Resenhas - O olho mais azul

Nathy 21/02/2024

Uma vida apagada
Um dos livros mais tristes que li na minha vida! A síntese de toda a miséria de vidas desprezadas, marginalizadas e completamente desumanizadas. Muito cruel observar que para alguns, nada de bom há de acontecer.

Artemis 21/02/2024

"Toda noite, sem falta, ela rezava para ter olhos azuis."
Como pode uma autora ser tão fantástica a ponto de escrever um livro de duzentas páginas com a densidade de um calhamaço? Os personagens, são todos tão humanos que assusta,eu tinha ouvido falar de Toni Morrison como uma grande autora americana mas só lendo sua obra para entender a magnitude da escrita,O Olho mais azul é como uma poesia crua que entende todas as sombras e nuances presentes na vida,no sofrimento e nos prazeres,é um livro que pulsa e que tem vida própria,além de ser absurdamente imersivo,estou fascinada pela autora e quero ler muitos livros dela.

gbrlafonso 20/02/2024

A cruel definição do padrão de beleza ocidental
Toni Morrison é - sem dúvidas - um dos maiores presentes que a humanidade recebeu. Ela consegue abordar em suas obras a realidade do preconceito racial que está nas sutilezas. Neste livro, você conhece a história de Pecola, uma menina negra que tem que lidar com o sentimento de não se adequar a um estereótipo do padrão de beleza ocidental. Em paralelo, você conhece as pessoas que a cercam e uma sucessão de eventos que tornam a vida dos afro-americanos tão difícil.

Crescer com as máculas do período da escravidão e os resultados de gerações e gerações de sofrimento é incomensurável para o branco. Faça um favor a si e leia essa mulher maravilhosa.

Dalila.Almeida 16/02/2024

Livro de conteúdo sensível
Pela primeira vez, li um livro que achei tão pesado que tinha momentos que eu tinha vontade de deixar pra lá e não retomar a leitura. Tem diversas cenas que embrulham o estômago, provocam asco. Uma estória muito tocante, com um final tão...
A menina negra que queria ter olhos azuis é a menor ponta de iceberg que eu já me deparei na minha vida de leitora.

Raíssa Robles 14/02/2024

Doloroso e necessário. Muito forte e infelizmente real os fatos narrados sobre a vida de uma menina negra chamada Pecola. Instiga reflexões sobre diversos assuntos que escolhemos não olhar ou falar sobre.

Daiane.Dalmoro 13/02/2024

Chocante
Gostei da abordagem da escritora, trazendo a história narrada de todos os personagens e ao mesmo tempo tecendo a história como um todo.

Josiane Gonzaga 12/02/2024

O olho mais azul
É a história de Pecola, uma menina negra que sonha em ter olhos azuis.

O livro é rápido de ler, apesar de capítulos longos, que são basicamente, divididos entre as quatro estações do ano.
É uma história de apertar o coração, lançado em 1970, focando na diferença entre brancos e negros, e, principalmente, dentro deste último, a diferença de status entre tons de pele escura.
A obra abrange as influências na infância da época, como atrizes mirins e bonecas brancas de olhos claros e o impacto disso nas vida de crianças negras.
Eu achei algumas partes confusas, mas nada que mude o entendimento no final, mas isso me fez tirar estrelas. A autora é bem detalhista e conta muito bem a história dos pais de Pecola, assim como o da menina pelos olhos de uma criança, colega de bairro.

Vale a pena ler, abre os horizontes por incomodar.

Karina Greco 12/02/2024

A destruição da autoestima
"... como algo tão grotesco quanto a demonização de uma raça inteira podia criar raízes dentro do membro mais delicado da sociedade: uma criança; do membro mais vulnerável: a mulher."

O texto de Morrison é de uma crueza - no bom sentido - que jorra realidade na gente sem dó. A exposição da crueldade na destruição premeditada da autoestima de toda uma raça, por centenas e centenas de anos. Carregada na cultura, ditada sem questionamento às crianças e repetida sem desconfiança por todos nós.

Como pode a gente simplesmente repetir os mesmos erros...? Perpetuar a ideia do branco apenas (e de seus olhos azuis) como belo? Como limpo...

Um livro forte, que não se preocupa em falar com meias palavras. Sem medo de expor o que está tão claro, mas que às vezes receamos colocar pra fora. Um relato que joga na nossa cara todo o erro, a cultura da competição, da comparação, da inveja e desejo de querer ser mais que o outro, de se sentir superior ao despejar os defeitos no outro.

De indignar! E de fazer pensar... e muito!

Clarissa 11/02/2024

Mais uma vez essa autora traz assuntos difíceis e passagens que podem ser tidas até como polêmicas por quem não quer enxergar as feridas que o racismo causa. A narrativa é triste, porém a escrita da autora torna a história tão envolvente que é difícil voltar para o mundo real depois de terminar esse livro, possivelmente pelas semelhanças dele com alguns desfechos que a história apresenta. São muitas camadas de reflexão e eu vou demorar muito tempo pra digeri-las, mesmo sabendo que jamais vou conseguir compreender por completo a grandeza dessa narrativa. Mas me parece que esse sentimento, de certo modo, é um dos objetivos da autora, ou pelo menos um "efeito colateral" da sua escrita, o que torna tudo ainda mais amargo.

Aila Cristina 10/02/2024

Tem muitas Pecolas por aí
Minha sexta leitura do ano. Tenho lido mais e estou feliz com isso. Resolvi ler Toni Morrison porque tinha comprado este livro no meu aniversário de 2021. Anos depois, decidi encarar e até agora estou sem ar!


Que obra impactante, com uma escrita envolvente, sensível e humana. A obra aborda temas complexos e sensíveis, principalmente para pessoas negras: racismo, violências, pobrezas, padrões de beleza, abusos sexuais e outras questões profundas e complexas que permeiam o universo de crianças, jovens e adultos negros.

A pequena Pecola, personagem central da obra, ainda está por aí esperando acolhimento, cuidados. A Cláudia também. E suas famílias. Saio da leitura com um olhar ainda mais atento para as crianças negras! 

Estou ainda mais apaixonada pela escrita de Toni! A forma não linear como ela narra a história e constrói as personagens foi fascinante.

Apesar disso, o livro trouxe à tona muitas memórias e gatilhos da minha infância como menina negra pobre, ao mesmo tempo, gatilhos de como a escola foi, em muitos momentos, dolorosa para mim.

Diversos atravessamentos, uma obra completa e complexa. Recomendo com este adendo: vai fazer você encarar o que, talvez, deseja ignorar.

Rafinha 08/02/2024

Dolorido e essencial
Quando comecei ler esse livro não imaginei o impacto que ele teria sobre mim.
Ele fala sobre assuntos delicados e sensíveis através dos olhos da Cláudia, uma criança.
Particularmente em muitos momentos ele me deixou em caquinhos, porque ainda existem muitas meninas que sofrem como Pecola e eu já conheci algumas delas e vi suas dores de muito perto.
Se você quer se aprofundar mais sobre assuntos delicados, complexos e extremamente necessários, pegue seu lencinho e vá se aventurar neste livro. Ele é incrível.

Tatiana 08/02/2024

A beleza que os outros acham
Um livro sobre racismo, classe social e o conceito de beleza.

Pecola queria o olho mais azul pois com eles seria reconhecida como um ser humano pelas pessoas brancas e até mesmo pelas negras que a desprezavam por terem a pele "menos escura" que a dela.
Pecola acreditava que ninguém mais falaria ou iria fazer coisas ruins na sua frente se ela tivesse olhos azuis.
Afinal de contas com crianças brancas de olhos azuis as pessoas falavam cheia de meiguice e Pecola queria sentir isso ao menos uma vez na vida. Ela queria se sentir amada como um ser humano.

"Este solo é ruim para certos tipos de flores. Não nutre certas sementes, não dá certos frutos, e, quando a terra mata voluntariamente, aquiescemos e dizemos que a vítima não tinha o direito de viver. Estamos errados, é claro, mas não tem importância. É tarde demais"

Emilly.Rafaela 06/02/2024

F-O-R-T-E!
Que livro forte!
Fiquei em choque agora com o final desse livro, os detalhes de abusos e da crueldade feitas a crianças e adultos.

Mello 01/02/2024

Uma história cheia de violência e dor, mas com uma escrita poética, na visão de crianças com peso de adulto. O texto é duro, mas ao mesmo tempo carregado de emoção. Não tem como apenas descrever. É preciso ler e sentir as palavras da história. Os temas são sempre pesados como preconceito racial, estupro, pedofilia, morte, abandono.

its ranna 31/01/2024

Só ânsia e tristeza
Esse livro não tem uma cena de felicidade, ninguém é feliz aqui.
Essa autora escreve histórias infelizes de uma forma muito poética, muito semelhante à escritora nacional Carla Madeira.

Não tenho palavras para definir a INFELICIDADE desse livro, o racismo totalmente explícito da sociedade com os negros nos Estados Unidos na época, o 3stupr0 e 4bus0 de crianças relatado de forma tão poética, o sofrimento em cada linha... A temática toda do livro gira em torno da situação social dos negros nos Estados Unidos na década de 60, escrito de forma POÉTICA, REPUGNANTE E INDIGESTA.

Eu escolhi ler porque o vi numa indicação de livros "tristes que fazem chorar", deveria ser "livros indigestos, poéticos e de doer a alma".
Recomendo pela necessidade da leitura, porém tenho medo do que certas passagens escritas de forma tão doce possam fazer na cabeça de pessoas doentes, principalmente o capítulo do Elihue, eu entendi a forma da escrita da autora e achei extremamente REPUGNANTE mesmo nessa linguagem, mas para certos homens poderia ser um estímulo terrível.

Imaginar a autora, uma mulher negra, escrevendo tudo isso me dói muito o coração, e ler o posfácio nos mostra que doeu muito no dela também.