Marcella 02/02/2021
Ponto de partida para leitores do King
Carrie é uma adolescente triste, vítima de bullying e perseguição em sua escola, e vítima do fanatismo religioso de sua mãe. Entretanto, ela possui algo que ninguém sabe: o poder de controlar coisas com a mente. Após um episódio muito pesado de bullying pelas meninas de sua turma, Tommy convida-a para ser seu par no baile de formatura. Ela aceita, sem saber que está caindo em uma armadilha.,
Primeiro romance escrito e publicado pelo Stephen King, esse livro quase não foi publicado, porque o próprio autor não estava satisfeito com sua obra finalizada. Graças a esposa, que encontrou o manuscrito no lixo, Carrie saiu do rascunho e foi para a editora.
Para um primeiro livro, é uma história muito boa. Aqui vemos um indício do terror psicológico que o King irá desenvolver ao longo de sua carreira, bem como a ambientação e estilo de narrativa próprios.
A escolha da estrutura narrativa aqui é muito interessante: ele utiliza não apenas o ponto de vista de Carrie para contar a história, mas também recortes de notícias da época, depoimentos de pessoas em processos, trechos de “livros” escritos pelos sobreviventes, entre outros recursos, que deixam a história bastante dinâmica. Em alguns momentos o livro empaca um pouco e torna-se repetitivo, mas não chega a incomodar ou atrapalhar a fluidez.
Por ser um livro curto, não temos um aprofundamento em nenhum dos personagens, mesmo da Carrie, o que poderia ter tornado a história ainda melhor.
Quanto ao enredo, é uma das histórias mais “sangrentas” do autor, com um final impactante e agridoce.
Não é um livro perfeito, mas é um horror de ótima qualidade. É um bom ponto de partida para quem quer começar a ler livros do King, se tiver estômago.