spoiler visualizarRick 16/10/2020
Serraria Baixo-Astral (Desventuras em Série #4) [Resenha]
Título: The Miserable Mill
Volume: 4
Páginas: 194
Autor: Daniel Handler
Ilustrador: Brett Helquist
Gênero: Romance, Humor, Steampunk, Mistério, Ficção gótica, Ficção Absurdista
Ano de Lançamento: 15 de abril de 2000
Sinopse: Na opinião de Lemony Snicket, "de todos os volumes que contam a vida infeliz dos órfãos Baudelaire, Serraria baixo-astral talvez seja o mais triste até agora". Alto-Astral é o nome da serraria que serve de cenário para as novas calamidades que Klaus, Violet e Sunny serão obrigados a viver. Trata-se de uma "ironia do destino", pois ali, no meio daquelas árvores derrubadas, daquelas enormes toras de madeira, o que as três crianças vão encontrar é mais uma coleção de coisas horripilantes, tais como uma gigantesca pinça mecânica, bifes do tipo sola de sapato, uma hipnotizadora e um homem com uma nuvem de fumaça no lugar da cabeça. A vida dos Baudelaire é mesmo muito diferente da vida da maioria das pessoas, "a diferença principal estando no grau de infelicidade, horror e desespero"...
Diante desse quadro, algum leitor desavisado pode desconfiar: "Como é que alguém vai se divertir com um livro desses, se as personagens não param de sofrer?!". A pergunta faz sentido, mas é justamente aí que descobrimos um dos melhores segredos de Lemony Snicket, pseudônimo do americano Daniel Handler. Ele leva o exagero às raias do absurdo, faz o realismo perder feio para o mais deslavado faz-de-conta e o resultado não poderia ser outro: um jogo literário incessantemente bem-humorado.
Bom dia! Hoje seguindo o rumo das desventuras dos Baudelaire, venho com o quarto livro da sua trágica história. Acompanhe atentamente como a vida pode virar de cabeça para baixo quando seus pais morrem num incêndio e vocês precisam ficar pulando de tutor em tutor enquanto um conde maldoso os perseguem!
"Para Beatrice -
Meu amor voou como uma borboleta
Até a morte pousar como um morcego.
Como disse a poeta Emma Montaria McElroy:
"Ai acabou-se a história"."
Capítulo 1: (Essa foi uma longa introdução do narrador) Os órfãos olham para fora do trem mirando a Floresta Finita, Paltry Ville é o destino; Sr. Poe avisa que não descerá do trem e que o novo tutor dirá como quer ser chamado, o medo do conde Olaf aparecer se torna palpável, mas como sempre sr. Poe apenas diz que passou uma descrição completa de como ele era e dos seus capangas. No fim da rua, existe uma casa no formato do olho da tatuagem do Conde Olaf.
Capítulo 2: Os órfãos recebem um memorando de que estão na serraria tanto para morar quanto para trabalhar. Phil, que acabam de conhecer e lhes mostrar o dormitório, conta que já fazem seis anos que não vêem o dono da serraria.
Capítulo 3: Os Baudelaire conhecem Flacutono, o capataz, que não é nada amigável com elas. Seu almoço seria pago em chicletes e seu salário em tickets.
Capítulo 4: Os órfãos relembram do dia na praia em que suas vidas mudaram. Em uma breve conversa com Charles, descobrem que houve um erro ao serem mandados para trabalharem na serraria e que falaria imediatamente sobre isso com o tutor deles. Conhecer o tutor ao qual ninguém consegue pronunciar o nome foi um completo desastre, principalmente com o acordo que ele propôs para mantê-los seguros. A biblioteca possuía apenas três livros, entre eles, um que carregava a marca do olho.
Capítulo 5: Os dias que passaram na serraria Alto-Astral não foi complicado pela presença do conde Olaf, que nem se deu ao trabalho de aparecer tão cedo. O capataz faz uama brincadeira indevida e acaba resultando no óculos quebrado de Klaus, Charles leva o pobre garoto ao oftamologista, criador do livro da capa de olho e da construção que tanto lhes era familiar.
Capítulo 6: Será que Orwell estaria ligado ao conde Olaf? Algo aconteceu com Klaus, porém ele não conseguia lembrar e seu comportamento denunciava isso.
Capítulo 7: Na manhã seguinte não havia melhora e sim um afastamento ainda maior do jovem inteligente que fora antes, agora Violet precisava descobrir o que estava acontecendo com ele. Chegou a hora de "imprensar" na serraria. Phil, por ironia do destino, tem sua perna machucada, esmagada, quebrada (como preferirem) e continuou com o otimismo de sempre. Algo despertou Klaus do estado em que estava.
Capítulo 8: Violet pensa em fugir com seus irmãos, mas como eles poderiam se defender do mundo? Klaus lembra de um livro sobre hipnose que leu no ano anterior. Descobrimos que Orwell é uma doutora. Shirley é uma recepcionista tenebrosa.
Capítulo 9: O vilão reaparece, Klaus é novamente hipnotizado, dra. Orwell é um desgosto para a profissão. O memorando que os órfãos recebem não trazem boas notícias.
Capítulo 10: O Senhor nega a acredita na informação das irmãs, da mesma forma que não permite que liguem para o sr. Poe.
Capítulo 11: Violet e Sunny começam a ler o livro Ciência Ocular Avançada da Dra. Georgina Orwell. Encontram um capítulo sobre hipnose. Durante a complicada leitura, não conseguiram obter tantas respostas, apenas de que uma palavra ativava a hipnose e outra a faria cessar. A serra foi ligada no início da manhã, algo terrível estava para acontecer.
Capítulo 12: Em uma batalha pelo controle da hipnose de Klaus, Flacutono e Violet usam repetidas vezes a palavra que o controla, porém a dra. Orwell aparece dando a ordem definitiva. Era hora de usar a palavra que rompia o controle mental ao qual o jovem estava submetido. Klaus caiu novamente no chão com o movimento da perna do capataz e a irmã mais velha agora estava imobilizada.
Capítulo 13: Conde Olaf escapa mais uma vez e os órfãos agora percebem que foram sortudos por continuarem vivos e que exorbitante foi essa sorte.
Considerações finais: A capa até que está bem simples, precisamos rever o conceito dela. O aviso do autor sobre os acontecimentos do quarto livro são tenebrosos e até me fizeram pensar duas vezes em ler esse quarto volume a essa hora da madrugada. Tinha como meta um livro da saga por dia no horário que não estivesse estudando, porém agora só tenho um curto período para ler que é a madrugada de sábado para domingo, infelizmente, as aulas se tornaram cansativas.
Pensei que o Senhor fosse algum membro da comitiva do conde Olaf, mas não mantive esse pensamento por muito tempo. Flacutono não parecia ser flor que se cheire desde a primeira aparição. E fiquei ainda mais surpreso com a demora do Conde Olaf em aparecer, no final do capítulo 8 apenas! E disfarçado como Shirley, a recepcionista da Dra. Orwell.
Muita gente tem que respeitar o conde Olaf depois da afirmação: "Sou Shirley porque gostariam que me chamassem de Shirley, e não fazer isso é uma prova de falta de educação.". O povo estremece com o empoderamento desse falsário.
A trama desses pequenos livros são tão elaboradas que após o acidente, a descoberta de que a recepcionista é o Conde Olaf e a volta deles para a serraria, recebem um memorando que confirma o meio que será usado para pegar os órfõas: continuaram causando acidentes até que Shirley os adote. Isso é perfeito, não para as crianças.
O final do capítulo 11 foi o que me fez trazer esse livro para o Outubro de terror. Não foi por ter um conteúdo macabro, horrível ou de suspense absoluto e sim por conter uma morte sangrenta que valeria a pena estar aqui. Esse é considerado um dos livros mais pesados e logo entederemos o motivo.
Foi repetitivo o Klaus cair não apenas uma ou duas e sim três vezes na mesma brincadeira boba de derrubar com uma rasteira? Ele pelo menos deveria ter uma melhor reação na terceira vez, absurdo mesmo. A batalha entre a Georgina e Sunny foi algo inesperado no livro, isso garanto para vocês. E o acidente que ocorre também é algo bastante fora do comum, principalmente por não ser esperado... Não daquela forma.
Encerro o quarto volume dessa saga triste com o seguinte questionamento: o quão sortudos somos por ter o que temos e o quão desesperados podemos estar para alcançar o que queremos?
Pensem nisso.
site: https://codinomesilver.wordpress.com/2020/10/14/serraria-baixo-astral-desventuras-em-serie-4-resenha/