A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil

A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil Becky Chambers




Resenhas - A Longa Viagem a Um Pequeno Planeta Hostil


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Alana N. 07/05/2019

Um conselho: VAI LOGO LER ESSE LIVRO!
“A longa viagem a um pequeno planeta hostil” é um livro incrivelmente necessário.
Dentro de toda a vibe sci-fi/ficção cientifica, Becky Chambers consegue nos entregar uma trama tocante sobre interações sociais, individualidade, personalidade, aceitação, interracialidade, preconceito, pré-conceitos e mais um monte de assuntos que precisam, mais do que nunca, serem discutidos e trabalhados.
Se olharmos o grosso da trama, ela não é grandiosa ou complexamente genial. É apenas a história da tripulação de uma nave, que faz perfurações espaciais, que abraça um serviço complexo, envolvendo um planeta em conflito. Mas ao embarcarmos na Andarilha junto com esses personagens, é que verdadeiramente conseguimos ver o quão fundo nossa autora conseguiu chegar.
Essa não é uma história sobre o espaço, ao melhor estilo Star Wars. Não, essa é uma história sobre convivência, sobre respeito e aceitação as diferenças. É sobre respeitar as peculiaridades de um indivíduo ou de uma cultura. Sobre conviver harmoniosamente. Sobre “humanidade”, mesmo que não envolva apenas humanos.
Com toda certeza é um livro que indico de olhos fechados, sem medo de errar. Acredito que as mensagens guardadas dentro dessa belezinha precisam ser disseminadas por ai em grande escala. Se você pensa ou já pensou em ler esse livro, leia mesmo. Vale cada segundo do seu tempo.

Sobre uma experiencia pessoal:
Quando eu estava para publicar meu livro, que não chega as orelhas dessa belezinha aqui, me bateu um medo a ponto de me fazer chorar. Sem brincadeira. Eu estava apavorada e pensando em atestar minha derrota, antes mesmo de tentar.
Todos os: “Não vai dar certo.”, “É apenas um sonho bobo.”, “Você deveria ser mais realista”, e todas as outras frases de “estimulo” que ouvimos por ai toda vez que nossos sonhos são “fora da curva”, ficaram reverberando dentro da minha cabeça. E isso me paralisou.
Eu estava com ele completo, perfeitinho em meu computador. Carregando tudo aquilo que eu acreditava e pretendia manter ali, mesmo que meu sonho fosse o contrário, apenas por medo.
Até que, buscando por algum alento, me peguei abrindo aleatoriamente os livros não lidos da minha estante, (já que os livros sempre foram meus grandes amigos e minha válvula de escape), quando li a “nota especial” que há no fim desse livro.
Nas palavras dessa autora encontrei o estimulo que me faltava, como se, de alguma forma, o Universo estivesse me mandando uma mensagem. Sério.
Então se você ai do outro lado estiver com um sonho guardado no fundo da gaveta, em um arquivo escondido no computador ou apenas na cabeça ou no peito, não desista dele. Não importa se é apenas mais um livro como qualquer outro, mais uma música, uma receita, um vídeo ou qualquer outra coisa. Não é só mais um. É o SEU! E isso vale muito.
Meu livro não é um sucesso, não é sequer conhecido, mas ele existe. Só isso me faz feliz. Criticas negativas virão, assim como as positivas, mas apenas por ter tentado e dado a cara a tapa já faz de mim, ao meu ver, alguém com o saldo positivo.
Então, se assim como eu, você estava procurando apenas por um sinal para dar vida ao seu sonho, vamos considerar esse um sinal, tudo bem? Eu tive o meu quando mais precisava e acredito no poder das palavras. Talvez as minhas também cheguem a quem precisa. Fica solto no ar.

site: https://umapalavraenadamais.blogspot.com/
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Maria 06/05/2019

Que livro meus amigos!
Um ótimo livro, me prendeu do começo ao fim. Becky Chambrs me fez se apaixonar por todos os seus personagens ?
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Paulo 28/04/2019

Um grupo de viajantes do espaço que se encarregam de criar buracos que servem de wormholes para naves espaciais de toda a Confederação. Basicamente esta é a história do livro. Vamos vendo o dia-a-dia dessas pessoas e seus problemas. Parece um negócio chato, né? Pois, vou dizer a vocês que essa foi uma das melhores histórias que eu li até o presente momento em 2019. Becky Chambers coloca vida nestas aventuras e nos apresenta personagens que nós desejamos estar com eles. Ao acompanhar a jornada deles, vivenciamos as alegrias e as tristezas da tripulação. Ao longo da narrativa, a autora consegue dar toda uma profundidade ao que eles estão passando a ponto de ser capaz de trabalhar todo o tipo de temas.

O plot principal da narrativa é o estabelecimento de uma ponte entre o Núcleo da Confederação e o planeta Hedra Ka. Os povos da confederação estão entrando em contato com os toremi ka, alienígenas que nunca haviam feito parte da aliança entre os povos e agora precisam de ajuda para lidar com outros clãs toremi. Para Ashby é uma boa oportunidade para pegar um trabalho que pague melhor. Até então ele havia pego apenas trabalhos mais simples devido à sua nave não ser tão sofisticada. Mas, a missão pode acabar se tornando perigosa devido ao espaço dos toremi ser muito disputado. Aparentemente, os contratantes de Ashby fornecem total segurança e respaldo em sua tarefa. Aliado a isso, a Andarilha recebe mais uma tripulante: Rosemary Harper, uma guarda-livros contratada para organizar a papelada da nave. Rosemary acaba servindo como os nossos olhos e ouvidos ao nos apresentar toda a dinâmica de convivência entre todos.

A construção do mundo na narrativa é muito bem feito. A autora não faz info dumping. Pelo menos não com aquela fome que vemos em outras narrativas. As coisas são apresentadas calma e paulatinamente para os leitores a ponto de considerarmos tudo como um status quo. Toda a história se passa dentro da Andarilha e em alguns portos onde ela desembarca. Os alienígenas também são apresentados em suas características e especificidades. E nesse sentido Becky cria tipos de alienígenas bem diferenciados. Dá para citar os Sienat Par, que funcionam em pares e estão conectados ao Sussurro, que os permite enxergar mistérios do Universo insondáveis aos outros alienígenas; ou os aandriskanos e suas características reptilianas, com concepções distintas sobre família e sobre relações afetivas e sexuais; os toremi, que enxergam tudo em padrões. Existe uma enorme riqueza de detalhes na narrativa da autora. Coisas que vamos sendo apresentados aos poucos e vai compondo uma ampla variedade de informações.

Um ponto que cabe apontar é o quanto os seres humanos evoluíram em relação a tempos passados. Ao invés de termos humanos sendo humanos, ou seja, guerreando, explorando, matando e conquistando, temos uma humanidade buscando um novo caminho para si mesmos. Tendo sofrido a perda de seu mundo natal que agora se tornou muito hostil à humanidade (abuso dos recursos naturais), agora temos seres humanos vivendo como nômades ou humanos vivendo em Marte. Esta nova versão de nós mesmos se preocupa em se redimir pelos seus antepassados, pregando uma filosofia pacifista. O próprio Ashby não gosta de pôr a mão em uma arma ou sequer usou. Em determinado momento da trama, quando ele podia ter usado de violência, ele preferiu dialogar. Gostei demais dessa abordagem da autora, diferindo muito de como a humanidade aparece na ficção científica. Chega a ser até uma visão bem otimista sobre nosso futuro, apesar das tragédias.

A escrita da Becky é gostosa e relaxante. Chega a ser incrível como um romance onde acontece tão pouca coisa consegue ser tão viciante. A autora domina a arte de contar uma boa história, e mesmo a narrativa sendo um bom e velho slice of life, ou seja, uma aventura sobre o cotidiano, ela consegue encontrar formas de contar uma narrativa atrativa, despertando o interesse do leitor para sempre se focar no que vai acontecer a seguir. Becky vai inserindo pequenos detalhes de plots ao longo dos capítulos que vão sendo resolvidos pouco a pouco. Nada, repito, nada é colocado à toa na história. Tudo tem alguma consequência em algum momento da história. E devido a isso, os personagens que a autora cria são muito empáticos e passamos a nos relacionar diretamente com eles. Seja as estranhices da Kizzy, o amor platônico de Jenks, o carisma de Ashby ou a curiosidade de Rosemary. Todos são relacionáveis.

E isso porque eu nem comecei a falar das relações entre os personagens e outros personagens do universo. Vou apenas me focar em dois porque daria para escrever parágrafos e mais parágrafos sobre eles. Lovelace (ou Lovey) é uma personagem incrível, e ela é apenas mais uma entre vários da tripulação de Ashby. É possível uma IA e um ser humano desenvolverem uma relação afetiva? Jenks e Lovey se amam um ao outro, mas Lovey é apenas um sistema autônomo que controla a nave. Ela não tem um corpo físico. É uma voz que percorre toda a nave auxiliando a todos nas mais diversas tarefas. Mas, vamos percebendo o quanto Lovey é doce e gentil. Desde o começo isso causa um choque nos leitores porque não vemos uma IA dessa forma com muita frequência. E a relação entre os dois personagens é linda. Algumas das frases que eles compartilham um para o outro são belas. Vamos vendo como a relação dos dois vai amadurecendo e eles precisam tomar decisões difíceis para eles. Em um determinado momento em que Jenks pode rumar por uma travessia egoísta, ele reflete sobre o quanto essa decisão pode afetar o próximo.

E esse é um mote comum em toda a trama de Becky Chambers. Vários são os momentos em que nós, leitores, nos emocionamos. Há pelo menos três grandes momentos onde a autora nos coloca em situações lindas. Talvez, para mim, o momento entre Sissix e Rosemary é um dos mais impactantes. Porque são duas pessoas com visões bem distintas sobre o amor e sua expressão. De um lado temos uma Rosemary tímida sobre como abordar o tema com Sissix, e do outro, uma Sissix movida por seus instintos ao mesmo tempo em que precisa entender e respeitar Rose. A maneira como a autora trabalha o tema da compreensão e o entendimento é ímpar; acho que poucas vezes também eu vi isso. É de uma sutileza e uma sensibilidade que toca o coração de quem vê. Talvez o mais bonito em relação a toda a situação é o quanto Rosemary compreende os reais sentimentos de Sissix e percebe que existe uma lacuna na vida dela. É com essa mentalidade que ela acaba liberando o que sente.

A própria conexão entre humanidade e outros povos é o tempo todo colocada em xeque. Isso porque os seres humanos ainda são muito recentes no convívio com outros povos. A gente vai conhecendo outros deles e como a humanidade trouxe toda uma nova dinâmica ao universo. Os próprios seres humanos ainda estão tentando entender como eles se encaixam entre tantos povos diferentes e sendo muito inferiores a todos os outros. Esse, talvez, é outro aspecto curioso na narrativa da autora. Ela não glorifica a humanidade e nem a coloca como seres muito diferenciados. Não são especiais e não aprendem rápido. São como quaisquer outros povos e estão aprendendo novas tecnologias e começando bem abaixo.

Eu adorei a narrativa. Poderia ficar lendo centenas e centenas de páginas com estes personagens. A autora conseguiu conquistar o meu coração. Com uma narrativa eficiente, uma escrita doce e gentil com os leitores e personagens que nos fazem ficar viciados em assisti-los, só tenho elogios. Não é à toa que este primeiro volume recebeu tantos elogios de tantos veículos diferentes. A Longa Jornada a um Pequeno Planeta Hostil é a ficção científica em sua melhor forma: aquela que nos faz refletir sobre nós mesmos.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Maiani - @minhavidaforadeorbita 21/03/2019

Que surpresa boa a leitura desse livro. Não gostei muito do começo, mas com o passar das paginas a leitura flui bem. Esse é um scifi que mistura new wave, que foca no desenvolvimento dos personagens e não tanto na parte científica, com Space Ópera, já que temos viagens interplanetárias, espécies alienígenas e aquela vibe de aventura que é super empolgante. É o tipo de livro que indico pra quem tem medo de Scifi.

Adoro esse subgênero, com relações interespécies, em como as diferenças podem aproximar ou afastar as pessoas, e a Becky trabalha exatamente isso nesse livro. A tripulação da Andarilha é bem diversificada, o capitão Ashby um dos personagens mais empáticos que existe. Sissix, Kizzy, Rosemary, Jenks, Dr. Chefe, Ohan, Corbin e Lovey nos dão uma lição de aceitação e trabalho em equipe; apesar de todas as diferenças e desavenças, eles trabalham juntos para o bom funcionamento da nave.

Como o título deixa subentendido, a história gira em torno da jornada dessa tripulação até um planeta hostil, às margens dos sistemas conhecidos, para realizar um trabalho até então inédito na região. E eu gostei da construção da história assim, focando nos percalços e nas coisas boas dessa viagem, a preparação para realizar um trabalho tão complexo e fora do eixo familiar.

A mensagem desse livro é sobre aceitação; os dramas, as histórias, tudo gira em torno disso. Tantas raças diferentes coexistindo dentro de um espaço limitado os faz ter uma noção ainda maior das diferenças e defeitos das outras espécies; as piadinhas que eles fazem sobre isso são sensacionais e rendem boas risadas! Uma história que reflete tão bem a realidade que vivemos; independente de concordar ou não com o próximo, você deve respeitar as decisões dele e não julgar com base no seu conhecimento de mundo, somos diferentes e temos visões diferentes sobre todas as coisas.

"É isso que me assusta. Há poucas coisas tão inquietantes quanto não ter controle em uma situação que não é familiar."

"Sabe o que foi que eu percebi, no entanto? Não importa o que eu penso. Jenks pensa de outra maneira, e o sofrimento dele é real."
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Gustavo 06/03/2019

A Longa e Maçante Viagem a um canto que nem tem tanta importância
A longa viagem a um pequeno planeta hostil surgiu através do esforço comum de pessoas que acreditaram no potencial do livro e patrocinaram a publicação do mesmo.
Becky Chambers, iniciou a campanha de arrecadação de fundos, através da plataforma Kickstarters, como última alternativa. Caso o financiamento coletivo não desse certo, ela seguiria sua vida e deixaria o livro de lado.

Não vou dizer que foi sorte, então, por sua competência, o livro foi muito bem recebido!

O livro chegou ao Brasil com uma carga muito grande de expectativas! Primeiro por que ele veio em uma edição magnifica, todo mérito nesse quesito a editora Darkside. Segundo, O nome da editora é como um selo de qualidade, há algum tempo a editora do terror vem lutando para extinguir aquela ideia de que seus livros eram só beleza e pouco conteúdo e tem obtido êxito, por isso mais um fator para aumentar nossa ansiedade. Por fim, as primeiras resenhas que esse livro teve foram todas enaltecendo essa história, então como não querer um livro lindo, da Darkside, que todos adoram?

O livro é lindo em todos os aspectos, desde a capa que tem um trabalho artístico perfeito, como nos ideais que traz consigo.

Acompanhamos, ao longo do livro, a tripulação da nave Andarilha, em sua viagem a um ponto distante do universo. Durante a viagem, observamos um conjunto de seres sapientes que demonstram muito respeito, bom senso, que sabem dialogar e conviver com as diferenças. Acompanhamos experiências de vida de cada um, uma experiência mais enriquecedora que a outra. Parece que tudo é perfeito, não há conflitos e os poucos que existem se acabam em duas páginas.

Não sei se é muito otimismo, se a autora realmente acredita que seres sapientes possam chegar a esse nível de maturidade e evolução. Não sei se, ao contrário, seja meu pessimismo e minha descrença na raça humana ou em qualquer raça que possa existir que seja capaz de pensar. No entanto, a mim pareceu que eu estava assistindo um comercial de margarina, aquela família feliz e sem problemas, sorridente, o mundo perfeito, quer dizer, o universo perfeito.

Isso tornou a longa viagem em uma viagem maçante, cansativa, monótona, uma viagem sem objetivo, porque o objetivo foi ofuscado.

Eu entendi, ou quis entender que no final de tudo tem uma mensagem bacana a ser passada adiante. Talvez o que eu li não seja uma distopia, seja uma utopia.

Eu entendo que existem dois lados da moeda, compartilhar atitudes bacanas geram outras atitudes bacanas, mas acredito que faltou gerar uma discussão pra despertar o senso crítico e levar a uma conclusão que resulte em uma atitude bacana, que faça a pessoa repensar as atitudes mesquinhas e medíocres que possa estar tomando.

Acredito que tudo isso justifique minha nota para essa leitura. O livro é lindo, cheio de atitudes lindas, uma capa perfeita, trechos marcantes, mas é maçante e perde o foco.
Cássia 07/03/2019minha estante
Pois é, eu tinha medo exatamente disso: de ser uma história maçante! Vou ler sim, até pq está na minha estante, mas já estou com o pé atrás. Excelente resenha :)


Laís Quintela 11/03/2019minha estante
Você viu que tem uma continuação?


Gustavo 11/03/2019minha estante
Vi sim, Lai. Pretendo ler, mas não estou com muita pressa. Quando surgir a oportunidade eu compro ele kkk




Marcos.Trindade 27/01/2019

Espetacular
Andarilha. Uma nave espacial de perfuração de túneis. É difícil entender sem imaginar. Você que já viu aqueles vídeos das estrelas e do sistema solar ou até mesmo numa noite onde o céu está estrelado e você tenta imaginar o que vem depois disso... Vá além e imagine outros planetas sem ser os do nosso sistema solar. Algo com vida em outro lugar. Digamos que a Andarilha perfura túneis que liguem a gente a esses lugares onde dezenas de espécies vivam. Desde que se formou a CG (Comunidade Galáctica) onde as espécies formaram entre si uma aliança o espaço se tornou um lugar de viagens e descobertas. Ashby o Capitão da Andarilha, juntamente com Ohan, Sissix, Jenks, Kizzy, Corbin, Lovey, Dr. Chef e Rosemary partem para uma jornada de descobertas, cumplicidade, amizade e superação a borda de seu lar, Andarilha! História Apaixonante!
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Larilars 23/01/2019

NUNCA, JAMAIS nessa vida eu achei que fosse gostar de um livro desse gênero.
Daí acontece que não só gostei, como chorei quando terminei, dei 5 estrelas e favoritei. Até já comprei a sequência. Sério: LEIAM.
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Cleber Farinazzo Jr 08/01/2019

RESENHA: A LONGA VIAGEM A UM PEQUENO PLANETA HOSTIL
(trilha sonora: "On Melancholy Hill" - Gorillaz)


Categorias que eu daria para este livro:
- soft sci-fi
- space opera
- slice of life


Os personagens do livro trabalham numa nave que faz túneis de buraco de minhoca, usados para trânsito de naves entre longas distâncias. O próximo trabalho envolve fazer um túnel em um local muito distante, próximo ao centro da galaxia, numa área quase inexplorada pelas espécies membras da Comunidade Galáctica. A viagem até lá será muito longa e os membros da tripulação não terão muito o que fazer, além de realizar manutenção na nave e esperar o tempo passar. Logo, segue-se uma história de cotidiano.


"Você está aí?"
Ele dobrou um corredor e parou de andar. Kizzy estava em uma das poltronas perto da mekeira, sentada de pernas cruzadas. Um engradado cheio de novelos de lã estava aberto ao seu lado e havia novelos coloridos espalhados pelo chão. Sua língua estava ligeiramente para fora, entre os dentes, enquanto ela se concentrava nas agulhas de tricô nas mãos. No chão, em meio à lã, os doze reparabôs estavam parados, observando-a. Jenks sabia que eles aguardavam instruções, mas a postura atenta e os corpos gordinhos o fizeram pensar em patinhos ao redor da mãe.
Ele ficou sem reação ao ver a peça que começava a se formar entre as agulhas. "Você está... fazendo chapéus para eles?"
"É", disse, apontando distraída para um deles."Alfonzo já ganhou o dele."
Jenks olhou para o robô usando uma touca azul com um pompom amarelo.
"Alfonzo?"
Ela suspirou. "Sei que não são modelos com consciência, mas, sem eles, eu jamais teria conseguido manter a nave funcionando até Sálvia chegar. Eu me sinto mal por tê-los deixado em uma caixa por tanto tempo. Então, estou tentando me redimir."
"Com nomes. E chapéus"



Cada personagem tem traços bem marcantes de personalidade, tornando todos bem diferentes e facilmente identificáveis. Uma das personagens me lembrou um pouco a Phoebe, de Friends.



Como a tripulação da nave é composta por membros de diversas espécies, cada um deles precisa aprender a conviver com as diferenças, sabendo se adaptar às necessidades dos outros e ter sensibilidade para entender culturas totalmente diferentes. Esse é um dos pontos centrais do livro. Personagens de espécies diferentes discutindo suas diferentes visões sobre as coisas da vida é um tipo de cena recorrente. A forma como a autora trabalha esse contrastes culturais é sempre com uma visão muito positiva. Os personagens da história estão, em sua maioria, sempre se esforçando para enxergar o lado do outro e agir da melhor forma possível.



"O que isso significa?"
"Você já viu o quarto de Sissix?"
"Não."
"Então, na parede dela tem uma moldura chique bem grande com um monte de penas aandriskanas penduradas. Todo aandriskano tem um desses, até onde sei. É que se você é um aandriskano e alguém toca a sua vida de alguma maneira, você dá uma das suas penas àquela pessoa. E você guarda as penas que recebeu dos outros como um símbolo de quantos caminhos já cruzou. Ter um monte de penas na sua parede mostra que você teve impacto em bastante gente. Essa é uma prioridade na vida de muitos aandriskanos. Mas eles não dão penas por nada, tipo, só porque alguém ajudou você a carregar compras ou lhe pagou uma bebida. Tem que ser uma experiência inesquecível, mas pode ser entre estranhos"


A maior parte do livro tem um clima episódico, em que cada capítulo possui a sua própria "historinha", geralmente focada em algum personagem, permitindo que cada personagem seja conhecido mais de perto.

Acredito que o livro poderia ser adjetivado como "bonitinho". Se você gostar de livros "bonitinhos", talvez goste desse, mesmo que você não seja necessariamente fã de sci-fi. Aqui os personagens não estão ocupados pensando em física teórica, política interplanetária, conquista militar de novas colônias ou coisas do tipo. As pessoas estão preocupadas em sentar ao redor de uma mesa após um cansativo dia de trabalho e tomar chá jogando conversa fora.

A edição do livro é realmente bem bonita. Dá pra parar e ficar admirando um pouquinho toda vez que pegar o livro pra ler.


4/5.
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Yasmim Braga 28/12/2018

diferente de tudo que já li! MUITO BOM
Já vou dizendo que é um livro que TODOS deveriam ler. Quer saber por quê? Confira abaixo:
⠀⠀⠀
Vamos conhecer aqui a história de 9 tripulantes a bordo da nave Andarilha no meio do espaço, estão prestes a enfrentar uma longa viagem e alguns imprevistos no meio do caminho. Estamos no futuro (talvez), a civilização e a tecnologia evoluíram, todos os planetas são habitados, os seres humanos convivem agora com seres de diversas espécies/culturas/tamanhos.
⠀⠀⠀
.
No começo, temos um ritmo bem lento, justamente pelo fato de ser um "mundo" novo, estamos conhecendo diversos seres com diferentes culturas, relacionamentos, crenças, tamanhos, opiniões...enfim, se decidir ler, eu peço que vá com a mente aberta! E apesar de ser uma ficção científica, a escrita da Becky é fluída e a narrativa é tão leve que te envolve com facilidade. Agora, sobre o protagonista... mas PERAI, não temos um protagonista, gente, e sim um CONJUNTO de protagonistas. Todos os membros da nave são maravilhosos, importantes e muito bem desenvolvidos, o que te faz gostar de cada um de uma forma diferente. Mas a minha favorita é a Sissix, que me surpreendeu sendo muito com sua personalidade forte, determinada, corajosa e, ao mesmo tempo, amorosa, gentil e amiga. Outro ponto positivo: Um livro que aborda a DIVERSIDADE. "Ué, Yas, mas você não falou que é sobre alienígenas, seres estranhos?" Sim, mas gente, de acordo com a minha compreensão, é tudo uma metáfora à nossa sociedade e a diversidade de gêneros. Além da metáfora, há realmente a exposição de relacionamentos LGBTQ+, só que não foi nada forçado, pelo contrário, muito bem trabalhado. 🌈
⠀⠀⠀
Me acrescentou muito. A autora conseguiu abordar muitos assuntos como amor, amizade, respeito, auto aceitação, ética, racismo, sexo, tolerância, entre outros. PELAS ESTRELAS, dê uma chance e venha se encantar com essa leitura!
⠀⠀⠀
❝Do chão nós nos erguemos; Nas nossas naves, vivemos; Nas estrelas, sonhamos.❞
⠀⠀⠀

site: instagram.com/blogliterarte
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Emi 25/12/2018

Por mais livros ótimos assim!
Não esperava tanto do livro quando comecei a ler, mas tive uma surpresa enorme quando fui mergulhando nesse universo criado por Becky Chambers. Às vezes me pego presa aos livros que já li e penso que ninguém mais conseguiria superá-los. Bom, Becky me lembrou o prazer de descobrir novos autores e que a competência e a criatividade estão aí, precisamos é nos dar a chance de encontrá-los.
Becky fugiu dos clichês e criou uma história bem estruturada, criou todo um universo e me prendeu o livro todo. Afinal, ao contrário daqueles livros que te enrolam e que vc fica torcendo pra chegar na parte X dele, nesse livro o conteúdo todo é fantástico. Nessa longa viagem várias coisas acontecem com os personagens e com o leitor que também entra em conflito com seus próprios paradigmas.
Enfim, recomendo fortemente essa leitura!
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Allan Ramos 25/12/2018

Livro nota máxima!
Após alguns dias lendo essa obra de Becky Chambers (revelação na literatura sci-fi), pude perceber o alto nível da escrita e a profundidade das ideias da autora. A pequena viagem a um pequeno planeta hostil retrata a vida de 8 tripulantes dentro da nave “Andarilha”, onde devem fazer viagens de planeta em planeta construindo túneis espaciais para conexão entre as civilizações pertencentes da comunidade galáctica.
Os personagens são muito bem construídos, cada um com sua história e importância. Dentro da narrativa do livro são abordados temas de política, distinção de gênero, amor além das aparências, amizade e superação. Livro nota máxima! Becky, já possui meu respeito literário!
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Mel Trabach 25/12/2018

Eu tenho que confessar que as primeiras 160 páginas foram bem arrastada e eu tive bastante dificuldade para conseguir permanecer na leitura, não que a história não estivesse interessante, o problema não foi esse, eu apenas estava com dificuldade para me prender a história e me apegar aos personagens.

Mas no meio do livro tudo mudou, e eu agradeci imensamente por não ter desistido da leitura.

Cada personagem tem uma particularidade, uma cultura, uma forma única de ver as coisas e cada um deles está passando por seus desafios pessoais e a seu próprio modo tentando lidar com eles.

O destino que aguarda toda a tripulação da "Andarilha" é sim muito importante, porém ainda mais importante e enriquecedor é todo o trajeto e todas as descobertas feitas por cada um deles.

A autora usa de extrema sutileza e traz à tona várias discussões importantíssimas como: xenofobia, sexualidade, guerras... e através de cada personagens traz uma compreensão única sobre a humanidade, seus defeitos, seus medos e suas incompreensões.

Descrever a enxurrada de sentimentos que esse livro me proporcionou é realmente impossível, tudo o que posso dizer é que você leitor precisa conhecer essa obra e cada segundo ao lado da tripulação da "Andarilha" irá valer muito a pena e com toda certeza irá te proporcionar uma experiência extremamente enriquecedora.
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Andressa | Baú Literário 12/12/2018

A Longa Viagem a Um Pequeno Planeta Hostil
Confesso que quando peguei pra ler achei que seria uma "space opera" mas ele foi além, uma história de amizades sem preconceitos, de experiências de vidas, de aprender a enxergar no outro a diferença e ainda assim respeitá-lo e até amá-lo.
.
É um livro todo de personagens, eles são a história e as estrelas (sem trocadilhos haha), por isso a construção deles ao longo do livro foi o que mais me pegou. Tanto que quando o livro estava acabando eu já estava triste porque sentia que eles já eram meus amigos também 😍
.
Um dos meus favoritos até agora. Não tem "encheção de linguiça", a autora sabe muito bem o que está fazendo e pra onde quer ir com a história.

site: youtube.com/bauliterario
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Likka 29/11/2018

Uma ficção-científica bem construída
A história narra a vida dos tripulantes da nave Andarilha, que constrói tuneis espaciais, - são como estradas para longas viagens - que acaba de receber uma nova proposta de trabalho. A equipe terá que fazer uma obra complicada e, para piorar, em uma região onde ocorrem alguns conflitos. Apesar de ser uma tarefa difícil, eles acabam aceitando e é ai que a jornada começa de verdade.

Becky Chambers não traz grandes aventuras. Por isso, já não esperava batalhas épicas, mas confesso que achava que podia rolar uma aventura aqui e ali. Bem, me decepcionei. O enredo é literalmente só uma grande viagem. Como o livro não é cheio de grandes emoções, a leitura se tornou um pouco lenta para mim. Não é o tipo de livro que vicia, sabe? O tipo de livro que você começa a ler e não consegue mais parar. Porém, minha experiência não foi ruim. A autora foi muito original em seu trabalho e criou um universo diferente. Apesar de não ser repleto de momentos emocionantes, o livro ainda traz alguns momentos de suspense, tristeza, comoção e, claro, muitos momentos engraçados. O legal de "A Longa Viagem A Um Pequeno Planeta Hostil" é ver várias espécies diferentes convivendo juntas, em coletividade, o que faz a autora tocar na questão do preconceito e deixar uma reflexão linda sobre amar o próximo, respeitar culturas e crenças diferentes e tentar entender mundos diferentes. Além disso, Chambers apresenta o seus personagens muito bem e aprendemos sobre a história e a personalidade de cada um. A impressão que fica é que a tripulação da Andarilha é uma grande família.
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