spoiler visualizarAnzinho 16/05/2024
Amei!
Eu sei que demorou. Livro difícil! Muita informação para se ler, mas eu amei o que ele nos faz refletir sobre nossa forma de se alimentar!
Alguns trechos que me surpreenderam:
?Embora não quisesse matar um peru para o dia de Ação de Graças, ela não tinha dificuldade em ir a um supermercado e comprar um peru morto. A diferença entre matar um peru e comprar um peru morto fica clara na estrutura do referente ausente?.
(Pra entender o tal ?referente ausente?, tem que ler)
?Muitos historiadores e críticos literários podem metaforicamente ficar ávidos para devorar um bife, porque o consumo da carne é coerente com a nossa cultura dominante. Mas o que é necessário no desenvolvimento de uma teoria crítica feminista-vegetariana é a sensibilidade aos significados literários e históricos que diferem das interpretações tradicionais. Qualquer atividade que se oponha ao costume predominante exige inovação, persistência e motivação?.
(Nossa cultura dominante = patriarcado, machismo e por aí vai ladeira a baixo)
?O mundo vegetal produz imagens de abrigo, nutrição, lenta mudança evolucionária, harmonia com as estações. As implicações políticas derivam de um senso de unidade orgânica, e não de disjunção; colheita, e não violência; vida em harmonia, e não domínio. Esse é o desafio oferecido pela união dos insights feministas e veganos: simbolismo político baseado na afirmação de uma dieta extraída do mundo vegetal.
Utilizando uma imagem do espectro dos vegetais, podemos dizer que nós murchamos se comermos carne. Nós nos alimentamos da graça dos vegetais?.
?Virginia de Araújo descreve essa perspectiva, de um amigo seu, que com a aridez de um armário cheio unicamente de ?fios de aipo, caules de acelga, cascas de abacate?, cria um banquete, uma graça:
& diz, com essa graça eu alimento, eu murcho em espírito se como carne, que os porcos, os coelhos vivam, as vacas pastem, os ovos deem pintinhos & biquem sementes.?