Resenhas - Kafka à Beira-Mar

BiblioMahnia 31/03/2024

Um dos melhores livros que já li
Absolutamente fantástico. Enquanto lia era como se eu estivesse flutuando. Mesmo com o ritmo lento dos acontecimentos, que a princípio parecem desconexos, da metade pro final você percebe que tudo vai se encaixar, mas como? Impossível prever antes da última página. É um livro que te prende, que te choca, te entristece, te alegra, te leva pra mundos estranhos. Uma mistura de realismo mágico com mistério e ficção científica, etéreo e musical (inclusive recomendo ler enquanto escuta uma das playlists do livro, criadas por fãs no Spotify). A escrita de Murakami é sem dúvidas uma das minhas preferidas. Tomo a liberdade pra separar o autor da obra (lavo minhas mãos e saio correndo).

Mari Vannucci 20/03/2024

O príncipe nômade que detém a chave do mistério.
Murakami explorou muito bem o tema e o mito de édipo. Uma jornada no autoconhecimento. Sobre autoconsciência e adquirir a capacidade de ouvir a si (através de um menino chamado corvo).
Um livro muito bonito e sensível (e bizarro às vezes).

Por mais que tenham capítulos densos, não é uma leitura arrastada mas também não é um livro que foi construído para ser devorado. Esse se saboreia, aos poucos; para digerir e compreender. É literalmente aquele tipo de história que você tem que SENTIR.

marcosandrade.e 18/03/2024

Haruki Murakami demais
Um livro que é Haruki Murakami demais. Dentre todos que eu li (Sono, Minha Querida Sputnik, Tsukuru Tazaki), esse é o mais fantasioso e complexo.
Cativante e cheio de cenas controvérsias e nuançadas, esse livro consegue trazer o real, a fantasia, o sexo, o cômico e o trágico de um modo totalmente entrelaçado e coerente, mas que ao mesmo tempo é absurdo.
Gostei muito da leitura, me cativou ainda mais a ler outras obras do autor.

Vanderson.Gomes 16/03/2024

Boa leitura, mas?
Gostei da história, a fantasia me agrada bastante, o personagem Nakata é maravilhoso! Porém, a relação de Kafka com a Sr. Saeki não me agradou, bem polêmica para não dizer mais.

paula1735 15/03/2024

Incrível em todos os sentidos
Ler esse livro não é o suficiente, é necessário mergulhar e se aprofundar nele
o menino de 15 anos mais valente do mundo, o senhorzinho Nakata, o rapaz que o acompanha, oshima ... entre outros personagens adoráveis e intensos.
é um livro mais que encantador, ele chega a perfeição nítida sem esforço, o haruki tem esse talento, ele é incrível e intenso, como nenhum outro.

Debora.Olindina 15/03/2024

Profundo na medida certa
Primeiro contato com Murakami, posso dizer que foi uma surpresa a leitura. Não crie expectativas com a leitura e fui lendo pela curiosidade na escrita e indicações que fazem sentido na minha mente.

Uma escrita arrastada de detalhes minuciosos em paradigmas da vida, mas breve em detalhes enriquecedores da história. Acredito que o imaginei não seria o conteúdo a ser entregue, pois muitas questões ficaram em aberto.

Se eu olhar pelo modo de Nakata, consigo absorver aprendizados da vida e realidade (solidão, incapacidade, rejeição, dificuldade). Bem, não foi a leitura extraordinária que poderia ser entregue, entretanto, adquiri bons conselhos e desfrutei de uma leitura interessante.

Obs: Grande parte desse feedback desmotivado foi recorrente a cenas pecaminosas.

Ser 13/03/2024

Um ótimo portal mas pedofilia, incesto e maltrato a animais
Apreciei profundamente a experiência literária, embora devo confessar que frequentemente me detenho para absorver as informações adicionais quando o autor cita referências externas. Para alguns, essa interrupção pode ser frustrante. No entanto, concluo esta leitura enriquecido por uma miríade de outras obras que percorri. Desde os clássicos ?Contos de Genji? e ?As Mil e Uma Noites? na tradução de Richard Francis Burton ? uma preparação para o que está por vir ? até a obra completa de Kafka, incluindo ?O Processo?, e as narrativas de Natsume Soseki, a maioria em inglês. Não me esquecendo do único título de Goethe que me faltava e dos pensamentos de Hannah Arendt. A jornada cultural se estendeu por uma diversidade musical que vai de Beethoven a Prince e incluiu a visualização da série em anime Gundam Wing.

Contudo, é preciso salientar que a experiência proporcionada pelo livro em questão se mostrou inferior quando comparada às obras mencionadas. Os personagens, apesar de suas semelhanças mentais ? seja o jovem de 15 anos aficionado por Duke Ellington ou a senhora de mais de 50 anos indiferente à música ?, são apresentados de maneira leve e divertida. No entanto, a obra não se esquiva de temas controversos como incesto, pedofilia e maus-tratos a animais. Tais descrições remetem ao conteúdo encontrado em ?As Mil e Uma Noites?, embora este último tenha envelhecido de forma questionável. ?Kafka à Beira-Mar?, por outro lado, não pertence a outro século.

A habilidade narrativa do autor é indubitavelmente notável, mas transparece um desafio pessoal em capturar a atenção do leitor, independentemente da natureza vil, sádica ou depravada dos temas abordados.

Rafael2157 01/03/2024

Tudo na vida é metáfora!
Toda vez que eu leio Murakami me pergunto: como alguém tem um talento tão precioso que o capacite a descrever com apenas palavras, sentimentos e sensações tão irracionais, impressões coletivas e imprimir cada complexidade desses temas em personagens tão marcantes e relacionáveis?

A maneira que o autor entrelaçada à história de todos os personagens é fantástica, nunca experienciei algo assim em nenhuma ficção.
(((Como condensar a coletividade de interpretações da experiência humana em uma só interpretação?)))
Isso é, na minha opinião, o que ele buscou fazer em ?Kafka a beira-mar?
E fez de maneira fantástica, complexa, sonhadora, sombria, contemplativa e original.

Eu realmente tenho um problema com ele murakamying em algumas descrições esquisitas dele.
Mas essa obra foi tão impactante pra mim que preciso reler. De forma até metalinguistica o próprio autor anuncia que será necessária a constante revisitação e interpretação do que cada fragmento desse livro se refere.


UM DOS LIVROS DA MINHA VIDA

Bia 01/03/2024

Finalizei agora e estou meio ableblé da cabeça. Adoro a escrita direta do Murakami, mas acho que teve algumas páginas que poderiam ter sido cortadas, pois sem necessidade. Aqui Murakami criou uma bolha para se imergir, envolvente, que não dá vontade de largar. Amei as reflexões sobre vida, pressa, não pertencimento...tudo. Apesar de toda essa parte mais tocante, trouxe também uma leveza com a atitude cômica e direta de alguns personagens e o realismo mágico. Só não dei 5 pq achei conflituoso a relação do Kafka com as mulheres...mas consigo entender, diante da ausência feminina da mãe, e idade junto a um pouco de imaturidade, porém ainda é de ressalvar...enfim.

Karolis 01/03/2024

Um livro pra refletir eternamente
Foi uma leitura que me tirou da minha zona de conforto, seja pelo tamanho do livro, há muito não lia um calhamaço; seja pela complexidade das personagens e do texto, ainda que muito fluido. Ela me incomodou, ainda que tenha gostado da leitura, não consigo dizer que gostei do livro, mas da experiência de lê-lo.

Kafka a beira mar me fez perceber que sou uma pessoa muito concreta, falo e consumo coisas não muito metafóricas ou subjetivas e por sentir que esse livro falar da vida, para mim ele é, essencialmente, metafórico.

É um livro que aborda a vida, seu "propósito", relações humanas, solidão. E penso muito em solidão pois a única relação necessariamente familiar está apenas entre Oshima e o irmão. E quando digo solidão, penso nas tantas outras personagens que, pra mim, parecem um tanto sozinhas. A senhora Saeki, uma mulher que se mostra extremamente sozinha, Oshima mesmo com o irmão parece sozinho, a irmã de Kafka, Nakata, Hoshino e muitos outros.

Também penso sobre o "eu" em momentos nos quais chegamos ao ponto de buscar a própria identidade e quem somos por natureza. Lembro de uma passagem que diz que: o que a nós somos é construído com base no lugar em que nascemos e fomos criados. E entender quem somos por nós mesmos é muito difícil. Eu me vejo nas cosias que faço e vejo. Olhar pra dentro é um desafio.

Quando li um menino de 15 anos fugindo de uma profecia e buscando um propósito para tudo isso e Nakata que, aparentemente tem micro propósitos - encontrar um gato, encontrar uma pedra - e que mesmo quando não sabe o seu propósito é fascinante por sempre saber que na hora certa, ele saberá.

Minha questão com esse livro foi que, talvez por um vício ou costume, eu tenha necessidade por conclusões. Depois de terminar o livro senti que criei muitas expectativas em explicações de todos os ocorridos, uma conclusão de todos os fatos, algo que me fizesse pensar: então era isso!

Talvez não devamos buscar respostas para tudo porque, afinal, a vida é mais sobre as dúvidas que sobre as respostas.

Mesmo sem grandes conclusões, o livro é finalizado da melhor forma possível. É sobre a vida, sobre escolher viver e sobre seguir em frente.

Lara 28/02/2024

Você só consegue saber como é voar quando voar realmente
"? É que palavras não descrevem corretamente os fatos. Porque a verdadeira resposta não pode ser dada em palavras.

? Isso mesmo ? diz Sada. ? Exatamente. Se palavras não conseguem descrever corretamente os fatos, o melhor mesmo será não tentar explicá-los de maneira alguma."

Dito isso, acredito que não seja possível resenhar este livro com palavras, pois elas certamente não dariam conta de descrever todos os fatos que recheiam essa trama onírica e sensorial. Ou seja, só lendo mesmo pra, não entender, mas sentir.

"[...] é algo muito natural. Quando a gente se acostuma, é tudo muito simples. Do mesmo jeito que voar.

? Você voa?

? É apenas um exemplo ? explica ela e sorri. Sorriso simples, sem significado especial ou subentendidos. Sorri por sorrir. ? Você só consegue saber como é voar quando voar realmente, concorda? Pois é disso que estou falando."

KiraLunna 27/02/2024

Essa foi uma leitura aparentemente bem maluca.
Não vou mentir, durante boa parte do livro fiquei criando teorias e esperando o momento em que o autor iria explicar onde ele queria chegar e como ele chegou, mas depois de algum tempo, eu percebi que não era sobre isso (e me contaram que eu não deveria esperar isso do Murakami).
No final da minha leitura, fiquei surpresa por não me importar com as pontas soltas, com a falta de explicações concretas ou com os acontecimentos fantásticos, porque no final das contas, achei o livro uma retratação muito real da vida.
Ele fala sobre mudança, luto, destino, liberdade amadurecimento, lembranças, solidão, vazio e diversos outros temas cotidianos com que temos que lidar sem manual. E não contente em trazer reflexões dentro de si, o autor ainda inclui diversos pensamentos de outras obras, o que torna as ideias mais complexas e profundas.
Acabei aceitando o convite do livro de refletir sobre como lidar com a vida e os sofrimentos que a rodeiam, sobre como lidar com nossos demônios, e como muitas vezes nós mesmos os criamos.
Acredito que para um livro, à primeira vista, tão maluco e fantástico, a sensação que fica no final é de equilíbrio (um equilíbrio entre capítulos pares e ímpares, entre passado, presente e futuro, entre bem e mal, luz e escuridão, complexidade e simplicidade) e isso mais do que tudo, tornou minha leitura muito prazerosa
Por fim, acho interessante dizer que em algumas camadas, o livro me incomodou. Aquele incômodo necessário ao qual é importante se expor. Agora eu convido vocês a se incomodarem e se abrirem às reflexões que o livro propõe!

Juliana 22/02/2024

O realismo mágico japonês
Descrever esse livro é inefável. Personagens cativantes e um realismo mágico em sua mais pura faceta. Mais uma vez surpreendida positivamente no meu terceiro livro de Murakami. É um redemoinho doido e não é um livro para leitores iniciantes, é um livro pra quem entende um pouco de literatura, suas correntes etc. No mais, um leitor desavisado vai achar o livro chato e maluco, mas é uma preciosidade única.

moonflow.er 20/02/2024

Bem bizarrinho, um complexo de édipo ali no meio que me deixou meio perturbada. A escrita é interessante, drama misturado com fantasia que prende, em algumas partes me deixou confusa, várias reflexões viajadas.

anselmo.pessoal 14/02/2024

Juro que tentei ???
Se você como eu gosta de ler pelo prazer da leitura, este livro não é pra você.
Tirando os aspectos sobrenaturais, típicos desse autor, a narrativa é arrastada com muitas passagens desnecessárias que, a meu ver, só tornaram o livro mais ?grosso? e a leitura mais arrastada.
Além disso o enredo, a meu ver, confuso que tirava o eventual prazer da leitura.
Chegar ao fim, decepcionante por sinal, foi um ato de resistência.
Sei que sou exceção. Entretanto, por mais que tenha tentado, o prazer na leitura desse livro foi praticamente nulo.
Espero que isto não desestimule outros leitores.