Paulinha - @ladaminhaestante 12/05/2020Perfeito!O que dizer desse livro, que possa transmitir a intensidade da história?!
Quem já teve oportunidade de ler 2 ou mais livros da Amy, talvez perceba, assim como eu, que suas histórias sempre tem garotos "machucados" que acabam se "curando" com as boas amizades e consequentemente, esta amizade acaba se transformando no amor em sua mais pura essência. Lendo Correndo descalça, acabei vendo em Josie e Samuel, Ambrose e Fern (de Beleza Perdida), Moses e Georgia (de The Law Of Moses), Tag e Millie (de The Song Of David) e até um pouco de Angelo e Eva (de From Sand And Ash).
Mas não quero dizer com isso, que seja histórias repetitivas, e mocinha que muda mocinho e tal. Não. É mais profundo que isso. É uma cura contínua a cada página escrita. É amor crescente, batalhado, puro, intenso, a cada capítulo encerrado. Nada vem fácil, a vida dos personagens não é fácil. Tem perdas dolorosas, condenação pelo modo de agir, viver a vida, mas cada história com suas peculiaridades e fundamentos diferentes.
Neste aqui, temos Josie, que precisou abraçar os afazeres domésticos e cuidar do pai e seus irmãos mais velhos desde muito nova e não teve uma infância comum, como a maioria das crianças. Mas Josie também não é comum. Tem gostos para música e literatura diferentes das crianças de sua idade. E assim foi crescendo. E foi pela música e pela literatura que sua amizade com Samuel foi se construindo. E foi por ela que Samuel, marcado pelos "traumas" de ser quem era, aos poucos se curou, e se tornando o que nasceu destinado a ser. E foi assim, que o amor também nasceu.
Maaas, muitas tragédias e reviravoltas ainda rondavam a vida de Josie e Samuel. Até que as coisas finalmente pudessem se acertar.
Jim (o pai de Joise) foi um tanto negligente com a filha durante o período de seu crescimento e graças a Deus houve Sonja para ajudá-la. Mas ao final, o pai compensou de forma maravilhosa, com conselhos muito sábios.
Além do romance, carregado de dores, incertezas, decepções, traumas, o livro conta também um pouco dos costumes, lendas do povo navajo (Samuel é filho de pai branco e mãe navajo) e tudo isso, carregado de sinfonias maravilhosas de Beethoven, Mozart, Chopin, Rachmaninof, Ravel, Debussy, entre tantos outros. É uma surra de compositores da música clássica sem igual. Conclui o livro cheio de post it que lógico, logo será uma playlist no Spotify rsrs.
Então, pra quem curte um romance intenso, doloroso, nada mamão com açúcar, mas lindo, puro, gentil, e música clássica, é um prato cheio.