Resenhas - Becos da memória

Gabriela5238 12/04/2022

Escrevivência!
Mds, que livro incrível, eu não tenho nem palavras pra expressar o quanto me tocou de diferentes formas. Primeiramente nas histórias que traz, fizeram com que eu tivesse os mais variados sentimentos, algumas me tocaram profundamente e não vou mais esquecer, outras tinham uma linda leveza e simplicidade, mas todas juntas, justamente a junção de todas, construíram um impacto imensurável. Segundo ponto é a forma como essas histórias foram dispostas, a construção da obra se seguindo em fragmentos, traz de fato a sensação de que todas aquelas histórias estão caminhando juntas e ao mesmo tempo, mesmo que muito particulares e únicas, são histórias que se interconectam, nunca li nada parecido antes. Além disso, ainda há a forma como ela permeia vários assuntos e como eles estão dentro daquele contexto, com todo o impacto que tem naquelas pessoas e como muito dos impactos são frutos da história que estruturou esse país. Enfim, recomendo a todo mundo, leiam Becos da memória!

João Paulo 09/04/2022

Entra para lista de favoritos ?? Histórias necessárias, fortes e humanas que precisam serem sempre contadas. Persongens carismáticos e bem desenvolvidos. Uma escrita simples, fluida, poética e humana. E o livro é repleto de trechos que da vontade de tatuar no corpo. Uma história para esquecer jamais!

carlos 01/04/2022

Becos da Memória e as memórias de diversos brasileiros.
Estava um bom tempo de ressaca literária, tudo que eu lia me cansava e a Conceição me salvou disso, fazia tempos que eu não lia um livro tão forte, sincero, real e de uma leitura simples como esse livro. Nesse livro Conceição narra mais do que uma história mas expõe realidades que não são distantes da época em que o livro se passa, narra as dores das pessoas pretas e faveladas que são obrigadas á se contentar com uma falsa liberdade e indo muito além narra as esperanças e as visões de futuro de cada personagem.
Foi um livro pesado pra ler, em alguns momentos eu tive que parar pra respirar fundo e não chorar por saber que os relatos dos personagens saem das páginas e estão rodeados em todo país e até perto de mim.
Esse é mais um livro que me marcou e mais uma obra perfeita da Conceição pq essa mulher é uma completa obra de arte!

Alexia201 18/03/2022

Preservar a memória é preservar a vida
Alguém sem memória é alguém sem história, e ter memória, ter viva a sua história é algo que por muito tempo foi negado aos meus ancestrais.
Conceição mais uma vez retrata a minha história e de tantas outras pessoas negras no Brasil. Com sua escrevivência, retrata a vida de personagens reais e profundos com maestria, personagens esses que são aqueles a quem a colonialidade tentou arrancar a força suas memórias, mas que falharam miseravelmente e que hoje seguem sendo contadas e preservadas dentro e fora dos becos, por tantas outras "Conceições" e "Marias novas" que escolheram a escrita como sua forma de luta e protesto, como sua forma de resistência.

Alanna Fernandes 11/03/2022

Narrativa surpreendente, ainda mais, por ter sido o primeiro escrito por Conceição Evaristo.
Personagens bem construídos e enredo dilacerante tornam Becos da Memória uma obra atemporal e atual.

Mah 03/03/2022

Como o tempo passa e escravidão e favela seguem tão alinhados.

Terminei com vontade de chorar.


Frase : morrer de não viver

victoria 02/03/2022

eu gostei bastante desse livro, ganhei na escola, teve momentos que não entendi muito bem, mas foi só sentar um pouco com o livro que passei a entender, é triste saber que essas coisas acontecem nas favelas do Brasil, teve momentos que meu coração ficou muito apertado, ler sobre várias pessoas que desistiam da vida, outras que acabavam fazendo coisas erradas perante a lei, pra poder ter uma vida melhor... eu adorei a leitura.

Sami 02/03/2022

Trechos
?Os miseráveis precisar acreditar que eles tem Deus ao seu lado!? (página 59)

?O sorriso-riso era bonito porque vinha lá de dentro, vinha da inocência, da ilusão de estar sendo feliz. Todos acreditavam que estavam sendo felizes.? (página 72)

?Senzala-favela! Senzala-favela!? (página 73)

?Trabalho perdido o de Negro Alírio ajuntar o pessoal e ir até à firma construtora explicar os
nossos motivos. Trabalho perdido Totó ter chegado são, salvo e sozinho à outra banda do rio. Trabalho perdido ela ter saído da roça onde havia nascido com todos os seus irmãos e vir para a cidade buscar melhoria de vida. Trabalho perdido! Começava também a achar que tudo era mesmo trabalho perdido. A vida para ele, para ela e para os que tinham vindo antes, tudo realmente havia sido trabalho perdido? Mas não podia ser!? (página 142)

?Ele acreditava que, quando um sujeito sabia ler o que estava escrito e o que não estava, dava um passo muito importante para sua libertação.? (página 146)

?Quando descíamos o morro, lá na praça, rapazes alegres, bem vestidos, brincavam, conversavam ao sol. Eram tidos como jovens contestadores, estudantes, intelectuais. Os filhos de Ana do Jacinto, jovens vagabundos, perturbadores, marginais.? (página 157)

Rosa Alencar 19/02/2022

Encontros FLIP
E Conceição nos disse: pode ser autobiográfico! Como não se emocionar com os relatos dos moradores dos Becos da Memória? Como resistir Ditinha? "Do lado de dentro do peito ", você tem todo direito!

Vinijgc12 11/02/2022

como a própria autora diz, o livro demorou bastante pra chegar ao público, mas apesar de uma diferença de uns 20 anos se aproxima bastante da realidade de quando foi publicado, em 2006 e ainda consegue se aproximar da realidade atual, tratando de assuntos como incesto, abuso, prostituição e a vida na favela

Jayane S 11/02/2022

Reflexivo
Vc vai lendo e se envolvendo com as história dos personagens, passa uma sensação q tudo e real. Super indico.

Bookster Pedro Pacifico 31/01/2022

Becos da memória, de Conceição Evaristo
Com 75 anos, Conceição Evaristo é uma das principais escritoras nacionais. E foi por isso que escolhi essa obra para representar o Brasil no Bookster pelo Mundo. Não podemos esquecer, por sua vez, que a autora teve um reconhecimento muito tardio, em virtude de ser mulher, negra e de origem humilde em um país de ainda poucas oportunidades.

No livro, a autora consegue construir a memória coletiva do Brasil. De um país marcado pela miséria, pela violência e pelo sentimento de não pertencimento que recai sobre os marginalizados. Em um local ou data não revelados, acompanhamos um triste processo de desmonte de uma favela, de uma comunidade inteira, que se vê sem esperança e sem futuro.

E apesar de ter sido escrito há algumas décadas, o livro ainda se mostra
atual e denuncia uma realidade que pouco mudou nos grandes centros urbanos. É uma população que não bastasse ainda carregar um passado de sofrimento por seus ancestrais escravizados, se vê sem espaço na sociedade, como se pudesse ser facilmente descartada.

Mas o que a autora nos mostra é a humanidade que preenche todos os becos dessa comunidade. São personagens que precisam sobreviver com uma força que muitas vezes parece faltar. E apesar dos sonhos que todos levam consigo, o desespero parece ficar à espreita, rondando aqueles seres humanos.

A linguagem de Conceição é seca e direta, mas ainda assim consegue carregar uma poesia em suas palavras. O título do livro também é muito representativo. As histórias que nos são narradas na obra são fruto da memória dos mais velhos, que buscam nos cantos de seu passado os acontecimentos vividos pelos becos da favela.

Termino essa resenha com a definição de “escrevivência”, criado pela autora:

“O termo tem como imagem fundante as africanas e suas descendentes escravizadas dentro de casa. Uma das funções delas era contar histórias para adormecer os meninos da casa-grande. (…) Hoje a escrevivência das mulheres negras não precisa mais disso. Nossas histórias e escritas se dão com o objetivo contrário: incomodar e acordar os da casa-grande. Não estamos aqui para ninar mais ninguém nem apaziguar as consciências.”

Nota: 9,5/10

site: http://instagram.com/book.ster

Anna:) 31/01/2022

A escrita sensível e tocante fez com q eu me apaixonasse demais por esse livro. Acompanhar os personagens e entender oq aquela favela significava para eles é incrível. A maneira como a autora conta como o processo de desfavelização afetou a vida deles pode ser interpretada de várias maneiras.
Pra mim n se tratou apenas dessas pessoas perdendo suas casas e o local onde elas cresceram, mas sim sobre como os ricos continuam sempre se sobressaindo e oprimindo os pobres.

Belle 30/01/2022

Um livro cativante tanto pela escrita quanto pela trama.
São muitas histórias, personagens e becos marcados pela miséria e sofrimento.
Conceição traz uma reflexão profunda sobre a pobreza na favela.
Leitura obrigatória.

Tamires.Tanaka 29/01/2022

Conceição sempre incrível!
Gostei muito do livro, a forma como a escritora consegue nos prender contando as memórias dos personagens é brilhante. No final, acabei criando um laço com cada um e foi bem triste acompanhar a partida de todos.

?Que a menina sossegasse, continuasse a vida, que lutasse, que fosse lá fundo do coração dela própria e dos outros, mas sem nunca desesperar.?

?Escrever becos foi perseguir uma escrevivência.?