Luiza 07/02/2015But I love you so much I wish I were youTom Ripley era um trambiqueiro que vivia em New York e é pago por um milionário para ir à Itália convencer seu filho a voltar para os EUA, já que supostamente os dois eram "amigos". Ripley, na verdade, conhecia-o vagamente e aceitou só para fugir da cidade que considerava um pesadelo e ter férias de graça.
Já na Itália, ele reencontra Dickie, que vive numa cidadezinha com sua amiga Marge, e os dois criam um laço... Forte para Tom, pelo menos. Marge detesta-o e sempre alertou Dickie contra o americano, e aos poucos, ele vai notando o que Marge quer dizer: Tom é problema.
Os sentimentos desenvolvidos por Tom para com Ripley são claramente uma paixão, mesmo que ele não note ou admita isso, e vê-lo se afastando o faz entrar em desespero. Ele não podia deixar Dickie fugir, e no melhor exemplo de "se eu não posso tê-lo, ninguém pode", Dickie é morto.
A narrativa é interessante, mas o ponto forte do livro é a história. Primeiro, não há heróis, e todos os personagens são, da sua forma, detestáveis. Depois, Tom Ripley é um personagem interessante e complexo. Ele não se apaixona por Dickie só sexualmente: ele se apaixona por quem ele é, pela sua vida, seus dinheiro, suas coisas... Tom chega ao ponto de desejar ser Dickie e de tirar um prazer inexplicável disso.
Por fim, mesmo o livro seja narrado através de Tom, é impossível torcer por ele. Apesar de, na sua mente, tudo ser justificável, ele é logo de cara um personagem doentio. E talvez esse seja o ponto mais forte do livro.