Resenhas - EL DESIERTO Y SU SEMILLA

André Vedder 21/11/2023

É uma obra com tema forte, especialmente sabendo que é autobiográfica, mas a escrita do autor não me pegou e por vezes achei enfadonha.
O escritor passa uma sensação de frieza e por mais que acontecimentos horríveis nos sejam apresentados, a comoção não é alcançada. Talvez fosse mesmo essa a intenção do autor e a narrativa seja um reflexo de sua personalidade, o que não teria problema algum se o enredo fosse mais interessante.

Barra 26/11/2023

O deserto e sua semente
Livro narrado em primeira pessoa, o narrador é Mário, um dos filhos de Eligia e Aron.
Este casal vive reatando e separando, até que após a última separação Aron joga no rosto de Eligia um ácido que desfigura todo o seu belo rosto. Depois Aron suicida.
Mário acompanha sua mãe na sua saga de cirurgias e tratamentos para reconstruir o rosto, por vários anos. Após isso voltam para cidade natal e quando tudo parece estar indo bem Eligia também suicida.
Mário então segue a vida solitário vivendo das obras do pai que também era escritor.
A obra traz cartaz e textos de Aron o que é bem sem sentido e enfadonho.

Mateus.fariadc 04/11/2023

Quando comecei a ler este livro eu não esperava que fosse dar de cara com uma história tão pesada, forte e cruel. Jorge Baron Biza coloca sua vida em uma suposta ficção, mas que está mais para autobiografia, como forma de lidar com as suas dores (e que dores). O livro desperta diversos sentimentos profundos no leitor, o que torno essa história muito difícil de se digerir, e ao final o que não falta são reflexões para pensar durante um bom tempo.

Robson Barros 19/12/2023

Forte e trágico. Uma autobiografia em forma de ficção com um tom bem desesperançoso
. Belíssima escrita. Ótimo livro.

Tenebra 28/03/2024

Li um filme
Para começo de conversa, esse livro daria um excelente filme na mão de um diretor sério.
"O Deserto e Sua Semente" pode ser considerada uma autobiografia do autor argentino Jorge Baron Biza que escreveu este único romance por toda sua vida excessiva.
Esse livro é cheio de momentos marcantes que são jogados sem nenhum preparo pra você - leitor. Alguns dizem que é um livro chocante, eu não concordo de maneira nenhuma. Mas admito que não sou facilmente chocada, não por estômago forte, mas por personalidade.
O que mais me atrai nesse livro é a ausência tão grande de sentimentalismo que beira a apatia. Ao terminar a leitura tudo o que me veio e nada mais nada menos foi o vazio completo e oco. Acredito que apatia e vazio são as principais características da melancolia/depressão. Então percebo que o autor poderia passar a história inteira tentando descrever sentimentos, mas nunca vai beirar o que o mesmo conseguiu neste livro. Essa é a melhor maneira, porque é a maneira que existe.

Luciana 04/10/2023

Esse livro é baseado numa história bastante triste.

Penso que o autor o escreveu numa tentativa de se manter vivo de alguma forma. O deserto do qual ele se deu conta ao final do livro, já existia antes da tragédia com sua mãe, a semente realmente estava ali e com o passar dos anos me parece que tudo foi ficando mais vazio, sobrando ações sem a consistência de um viver. O ponto de reconciliação em que ele chegou, jamais saberemos.
É uma história com uma potência incrível. Pode haver momentos desagradáveis e um tanto perturbadores para algumas pessoas. É cru, é cruel e real.

FellipeFFCardoso 22/01/2024

Nas minhas catalogações pessoais, existem alguns vieses sobre os quais eu preciso me atentar, uma vez que tendem a contaminar todo o processo de leitura e a experiência da literatura. Um desses vieses faz referência à literatura pretensiosa do intelectual latino, que faz questão de apresentar uma verborragia autorreferente de pensamentos falaciosos, ainda que sustentada por alusões a autores que admiram, quase sempre os grandes expressionistas ou modernistas do leste europeu, como algo que já valeria a sua genialidade literária e, por consequência, de sua obra. É preciso dizer que há sim algo disso neste livro. Não obstante, há também algo de muito vívido e autêntico na dor e na incredulidade da solidão que o autor usa como foco narrativo para essa história que, tão absurdamente real, nos deixa um tanto incrédulos da angústia que nos tenta descrever. Foi preciso, por isso, descer do viés para que eu pudesse me aproximar da proposta que o autor nos faz. E talvez eu tenha descido demais. É um livro bom, por vezes maçante, e que, ao final, sobrou-me em expectativa, mesmo que não tenha ficado frustrado pela decisão tomada de continuar a lê-lo mais como um exercício narrativo muito interessante do que uma leitura saborosa. Talvez este seja o grande mérito.