dúvidas uma das leituras mais difíceis que já fiz na vida. Svetlana Aleksiévitch fez algo incrível..., ela resolveu reunir um compilado de relatos de mulheres que estiveram na Guerra. Mulheres essas que foram esquecidas por quem durante anos escreveu o que encontramos hoje em dia nos registros históricos. Levando em consideração que vivemos em um mundo machista, nada surpreendente em relação a esta informação.

É uma leitura incômoda, dolorosa e que nos faz pensar sobre a crueldade humana. Os relatos me tocaram de maneira tão profunda que muitas vezes ficava sem saber como agir. Me impactou tanto que nem tive forças para chorar. As páginas se arrastaram e é tanta dor acumulada que em vários momentos cheguei a ficar cansado de tanta desgraça e sofrimento.

“Estou escrevendo uma história dos sentimentos... Uma história de alma... Não é a história da guerra ou do Estado, e não é a hagiografia dos heróis, mas a história do pequeno ser humano arrancado da vida comum e jogado na profundeza de um acontecimento enorme. Na grande História. ”

A autora nos mostra através dessas dolorosas memórias que a Guerra tirava dessas mulheres o que as caracterizavam como tais, suas identidades de gênero. Passavam a não ser mais vistas como mulheres nem por elas e nem pela sociedade que faziam parte. Um fato revoltante que nos mostra também a ingratidão de um país que tanto precisou destas guerreiras.

Este livro me abalou emocionalmente em um nível que raramente acontece. Realmente não tenho emocional para tanto sofrimento.

“O mais difícil de aguentar, para mim, eram as amputações... Várias vezes faziam umas amputações tão altas que cortavam a perna, e eu mal conseguia segurá-la para pôr na bacia. Lembro que eram muito pesadas. Você pega quietinha, para que o ferido não escute, e leva como se fosse uma criança.... Uma criança pequena.... Especialmente se a amputação é alta, longe do joelho. Eu não conseguia me acostumar. Os feridos selados gemiam ou diziam palavrões. Palavrões cabeludos. Eu estava sempre coberta de sangue... Cor de cereja.... Escuro...
Não escrevia sobre nada disso para a minha mãe. Escrevia que estava tudo bem, que estava bem agasalhada, bem calçada. Ela tinha mandado três para o front, era difícil para ela...” ( Maria Seliviôrstovna Bojok, enfermeira)

Aleksiévitch nos mostra um outro lado da guerra. Ela nos mostra outros níveis de sofrimentos. Ela nos mostra que mesmo em um ambiente tóxico como a guerra é possível haver compaixão. Ela nos mostra que nenhum lado é pequeno se comparado com o outro. Mulheres estiveram na guerra..., elas participaram, elas morreram, elas sobreviveram e elas precisam ser ouvidas. É uma realidade que nos deprime, mas que precisa ser encarada.

“[...] tudo é ainda mais incompreensível, menos previsível do que na história. Tenho diante de mim lágrimas vivas, sentimentos vivos. Uma fase viva, humana, pela qual passam sombras de cor e medo durante a conversa. Às vezes até se insinua a ideia subversiva de uma quase imperceptível beleza do sofrimento humano. E então me assusto comigo mesma...
O caminho é um só: amar o ser humano. Compreendê-lo pelo amor. ”
Lãine Dual 08/07/2018minha estante
Finalizando a leitura, gosto muito deste tipo de literatura não ficção, me apaixonei pelo livro quando vi resenhas.
Diria que são pílulas amargas, com gosto de morte, é impressionante como a escrita consegue ser ao mesmo tempo sensível e angustiante. Demorou se demais escrever sobre essas heroínas.
Um livro denso, verdadeiro, envolvente. Toca na alma da gente de uma força tão pesada, que não consigo dimensionar a dor dessas mulheres.


Fernando Lafaiete 08/07/2018minha estante
Pis é Lãine, eu fiquei sem chão com essa leitura. Não indico para quem não está bem emocionalmente. Eu não tenho um emocional muito bom e exatamente por isso precisei fazer diversas paradas durante a leitura. Este livro não tem um momento de alívio. Ele é tenso do começo ao fim. Eu achei que fosse chorar lendo, mas fiquei tão amortecido que nem isso fui capaz de fazer. :/




Barbara Hellen 26/04/2020

@cactosliterarios
Não sei como a jornalista Svetlana Aleksiévitch, autora de "A guerra não tem rosto de mulher”, conseguiu ouvir as histórias de sofrimento de algumas das mulheres que lutaram na Segunda Guerra Mundial. Me questiono se, como jornalista, conseguiria. Pois ler o livro foi suficiente para me entristecer. É muito pesado tudo que essas mulheres – e não só elas – viveram durante a guerra. É muito triste ter que digerir que suas histórias foram ignoradas por tanto tempo. Que elas foram silenciadas por tanto tempo...
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Ao pensar em qualquer guerra, não pensamos na participação das mulheres. De fato, a guerra tem um rosto masculino. Mas elas não eram só enfermeiras, cozinheiras e lavadeiras. Eram francoatiradoras, controladoras de tráfico, fuzileiras... Estavam tão presentes no front quanto todos os homens. Mesmo sendo mulheres, entretanto, eram tratadas como homens. Perdiam sua feminilidade , ignoravam sua natureza de mulher para viver uma guerra que não estava preparada para recebe-las. Em uma guerra que, depois da vitória, esqueceu a participação dessas meninas.
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Esse livro tem um valor histórico incalculável, pois mostra um lado inédito dessa história, muito diferente do que tinha lido até então. Porém, no final o sentimento é o mesmo. Quando falamos de guerra, ninguém nunca sai vitorioso

site: www.instagram.com/cactosliterarios
Vendetill 26/04/2020minha estante
Svetlana Aleksiévitch, é uma jornalista incrível! Li vozes de tchernóbil chorando com cada relato, ela é muita profunda e esclarecedora na sua escrita.


Barbara Hellen 26/04/2020minha estante
Tenho muita vontade de ler outros dela... São super fortes, mas são relatos mais que importantes!




Isa 05/04/2023

Historiografia dos sentimentos e a dor de falar
Laureada com o prêmio Nobel de Literatura em 2015, a escritora e jornalista natural da Ucrânia, Svetlana Aleksiévitch, 74, publicou "A guerra não tem rosto de mulher" em 1985. No Brasil, a obra foi publicada pela Companhia das Letras em 2016 com tradução direta do russo por Cecília Rosas.

Aleksiévitch, através de seu estilo jornalístico investigativo, reuniu diversos relatos que descrevem em primeira pessoa a experiência da participação das mulheres russas durante a Segunda Guerra Mundial, desde franco atiradoras, telefonistas, cozinheiras à partisans e soldadas da artilharia antiaérea. A escolha narrativa da autora não só abre margem para as vítimas conduzirem livremente seus relatos, como também permite a autora se posicionar como um espelho, ou seja, Svetlana, ao iniciar sua jornada, não buscava um objeto de análise específico, mas sim apenas ouvir, coletar e fazer ecoar os milhares de relatos, dores e experiências vividas por diversas mulheres. O espaço criado por Svetlana ao se posicionar como ouvinte, possibilitou, muitas vezes pela primeira vez, a oportunidade dessas mulheres derramarem suas angústias, dando vazão a afetos, até então, sem relevância social. É admirável como a autora consegue transpor a força dos relatos ouvidos, através do uso das reticências ao longo da narrativa, Svetlana permite a interpretação também dos silêncios, das ausências e das pausas, abrindo espaço para o não-dito. Como uma costureira, a autora selecionou dentre as milhares de histórias ouvidas e cartas lidas, quais iriam compor sua obra, os relatos foram unidos através de semelhanças e pontos de consonância, dividindo o livro em pequenos capítulos. 

Apesar da obra ser marcada por relatos unicamente de mulheres que compuseram o Exército Vermelho, é difícil sintetizar seu objetivo final. Acredito que a autora tenta nos mostrar todas as contradições da guerra e de uma pátria, na qual certamente não teria saído vitoriosa sem a participação fundamental das mulheres. Svetlana, com a publicação de seu livro, desmantela a ideia de que a guerra é composta apenas por homens empunhando suas armas na linha de frente, nos mostrando outra face do prisma. As cozinheiras que passaram horas a fio cozinhando sob temperaturas extenuantes até a fadiga, costureiras que remendavam peças até o colapso físico até as soldadas que tiveram que enfrentar a violência de gênero para compor a linha de frente. Cozinheiras, telefonistas, donas de casa, atiradoras, guerrilheiras; boas, mas nunca suficientes.

Apesar de tudo, senti falta de mais costuras entre os relatos, em muitos momentos a leitura pode se tornar maçante e repetitiva, ainda mais por se tratar de temáticas violentas. Contudo, o trabalho de Svetlana é marcado pelo caráter atemporal, na qual conseguiu a proeza em unir o trabalho de uma historiadora, arqueóloga e de escritora em um só tempo, firmando a importância de rememorar o passado para vislumbrar a possibilidade de um novo futuro. Reiterando a fala de uma das vítimas: "(...) é terrível lembrar, mas é mais terrível ainda não lembrar"
Fernando492 05/04/2023minha estante
Tive as mesmas impressões!


Isabela.Cavalcanti 07/04/2023minha estante
Muito boa a resenha




Italo306 06/03/2021

Estamos cansados de ver o front da Segunda Guerra Mundial pelo ponto de vista dos aliados e sempre me perguntei como os Soviéticos lutaram essa guerra? Vivia procurando um livro ou filme sobre o assunto. Não esperava me deparar com uma obra tão dolorosa e tão humana!

"Tudo o que sabemos da guerra conhecemos por uma voz masculina. Somos todos prisioneiros de sensações e representações masculinas da guerra". Foi com esse pensamento, que Svetlana Alexievich (laureada pelo Nobel em 2015) se propôs a escrever sobre a guerra: sob a óptica feminina, mostrar os cheiros, cores, sabores e sensações que as mulheres vivenciaram na guerra.

Se trata de um jornalismo literário ímpar, mesclando os relatos orais dos sobreviventes e as perspectivas da própria autora, que vai costurando tudo como uma colcha de retalhos, que culmina numa magnífica obra literária.

Mas o que as mulheres faziam na guerra? Tudo! As mulheres foram não só as sobreviventes das vilas que foram privadas de seus homens, como foram cozinheiras, enfermeiras, técnicas, soldados, pilotos, fuzileiras, sapadoras e membros dos Partizans (guerrilha civil que enfrentava a invasão alemã).

Os relatos tocam a alma e são dotados de ternura e horror na mesma medida: crianças sacrificadas, afogadas, pessoas despedaçadas e outros crimes hediondos dividem as páginas com histórias de amor e preocupações efêmeras que dão sabor a vida: como está meu uniforme? Meu cabelo está bonito para morrer? Onde está aquela lembrancinha que alguém me deu antes de morrer?

O foco é no mundo feminino, mas o impacto da obra transcende gêneros e toca no fundo do âmago humano. Aquelas pessoas que só queriam viver suas vidas, foram impelidas ao horror tanto pelos invasores alemães como pelo próprio regime soviético e o que resulta disso tudo é só uma tremenda vontade de existir.

O mundo feminino é muito diverso do nosso e isso resulta numa guerra completamente diferente, são necessários mais relatos assim para entendermos um pouco mais da plenitude do ser humano, como outros grupos veem e encaram um mesmo evento? As pessoas não só não veem as mesmas coisas como experimentam universos completamente diferentes uns dos outros.

O que fica da obra é a beleza dos pequenos momentos, é o olhar para o céu em meio a um bombardeio e sentir falta do canto dos pássaros!
Márcia 09/03/2021minha estante
Excelente resenha! Parabéns!??????


Italo306 09/03/2021minha estante
:) brigado




Lara Moreira 11/03/2017

Bordado de sangue

Sob a perspectiva que ninguém aborda, uma história construída a partir de relatos de mulheres que viveram e lutaram na Segunda Guerra Mundial. Desde o início, esse livro me tocou pela sensibilidade e emoção em cada fragmento, como se fosse um bordado de tristezas e sangue. Há uma beleza vivida por cada voz e ao mesmo tempo há muito sofrimento. Diferem das histórias sobre guerras, pois a visão feminina tem um detalhamento que encanta e arranca lágrimas ao longo do livro. Não fala sobre estratégias de guerra, nem de patriotismo para enaltecer governantes e ou homens combatentes. Expõe o que por muitos anos essas mulheres guardaram e foram oprimidas, silenciadas. Tive que parar diversas vezes, por se fraca, por não conseguir fluir a leitura, por me pegar chorando descontroladamente nos fragmentos. Os textos são fortes, com uma carga de humanização e reflexão sobre a vida, que passam por cima de todo o machismo e preconceitos vividos por serem mulheres e estarem como soldados na guerra. Não foram poucos. Nunca tinha pensado sobre esse assunto, como seriam essas mulheres, que cargos ocupavam, como chegavam nesses cargos, como a guerra interrompia suas vidas, as perdas e diversas sequelas físicas e, principalmente, psicológicas, os maus tratos e a vontade de viver...Viver e buscar liberdade numa batalha de ideologias, na qual dizimou gravemente a sensibilidade humana.
Sergio330 03/05/2018minha estante
Muito boa sua narrativa sobre o livro . Simples , direta e carregada da sua emoção por tê-lo lido.


Alê | @alexandrejjr 30/06/2020minha estante
Muito bonita a tua resenha, Lara. Aliás, achei incrível o título.




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