spoiler visualizarSilvana 14/05/2020
Mia Corvere não conseguiu realizar o ultimo teste para se tornar uma Lâmina, mas por causa das circunstancias ela se tornou uma mesmo assim. A Igreja Vermelha foi traída e antes de morrer Lorde Cassius, o Senhor da Lâminas e chefe da Igreja Vermelha ungiu Mia com seu sangue tornando-a uma Lâmina. E agora mais do que nunca Mia quer vingança contra as pessoas que destruíram sua família e que agora também são os responsáveis pela morte de quase todo mundo da Igreja Vermelha, entre eles Tric, o garoto por quem Mia nutria certos sentimentos, mesmo sabendo que eles nunca poderiam ficar juntos.Cassius era como Mia, um manipulador de sombras, mas ela não conseguiu descobrir nada sobre seu dom com ele antes do mesmo falecer, então Mia segue sem saber do que é capaz.
Faz oito meses que Mia está trabalhando para a Igreja em Galante e sai em missões para matar quem lhe é ordenado. Mas parece que quanto mais ela mata, mais longe da sua vingança ela fica. Isso sem falar que tem várias pessoas que não aceitam Mia como Lâmina, já que ela não passou no último teste, entre eles Solis que agora é Reverendo. E após seu último assassinato Mia é convocada de volta pelo Ministério, onde recebe sua nova missão e é em Godsgrave. Mas ela é alertada para que não chegue nem perto de Scaeva e Duomo, os assassinos do seu pai. Só que Mia não vai deixar passar essa oportunidade nem que para isso ela tenha que ir contra a Igreja.
E em Godsgrave Mia acaba reencontrando uma pessoa que abre seu olhos para algumas verdades que ela não tinha percebido até então e Mia decide que está na hora de colocar sua vingança em prática. É arriscado, mas Mia pensa em um plano para matar Scaeva e Doumo de uma vez só e ela sabe de um lugar em que os dois estarão juntos, na final do Torneio de Godsgrave para coroar o vencedor. Então Mia se deixa ser presa como escrava para ser vendida para Leonides o melhor treinador de gladiatiis de Godsgrave. Mas ela se vê envolvida em uma disputa entre pai e filha e acaba se tornando escrava de Leona, que por ironia do destino é a dona atual da casa onde Mia nasceu. Agora Mia vai ter que provar do que é capaz, onde o desafio é ainda maior do que o que ela enfrentou para ser uma Lâmina.
Eu estava me segurando para ler esse livro desde que terminei Nevernigth porque ainda não tinha comprado o terceiro, que por sinal está custando um rim. Mas a editora fez uma promoção de 50% em todo seu catálogo e comprei o ultimo e por isso corri ler esse. E ainda bem que esperei para ler porque meu Deus que final foi aquele. Eu necessito ler o terceiro. Eu já tinha lido em algumas resenhas que o segundo conseguia ser ainda melhor que o primeiro. Mas o primeiro foi tão sensacional que eu não estava acreditando muito nisso não. Mas é verdade. Nesse segundo livro temos um tom mais adulto na história e se for comparar, o primeiro parece brincadeira de criança perto do segundo.
Se você não tem tolerância para cenas mais fortes, fique longe desse livro. O título espetáculo sangrento define bem o que vamos encontrar na história. Se bobear escorre sangue das páginas de tanta matança que tem nesse livro. E apesar de tantas mortes, vemos uma Mia mais humana do que no primeiro livro. Ela passa por um amadurecimento incrível e está longe de ser a garota que só pensava em conseguir atingir seus objetivos, mesmo que para isso ela precisasse passar por cima de tudo e de todos. Mia parou de se achar a ultima bolacha do pacote e realmente se tornou a ultima bolacha do pacote. Ela não se acha mais a toda poderosa, ela age como uma. Por várias vezes me lembrei da Aelin, quem leu Trono de Vidro vai entender a referencia.
Do primeiro livro temos poucos personagens que atuam fortemente nesse segundo, os mais importantes são o Velho Mercúrio e Ashlinn, que formam uma estranha aliança com Mia. Mas em compensação tem vários personagens novos para nos apegarmos e para sofrer com eles é claro, porque assim como, Mia estão destinados a morte. Tem vários que eu poderia citar aqui como Larva, Sidonius, Cantespadas e companhia, todos escravos lutando por uma chance de ser livre. Mas e quando para conseguir atingir seu objetivo, Mia sabe que se ela estiver viva no final, todos eles estarão mortos pelo caminho? É uma história que dá um nó na garganta da gente e mesmo sabendo o que vai acontecer, não tem como não torcer para que algo aconteça e mude aquela situação.
Novamente um personagem que acredito ser um dos queridinhos da maioria dos leitores o Sr. Simpático, foi um dos meus favoritos do livro. E junto a ele agora temos Eclpse, que depois da morte de Cassius passou a habitar a sombra de Mia e um é oposto do outro, o que rende ótimas interações entre eles. Já uma coisa que havia amado no primeiro livro, as notas de rodapé onde o narrador dá seus pitacos e derrama seu sarcasmo na história, achei que não conseguiu ficar no mesmo nível do primeiro livro. Achei que elas foram poucas e não tão relevantes quanto no anterior. Espero que isso mude no terceiro. E pelo que li nas resenhas no terceiro, logo no começo do livro já descobrimos quem é o famoso narrador. Curiosidade me mata.
E se tiver algo de negativo para falar que me incomodou no livro, foi que o autor pesou a mão em algumas cenas de sexo que não cabia na história. Achei bem desnecessárias em um primeiro momento. Mas depois pensando em todo o contexto e na construção do psicológico da Mia eu entendi a importância delas para o amadurecimento da personagem. Mas ainda assim eu não gosto da escolha do autor do par romântico da Mia. Eu só consegui ver sexo na relação, em nenhum momento vi mais do que isso da parte da Mia. E uma coisa que também achei que faltou um aprofundamento foi na questão dos sombrios. Faz dois livros que quero saber mais sobre eles e até agora nada. De que adianta a Mia ter poderes que não sabe usar?
Mas essa é outra questão que já vi será abordada no terceiro e ultimo livro da série. E já estou preparando meu psicológico porque segundo a Luiza do blog Balaio de Babados, Darkdawn - As Cinzas da República deixou muito a desejar. Espero que minha opinião seja diferente da dela hehe. Quanto a edição, se não fossem as folhas brancas os livros seriam perfeitos. A edição está maravilhosa com capas chamativas e mapas que nos colocam dentro da história. O único problema mesmo são as folhas serem brancas. Enfim, termino indicando o livro para os fãs de fantasia. Por enquanto ele está entre as melhores histórias que li do gênero.
site: https://blogprefacio.blogspot.com/2020/04/resenha-godsgrave-o-espetaculo.html