Fernando Lafaiete 15/01/2018A Chave de Bronze: A inspiração que deu certo!***NÃO possui spoiler da série***
Magisterium é o tipo de série de fantasia juvenil que não me causou uma boa impressão quando li o primeiro livro (O Desafio de Ferro). As semelhanças absurdas e carregadas à Harry Potter, me fizeram enxergar o primeiro volume como nada mais nada menos do que uma cópia mal feita do mundo de J. K. Rowling. Com a leitura da continuação (A Luva de Cobre), a qual eu acabei gostando muito mais, me deparei com aspectos palpáveis e semelhante à Percy Jackson. Com o lançamento deste terceiro livro, eu pensei: Em qual série as autoras irão "se inspirar" desta vez?
A Chave de Bronze me apresentou um mundo mais sólido e mais independente, mesmo que os aspectos às séries supra citadas ainda estejam bem presentes e dificilmente irão ser ignoradas daqui pra frente; já que são elementos importantes para o mundo "criado" pelas autoras.
Um mundo habitado por bruxos, uma escola de magia, um trio como protagonista (dois garotos e uma garota), aulas de magia, uma profecia, uma missão fora da escola com seres caçando os personagens, um vilão que foi dominado pelas artes das trevas e que é ex-aluno da escola Magisterium, seguidores do vilão que usam máscaras, uma guerra entre o bem e o mal que causou a morte da mãe do personagem central. Isso tudo para vocês verem que eu não exagero quando digo que de inovadora esta série não tem nada. Cassandra Clare e Holly Black beberam e com certeza continuarão bebendo das fontes de Rowling e Riordan. Isso é um problema? - Nenhum, se você souber apreciar a história sem ser muito crítico e não ficar se atendo a estes detalhes. Confesso que pra mim as vezes é difícil ignorar tanta inspiração (para não dizer cópia) das séries que citei.
A Chave de Bronze foi uma leitura agradável, divertida e emocionante. Acompanhamos os 3 protagonistas em mais um ano na escola Magisterium, o ano de Bronze, onde eles terão que lidar não só com o segredo de Callum (o protagonista principal), mas também com os acontecimentos do livro anterior. Tudo muda quando um mistério surge e quando um crime acontece em uma festa onde os personagens estão sendo homenageados pelos seus feitos em "A Luva de Cobre". O clima fica tenso e perguntas começam a surgir. A profecia do segundo livro ressurge e nos deixa com a pulga atrás da orelha.
"Um de vocês fracassará, o outro morrerá e um já está morto"
Em quem acreditar? Quem são os reais vilões e quem são os reais mocinhos? Como evitar e como decifrar esta profecia? Claro que pra quem já leu os livros anteriores, já sabe o significado de uma parte deste mistério. Mas ainda assim esta profecia traz um peso bacana para toda a narrativa.
A junção das escritas das autoras gera um resultado agradável de se ler, mesmo que eu sinta mais o peso narrativo da Black do que o da Clare. As descrições ainda me incomodam por não me soarem tão mágicas como eu gostaria que fossem. Mas eu gostei muito deste volume e estou ansioso para ler o quarto livro.
O sistema de magia apresentado é baseado no controle dos elementos e é bacana de acompanhar tudo que os personagens podem fazer com esta magia. As cenas de ação são funcionais e as reviravoltas apesar de serem previsíveis, são bacanas e podem surpreender muita gente.
O final deste livro é um final bem amargo. É o tipo de final que pode não agradar os leitores de fantasia juvenil... Apesar de eu ter notado que o livro foi muito bem recebido pelos que o leram. Apenas fico pensativo sobre o ocorrido. Será que as autoras terão culhão de manter este fato ou voltarão atrás e criarão uma solução mirabolante?
Estou empolgado para ler o próximo e espero que as autoras mantenham o que fizeram aqui. Não tenho muitas esperanças acerca disso, exatamente por ser algo quase inexistente neste tipo de literatura. Mas a esperança é a última que morre. No meio de tantas inspirações das autoras, posso repetir aqui o título da minha resenha: Magisterium é a inspiração que deu certo.