maria. 05/01/2021
Decepcionante
A história tinha tudo para ser perfeita. Quer dizer, três rainhas poderosas e fortes matando umas as outras pela coroa? Um enredo que eu amaria, sério. Está na capa, na contracapa, na sinopse... A história deveria ser essa e me atraiu imediatamente. Pois bem. Não é bem isso que acontece.
Na realidade, descobri que só no SEGUNDO LIVRO há o que deveria ser nesse. A propaganda enganosa foi péssima, só pra começar por aí.
Em Três Coroas Negras, somos só apresentados às rainhas. Descobrimos mais sobre elas, sobre como elas estão, sobre o que fazem e como funciona o mundo delas. Beleza. É basicamente uma introdução.
No começo, eu pensei imediatamente em desistir, em abandonar. Mas, poxa, são só 300 páginas, é exigir muito que logo nos três primeiros capítulos o livro me cative. Então continuei.
Só que o ?começo? aparentemente vai até a METADE do livro. Até a página 150, não temos nada além de conhecermos esse universo e as personagens. E mesmo dedicando tanto tempo a isso, o livro ainda não conseguiu fazer que o universo ou as personagens fossem minimamente ?empolgantes?.
Tá, vamos por partes.
É fantasia. Óbvio que vai ser ?viajado?. Óbvio que vai ser ?louco?. Eu leio fantasia há anosss, sei que é isso. Mas tem que haver uma explicação. Por mais aleatoriamente que as coisas aconteçam, existe um PORQUÊ e um COMO. Três Coroas Negras não conseguiu nem cumprir esses requisitos básicos.
A impressão que me passou foi que a autora queria ?jogar? informações para fazer o livro ser o mais ?completo? e ?legal? possível, mas não queria verdadeiramente trabalhar nisso. Acabou fazendo tudo acontecer por causa de uma divindade. Mas por mais religioso que alguém seja, SABE que não é só Deus - deuses, deusa, sei lá - fazendo algo.
Exemplo prático: ?Por que você passou na prova?? A resposta podia ser porque estudou, porque colou. E daí haveria explicação de como estudou e como colou. Em Três Coroas Negras, a resposta seria: ?porque a Deusa quis assim?. Sério. Oi?!
E se a mitologia ainda fosse bem trabalhada, eu não reclamaria tanto. Se fôssemos apresentados devidamente à Deusa, tudo bem. Mas não. Só ficamos ?voando? com essas explicações corridas. Não sabemos quase nada sobre a Deusa.
Outro ponto: são três protagonistas. E se vocês me perguntarem a personalidade de pelo menos uma, eu não vou saber responder, por mais atentamente que eu tenha lido. A real é que Mirabella, Katherine e Arsinoe são SEM SAL. Nada é tão marcante nelas. Não são interessantes. Não consegui me apegar a elas.
Um destaque para os capítulos do ponto de vista da Arsinoe: a melhor amiga dela. A rainha é tão apagada que até Jules tem mais história e cenas do que a própria protagonista. E tudo bem, não é? Uma personagem legal que rouba a cena? Até seria, se a Jules fosse realmente cativante.
Os únicos pontos positivos que consegui encontrar foram o final (que foi ÉPICO. Foi emocionante, foi bem escrito, foi bom) e a Natália. Nat é uma personagem secundária e foi a única desse livro que eu consegui realmente gostar.
Enfim. Eu ainda vou ler o segundo livro por causa do final? desse, que me instigou MUITO.
A autora com toda a certeza tinha muito potencial para escrever um livro perfeito, mas desperdiçou demais.