Resenhas - Vox

Italo.Medeiros 18/10/2020

Perturbadoramente atual...
Vox é um daqueles livros que, ao iniciar, você simplesmente não quer parar, posto que este é capaz de lhe entrelaçar de um modo profundo e cativa sua atenção para além da hora usual que você dedica à leitura; ele te faz ir além!

Em seu livro de estréia - espero que o primeiro de muitos -, Dalcher nos traz uma distopia que poderia ser o hoje do Brasil ou dos EUA, diante de líderes com uma característica notadamente conservadora. Myers é o próprio Trump - ou seria, se o real tivesse culhão para colocar suas loucuras em prática, e que bom que não o possui, muito bom.

Provavelmente bebendo da fonte de damas da distopia, como a queen Margaret Atwood, Christina não fica muito atrás, demonstrando potencial nos legar muito mais trabalhos incríveis e inteligentes como esses, deixando-nos sempre preparados e alertas.

Anseio pela próxima obra dessa brilhante escritora que nos brinda com o melhor do gênero e a qualidade nítida de sua produção e conhecimento sociolinguístico.

Maddu / @litera.poesia 10/09/2020

Poderia ser melhor
A história tinha tudo de bom e a narrativa da autora estava fluindo super bem até 70% do livro. O final foi meio arrastado, mas nada impossível. Fiquei chateada com o final. Poderiam tem explicado melhor como se deu os últimos acontecimentos. Faria a total diferença para esse tipo de livro em específico, já que dialoga bastante com ideias que as pessoas tem hoje em dia.

Bi Bueno 15/10/2021

Vox
O que dizer de um mundo em que você é obrigada a falar até 100 palavras num dia, enquanto se sabe que, normalmente, uma pessoa usa, em média, 20 mil palavras num dia?
Esse é o mote dessa distopia. E, claro, essa regra é direcionada às mulheres, seres endiabrados que só servem para desvirtuar os homens (AFF bem grande!). O livro é cheio de pequenas ?ironias?, como o fato da personagem ser uma linguista; ela ser italiana; ela ter um filho mais velho que quase cai no fundamentalismo do regime; e ela ter uma amiga que sempre a alertou para o fato de um dia a coisa toda virar o que virou, sendo que ela nunca acreditou nisso de fato. E o livro coloca a linguagem na centralidade da cultura humana. Tudo se constrói a partir dela.
Qualquer semelhança com tempos atuais não é mera coincidência. Talvez seja da nossa índole: não querer acreditar nunca que o pior vá prevalecer? Mas quando a gente vê: tá com uma ?pulseira? no pulso?

Ana 21/02/2023

Vox
Vc se imaginaria podendo falar só 100 palavras por dia? Eu com certeza não!

Em um país onde a "ordem" religiosa conseguiu manipular a ordem política, as mulheres ( adultas e crianças do gênero feminino) foram desprovidas do direito à comunicação seja ela por escrita e principalmente verbal. Caso a mulher fale mais de 100 palavras, a pulseira que ela foi obrigada a colocar lhe dará choques cada vez mais potentes podendo matá-la.

Usando o conceito bíblico de Deus acima de tudo e o Homem à sua semelhança, as mulheres estavam lá só para servir os homens, não podendo nem fazer gestos.

A dra Jean TRABALHAVA num estudo científico para a cura da afasia ( perda da comunicação durante um AVC) quando todas as mulheres foram retiradas de seus cargos.

Agora, um ano depois de silêncio forçado, foram lhe procurar para achar a cura da afasia porque o presidente sofreu um acidente. Mas oque se descobre é que eles queriam que ela achasse a cura para eles ( o governo) fazer um anti- tratamento para justamente aplicar nas mulheres para que elas não falassem nunca mais.

Renata.Grasiele 29/08/2020

VOX
Preconceituosa, fui com baixas expectativas. A narrativa te leva a acreditar que a história é melhor do que dizem por aí. E é. O que acaba por ser uma grande armadilha em que você acredita que tudo está bem trabalhado até o fim da história. Não é. A história tem tudo para ser boa, até que o final decepciona.

Valéria 20/12/2020

As vezes me bateu uma aflição. Um dos pontos que mais me incomodou foi a indiferença dentro de casa. No fim, eles ficaram do lado deles.

papo_mary 24/03/2021

Livro super necessário
Primeiramente quem for ler esse hino de livro, pegue uma xícara de chá de camomila ou um copo de suco de maracujá e vamos a leitura. Que livro, comecei a ler em janeiro, li vários outros no meio porque não consegui ler ele corrido foi uma leitura muito forte pra mim. Inúmeras vezes tive que parar e tomar um ar, passei raiva, indignação, choro angustiei, torci pelas mulheres como nunca na vida, senti cada dor como se fosse comigo, não sei explicar como me conectei com a prota e com a história. Todos deveriam ler esse livro, foi a leitura mais necessária do meu 2021 com toda certeza. Me fez criticar e repensar tantas coisas. Leiam, sofram, passem raiva e gritem por cada vez que tentam nos calar.

Refugios das Letras 20/04/2020

Preciso dizer que este livro me incomodou, e não pelas razões esperadas para uma distopia feminista. Vox descreve o cenário em que as previsões feministas mais extremas se concretizam com a eleição do presidente norte americano Myers (que todas as pistas nos indicam se tratar do atual presidente Trump). Claramente influenciado por O Conto da Aia, nesta distopia as mulheres tem uma cota diária de 100 palavras por dia, contabilizadas em um bracelete que fornece a usuária choques fortíssimos a cada acréscimo desse limite. O destino das mulheres é casar, ir para locais de trabalho forçado ou morrer.

Nesse contexto, a Dra. Jean McClellan é convocada para desenvolver um soro com a função de curar doença do irmão do presidente, que o impede de verbalizar frases coerentes. Em uma busca pela sua própria liberdade, e pelo direito da filha Sônia, de 6 anos, poder falar mais do que 100 palavras diárias, Jean aceita o trabalho e busca uma solução para a situação política norte americana.

O livro peca na falta de sofisticação: nos sentimos lendo panfletos feministas da internet. Os personagens são excessivamente simples, o enredo é raso e recheado de frases de efeito. Os personagens são precariamente construídos e a história se desenha em um caminho previsível.

A autora reforça ao longo de toda a história que a eleição do presidente (e a sua drástica consequência política e social para as mulheres) não teria ocorrido se Jean tivesse saído da sua zona de conforto e ido às ruas protestar. E eu me questiono se a culpa de um sistema opressivo se deve unicamente à falta de mulheres nas ruas.

Acredito que esse livro teria sido muito mais interessante se retratasse a perspectiva da vizinha submissa da protagonista - Olivia King -, ou até mesmo da pequena Sônia que chega empolgada da escola por ter recebido um prêmio pela menor quantidade de palavras contabilizadas na sua turma.

Infelizmente não foi uma boa leitura.

site: https://refugiosdasletras.blogspot.com/2020/04/vox-christina-dalcher.html

DayaneKelvia 02/04/2021

O governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan está em negação. Ela não acredita que isso esteja acontecendo de verdade.
Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir.

Thauany.Fernandes 09/08/2021

Esperava mais
Li esse livro por ter visto indicação. O início é bastante promissor, você realmente se questiona sobre os rumos tomados por nossa sociedade. Porém, o desenvolvimento do livro foi uma confusão só, algumas coisas acontecem sem explicação e outras você não entende se aconteceu ou não. O livro passa da personagem lutando para que todas as mulheres tenham sua liberdade, para um enfoque total no adultério e no direito dessa mulher poder vivê-lo, lembrando que ela vem traído o marido desde antes de toda mudança. Achei que ficou faltando trabalhar algumas questões mais profundamente , como pautas LGbTqia+ , a autora poderia explorar mais a história da Lin e de Jackie. Jeane , para mim é uma protagonista fraca e mal desenvolvida .

Thais T @thaistcarvalho1 14/09/2020

Vox chamou minha atenção por ter um tema importante e por transmitir tão bem as emoções de Jean, Vox é uma leitura que recomendo a todos para que possa refletir sobre muitos dos pontos em que ela sita e ter uma reavaliação de muitos pensamentos que nos cercam.

jailxon 05/07/2021

VOX
Um livro com uma premissa GENIAL que critica, sem filtro, o machismo e a desigualdade de gêneros, acompanhado da escrita de Dalcher que é incrivelmente fluída e viciante.

Só existe um porém: a autora não soube aproveitar esse enredo distópico tão forte e acabou por focar em outras coisas não tão importantes.

A luta de Jean por sua voz e liberdade ficam de lado quando, sem menos, um romance surge. E, em minha sincera opinião, depois que isso aconteceu a ideia central do livro se perde. Tudo fica confuso.

Poderia ter sido uma das melhores distopias que já li, mas não foi dessa vez.

Ressalto que, apesar de tudo, a critica social em VOX é INCRÍVEL.

Lua 06/04/2021

Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada.
Após a eleição presidencial de um líder que abraça o conservadorismo, é decretado que as mulheres só devem falar cem palavras ao dia. Não tarda até que elas percam todos os seus direitos e se restrinjam apenas ao lar.
Mãe de quatro filhos, Jean se vê refém de um sistema que aprisiona e oprime. Um sistema no qual a sua filha será criada para ser mãe e dona de casa. Mas tudo muda quando Jean é convidada a participar de um experimento após um acidente envolvendo um membro do governo e se depara com a oportunidade de mudar o seu destino e o de todas as mulheres.
Vox é essencial, evidencia a importância do posicionamento feminino, a importância da democracia para a prevenção de regimes totalitários e de como a democracia pode ser frágil.
O livro é narrado em primeira pessoa, contando com capítulos curtos, o que torna a leitura fluída. Confesso que pra um livro com uma temática tão pesada esperava mais da metade pra frente. Sinto que faltou um pouco sobre a implementação do regime e da resistência. O livro focou tanto em alguns pontos, como os campos de concentração e as eleições e acabou levando o leitor a um beco sem saída. Senti o final um tanto vago e aberto.
Creio que Vox é uma distopia não tão distante, tendo em conta que nós, mulheres, ainda não conquistamos o básico, como direito sobre nossos corpos e nossas escolhas.

Meu Vício em Livros 29/10/2018

Revoltante e impactante
VOX te mostra, entre outras atrocidades, o que é um mundo onde uma mulher não pode ler. Isto sim é macabro! Isto sim é o Halloween da vida real pra mim! Chocante! Literalmente, chocante! Eu não saberia lidar!

Os meus livros estariam trancados em um baú no sótão juntamente com o meu Kindle, com as chaves em um cofre só aberto pelo marido assim como a caixa de correio. Nem livro de receita é permitido gente, vocês tem noção?

Escrever e receber cartas, usar linguagem não verbal, trabalhar, decidir a educação dos filhos? PROIBIDO PARA MULHERES! Neste governo, as mulheres não servem para nada além de gerar filhos e cuidar da casa e do marido.

O problema aqui vai além de só poder falar 100 palavras por dia, são vários fatores que ferem os direitos das mulheres. As consequências desta violência é assustadora!

Revoltante e impactante! Narrado pelo ponto de vista da Jean, o enredo é tão viciante que você vai ler em um piscar de olhos!