spoiler visualizarLaura.Cadore 13/04/2021
Ao mesmo tempo em que o romance retrata e apresenta ao leitor, o sonho de um Brasil ideal, apresenta uma sátira sem compaixão, mas bem humorada do Brasil e sua sociedade burguesa, que se preocupava apenas com seus interesses, da era do Presidente da República do Brasil; o Marechal Floriano Peixoto.
Em “Triste fim de Policarpo Quaresma”, verificamos e entendemos as razões do sonho de Quaresma, um patriota que enxerga o país como um lugar maravilhoso, cheio de farturas (em suas terras, na sua natureza) e facilidades.
Na visão de Quaresma, essa visão maravilhosa sobre o Brasil, o orienta no desígnio de uma possível reforma nacional (cultural, política e econômica), assim sendo, uma reforma na língua portuguesa, na agricultura, entre outros ideais.
Todas essas reformas, propostas no ideal de Quaresma, despertariam a pátria (Brasil), de maneira inicial, ignorante, para se tornar uma nação forte e pertencente às grandes nações do mundo.
Nesta narrativa de Lima Barreto, este acaba por desconstruir o ideal romântico do Brasil idealizado por Quaresma, demonstrando ao longo deste romance, uma grande distância entre o Brasil sonhado por Quaresma, e o Brasil verdadeiro.
Lima Barreto ridiculariza, de forma muito bem humorada, um Brasil onde prevalece um General que não participa de nenhuma batalha (General Albernaz) e um Almirante que não possui navio para ocupar seu posto (Almirante Caldas).
Nesta obra, percebemos o estilo de Lima Barreto como sendo mais realista, quase uma narrativa literária pessoal, sendo esta obra uma denúncia social sobre o verdadeiro Brasil, com todos os seus problemas.
Este romance tem 3 partes.
A primeira parte relata a vida do personagem principal, como funcionário público na cidade do Rio de Janeiro; a segunda parte relata o personagem principal como um simplório proprietário rural e a realidade agrícola do país. A terceira parte relata Quaresma como soldado voluntário na Revolta da Armada em 1893 e sua final desilusão com as questões e reformas nacionais que sempre defendeu.