Igor.Costa 06/08/2023
É preciso manter viva a história
Por mais degradante, perversa, macabra, ou quaisquer outros adjetivos que venham a descrever a história, é preciso mantê-la viva para que jamais nos esqueçamos das atrocidades que somos capazes de cometer.
O ser humano não evolui simplesmente por que o tempo passou, nossos avanços precisam ser registrados. Somos capazes de repetir tudo mais uma vez caso não estejamos cientes das implicações.
Todos os registros à cerca das torturas nos ensinou que essa prática destrói os envolvidos. O livro é extremamente doloroso, e demonstra mais uma vez que ao fechar os olhos para a história somos capazes de repetir o que se tem de pior. Como Marx no século XIX analisava que a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa, seguimos nesse ciclo de desespero.
Sob a égide das farsas das políticas estadunidenses, principalmente no que se refere à política externa, nos fizemos passar por mais um período humilhante, deletério dos seres humanos.
Estamos em 2023, mas tentamos renascer em 1988, e fomos mal paridos. Não fomos capazes ainda de nos livrarmos de todas as desgraças produzidas nos 21 anos de Ditadura Empresarial Militar instituída no Brasil pelo golpe Militar de 1964 com financiamento e operação de apoio dos Estados Unidos. Criamos verdadeiros monstros ao aderirmos à monstros imaginários estadunidenses. Realizamos atrocidades e não fomos capazes de entender, responsabilizar os culpados, e adotar políticas educacionais para evitar repetir.
Cada mulher ou homem exposto nesse livro às mais diversas torturas, representa o sofrimento de toda a humanidade.
A leitura precisa ser atenta, ela é visceral, mas necessária. Entender que ainda que de um criminoso torturado se extraía a verdade, o mérito é da violência não da inteligência. Mas que fique claro, nem mesmo um criminoso deve receberão tratamento, pois ali está um ser humano, há uma história naquela pessoa e deve ser considerada. Ao se aventurar na desgraça da tortura, torna-se o torturador um criminoso.