Thiago 21/11/2017
Sobre a poesia em Quimera
A poesia, embora composta por um encadeamento de palavras e estruturas frasais, está mais próxima da música que da prosa. Seu embalo rítmico desencadeia um emaranhado de sensações inconscientes, antes mesmo que ocorra a captação conceitual consciente.
A licença poética funciona como uma espécie de embriaguez semântica, falando para a imaginação, antes do intelecto. Como os sonhos, um poema é real enquanto dura, eis o que se vislumbra na poesia de Giuseppe Memoli: o renascimento do Poeta Visionário através da linguagem onírica, Absurda e desviante.
Como Quimera que é, transpõe-se, transitando entre o provável e o intangível, posto o eu-lírico na constante flutuação que é ser. A poesia de Giuseppe, embora norteada pelo tresvario, é antes de tudo um lúcido relato do inconcebível que é existir-se, sabendo-se.
Os poemas, certeiros, são um turbilhão de ritmo, emoção, eloquência e ironia, retratando a vida do homem real ante o espelho distorcido da consciência, da esperança e do desespero.