LeomaxCOF 08/07/2021
Minha opinião sobre algumas coisas que achei interessante.
1- Respeito bastante a forma que ele colocou os seus pontos. Logo no começo, mostra o sinal de sua genialidade na discussão do argumento do ''sentimento oceânico'' que rege a ideia de ''Deus'', mesmo que esse não necessariamente exista.
2- Eu tinha uma percepção semelhante a ele sobre a existência desse instinto primitivo, porém, com o uso de LSD, consegui compreender este sentimento... mesmo que não necessariamente acredite nele, talvez, algumas pessoas não consigam perceber este fenômeno; estímulo imperceptível, bloqueio devido a questões empíricos, ou por razões meramente fisiológicas (esta última acho mais improvável)
3- Eu discordo da conclusão entre o desamparo infantil dar causa a necessidade de crer em uma divindade; Pode ser um dos fatores, mas acho improvável englobar tudo. Vejo como um instinto de sobrevivência... uma necessidade de adequação coletiva. Concordo, entretanto, que o desamparo é a mais provável causa. (Toda ideologia cresce nesses moldes, não apenas a religião).
4- Seu argumento sobre a finalidade do ser humano é fantástico: ''Ele busca a felicidade, o princípio do prazer.'' Uma busca constante em suprimir os impulsos a muito reprimidos, para daí então alcançar um algo temporário.
5- A necessidade precisarmos buscar a felicidade, não por uma constante fixa e sim através de uma constante variável de indivíduo para indivíduo, faz seu argumento ganhar bastante força. Não tem caminho errado, apenas caminhos e inadequação de trajetos opostos a natureza individual.
6 - Concordo com a visão de estarmos abdicando de nossa vida refreando nossos impulsos, ideia semelhante a de Alan Watts: alguém que não sente, é um dançarino que não dança. (Péssima paráfrase)
7 - Acho meio estranho essa fixação com o impulso sexual, pois mesmo julgando ser um dos maiores impulsos que possuímos, julgo ser uma simplificação crua da condição humana, embora acredito que possa ser apenas um delírio individual em complicar a natureza humana; talvez sejamos simples assim, quem sabe?
8 -A ideia de consciência de culpa: É a maior constatação de inferno para um indivíduo que entrou em ciclo de autossabotagem.
9 - Se ao tentar manter seus ideais culturais: o indivíduo torna-se neurotico, por que não consegue suportar as renúncias que tem de fazer em favor da sociedade... Se essa proposição dele estiver correta, então, o que acontece quando dois grupos ideológicos são totalmente distintos? É possível duas culturas antagônicas conviverem? - Se não for o caso, a própria ideia de forçar diversidade cultural pode ser um problema, a não ser que os valores basilares dessas sejam semelhantes.
10 - Sobre o ponto que ele suscitou: ''É possível um equilíbrio entre as exigências culturais e exigências individuais, mediante uma organização cultural.'' Eu diria que não, deve ser irreconciliável, mas isso é puramente opinião pessoal.
11- O argumentos dele sobre amor, são ao meu ver, quase todos fantásticos.
12 - Eu concordo com sua alusão a ''liberdade sexual'' e a restrição monogâmica poder ser um detrimento, mas eu acredito ser um processo. Quando limitado desde cedo (motivos religiosos): Pode haver uma redução do impulso sexual e satisfação de um relacionamento através de outros meios, mesmo que frustre sexualmente o casal; em seguida, temos uma libertinagem irrestrita das relações sexuais, que embora parece interessante do ponto de vista biológico, acredito trazer certas mazelas em um conexão mais intensa entre pares, pois a relação serve apenas como um critério fisiológico, dirimido por um excedente de estimulo sexual; a terceira, seria uma espécie de relação ''Dr. Felix'', ao qual, essa seria consubstanciando em um prazo de validade, ou enquanto a química durar.
Não consigo acreditar que uma ampla promiscuidade seja a solução, mas o envolvimento completamente monogâmico, parece de certo modo ser contrário a natureza humana.
13 - Concordo veementemente sobre sua explicação sobre a natureza humana.
14 - Concordo sobre o conflito entre a pulsão de thanatos x eros. Acho que os gregos conheciam bem essa dualidade, principalmente, através de Dionísio. Porém, acredito que a visão Freudiana de Eros é muito restrita a sexualidade. (embora o nome faça sentido)
15 - Sobre o sentimento de culpa ser uma subespécie do medo... julgo fazer muito sentido, principalmente quando atrelado as pressões do superego. A culpa ser acentuada pela negação de seus impulsos, é outra observação deverasmente interessante.
16 - Terminar com esta frase fantástica: ''apenas sei que os juízos de valor das pessoas são sempre determinados pelos seus desejos de felicidade, portanto, são uma tentativa de sustentar suas ilusões com argumentos.'' E o pior problema... podemos ser presos pelas amarras de uma convicção poderosa e estaríamos a sua mercê, a não ser que fossemos obrigados a enfrentar de frente elas, mas nunca ocorrem sem forças influência externa.