Resenhas - Triste fim de Policarpo Quaresma

Alexsander48 01/04/2022

O otimista positivista.
Muito engraçado em diversas partes, nacionalismo soterrado pela realidade e expõem bem os conceitos da época.
Pouco confuso em sua progressão textual, mas entendível.

Giovanni 31/03/2022

O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, narra a trajetória de Policarpo Quaresma, um patriota ímpar, que causa estranheza nas pessoas pelos seus ideais e coragem.
Um clássico da literatura brasileira que merece um lugar em sua estante.

Jorge 28/03/2022

Morri junto.
O livro acompanha a jornada do Major Policarpo Quaresma, um entusiasta pelas coisas que ele considera as legítimas tradições brasileiras. Um homem com valores pátrios, que acredita no nosso potencial de desenvolvimento, autossuficiência e emancipação internacional. Ou seja, um patriota de ação com mentalidade otimista, tomado de um sentimento grave e absorvente pelo nosso país. Um idealizador visionário (no bom sentido da palavra, claro) que tenta a todo custo melhorar o estado das coisas de seu tempo.

O romance se passa nos primeiros anos da República. No campo politico, grandes eram as dificuldades. Por toda a parte do Brasil, havia levantes de contestação ao governo de Floriano Peixoto. Era um período de transformações significativas na vida dos brasileiros, tão marcados pelos processos de violência e hipocrisia do governo da época e também pela marginalização crescente da massa inculta, urbana e rural.

A saga desse homem que foi uma exceção a regra, e que ingenuamente assumiu para si a luta pela transformação histórica e social do país, é muito mais que um romance escrito para entreter. É acima de tudo um romance escrito para informar, denunciar. Uma denúncia objetiva, corajosa e a frente de seu tempo sobre adoração fetíchica por uma conduta republicana incapaz de considerar o êxito da nação em sua totalidade.

Em síntese, O Triste Fim de Policarpo Quaresma é uma caminhada quixotesca em direção a uma morte desoladora de um ser humano. Não apenas física, mas moral e intelectual. Desta forma, começamos o romance acompanhando as ideias de Quaresma em prol de reformas urgentes, e terminamos sentido as suas dores. É triste o desfecho dessa saga. Pois é triste assistir o entusiasmo desse homem se transformando em um desanimo doentio, uma tristeza desesperançosa após uma trajetória tão solitária e incompreendida.

Li na edição da editora Atica. Essa edição faz parte da coleção Bom Livro, editada há décadas, e que foi recentemente repaginada. Nesta edição, a literatura afiada de Lima Barreto veio acompanhada de uma apresentação esclarecedora da Doutora Carmen Lydia de Souza Dias, na qual aborda pontos cruciais da obra, além de uma breve biografia elaborada por Carlos Faraco.

price; 28/03/2022

Uma boa leitura.
Li o livro para realizar um trabalho e curti bastante a história escrita por Lima Barreto. Lendo a história de Policarpo Quaresma, pude perceber ainda mais o quão preconceituosa a sociedade pode ser com aquele que é meramente diferente dos "padrões" impostos por determinada época.

Com Policarpo, Lima Barreto conseguiu expor o preconceito e também o endeusamento daquilo que é de fora, ignorando completamente aquilo que é puramente brasileiro, aquilo que é coisa nossa.

Foi uma boa experiência e futuramente espero ler mais obras desse importante autor!

Bruna.Toledo 26/03/2022

Essa é uma história que representa muitíssimo bem a nossa situação atual. É a história de um patriota, que ama o Brasil, as suas riquezas, sua diversidade e, acima de tudo (rs) o seu potencial. Ao longo da história, esse patriota percebe que nem todo o amor do mundo seria capaz de mudar a realidade sociopolítica do país.

Espero que nós, brasileiros do século XXI, não tenhamos esse triste fim.

Acho que comecei esse livro com altas expectativas. Ou não. O fato é que me decepcionei um pouco com O Triste Fim de Policarpo Quaresma. Eu entendo que a narrativa não tenha realmente a intenção de ser muito"movimentada", cheia de surpresas. E apesar de ter me envolvido bastante na história em alguns momentos, no geral achei chata, descritiva demais, com monólogos demais.

sofia âï¸ 23/03/2022

Muito bom
É um livro que pode ser usado em redações, fala muito sobre pessoas que apoiam o patriotismo e esclarece detalhes sobre a leitura naquela época, fazer livros era proibido no Brasil entre 1500 e 1808, só em 1808 as pessoas puderam editar e ler, porém, só pessoas de grandes patentes tinham acesso aos livros!

Aninha 23/03/2022

Nada menos que perfeito!
O Triste Fim de Policarpo Quaresma
Este romance escrito por Lima Barreto é uma das principais obras do Pré-Modernismo. Nele, podemos perceber ao longo da leitura o uso de uma linguagem mais coloquial, o patriotismo que é uma característica marcante do herói dessa leitura, o Quaresma, e a constante denúncia social sobre a sociedade da época que Lima Barreto percorre realizando ao longo do texto. Um livro INCRÍVEL! Faz o leitor refletir sobre muitas coisas que acontecem até hoje!

Jorgelzsilva 23/03/2022

Tragicômico e valioso
Triste fim de Policarpo Quaresma é tragicômico, expõe a mesquinharia e falta de grandeza de boa parte da sociedade, como também não poupa a ingenuidade dos bem intencionados que batem pé sobre o que acreditam, mas que nem ao menos questionam a validade e lucidez disso.

Jesnner 20/03/2022

Um pince-nez e um amor maior do que o Brasil
O triste fim de Policarpo Quaresma apresenta a vida do cidadão mais brasileiro da literatura nacional, com amor tão grande pela sua pátria que dedicou toda a sua vida a exaltá-la e melhorá-la.
Quaresma é um major do exército, decidido a mostrar a supremacia da nação brasileira em comparação a qualquer outra do mundo. Nega qualquer coisa que não seja nacional e exalta o produto interno: desde as modinhas como expressão máxima da música (o que o leva a conhecer Ricardo Coração dos Outros) a aprender Tupi e redigir um ofício solicitando que essa seja considerada língua oficial.
Durante a obra, diversos personagens são apresentados: Ricardo, um violeiro que toca modinhas; Olga, sua afilhada, filha do italiano Coleone; Albernaz, militar orgulhoso, pai de Ismênia (garota de arco muito triste, morrendo louca); Anastácio, criado da Fazenda; Adelaide, irmã de Quaresma.
O autor da obra, Lima Barreto, tece uma crítica profunda aos militares brasileiros e aos membros da elite carioca. Os tenentes e comandantes se mostram hipócritas e se vangloriam de guerras que nunca lutaram, batalhas em que não estiveram. Através de personagens como Armando, Barreto apresenta a busca pela sabedoria apenas pelo status e a busca eterna por poder e prestígio social.
Quaresma, que dedica sua vida a tentar solucionar os problemas do país, exaltar a sua terra, de maneira inocente tenta fazer mudanças nas repartições e até mesmo envia um ofício ao Marechal Floriano Peixoto apontando os problemas agrários do Brasil.
Obviamente, o fim de Quaresma é triste. Ameaçado por todos os lados, por latifundiários, militares e pela elite carioca, se vê sempre encurralado. Taxado como louco, chega a se internar em um hospício.
A "loucura" de Quaresma, é o seu desejo de ver um país desenvolvido, longe das amarras da corrupção e da venda de cargos.
Tal "loucura",no final, o leva a crer que seus esforços eram muito menores do que toda a aparelhagem estatal. Uma carta, explicitando todo o seu nojo e repulsa ao comando militar e do Brasil, além de todos os horrores que presenciou na revolta, o fez ser preso e, posteriormente, assassinado.
O triste fim de Policarpo Quaresma é uma obra atual, mesmo escrita há um século. Evidencia o cenário pós-monarquia e o início do período republicano, critica o positivismo e a ala militar brasileira.
O livro é curto, mas algumas passagens longas e diálogos muito desenvolvidos podem torná-lo mais cansativo de ler. O fato de ser escrito na segunda década do século XX contribui bastante para o seu pedantismo.
O clássico da literatura nacional ganha essa alcunha pela denúncia que Lima Barreto faz, esmiuçando a sujeira da sociedade brasileira através do pince-nez de um personagem utópico, ufanista e inocente.

Mari Pereira 19/03/2022

Um clássico da literatura brasileira que merece ser lido e estudado. Fala de um tempo bem específico, e é, ao mesmo tempo, atemporal. Impressionante (e triste) como algumas questões apontadas por Lima Barreto há mais de 100 anos seguem tão atuais.
Leiam!

ovitormachado 17/03/2022

Necessário
Bom pra quem não tem, como eu, costume de ler clássicos. Muito bom e fala sobre umas questões tão pontuais que parece ter sido escrito em plenos anos 2010. Vale o tempo investido!

.Giovanna. 17/03/2022

Inacreditável! Mil vezes inacreditável!
Sim, é inacreditável que, mesmo tendo se passado mais de 100 anos, o enredo e os personagens da história do Brasil sejam os mesmos - com exceção do nosso pobre herói patriota. Como Quaresma não há, e talvez não haja nunca um tão proeminente quanto este brilhantemente idealizado por Lima Barreto.

É um livro que expõe a moral e a ética flexíveis, "os apadrinhamentos" e toda a sujeirada que se vê na história passada e recente do nosso pobre país. É também uma obra para fazer refletir, fazer, principalmente, levar à agir. Porque um Policarpo Quaresma mais uma Olga e um Coração dos Outros não têm forças para mudar os rumos e as estranhas apodrecidas dessa grande nação, mas vários, inúmeros, milhares, juntos, sim.

nickolas.martinsb 16/03/2022

Triste fim, bela obra
Lima Barreto, apesar de não ter um dos meus estilos de escrita favoritos, de fato tem a habilidade de escrever uma história que prende e que faz refletir. Soube, de igual qualidade mas diferente forma, retratar a imagem nacional como o grande Veríssimo. Considero este melhor escritor que Lima Barreto, porém Lima com certeza merece ser lido e relido. Meu interesse pela sua literatura foi invariavelmente despertado.

Cauan 15/03/2022

Que país é esse? É a por*a do Brasil!...
A forma que Barreto deixa escancarado as injustiças e hipocrisias de nossa pátria é revoltante (essa é a intenção); escrito a mais de 100 anos atrás, essa obra é mais recente do que imaginamos e isso me assusta. Um verdadeiro herói nacional é este Policarpo Quaresma, senão o maior herói que tive o prazer (e a dor) de acompanhar. Representa um verdadeiro brasileiro, pena ser espécie raríssima, porque outros indivíduos como Genelício, Bustamante, Floriano, etc, os típicos cidadãos de bem, são apenas hipócritas covardes usufluindo da máscara que a sociedade proporciona. No final, os únicos impulsionados pela ideia de salvar Quaresma são os mais silenciados da nossa cruel nação (e isso acontece até hoje) : um simples morador de periferia sem prestígio algum e uma mulher presa pelas amarras da instituição do casamento. O dia que esse país se tornará digno?... O dia em que a injustiça e hipocrisia forem mais fracas que a humildade e o amor. Quaresma viveu, morreu e sofreu pelo amor, que descanse em paz e nunca mais retorne.

Guilherme 15/03/2022

Coloquei muita expectativa... e realmente atendeu. O livro me deixou extremamente patriota, apesar de saber a critica do autor. Mas me faz pensar realmente, pq nós nao somos a melhor nação da atualidade? Enfim, nota 5 de 5