melmelmelmel 19/02/2024
Apesar de ter tido um começo super interessante e que logo de cara jogou algumas boas verdades na minha cara, eu não senti que os outros dois "capítulos" foram tão prazerosos quanto esse primeiro. Acredito que se o Sêneca tivesse mantido o resto seguindo a mesma linha filosófica que ele tinha no começo eu teria gostado muito mais.Apesar desses outros dois capítulos serem um tanto quanto complementares ao primeiro.
A primeira parte fala justamente sobre o título que traz o livro, ele aborda com tanta precisão como nossas vidas são efêmeras, passageiras e como nós permitimos que outros roubem pequenos pedaços dessa nossa vida minúscula. É uma leitura sobre a importância da vida, sobre como usamos cada um desses momentos, sobre correr atrás de tantos objetivos, de agradar tantas pessoas, de riquezas, de trabalho, de ocupar cada mínima lacuna dos nossos dias e no fim de nossas vidas perceber que nada valeu apena.
Fiquei bem reflexiva sobre como tenho cuidado da minha vida até então, sobre cada momento que deixamos de fazer algo que queremos por medo ou vergonha da opinião alheia, de quando colocamos pesos em nossos ombros que nunca sequer pensamos em assumir, para satisfazer aqueles a quem amamos.
A segunda parte era direcionada a mãe dele (acredito que alguma carta para quando ele morresse), explora muito sobre como o luto encapacita algumas pessoas. E a todo momento ele incentiva sua mãe a viver diferente disso, a continuar vivendo, a manter a memória de seu filho por perto mas nunca de forma que ela também deixe de viver.
E por fim, a terceira parte é uma carta para um amigo próximo de Sêneca, nessa última carta vemos muitos conselhos sobre nao se deixar levar pelas riquezas e se esforçar tanto a ponto de não possuir algum outro propósito.
No geral, as três partes são bem complementares, e vemos que no final Sêneca queria passar a mesma mensagem a todos, sobre aproveitar bem a vida. Acredito que é uma excelente leitura para todos, além de ser bem curtinha e rápida de terminar.