Nicole 02/03/2022Um clássico leveEu tinha expectativas maiores a respeito desse livro, mas foi uma boa leitura.
É um escrito bem leve e talvez um pouco infantil. Não tem muita profundidade, mas a narrativa consegue ser interessante e trazer uma bagagem histórica e cultural relevante.
É atrativo para a história a narrativa ser do ponto de vista do animal, pois assim podemos nos conectar mais com as emoções do cachorro Buck e sentir mais empatia pela sua jornada.
Como o livro foi publicado em 1903, já conta com mais de 100 anos da primeira edição. Por esse motivo, é notável a diferente relação dos cachorros e humanos em comparação com os dias de hoje. A antropomorfização dos animais de estimação é um fato que nos faz termos um vínculo muito mais próximo e intenso com os bichinhos nos dias de hoje, então a leitura pode nos ser sofrida justamente por essa diferenciação no tratamento recebido por eles.
Os acontecimentos são sofridos em diversos pontos que tiveram a intenção de ser - como nas surras por crueldade que o personagem recebe. Já em outros momentos, percebi que a disciplinação do Buck deveria ser vista como algo com potencial positivo na época da escrita, mas nos dias de hoje é difícil não se comover com essas partes também. É um fato que nos relacionamos com os pets de uma maneira muito diferente atualmente.
Eu gostei da história como um todo, e achei que ela trouxe uma bagagem cultural interessante sobre a corrida do ouro e a vida dos cães de trenó, que eram temas que eu nunca havia tido contato. Por outro lado, em alguns momentos me entediei pois a história não é lá muito profunda e o protagonista é soberbo, o que me fez não gostar tanto dele em diversos momentos.