Becos da memória

Becos da memória Conceição Evaristo




Resenhas - Becos da memória


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soaresrai 28/03/2023

Conceição escreveu em um livro, toca tristeza miséria e sofrimento de viver num lugar de situação deplorável e como ainda pode se encontrar (nem sempre) uma felicidade em alguns momentos.
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Jéssica 12/03/2023

“Becos da memória” é um romance memorialista, nele, a autora aborda o cotidiano dos moradores de uma favela brasileira. Aqui, somos apresentados a pequenos relatos da vida diária de diversos personagens, assim como as lutas, pobreza e violência, sofridas por eles, advindas da sua condição social, racial e de gênero. Com uma linguagem simples, prosaica e leve, Conceição Evaristo nos faz sentir como se estivéssemos naquele lugar. É uma narrativa muito sensível, que beira um tom poético, num lirismo em meio à narrativa.

De acordo com a autora, essa foi sua primeira tentativa de escrever uma ficção que confundia escrita e vivência, o que ela – e muitos – chamam de “escrevivência”. Para escrever “Becos da memória”, Conceição Evaristo puxou das suas lembranças algumas experiências que ela e sua família vivenciaram em momentos passados da vida, então ela diz que esse livro deve ser lido como uma narrativa de ficções da memória, em que, na falta ou esquecimento de algum evento, houve a necessidade de inventá-los. Desse modo, torna-se muito difícil separar o que é ficção do que é um acontecimento real.

Seja como for, é um livro incrível que eu amei ler e recomendo muito!
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tawanamirelle 06/03/2023

Becos.
lugares que carregam história vivida.
história(s) tristes/sofridas/doloridas,
história(s) simples/felizes.
becos que unem o passado/presente/futuro.
história(s) que se entrelaçam pela luta.
é a luta contra o movimento de despejo,
é a luta da/por sobrevivência.
um livro escrito na década de 1980 que,
retrata a mesma luta,
em 2023.

Conceição é um presente!
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Jéssica 22/02/2023

Olho de um, alma de outro
Entre becos-labirintos se constrói a narrativa de Conceição Evaristo, imbuída em sensibilidade e vontade. Nasce da memória viva da vida na favela, das suas gentes e suas misérias, contada por Maria-Nova, que é uma exímia colecionadora de histórias, e que anseia por ser escritora e poder finalmente eternizar aqueles rostos e corpos favelados que sustentam o cotidiano no local.

A precarização da vida na favela realça os recortes de gênero, raça e classe tão presentes nas figuras das personagens, que transitam entre a dor de viver e a dor de morrer, e se enfezam e amedrontam ao saber que mesmo o próprio barraco não lhes pertence. Que o próprio pedaço de terra onde ele se ergue pertence a outros, e por meio de políticas de desfavelamento, são expulsos para que possam, em outro lugar, viver sua miséria.

Quando o rio de Tio Totó levava tudo, restou as angústias de Ditinha, de Cidinha-Cidoca, de Jorge Balalaika, ficou o rosto que não sorri de Mão Joana e o sorrir para dentro de Maria-Velha, e a própria melancolia de Maria-Nova, que na senzala-favela via o buraco do mundo. Também o altruísmo de Bondade, e a indignação de Negro Alírio, que buscava a força na rebelião dos trabalhadores; mas cabiam todos, todos, na imensidão do coração de Vó Rita ? que dormia embolada com a Outra.

Corpos subalternizados que encontram na própria comunidade uma beira, uma lasca de resistência, e que choram, que riem, que festejam, que enlouquecem, que narram, que morrem e nascem. Nesse fazer da vida, percorrendo os becos, sobram e sangram os rastros das memórias.
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Domingas.Beatriz 14/02/2023

Impecável
É minha segunda leitura da Conceição Evaristo e que escrita linda, a forma como é relatada as dores, as alegrias, as emoções dos personagens é maravilhosa. É uma leitura pesada, fala sobre os sentimentos profundos dos que enfrentam diariamente o desamparo, o preconceito, a fome a miséria, mortes, abusos e várias outras questões profundas da sociedade brasileira.
Recomendo a leitura.
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Laura.Begotto 04/02/2023

Becos da Memória
Per-fei-to! É só o meu livro preferido de todos dos tempos. Literatura brasileira que conta a triste realidade da pobreza de vários personagens. É trágico, envolvente e te faz refletir. Ganhei ele em uma amigo secreto de livros na escola. Bendito dia! Kkskkksk

"[...] "A tristeza tem orelha grande e ouvidos fundos", dizia ela. "Basta a gente dar uma gargalhada alta, que a orelhuda escuta e vem logo tristezando atrás da gente." [...]"

Pág. 29-30. 3° parágrafo.
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Roberto.Costa 21/01/2023

Melhor um cachorro amigo do que um amigo cachorro
Um estilo de leitura que dá um sinal de acolhimento, senti realmente como um ouvinte de uma história contada por alguém mais de idade, em cada palavra uma grande quantidade de afeto envolvido.

A leitura tanto pela personificação da favela, pelo desfecho, e o sentimento que me causou, me recordou muito o livro: o cortiço.

O mais doído é a auto-identificação com a temática. Onde morei tinha um plano de construir uma rua onde era minha casa, anos e anos com esse projeto no papel, e nos causando uma grande incerteza.

A lei do usocapião está lá, mas como diz o livro, quem faz a lei são os poderosos.
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Kaah_mgo 20/01/2023

Belíssimo!
Conceição Evaristo, como fez posteriormente em seus livros de contos, consegue nos transportar para as vidas vividas a duras penas por mulheres, homens, crianças expostas à miséria, violências, discriminação...

A cada personagem que se desenha, o romance ganha corpo e expõe as condições de vida em um Brasil não tão longínquo e que guarda relações íntimas com a história da colonização e escravidão.

Contudo, como uma estratégia política e de resistência através da escrita, recupera a ternura, a humanidade, o amor e a importância da solidariedade e da vida comum mesmo quando nada material há para ser dividido.

Revelando a potência das memórias subterrâneas, mostra uma outra trama histórica construída e sustentada por milhares de vidas que a historiografia oficial se nega a considerar verdadeiramente.

Definitivamente, não há como ser a mesma pessoa depois de ler esse livro.
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Ana Rohrer 18/01/2023

Becos.
Lugares sem saída.
Escuros.
E que se vasculhados podem trazer à tona dor, mas também a riqueza da estória vivida.
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Anny 14/01/2023

Através dos becos de uma favela Conceição consegue, como sempre, introduzir histórias tão sofridas, tristes, mas carregada de alegria e simplicidade. A autora é um patrimônio por não deixar essas histórias serem esquecidas e aliás, Ordem e Progresso é pra quem nesse Brasil?
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Alyne Lima 14/01/2023

Conceição Evaristo não erra
Ler Conceição Evaristo é sempre uma dádiva. Evaristo é pungente. Necessária. Falar sobre elos de ancestralidade e memória em um mundo que sempre negou nossa História, é necessário. Sigo encantada.
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Lara 09/01/2023

Simplesmente o melhor livro que eu já li. Todos os dias eu agradeço ter ganhado esse livro pois me ajudou a ter mais consciência sobre questão que eu não entendia tanto sobre mim quando sobre os outros.

(um leve agradecimento ao meu ex ficante que me deu de presente)
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Beto | @beto_anderson 05/01/2023

Forte
Não tem como ler este livro e não se lembrar de "Quarto de Despejo" de Carolina de Jesus. Duas realidades muito semelhantes vivida pelas moradores de favelas do Brasil. As memórias formam um quadro muito duro e cruel da vida da pessoa preta descendente dos homens escravizados no país: a falta de oportunidade, as relações machistas, tudo que advém dessa disparidade social fortemente enraizada na história brasileira. Recomendo a leitura.

site: https://www.instagram.com/beto_anderson/
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gabi.botini 04/01/2023

Comecei a ler pra um trabalho na faculdade e se tornou jm dos meus favoritos. A narração de maria-nova é impecável, você se coloca naquela situação. Trás profundidade para caracteres da sociedade como "a empregada que roubou de mim" ou "o vagabundo que não trabalha, não faz nada e deveria arrumar um emprego". Faz você repensar crenças e julgamentos. Espetacular.
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