Qnat 22/01/2021
Uau!
A expectativa de ler esse livro foi alta, afinal, o livro antecessor foi muito, muito bom.
Percebi que algumas pessoas preferem este, e outras preferem o outro.
Imagino que o livro antecessor foi um dos primeiros livros deste tipo de ficção leve e "introspectiva" para muitas pessoas, e este livro já não tem o mesmo impacto de ser pioneiro.
Ao mesmo tempo que ele é mais introspectivo ainda, muito mais filosófico, sem grandes conflitos externos. Os conflitos, na maioria, são internos - salvo algumas questões relacionadas aos capítulos de Jane.
Entendo quem preferiu um, e quem preferiu outro.
Eu já não consigo escolher entre eles, seria o mesmo que escolher entre... café e cappuccino, sei lá! A cafeína, o principal está lá, e o restante é incomparável entre si, aceito ambos de bom grado.
O livro segue dois pontos de vistas: Sidra, uma IA em corpo humano vivendo com Sálvia (Jane no futuro); e Jane, uma menina gerada para ser escrava, resgatada e criada por uma IA.
Azul é um personagem incrível também.
Os capítulos de Jane são os que mais me agradaram. Aliás, o primeiro capítulo do eixo dela foi um dos melhores capítulos que eu já li na vida. Mas, de forma algum os capítulos Sidra são chatos - é tudo muito bem escrito.
O livro é ao todo, no mínimo, perfeito. Becky Chambers cria um universo tão complexo, tão detalhistas, que parece que ela viu o futuro e voltou para nos contar. São personagens reais, a antropologia é plausível (as festas, hábitos, alimentação, mudanças culturais por causa de intercâmbios, ritos, tudo!), e a escrita é bonita, sincera e bem feita.
Parabéns para a tradutora Flora. Mudou os pronomes de Tak conforme ele mudava de gênero.
Manteve inclusive x quando Tak estava mudando "de corpo", virando um ser neutro (ex: "elx estava cansadx").
Não sei nem como isso foi no original em inglês, fiquei curioso!
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