Paula1735 06/06/2021O que era bom, ficou ainda melhor..." O inimigo de deus" é o segundo livro da trilogia " as crônicas de Artur", a história começa exatamente de onde parou em " O rei do inverno". Nesse livro Bernard Cornwell se preocupa em desenvolver mais os personagens e esclarecer algumas situações.
Como eu já conhecia os personagens e já estava familiarizada com o contexto histórico e ambientação, a leitura desse volume fluiu muito rápido para mim, mesmo sendo um livro mais calmo (se comparado ao primeiro livro), aqui temos pontos mais importantes e emblemáticos das histórias arturianas abordados... com um enredo repleto de emoções e reviravoltas, podemos dizer que esse volume aborda mais questões diplomáticas do que a guerra em si, vemos Merlim finalizando sua busca pelo caldeirão (o tesouro da Britânia mais importante para ele), Artur tentando unir o país para finalmente lutarem contra os saxões, a famosa Camelot, o surgimento da távola redonda, a triste história de Tristan e Isolda, a coroação de Mordred e a grande luta religiosa entre os cristãos e pagãos, que ocasiona grande reviravoltas na trama. Confesso que esperava mais de Marlim nesse livro e fiquei um pouco incomoda com a presença fraca de Morgana na trama, mas nada que me irrite.
O formato permanece como no livro anterior, ou seja, com nosso maravilhoso e carismático narrador Derfel dividindo a história em partes e escrevendo para a rainha Igraine, e nossa, se eu já tinha me apegado ao Derfel, depois desse livro, confesso que é por ele que torço e é ele que nutri minha curiosidade em saber o final dessa trilogia, saber o que fez ele virar um monge cristão e ser um dos únicos vivos. Torci demais para Derfel e fiquei muito feliz pelo desfecho dele na primeira parte do livro.
Cornwell com sua escrita fascinante me proporcionou um mistura de sensações ao ler esse livro, me fez comemorar com a atitude de Ceinwyn na cerimônia de casamento com Lancelot, chorar com o despecho de Tristan e Isolda, ficar surpresa com os acontecimentos a partir da terceira parte do livro e ficar revoltada por não ver a morte de um certo rei vaidoso e traidor pelas mãos de Derfel no final, assim como me arrepiou com o último parágrafo do livro.
O Inimigo de deus consegue ser melhor que o primeiro livro, elevando o nível da trilogia e só me deixando com uma vontade quase que desesperadora para ver o final de tudo.