Navegar no ciberespaço

Navegar no ciberespaço Lucia Santaella




Resenhas - Navegar no ciberespaço


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Rotina Agridoce 01/09/2012

Navegar no ciberespaço move três tipos de leitores:

1- Contemplativo:
que conserva a cultura livresca do século XII, cujas modificações intelectuais e sociais, estabelecendo uma relação com o livro e as palavras, penetrando os pensamentos do leitor e permitindo comparações de memória com outros livros, criando a possibilidade de ler mais e de ler textos mais complexos. A invenção da escrita mudou a aparência de impressão dos livros possibilitando a fabricação em grandes quantidades, rapidamente e com facilidade, assegurando um tempo mínimo de difusão de idéias. Também fragmentou as idéias, pois foram surgindo publicações precárias, proliferando os livros de bolso graças à industrialização surgindo um novo leitor, capaz de comunicar oralmente o texto a outros que não sabem decifrá-lo, cimentando as formas de sociabilidade nos espaços comunitários.

2- O movente:
as grandes transformações sociais mudaram o modo de viver, pois os camponeses e artesãos não conseguiam competir com a produção capitalista marcado pelo avanço tecnológico, concentrando o capital nos centros urbanos demarcando claramente duas classes sociais distintas, os operários e a elite dona co capital. Nesse universo a isenção do telefone e telégrafo e as notícias chegavam rápidas e imediatas implantando a moda e o consumismo.
O ser humano moderno preocupa-se mais com a vivência que com a memória e o passado cede lugar a necessidade urgente de se adaptar ao novo estilo de vida, cuja publicidade transformou tudo em mercadoria e a vida povoou-se de imagens fugidias do cotidiano, que reduz e hipnotiza pelas aparências.
As fotografias, os cinemas, a tecnologia possibilitam trocas constantes de imagens através de jornais, revistas, panfletos, vitrinas, letreiros que fazem parte de uma cultura organizada sob o signo do choque, e o homem vai adaptando o olhar a essa congestão de informações que atravessam a consciência e desaparecem em seguida, numa instabilidade que marca o homem moderno pela tensão nervosa, velocidades, superficialismo, a efemeridade do imediatismo. Nesse contexto surge o leitor fugaz, novidadeiro, de memória curta mas ágil que não tem tempo de reter informações.

3- Imersivo, virtual século XXI, era digital, sons, textos, imagens, programas informáticos cria uma linguagem universal, via computador, que permite a comunicação do ser humano no globo e só é preciso um toque leve no mouse para ter acesso a uma rede gigantesca de transmissão. Surge então o leitor imersivo que tem à sua frente uma tela onde o texto eletrônico permite organização e estruturação do texto; cujo fluxo seqüencial e continuidade possibilita embaralhar, entrecruzar, reunir textos na mesma memória eletrônica.

A Internet tornou-se assim uma máquina de encontro de pessoas, um laboratório de novas práticas culturais, um compartilhar de arquivos como os blogs, mudando a forma se propagação e expectativas, produza ferramentas eficientes que não exigem conhecimentos de programação, é grátis e disponível ao mundo, mas que precisa ser selecionado, pois o direito a liberdade de opção do sistema operacional, provedor, companhia telefônica e cabo podem-se ter acesso a múltiplos pontos de vista sobre notícias de um jornalismo independente.


"A leitura do livro é, por fim, essencialmente contemplação e ruminação, leitura que pode voltar as páginas, repetidas vezes, que pode ser suspensa imaginativamente para a meditação de um leitor solitário e concentração." pág 24


O livro é de fácil leitura, apesar do tema técnico, e é compreendido por pessoas que não fazem parte da área de comunicação, psicologia e sociologia.

resenha em meu blog
http://www.lostgirlygirl.com/2012/08/resenha-84-navegar-no-ciberespaco-de.html
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Natalia.Eiras 03/06/2012

Resenha
Lucia Santaella é um dos nomes mais renomados no Brasil quando o assunto é cibercultura. Nesse livro ela discute o perfil do leitor do ciberespaço, passando por uma explicação dos tipos de leitores presentes na história da humanidade e como esse perfil muda conforme a tecnologia avança.
O leitor da idade média, acostumado a uma leitura em livros e manuscritos, tem uma postura completamente diferente do leitor da época da revolução industrial que precisa de informações imediatas e passa a ler o jornal. A inserção da foto, muda a linguagem e consequentemente a maneira como o leitor interage com a notícia.
Com o surgimento da internet, a linguagem passa a ser mediada pelo computador, onde não há mais contato físico com o objeto de leitura, e muda novamente a maneira como o nosso cérebro, e nós, vemos a linguagem. Afinal, uma tela de computador é uma imagem para o nosso cérebro e não um texto, tendo sua decodificação em outra área.
Por esse pequeno resumo, já podemos perceber o que Santaella pretende discutir e como a discussão irá passar por questões sociais, psicológicas e até fisiológicas para descobrirmos como é o leitor do ciberespaço.
Muito interessante o livro.
Tem fácil leitura, apesar do tema parecer muito técnico; é facilmente compreendido por pessoas que não fazem parte da área de comunicação, psicologia e sociologia.
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HA_Kél 13/03/2011

Minha leitura...
Neste livro Santaella apresenta o perfil cognitivo do leitor/internauta imersivo. A autora inicia conceituando três tipos de leitores (contemplativo, movente e imersivo)e relacionando-os com o perfil dos usuários do ciberespaço (novato, leigo e experto).
A cada um desses perfis, corresponde um tipo de marca na navegação: o internauta errante (aquele que pratica a adivinhação); o navegador detetive (aquele que segue pistas e aprende com a experiência) e o navegador previdente (aquele que sabe antecipar as conseqüências de suas ações).
Essas maneiras de navegar não são rígidas e os usuários podem ir de um estilo a outro, dependendo do desfio que encontram à sua frente.
Além de apresentar os pressupostos teóricos das "Ciências Cognitivas", este livro também explicita o conceito de "interatividade" que, segundo a autora, é a marca identificatória do leitor imersivo.
No que diz respeito à minha pesquisa, esse livro traz elementos para se problematizar o acesso do usuário Surdo ao ciberespaço.
Santaella enfatiza o papel da interação na imersão do usuário, e também o papel dos signos nos processos de interação.
Ao dominar os signos que são utilizados no ciberespaço, o internauta começa a ser capaz de imergir na navegação. Entretanto, um site escrito em um idioma muito diferente do seu, por exemplo, poderá levá-lo a “tatear às cegas”, como um navegador errante.
Do mesmo modo, o usuário Surdo poderá encarar como um obstáculo intransponível sites que contenham longos textos escritos, com vocabulário muito fora de seu uso cotidiano e que não ofereçam acessibilidade em LIBRAS.
A experiência da autora demonstra que o navegador errante tende a sentir-se frustrado e desistir diante de obstáculos muito grandes. Para um aluno de curso à distância, que diariamente enfrentará desafios relativos ao aprendizado dos conteúdos estudados, encarar dificuldades com o uso do equipamento é acrescentar um desafio desnecessário, que poderá desestimular seu envolvimento e estudo. No caso dos usuários Surdos, uma forma de favorecer sua imersão é viabilizar ambientes acessíveis em LIBRAS.
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