Guerra e Paz

Guerra e Paz Leon Tolstói




Resenhas - Guerra e Paz


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Nicodemos 23/12/2019

O sentido da vida !
Um livro profundo , exigente e doloroso. Confesso que Terminei o livro um pouco melancólico ,Talvez o pós-guerra tenha me afetado mais que a própria guerra .O por quê? Ainda não sei , preciso refletir mais sobre a obra , talvez seja porque as esperanças na paz não tenha alcançado minhas expectativas e Tolstoi como é de sua peculiaridade retrata a vida nua e crua como ela é , ou pelo menos como ele a percebe . O retrato das mulheres e as consequências da guerra , principalmente no sentindo traumático me impactaram , talvez eu tenha a mente fraca mesmo , concordo (rsrsrs).Mas , de fato saiu desse livro mesmo que cabaleando , tentando em entender o motivo de estar vivo e de viver , Como dizia Guimarães rosa:"Viver é perigoso" e de fato o é . Bom , não vou me estender , gostaria de recomendar esta leitura , pois é incrível . Pretendo relê-lo Daqui a um ano , talvez no início de 2021 , ou um pouco mais para frente não sei , vamos ver , é uma obra enorme e com certeza não extraí tudo que deveria.Enfim , Fim .Finalmente!!!!!!!!!!!!!"
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MauricioTiso 23/11/2019

A contraposição entre percepção e realidade
O que mais me causa admiração nos grandes autores russos, nas poucas obras que li até hoje, é a sua sublime competência de nos levar à uma profunda exposição psicológica do ser humano através da contraposição entre o que se pensa ser e que verdadeiramente se é.

Foi assim com Dostoiévski em O Idiota, foi assim com Tchekhov em O Monge Negro, e está sendo assim com Tolstói em Guerra e Paz.

Neste primeiro de quatro volumes, originalmente publicado entre 1865 e 1869, Leon Tolstói (1828-1910) relata em seu romance estruturado em fatos históricos, a vida rasa e superficial de uma parcela da sociedade, a luta e a pressão que essa sociedade faz sobre aqueles que agem com personalidade contra o código ético vigente, e escancara a pequenez desse código diante de uma situação extrema que são os horrores da guerra.

O choque que a leitura nos leva diante dessa contraposição e a habilidade do autor em provocar em nós tantos sentimentos torna muito difícil nega-lo ou deixar de refletir sobre ele.

Uma excelente leitura!!
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Rafael.Honorato 25/10/2019

Sem dúvida um clássico
Realmente, Guerra e Paz não pode deixar de ser considerado um clássico, frequentemente recomendado. Tolstói narra em suas 1200 páginas a história de como as revoluções napoleônicas influenciaram a vida de personagens de algumas famílias russas, entrelaçando-as de maneira magnífica ao longo do livro, seguindo estritamente a cronologia histórica desse período. Ele explora os aspectos psicológicos, da natureza humana e quais são os impactos que a guerra pode gerar nos âmbitos sociais e individuais. Vi em mim diversas características dos personagens, e me imaginei passando por aquilo que alguns deles passaram, traçando paralelos com diversas situações que se repetiram ao longo da história humana, ou com as quais me deparo ou poderia me deparar individualmente. Alem do rico valor literário e histórico, Tolstói apresenta também questões filosóficas, refletindo sobre quais são os motores da história e suas mudanças, e tece críticas a maneira como a história é contada, de como alguns indivíduos são elevados a uma posição de ídolo, noção que segundo ele muitas vezes foge da realidade, como, segundo Tolstói foi o caso de Napoleão. Enfim, um livro riquíssimo e que super recomendo. Virei fã de Tolstói agora.
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Lili 28/09/2019

Guerra e Paz
"Se não há liberdade, não existe o ser humano"

A palavra que me vem à mente para descrever este livro é "magistral". Como descrever um livro tão audacioso, que se propôs a falar sobre tantos assuntos, a analisar as guerras napoleônicas por um outro ponto de vista que não o endeusamento de Napoleão, que retratou a sociedade russa do começo do século 19 com tantos detalhes e que filosofou à exaustão sobre a existência e o livre arbítrio humanos? Tolstói foi muito corajoso ao escrever Guerra e Paz, por vários motivos. O primeiro é a visão diferenciada de Napoleão, sempre retratado como tão genial e que parece não ter impressionando Tolstói tanto assim. Foi interessante pensar que (pelo menos do ponto de vista de Tolstói) em diversas ocasiões Napoleão não tinha a menor ideia do que estava fazendo e que tanto algumas de suas vitórias como várias de suas derrotas foram fruto de uma força desconhecida e com mais do que apenas uma pitada de acaso. Tolstói questiona se devemos creditar tanto poder a líderes como Napoleão, pois segundo ele as coisas acontecem não por causa da vontade deste ou daquele soberano, mas porque tinham de acontecer (por uma força invisível vinda das massas populares ou por algum motivo desconhecido) e esses líderes apenas seguiram o curso natural da história.

O segundo motivo é o número de personagens. Foram criadas várias tramas entrelaçadas e os núcleos se influenciam mutuamente durante todo o romance. Muitos personagens mudam muito ao longo dos acontecimentos, tendo sido influenciados pelos revezes da vida e principalmente pelas agruras da guerra. Tolstói descreve os acontecimentos com uma certa leveza e toques de humor, de maneira que acontecem muitas cenas dramáticas sem que o livro seja, em si, dramático. É muito interessante entender um pouco dos costumes russos e ter uma ideia de como era uma sociedade russa no começo do século 19, além de ter um vislumbre do país que um século depois veria esse mundo virar de cabeça para baixo com a Revolução Russa de 1917.

O terceiro motivo é a filosofia de Tolstói sobre o que rege o curso da história da humanidade. O autor discorreu sobre suas teorias por capítulos e mais capítulos, levantando questionamentos ao leitor sobre a visão que temos de fatos históricos e porque o poder é atribuído a indivíduos, quando isso não parece (pelo menos para ele) fazer o menor sentido. A história parece ter sido mudada continuamente por personalidades com intelecto privilegiado, mas isso não pode ter raiz no fato de ela ser escrita por intelectuais? Se de alguma forma as impressões registradas para a posteridade tivessem sido aquelas predominantes entre os mujiques russos, por exemplo, a nossa visão não seria completamente diversa da que temos? Muito interessante tentar ver os acontecimentos por um outro prisma e enxergar não somente as intenções dos grandes líderes, mas também a maneira como as pessoas comuns da época agiram, reagiram e também causaram tais acontecimentos à época.

Li o livro aos poucos, alternando com outras leituras, e levei seis meses para concluir. Valeu cada segundo. Recomendo a todos.
Gabriela 29/09/2019minha estante
Já leu Anna Karenina?


Lili 29/09/2019minha estante
Já sim, Gabi =)


Gabriela 29/09/2019minha estante
Na questão de mostrar a sociedade russa, você acha que Tolstói conseguiu melhorar de "Guerra e Paz" para "Anna Karenina", ou ambos estão no mesmo nível? Ou a qualidade caiu em "Anna Karenina"?


Lili 29/09/2019minha estante
Acho que melhorou, e muito! Em grande parte do tempo, o objetivo de Guerra e Paz é falar sobre a guerra, suas consequências, seus motivos, a maneira como ela se desenvolve, etc. Em AK o foco é inteiro na leitura da sociedade russa.


Gabriela 29/09/2019minha estante
Bom saber. Tenho vontade de começar a ler Tolstói pelo AK e só depois, bem depois, ir para o G&P. Obrigada.


Lili 29/09/2019minha estante
De nada! Acho que essa ordem é melhor mesmo. Eu li assim e gostei =)




Ninguem 19/08/2019

Qual é o motor da história?
Guerra e Paz é um livro que escapa a qualquer definição fácil. Não é um romance de época, tampouco somente uma obra filosófica ou um retrato da sociedade russa na virada do século XIX. É isso e tudo mais. Dizer que esta obra é um clássico é uma redundância: se ela não for, dificilmente qualquer outra escrita em língua moderna será.

Fruto de um profundo estudo e reflexão do autor durante anos, é uma obra colossal que de assustador só tem o tamanho. Mas depois que se começa a ler a vontade é que nunca termine. No final lamenta-se que o autor não dispusesse de outro livro para acompanhar a sociedade russa até a eclosão do movimento dezembrista de 1825.

A narrativa do Tolstoi é elegante, viva e na medida certa. Os detalhes, a vida interior dos personagens, a vida social, as reflexões do narrador são todas dosadas na medida certa, sem nenhuma sobressaltar ou faltar no decorrer do texto, exceto no epílogo, que contém mais reflexões.

Além dessa medida em todas as habilidades narrativas do Tolstoi, que era um gênio nas descrições das relações pessoais e dos sentimentos individuais, o que agrada é como as diversas personagens são, aos poucos, atraídas umas as outras, convergem naturalmente a um ponto, que transparece uma naturalidade que poucas vezes é desrespeitada no decorrer da narrativa. As personagens começam num emaranhado no começo para se disporem num fino tecido social habilmente executado.

E além de uma trama bem escrita que rende horas de leitura prazerosa Tolstoi também oferece ao seu leitor uma reflexão sobre a interpretação da história, que tem muitos pontos interessantes. Questionamento abertamente alguns historiadoresda época, notavelmente Adolphe Thiers, Tolstoi faz questão de afirmar que a história não depende apenas dos grandes estadistas, mas sim de todas as pessoas que participaram daquele movimento. Também investiga que os atores históricos, todos os indivíduos do passado, são menos livres que supunham, assim como nosso livre-arbítrio é menor do que gostaríamos. Mas também tem o cuidado de afirmar que não somos totalmente determinados.

Nenhum autor é livre de seus problemas, sejam eles narrativos ou seus preconceitos e concepções. Tolstoi, apesar de ser um homem notável e muito superior ao seu tempo, tem, é claro, seus problemas. Mas isso não consegue interferir na qualidade dessa obra prima. Se há um motivo pra um livro ser um clássico é que ele é uma obra que permite diversas leitura e uma obra magistral. Recomendo a leitura deste livro com a certeza que o visitarei outras vezes no futuro.
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Mariane.Palmeira 22/07/2019

Uma leitura única
Depois de ter terminado o livro e me dado algum tempo para desapegar dessa história grandiosa, tanto em tamanho como em qualidade, finalmente escrevo a minha resenha.

Liev Tolstoi como um Conde russo, descreve como ninguém a alta sociedade de sua época, seu estilo de vida, futilidades, amores, decepções e perdas. Já no início do livro temos uma prévia do que se estenderia por boa parte dele com uma reunião na casa de Ana Pavlovina, onde se encontram vários personagens como o entediado Andrei e o deslocado e gentil Pierre.

Esses dois amigos junto com a doce e inconsequente Natasha possuem três dos melhores desenvolvimento de personagem já escritos na literatura, feita sutilmente, até o momento em que a guerra os atinge de maneiras diferentes, sendo um divisor de águas em suas vidas e de suas famílias.

Apesar de realmente sentir falta de um personagem para torcer, devo dizer que não apenas a história dos três acima, como também de personagens coadjuvantes como Mária, Rostov, Anatole, Helene e Denisov me mantiveram entretida enquanto os personagens principais não estavam em cena.

Responsável pela parte densa da leitura é muito importante lembrar que Guerra e Paz não é apenas um novelão russo, mas também um registro histórico, lançado em 1865, Tolstoi conta a história de como as guerras napoleônicas atingiram a Rússia, tendo o seu ápice em 1812, entrevistando pessoas que viveram a época e introduzindo na história vários militares importantes e até o próprio Napoleão Bonaparte.

É curioso perceber a bronca de Tolstoi em relação a maneira como os historiadores franceses endeusavam napoleão, desconstruindo idéias que foram enraizadas em relação a ele, chegando até a ser cansativo e repetitivo em algumas partes.

Guerra e Paz não é um livro fácil, muito menos um livro rápido, o que na minha opinião é a causa de muitas desistências entre os leitores de hoje acostumados com informações rápidas que estão se aventurando nessa história pela primeira vez, mas é uma obra completa em que se deve persistir, para que o maior número de pessoas possível saibam o pq de sua popularidade.




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Nati 12/07/2019

"There is no greatness where there is not simplicity, goodness, and truth."
Eu estou me sentindo absolutamente vitoriosa de ter chegado ao Livro 2 do Tomo II (aproximadamente 30%, 400 páginas de leitura). Aliás, de ter persistido até chegar nesse ponto. Porém, daqui eu não consigo mais continuar lendo...eu sei que essa história tem muitos apaixonados, mas eu simplesmente não consegui me conectar com a história e com os personagens. Aliás, meu maior problema com esse livro foram exatamente eles - não consigo me importar com eles! A maioria é babaca ou abestalhado e tudo o que eles provocam em mim é irritação. O ritmo é absolutamente lento, e nada acontece durante páginas e páginas, e quando acontece, ou são longas (e na minha opnião, extremamente desnecessárias) cenas de guerra e estratégias e campo de batalha intermináveis, ou o dia a dia dos personagens dentro da alta sociedade russa. O fato de uma boa parte dos diálogos ser em francês e precisar ficar abrindo mil notas de rodapé também me atrapalhou e cansou muito. Em vários momentos, eu não tinha vontade nem de olhar pra capa do livro no Kindle, quem dirá abrir para ler.

Pretendo terminar de ver as minisséries e o filme com Audrey Hepburn (por que eu amo ela demais!), e saber mais ou menos como se encaminha a história, mas definitivamente não voltarei mais ao livro. Infelizmente, não funcionou pra mim.
Jessé 04/11/2019minha estante
Eu li 700 páginas e não estava mais aguentando. Eu adorei Anna Karienina desse autor, por isso fui com tanta sede pra ler guerra e paz, mas definitivamente achei esse livro um saco


Nati 04/11/2019minha estante
Você ainda aguentou mais que eu kkk Tenho curiosidade de ler Anna Karenina, mas depois de Guerra e Paz me deu receio.


Jessé 04/11/2019minha estante
Kkkkkkkkk eu sei que é clássico e bla bla bla. Mas é um primeiro livro inteiro de estratégia de guerras, e fofocas da sociedade russa. Eu já li vários livros sobre bonaparte, então sinceramente pouca me importa o Tostoi falando sobre isso.

Eu esperava algo no nível de Os Miseraveis, e não essa lenga lenga. Anna Karienina eu achei muito melhor. A história é bem mais direta, e não tem esse monte de diálogo francês pra interromper a leitura toda hora.


Nati 04/11/2019minha estante
Sim, tô lendo Le Mis agora e amando, apesar de todas as digressões. Mas Guerra e Paz não deu pra aturar. Anna Karenina parece ser mais interessante, vou dar uma chance!
Olha, essa história de "ai, mas é clássico" me irrita, por que se eu não gosto, pode vir direto do céu e eu vou continuar não gostando. Aconteceu com O Grande Gatsby e A Época da Inocência, que eu detestei e Jane Eyre que eu adorei a personagem e odiei o final. Livro tem que cativar e te manter interessado, seja ele clássico ou atual.


Thaianne 05/11/2019minha estante
Acho que "Os Miseráveis" acabou produzindo descontentamento com "Guerra e Paz" numa medida maior do que eu esperava kkk... Ele foi o primeiro calhamaço clássico que eu li e, por causa disso, fui mais uma das que esperou de "Guerra e Paz" um livro com grandiosidade similar. Mas saí também meio decepcionada. Até li o volume I relativamente rápido e consegui me entreter com a parte "novelinha" da história. A parte dos personagens históricos, no entanto, foi difícil, e como eles ganham força no volume II, a leitura se tornou muito arrastada. O recalque dele com a maneira que temos de representar a história para mim também foi mal desenvolvido e até repetitivo, e do nível de reflexão filosófico do Victor Hugo, achei que ele passou longe... Mas pelos comentários de vocês, acho que vou dar uma chance a Anna Karenina


Thaianne 05/11/2019minha estante
Acho que "Os Miseráveis" acabou produzindo descontentamento com "Guerra e Paz" numa medida maior do que eu esperava kkk... Ele foi o primeiro calhamaço clássico que eu li e, por causa disso, fui mais uma das que esperou de "Guerra e Paz" um livro com grandiosidade similar. Mas saí também meio decepcionada. Até li o volume I relativamente rápido e consegui me entreter com a parte "novelinha" da história. A parte dos personagens históricos, no entanto, foi difícil, e como eles ganham força no volume II, a leitura se tornou muito arrastada. O recalque dele com a maneira que temos de representar a história para mim também foi mal desenvolvido e até repetitivo, e do nível de reflexão filosófico do Victor Hugo, achei que ele passou longe... Mas pelos comentários de vocês, acho que vou dar uma chance a Anna Karenina


Thaianne 05/11/2019minha estante
Acho que "Os Miseráveis" acabou produzindo descontentamento com "Guerra e Paz" numa medida maior do que eu esperava kkk... Ele foi o primeiro calhamaço clássico que eu li e, por causa disso, fui mais uma das que esperou de "Guerra e Paz" um livro com grandiosidade similar. Mas saí também meio decepcionada. Até li o volume I relativamente rápido e consegui me entreter com a parte "novelinha" da história. A parte dos personagens históricos, no entanto, foi difícil, e como eles ganham força no volume II, a leitura se tornou muito arrastada. O recalque dele com a maneira que temos de representar a história para mim também foi mal desenvolvido e até repetitivo, e do nível de reflexão filosófico do Victor Hugo, achei que ele passou longe... Mas pelos comentários de vocês, acho que vou dar uma chance a Anna Karenina




Simone 27/06/2019

Desisti de Tolstói
Achei chato. A leitura não me prendeu, achei os personagens fúteis (e malas), enfim, desisti de Tolstói.
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Malu 09/05/2019

Leitura obrigatória para os amantes de História
Guerra e Paz, de Tolstói. Primeiro vem a guerra, depois vem a paz, de Leão Destrói como disse Charlie Brown, rsrs.

Brincadeiras à parte, esse livro não é para leitores amadores. É um livro de 2528 páginas que descreve em detalhes um período de guerra, em especial a invasão da Rússia por Napoleão Bonaparte, e o reflexo desse cenário na sociedade russa. O livro alterna entre Guerra e Paz durante os anos de 1805~1813. E o que me chamou mais atenção foi a humanização desses personagens históricos como Napoleão Bonaparte, que é descrito como um homem extremamente vaidoso.

Em relação aos personagens principais, nenhum me deixou marcas e saudade. Não me apaixonei por nenhum personagem. Mas, entendo que isso foi proposital, pois como já é sabido, não se trata de um romance. Tolstói tinha o propósito de narrar um momento histórico, e não criar personagens fictícios. Contudo, ainda assim, são personagens ricos, com falhas e incertezas, como todos nós.

Amo a literatura russa, tanto Tolstói como Dostoiévski, retrata em detalhes as relações humanas da sociedade russa. Em Guerra e Paz, o livro acompanha a história de cinco famílias em meio ao cenário de guerra. As transformações, decadência e amadurecimento de cada um.

Ler esse livro é como ser um expectador de uma guerra, in loco, e com a capacidade de adentrar na mente e alma daqueles que guerreiam, como também de suas famílias. Compartilhar a dor dessa realidade que foi vivida de fato. Sentir a emoção, a excitação, o medo e hesitação. A vontade de ser herói, o orgulho, vaidade. Todos esses questionamentos na alma desses personagens enriquecem imensamente a obra.

Uma passagem em especial me tocou bastante: o momento em que o Andrei olha para o céu em meio à guerra e admira a beleza da natureza, e por um breve instante esquece que está vivendo aquela realidade tão brutal, e sente uma paz inundar sua alma. É uma cena realmente linda.

Não é uma leitura fácil, pelo menos não foi para mim, porque em muitos momentos Tolstói detalha de uma forma tão minuciosa que parece dar diversas voltas em um só ponto. É um livro que você precisa estar com a mente tranquila e focada para acompanhar. Um exemplo dessa dificuldade é a seguinte: como o livro alterna entre Guerra e Paz, em um momento estamos acompanhamento um desenrolar de uma história que é interrompida pela narração de uma batalha. Muitas páginas depois, retorna àquela narrativa, e outras vezes com pouca importância, o que dá uma sensação que não houve um desfecho, ou que aquilo se tornou insignificante frente a algo tão maior.

Mas todo esse detalhe e estilo de narrativa enriquece a obra. Um exemplo disso foi a descrição de uma caçada, que levou muitas páginas. Ao final da caçada, eles foram à casa do tio em que foi servido um café com pãezinhos quentes. Eu estava tão cansada daquela longa caçada que cheguei a sentir o prazer de finalmente descansar, e juro que quase pude sentir o cheiro do café e do pão. Sempre vi essas cenas de caça nos filmes de época, e me chamava atenção. É comum nos castelos haver um espaço para caça. E, depois de ler Guerra e Paz, essas cenas passaram a ter mais significado do que uma simples cena. É quase uma guerra, uma guerra de vaidades e de poder.

Gostei bastante do livro, mas admito que a leitura do epílogo foi bem cansativa. E estou ansiosa para ler outras obras de Tolstói. A próxima será o romance Anna Karenina.

Hoje, meu escritor russo preferido ainda é Dostoiévski. Mas Guerra e Paz de Tolstói é uma obra rica e intensa. Portanto, eu indico fortemente a leitura, principalmente para os amantes de História.
Gabi 28/05/2019minha estante
Sua resenha foi tão bem detalhada e escrita queeu fiquei com vontade de lê-lo, ainda mais pq tenho em livro físico.


Thaianne 05/11/2019minha estante
Mais uma aqui que sofreu com o epílogo, principalmente com a segunda parte dele. Eu até me afeiçoei a alguns personagens, mas não recomendo. No segundo volume, a guerra ganha protagonismo em detrimento de parte dos personagens, e me "decepcionei" com a falta de desfecho de alguns. Mas como você disse, e o próprio autor atesta por escrito, "Guerra e Paz" não é um romance.




Isaias Teodoro 24/01/2019

Obra prima da literatura
O que falar desse obra que já não tenha sido dito? Simplesmente sensacional do início ao fim. O tamanho do livro pode intimidar alguns mas a escrita do Tolstói é maravilhosa e a leitura fui super bem. Gastei cerca de um mês e meio pra ler e pretendo reler novamente algum dia.
Alcione13 25/01/2019minha estante
A linguagem é de fácil leitura??
Pq amei a escrita de Dostoiévski. Mas os nomes russos me mataram.


Isaias Teodoro 26/01/2019minha estante
Super fácil, a escrita do Tolstoi é muito tranquila, mas também tem uns nomes dificeis


Alcione13 26/01/2019minha estante
Vixi... Mas pretendo ler um dia.




Inácio 01/09/2018

Anotações avulsas sobre um livraço
Terminei de ler ‘Guerra e Paz’. Comecei no dia 1º de março, terminei na sexta, 27 de julho, a 2536º página.

Logo no início desses quase cinco meses de leitura, percebi que seria impossível escrever uma resenha ou um texto articulado sobre o livro. Precisaria mais do que uma simples leitura. Além disso, seria incapaz de somar algo novo às milhares de análises já publicadas sobre o clássico que transformou Lev Tolstoi em um gigante da literatura.
Por isso, para estimular possíveis leitores, compartilho apenas algumas anotações dispersas sobre a experiência.

* É preciso disciplina. Desde o primeiro dia decidi que leria pelo menos um pouco a cada dia. No mínimo 10 páginas/dia. E estabeleci a meta de concluir em 30 de junho. Não deu, mudei para 31 de julho. A menos que você não tenha filhos e não precise se dedicar a outras atividades intelectuais, acho improvável ler toda obra em menos de quatro meses.

* Só não consegui ler durante última semana de junho, quando acompanhei o intercâmbio de agricultores, que renderam matérias para a Marco Zero Conteúdo. O ritmo era muito puxado. Chegava nos hotéis tarde da noite, louco por um banho, exausto e querendo dormir, pois era preciso acordar cedo todos os dias. Não lia no ônibus porque tenho medo de descolar a retina. Dizem que os míopes correm esse risco para valer. Já arrisquei demais.

* São impressionantes a paciência de Tolstoi, o trabalho meticuloso de garimpar palavra por palavra para narrar uma cena ou descrever o que se passava na alma de cada personagem. Foi um trabalho sem pressa, construído com uma dedicação difícil de dimensionar.

* No facebook (André Balaio, salvo engano) havia alertado que o tomo 2 da edição da Cosac, incluindo os dois volumes finais, não mantinha a pegada do primeiro porque Tolstoi resolveu “filosofar” demais. Mais ou menos isso. Realmente a segunda parte do epílogo é uma longa peroração sobre o real papel das figuras históricas ilustres no rumo dos acontecimentos, bastante crítica à historiografia da época, que era centrada na “vontade” dos líderes, generais, reis etc. É cansativo mesmo, nesses trechos eu me arrastei por dias.

* No entanto, a crítica aos historiadores deve ter sido bem importante, afinal só décadas mais tarde os historiadores passaram a considerar a importância das forças sociais e econômicas. Se considerarmos que, no Brasil do século XXI, o marketing político e o processo de decisão da maior parte dos eleitores ainda leva em conta a personalidade, a vontade e a genialidade dos políticos, o epílogo de Tolstoi ainda pode ser uma grande novidade para muita gente.

* A batalha de Borodinó, a tomada de Moscou por Napoleão e a fuga das tropas francesas compensam com folga o arrastado do epilogo.

* Tolstoi, apesar do estilo elegante, sóbrio, era de uma ironia tão sutil quanto demolidora. São impagáveis as passagens em que o livro retrata a frivolidade, a irresponsabilidade, as trocas de favores na nobreza, o alpinismo social de figuras medíocres. Estão entre as melhores coisas que já li na vida. E o mais foda: nos personagens dá para enxergar um monte de canalhas contemporâneos, gente que está ao nosso redor. Ilustrei essa postagem com uma dessas passagens. Uma das mais saborosas, por sinal.

* Para entender o que significa a expressão “decadência do império russo” nos textos que falam das condições revolucionárias no início do século XX, nada melhor ler o que Tolstoi escreve sobre a aristocracia russa do início do século XIX. O exército, por exemplo, era uma zona: coronéis tremiam de medo diante de um tenentezinho, desde que ele fosse de uma família nobre importante e o coronel fosse um militar de carreira.

Tá bom. Já deu. São só anotações avulsas que, quem sabe, podem despertar o interesse em alguém. Quem quiser ler, vá no sebo de Samarone Lima ou em uma das duas ou três livrarias do Recife. Não empresto livro de autor russo pra ninguém.

site: www.marcozero.org
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Leonardo.Arruda 05/08/2018

Monumento ao tempo

A vaneidade dos esforços humanos ante aquilo que não se pode controlar: o tempo. Cada personagem de "Guerra e paz" tem seu caminho traçado com o o propósito de entender e lidar com esse fato enquanto trava suas batalhas — seja na guerra ou na sociedade. E o tamanho do livro reflete não só a grandeza da obra como também a longa caminhada até tal entendimento. Um verdadeiro e indispensável monumento literário.
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Arthur Sayão 30/07/2018

Epopéia russa e da humanidade
Tolstói escreveu esse épico aos 35 anos, numa época em que seu país ainda era considerado um exótico e atrasado país do extremo leste europeu. Sempre sensível à causa mujique, é nessa obra que ele inicia sua crítica à sociedade vigente. Grandes festas e bailes são retratadas com maestria, assim como a futilidade e a falta de consciência cultural da nobreza. Época em que a língua russa era quase posta de lado pela alta sociedade, Tolstói desenvolve uma bela ficção dentro de um período histórico conturbado pelas invasões napoleônicas. Contexto histórico rico e complexo tece a vida do povo russo, dramatizada por 5 famílias principais fictícias e com a quase palpável relação biográfica dos personagens masculinos com o autor. Cada um dos 3 (Pierre, Andrei e Nikolai) exprime
um pensamento filosófico do autor. Perfis psicológicos e contexto histórico complexos, epifanias constantes, crítica ferrenha à interpretação dos historiadores da época (Napoleão era considerado um gênio), batalhas incrivelmente descritas, esse arco de1805 a 1813 (1820) é recheado. Uma obra gigantesca que se passa num país distante, mas que traz muitas lições e, como característica de um grande clássico, atemporal. Guerra e Paz retrata um período, e nele Tolstói desenvolve seu pensamento crítico genial sobre, principalmente, a hipocrisia de uma sociedade russa em transformação e Napoleão, um personagem histórico superestimado. Palmas para Liev Tolstói, um dos grandes nomes da era de ouro da literatura russa do século 19.
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Leituras Da Mih 30/07/2018

Guerra e Paz
Antes de mais nada, é preciso ter disponibilidade não só de tempo como mental para embarcar na leitura do que é considerado um dos maiores clássicos da literatura russa e do mundo. É uma obra genial, com fusão de estilos como história romance e tratado filosófico.
A história transita muito bem entre seus personagens e as partes da guerra, com capítulos muito bem interligados, sem ponta solta. Tolstói consegue se aprofundar em diversos assuntos sem divagar ou tornar prolixo.
O livro nos apresenta a sociedade russa no início do séc XIX, mais precisamente retrata a história de 5 famílias aristocráticas e o vínculo de suas vidas pessoais com as guerras napoleônicas de 1805 a 1813, tendo suas vidas afetadas pela guerra sem que a mesma impeça seus dramas, alegrias e tristezas dos cotidiano.
Conhecemos Pierre Bezukhov, filho ilegítimo de um conde, sem tato social, e totalmente confuso sobre o que fazer da sua vida. Andrei Bolkoski, idealista, inteligente e sagaz, odeia a vida na corte, partindo para guerra. Conhecemos também o príncipe Vassili, interesseiro, sempre atrás de oportunidades em que possa se beneficiar, assim como seus filhos Helene e Anatole.
Temos a família Rostov e seus 4 filhos, com destaque a Natacha, jovem impetuosa e cheia de vida. Não posso esquecer do excêntrico príncipe Nikolai Bolkoski, pai de Andrei e da carola Maria.
No tomo 1 a guerra é a famosa batalha de Auterlitz e desenrola-se entre imperadores ambiciosos, generais e oficiais interesseiros e por vezes, despreparados.

"Se todos fossem para a guerra só por causa de suas convicções, não haveria guerra."

No tomo 2, destaca-se a batalha de Borodino, em desvantagem, o exercíto russo recua dando espaço para Napoleão invadir de vez Moscou e mudar toda a trajetória das famílias russas.
Destaco uma crítica ao papel social da mulher , destinadas a serem mães e donas de casa, quase um papel decorativo na sociedade (claro, na época era assim).
É um livro reflexivo, com conteúdo histórico rico, onde as pessoas envolvidas, tanto na guerra como na paz, são movidas por interesses econômicos, status e porque não dizer o amor.

*Minha edição é da Companhia das letras de 2017 com 2 livros.
Gustavo.Penatieri 30/07/2018minha estante
É um livro incrível. Fico feliz de tê-li lido. Lamento não ter tido tanto tempo para uma leitura mais aprofundada.




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