A Ilha do Doutor Moreau

A Ilha do Doutor Moreau H. G. Wells




Resenhas - A Ilha do Dr. Moreau


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dmartinsc 03/06/2020

Uma experiência diferente
Finalizei a leitura do livro "A ilha do doutor Moreau" de H.G. Wells e infelizmente não tive uma boa experiência. A história se passa em uma ilha onde um cientista expulso da Inglaterra realiza suas experiências em animais. Através da dor da vivissecção o cientista tenta transformar os animais em humanos, mas acaba gerando pobres bestas que tiveram sua natureza animal arrancada e são ensinados a serem humanos. Mas a natureza sempre tenta retomar a sua forma e aos poucos as bestas voltam aos seus instintos animais.
Compreendo as diversas críticas que H.G. Wells faz ao expor a dor dos animais, o ego e insensibilidade de Moreau, e a ironia dos animais acreditando em Moreau e suas leis como este fosse Deus, seu criador e aquele que machuca, que traz a dor.
Com toda a genialidade de H.G. Wells em escrever uma história tão crítica e cruel, eu que sou apaixonada por animais me senti perturbada durante toda a leitura deste livro. Não foi uma experiência que estou acostumada quando leio um livro, mas certamente foi marcante e portanto aplauso o escritor.

"Antes, eles haviam sido animais, com instintos perfeitamente adaptados ao seu meio e tão felizes como seres vivos podem ser. Agora, tropeçavam nas correntes da humanidade, viviam num medo que nunca se dissipava, aflitos por uma lei que não podiam entender; sua paródia de existência humana, iniciada em agonia, era uma longa batalha interna, sob a ameaça de Moreau... e para quê? Era o caráter deliberado da coisa que me perturbava."

site: https://www.instagram.com/p/CA-1P0bJTKN/
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Duchesse 24/05/2020

Perturbador
O livro é perturbador; chega a ser desagradável em alguns trechos, mas é imperdível! Ele me remeteu ao filme "A carne que habito", de Pedro Almodóvar, que é o filme mais cruel que já vi.

Várias "leituras" podem ser feitas: a humanização dos animais concomitante à desumanização dos humanos; a subjugação pelo medo e pela dor ("quem desobedecer à Lei, vai para a Casa da Dor"), a inevitabilidade da nossa natureza (não se pode fugir daquilo que somos ("a carne teimosa dos bichos"); a criatura que se vira contra seu criador; a manipulação da forma, o ser humano que brinca de Deus e acaba criando seres à sua imagem e semelhança: um ser monstruoso que cria monstros (nesse sentido, o livro me fez pensar no "Frankenstein" de Mary Shelley).

No entanto, o que mais me marcou e perturbou foi a crueldade gratuita e inútil, o sadismo, a indiferença diante da dor do outro, a dor pela dor, a dor inútil, a dor racionalizada para se tornar "aceitável", a dor sem objetivo, sem porquê.

"O pior sofrimento é aquele ao qual não conseguimos dar um sentido".
Ari 26/05/2020minha estante
Será meu próximo livro de Wells.




Gladis 12/05/2020

"Tenho esperança, porque sem ela não conseguiria viver. E assim, entre a esperança e a solidão, dou por encerrada a minha história."
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Domenica Mendes 10/05/2020

Um livro muito melhor do que a gente espera
Que livro!!! H. G. Wells faz um trabalho incrível em "A Ilha do dr. Moreau". Diferente do que muitas pessoas esperam de uma ficção científica, o autor se foca em estudar a sociedade e comportamentos sociais, em uma escrita leve e fluída que encanta e conta. Vale muito a pena a leitura, é um livrão! Já o filme... o último... deixa pra lá.
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Eric 22/04/2020

Bizarro e muito pertinente
Com certeza essa é uma das melhores histórias de terror e ficção científica que já li. Além de possuir uma aventura fantástica bem bizarra que nos diverte com os mistérios e curiosidades que se passam nessa ilha, ela também faz uma dura crítica à exploração humana, religião, ética, ciência e nos deixa com um enorme questionamento: O que são humanos?

A história é um relato, quase um diário de expedição, de um náufrago chamado Pendrick que é resgatado por um misterioso navio transportando animais que o leva para uma terra desconhecida. Lá, ele acaba descobrindo que essa ilha está nos domínios do polêmico Dr. Moreau, cientista conhecido por fazer experimentos bizarros de vivissecção. Logo, Pendrick sente que algo muito estranho está acontecendo ali. Entre gritos numa sala trancada e a descoberta de seres bizarros parecidos com uma mistura de humanos e animais, o protagonista percebe o perigo em que se encontra e tem que arrumar algum jeito de escapar daquele horrível lugar.

Quando essa obra foi publicada, o mundo vivia a fase do Imperialismo ( se é que deixou de viver ainda essa fase), onde grandes potências da época exploraram terras da Ásia e África. Em seu texto, HG Wells faz uma metáfora sobre poder e violência que as nações exercem sobre os países pobres. Simbolizando o poderio máximo dentro da ilha, o Dr. Moreau educava suas criações tirando o direito delas exercerem seu lado primitivo e instintivo, ou seja, eles tinham que deixam de serem animais por inteiro, beber água com a língua e andar de quatro por exemplo, são sinais de animalização e retrocesso de sua pesquisa, desrespeitar essas ordens trazias sérias consequências como tortura e morte. Além disso, o cientista exerce um grande papel divino para esse Povo, Moreau é idolatrado pelo seus seres e também temem bastante sua ira, o que simboliza o domínio da religião como forma de manipulação e civilização de massas. Além disso, o autor também faz críticas até onde vai os limites da ciência e o poder que homem tem de transformar aquilo que já vem moldado pela sua natureza e que brincar de ser Deus traz trágicas consequências e no final a gente acaba sendo o que somos.

O desfecho dessa bizarra história é aquele belo soco na boca do estômago e a gente fica pensando, pensando, pensando por horas ou talvez dias. Posso dizer que estou numa tremenda ressaca literária e tentando absorver o impacto tão belo e realista que a princípio a história não passava apenas de mais uma história de terror.
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WeltonLuis 20/04/2020

O livro conta a história de Pendrick, que sobrevive a um náufragio e conhece Dr. Moreau, que se dedica a fazer operações com animais para torná-los "seres humanos melhores". Porém, o Dr. Moreau, apesar de conseguir com algum sucesso adicionar racionalidade às suas criaturas, tem dificuldade para domar o animal que ainda existe em cada um. Por isso, usa hipnose e uma espécie de ética que se aproxima de uma religião.
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Paula.Bulva 29/03/2020

Desesperador
Gostei muito... mas fiquei angústia boa parte da leitura... medo dos limites que o homem pode romper para inflar o próprio ego.
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felipe watanabe 12/03/2020

03.2020

Premissa - 4
Personagens - 3
Andamento - 3
Escrita - 4
Final - 3
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Marcelo 03/10/2019

Gostei bastante.
Leiam antes da "Ilha do Dr. Moreau" o livro "A filha do louco".
É um livro muito bom tb assim como este e é a estória da filha do Dr. Moreau que sai em procura dele.
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R...... 16/08/2019

Edição L&PM, traduzida por Alexandre Boide, publicada em 2019
Em termos práticos, acredito que a obra representa uma visão popular sensacionalista em reação ao darwinismo, que estava em projeção no contexto.

O destaque não está na metodologia científica (super grotesca, abusando do absurdo, o lado sensacionalista do livro), mas na idealização do homem como ser com ancestralidade animal, numa percepção visceralmente impactante. Do darwinismo, esse foi o aspecto que o autor privilegiou, sem querer ser fiel à teoria, apenas sensibilizando à essa visão, o que afinal estava em debate (e assim até hoje) junto ao público.

Delineando-se o romance, podemos partir para suas singularidades que, convenhamos, tornam esse um dos clássicos de terror mais trashs, pelo menos em minhas leituras... e isso não é uma crítica pejorativa.
No tal processo evolutivo, coisas como seleção natural da teoria são substituídas por vivissecção, sem muito papo explicativo, onde temos um projeto de humanos, o povo-bicho, a partir dos devaneios e loucuras de Moreau, o Dr Frankenstein dos animais.

É isso, o básico que entendi do livro, mas sei que é aberto a mais percepções como: a permissibilidade e ética na ciência; a exploração e escravismo através de ideologia manipuladora; e o confronto de ideias entre o que chamam de racionalismo científico e a espiritualidade do criacionismo.

Particularmente, esse último aspecto é trabalhado com bastante sutileza pelo autor, principalmente no derradeiro capítulo, quando o protagonista é invadido e perturbado por uma loucura que confronta as duas coisas. Em seu íntimo, sugere que não tem respostas para muitas coisas, desejando entender, tornando-se um racionalista materialista, desapegado a explicações espirituais, mas estranhamente encontrando certo alívio quando vê no céus um mistério incompreendido (as coisas necessariamente não estão expressas com essas palavras, mas tem esse sentido). Traduzindo em miúdos, é como se aceitasse o racionalismo científico como verdade explicativa, mas mesmo assim, encontrando paz apenas no espiritual para seus questionamento (sugestionando-se Deus).

Foi o que entendi, e quem quiser que conte outra.

Não posso encerrar sem dizer que não sou adepto do evolucionismo e creio no Deus único, criador dos céus e da Terra, salvador e redentor através do Senhor Jesus Cristo, a quem dou graças pela vida!

Sobre a edição, deixa a desejar, como na falta de informações sobre o autor ou texto introdutório. E a capa, hein! Pra lá de furreca! Exemplos de simplicidade que não curto.
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bobbie 06/08/2019

Um mix de referências e reflexões.
A maior impressão ao ler este livro foi que, indubitavelmente, ele bebe na fonte do Frankenstein de Mary Shelley, escrito antes. A temática do "homem que brinca de Deus e sofre as consequências, bem como traz consequências para aquele com quem ele brinca" é notável. Dr. Moreau é este cientista que toma em suas mãos as rédeas da criação e da manipulação da mesma. Ao mesmo tempo, outro tema premente é a questão de como uma civilização (ou neocivilização, neste caso), precisa de regras e supostas crenças para ser domada e jogar de acordo com as normas impostas por seus superiores. Um livro "despretencioso", leve, menos denso do que o livro de Shelley, mas que não tem menos importância do que ele. A única ressalva é a edição deste e-book vendida on-line, com inúmeros erros gramaticais e ortográficos. Nada que apague o brilho do maravilhoso H.G.Wells.
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@fabio_entre.livros 03/08/2019

“Você vai considerar esta ilha um lugar infernal, posso garantir.”

Depois de ser resgatado de um naufrágio, Edward Prendick recebe esse aviso ao chegar a uma remota ilha tropical no oceano Pacífico. O aviso se transforma em profecia quando Prendick (narrador e protagonista do romance) conhece o sinistro dr. Moreau, que realiza experiências biológicas desumanas –literalmente – com os animais que leva para aquele lugar isolado do resto da civilização. Em linhas gerais e sem dar maiores spoilers, essa é a premissa deste clássico da ficção científica, considerado por muitos leitores como a obra-prima de H.G. Wells.
Eu já conhecia o livro de nome e tinha uma vaga noção da história, ou pelo menos pensava ter uma noção, porque imaginava que ele explorava experimentos bizarros de cruzamento genético. Foi uma surpresa quando descobri que não é bem assim; para não entregar a ideia de bandeja, basta dizer que a natureza das experiências do dr. Moreau não tem a “sutileza” da manipulação genética.
Apesar de ser uma obra curta, “A ilha do dr. Moreau” não é tão simplista como pode parecer à primeira vista. Aliás, acredito que o fato de o livro se manter atual – considerando-se que ele foi publicado originalmente em 1896 – deve-se em grande parte à discussão atemporal que ele propõe a respeito de temas como evolução, religião e ética. No discurso que Moreau faz quando explica suas experiências a Prendick é possível notar a influência darwinista na mentalidade distorcida em que o cientista se sustenta para justificar suas ideias abomináveis.
Quanto às criaturas monstruosas resultantes de tais experimentos, merecem um capítulo à parte. A organização idealizada por Moreau para controlá-los e “humanizá-los” tem como objetivo formar uma espécie de civilização rudimentar, inclusive regida por princípios chamados “Leis”. Essas leis têm a finalidade de reprimir ao máximo os impulsos instintivos das criaturas, o que se revela um esforço inútil. Nesse ponto, lembra os regulamentos hipócritas prescritos pelos líderes dos animais rebelados no clássico do outro George (o Orwell): “A revolução dos bichos”.
No final, como em “Frankenstein”, a busca obsessiva do cientista pela criação – ou, neste caso, transformação – da vida tem consequências trágicas, um efeito catártico que parece uma maldição bíblica: ninguém brinca de ser Deus impunemente.

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Comenta Livros 27/05/2019

Que livro mais doido
Esse livro valeu cada página.

site: http://comentalivros.com/a-ilha-do-dr-moreau-herbert-george-wells/
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Marselle Urman 01/01/2019

Nada além do esperado
Sanei, tardiamente, outra falha de caráter ao ler este clássico. Confesso ainda não ter lido Moby Dick, mas esse já é outro capítulo.

O terror, aqui, apela para a fórmula infalível do desconhecido, do inominável. As terríveis experiências conduzidas pelo Dr. Moreau na ilha, infelizmente, tornam esse romance "datado". Os avanços do estudo da anatomia humana, com elementos químicos, quiméricos e algo alquímicos, estampam um carimbo nessa obra.

O que fica de interessante, e sempre promissor, é o inventor maluco, o homem que quer ser deus. Entendo o apelo da obra à época que foi lançada. Mas nada demais.

SP, 13/12/2018
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Lucas Furlan | @valeugutenberg 22/09/2018

A ilha do dr. Moreau
Publicado em 1896, "A ilha do dr. Moreau" mistura aventura, terror e ficção científica e é mais uma prova da imaginação fantástica de H. G. Wells.

O romance é narrado em primeira pessoa pelo personagem Edward Prendick, e relata o período que ele passou numa ilha isolada no oceano Pacífico, depois de sobreviver a um naufrágio.

Na ilha, ele conhece Moreau, um controverso cientista que tinha sido banido da Inglaterra devido aos seus polêmicos experimentos com animais. Prendick logo descobre duas coisas: 1) Moreau, ao lado de seu assistente, Montgomery, fez do local o seu novo laboratório, intensificando cada vez mais suas pesquisas; 2) A ilha é habitada por criaturas monstruosas, que têm relação direta com o trabalho do cientista.

É lógico que uma hora vai dar m…

Pra não dar spoilers do livro, não vou mencionar a natureza das experiências de Moreau. Apesar de serem cientificamente inviáveis, elas funcionam no contexto fantástico da obra e ainda são capazes de chocar e assustar o leitor contemporâneo.

Wells compensa a falta de rigor científico com muita tensão e suspense. Prendick nunca sabe até que ponto pode confiar em Moreau e em Montgomery, e as feras que vivem soltas são uma ameaça constante ao protagonista.

O autor também usou "A ilha do dr. Moreau" para fazer várias críticas sociais. Ao longo do livro é possível encontrar alfinetadas contra a Inglaterra colonialista, contra as religiões baseadas no medo e no castigo e também contra o comportamento humano:

"Um animal pode ser feroz e pode ser sagaz, mas para dizer uma mentira é necessário ser um homem de verdade."

"A ilha do dr. Moreau" é divertido, criativo, influente (é difícil não lembrar de "Jurassic Park") e trata de temas que continuam atuais, como a ética com os animais. Uma leitura excelente!

site: www.valeugutenberg.wordpress.com
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