Cley 29/10/2021Tom Ripley é um homem que fugiu de seu lar disfuncional e foi parar em Manhattan, onde lá dava pequenos golpes e sempre se safara. Parece que a sorte finalmente olhou para ele, pois quando estava em um bar, um famoso rico industrial o faz uma proposta: convencer seu filho, Dickie Greenleaf, de volta para casa, pois o mesmo está na Itália e não pensa em voltar. Tom vê uma forma de escapar de onde está e também por considerar um trabalho fácil. Mas, ao chegar na Itália, Tom se encanta pela vida do playboy, pelo seu estilo de vida e não quer apenas sua vida, mas ser Dickie Greenleaf.
"Os riscos são o que tornam as coisas divertidas."
Publicado originalmente em 1955, a série Tom Ripley é composta por cinco volumes que conta a trajetória de um dos sociopatas mais famosos da literatura. Patricia Highsmith construiu o Tom de forma que possamos perceber como é a mente de uma pessoa que trabalha em benefício próprio, sejam quais forem as consequências.
O enredo ganha força lentamente, e os primeiros momentos podem causar estranheza e ausência de acontecimentos. Tom é um personagem enigmático, com um passado mais enigmático ainda e que pode ou foi trabalhado nos volumes posteriores.
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Os personagens secundários são importantes, mas não vi construção precisa em cada um deles, o centro é o Tom e seus pensamentos que oscilam entre fazer o que é certo e o que não é de acordo com sua consciência perturbada.
A linguagem da Patricia traz nuances e cria um diálogo particular com quem lê a obra, afinal, vale a pena os riscos?
"O talentoso Ripley" teve seus altos e baixos para mim, mas é inegável que o Ripley é realmente bom no que faz, mesmo que esse bom seja controverso.
Às vezes nem Ripley acredita na sorte que tem, como pode cometer crimes e ficar impune? Ao menos por enquanto.
"O mundo por acaso é justo ao pagar méritos e deméritos? O mundo acaso fora justo com ele?"