Dialética do Esclarecimento

Dialética do Esclarecimento Theodor Adorno
Max Horkheimer




Resenhas - Dialética do Esclarecimento


16 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Larissa.Cifarelli 17/08/2023

Pequeno e denso
Estamos estudando esse livro há um ano. Alguns escritos são bastante complexos, tem que ter uma "base" para a compreensão.
O capítulo sobre o antissemitismo tem uma leitura mais fluida (foi o que eu mais gostei). Já os textos no final do livro são incríveis, são pensamentos, pequenos ensaios, alguns são interessantes e levam a boas reflexões. (Tudo muito atual).
midauer 12/09/2023minha estante
Oi Larissa, verdade eu achei bem denso e pra mim hoje não tá fazendo sentido manter ele na estante. Pessoal que precisa e quer ler ele: pode falar comigo que eu disponibilizo uma troca :)




Sempreum_livro 21/02/2023

Muitas reflexições
DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO
Theodor W. Adorno & Max Horkheimer
Filosofia alemã
223 páginas
@editorazahar

"Assim como a proibição sempre abriu as portas para um produto mais tóxico ainda, assim também o cerceamento da imaginação teórica preparou o caminho para o desvio político." [pág: 12/13]

"A liberdade na sociedade é inseparável do pensamento esclarecedor." [pág: 13]

"O esclarecimento tem perseguido sempre o objetivo de livrar os homens do medo e de investi-los na posição de senhores." [pág: 17]

"A superioridade do homem está no saber." [pág: 17]

"Hoje, apenas presumimos dominar a natureza, mas, de fato, estamos submetidos à sua necessidade; se contudo nos deixássemos guiar por ela na invenção, nós a comandaríamos na prática." [pág: 17]

"O saber que é poder não conhece barreira alguma, nem na escravização da criatura, nem na complacência em face dos senhores do mundo." [pág: 18]

"Poder e conhecimento são sinônimos." [pág: 18]

"Desencantar o mundo é destruir o animismo." [pág: 18]

"O esclarecimento é totalitário." [pág: 19]

"Os mitos que caem vítimas do esclarecimento já eram o produto do próprio esclarecimento." [pág: 20]

"O preço que os homens pagam pelo aumento de seu poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. O esclarecimento comporta-se com as coisas como o ditador se comporta com os homens. Este conhece-os na medida em que pode manipulá-los." [pág: 21]

"Toda a tentativa de romper as imposições da natureza rompendo a natureza, resulta numa submissão ainda mais profunda às imposições da natureza." [pág: 24]

"A distância do sujeito com relação ao objeto, que é o pressuposto da abstração, está fundada na distância em relação à coisa, que o senhor conquista através do dominado." [pág: 24]

"Tanto o mito quanto a ciência, provém do medo do homem, cuja expressão se converte na explicação." [pág: 25]

"Cada coisa só é o que ela é tornando-se aquilo que ela não é." [pág: 26]

"Antes, os fetiches estavam sob a lei da igualdade. Agora a própria igualdade torna-se fetiche. A venda sobre os olhos da Justiça não significa apenas que não se deve interferir no direito, mas que ele não nasceu da liberdade." [pág: 27]


site: https://www.youtube.com/watch?v=9hKEUe5pG_E
comentários(0)comente



Icaro 12/02/2023

Excelente
Um clássico escrito no pós-segunda guerra e precursor da Escola de Frankfurt, é uma crítica super interessante sob o ponto de vista psicológico e filosófico da origem do populismo, do ódio à natureza, às mulheres e a evolução teológica. A leitura não é fácil e fluida, mas vale muito a pena!
comentários(0)comente



Gabriel 17/07/2022

Dialética do esclarecimento
"Dialética do esclarecimento", de Theodor Adorno e Max Horkheimer, expoentes da Escola de Frankfurt, trata do esclarecimento e da indústria cultural.
Os autores fazem uma reconstrução histórica do conceito de esclarecimento e seus sentidos e concluem que ele é totalitário. O totalitarismo do esclarecimento, segundo a tese proposta, poderia ser explicado pelo fato do ser usado como instrumento de domínio da natureza e sua tecnização e excesso de racionalidade, como nos regimes totalitários.
Critica-se o sistema racionalista iluminista (em especial o kantiano) e o uso da razão técnica empregada na indústria cultural, que reduz elementos da cultura a entre do sistema capitalista numa sociedade de massas e consumidores.
Uma leitura excelente para entender o pensamento da Escola de Frankfurt, assim como a teoria crítica, no entanto, o fluxo de leitura pode vir a ser um pouco cansativo.
comentários(0)comente



Palmeirense 15/07/2022

Dialética do Esclarecimento: Adorno e Horkheimer
Livro curto, no entanto dificílimo, demorei uns 2 meses para terminar, confesso que exigiu muito esforço, tanto para continuar a leitura quanto para entender um pouco, não consegui extrair tudo da obra.
Dois filósofos alemães,ambos frequentaram a escola de Frankfurt que fugiram da guerra na Alemanha e se exilada nos E.U.A.
A obra se refere ao mito, que surge quando se tem medo da verdade, que a economia se constrói a base da exploração de um povo, parte essa citada no livro muito interessante, citando uma passagem da Odisséia quando tocando uma música o comandante de um barco pede para os empregados colocarem cera nos ouvidos, para que somente ele aproveitassem a música conta támbem com a análise sobre Marquês de Sade, sobre a sociedade e o desencantamento da sociedade e as modificações que surgem nela, aborda também o sacrifício científico e o religioso, na sociedade e nessa questão a limitação do saber , somos limitados pela fé, a ciência perseguindo a religião e a religião perseguindo a ciência.
Cita também os meios de comunicação da época que eram usados para manipular as massas , "tal qual nos dias atuais", Joseph Goebbels, chefe da propaganda nazista sabia bem como usar essas ferramentas, que na época era : o rádio, a TV e o Cinema que prestavam serviço ao Nazismo. E por ai vai, é um livro um pouco difícil , como citado no início da tentativa de resenha, e tem que ser lido lentamente para tentar extrair o máximo de informação possível.
comentários(0)comente



Laura 22/06/2022

eu li ?industria cultural? na força do odio, nao aguentava mais ler isso a cada 2 parágrafos. Muito complicado. Mas o tema é legal, ou o que eu entendi dele.
comentários(0)comente



Arthur 12/10/2021

Conhecimento é poder
"Conhecimento é poder". Essa frase é repetida com frequência por um colega de trabalho. De fato, concordo com o seu conteúdo, mas e quando a racionalização é utilizada para a dominação?
Dialética do esclarecimento é sobre um projeto de sociedade e sua concretização através da dominação das ideias. O contexto é o da ascensão do fascismo na Europa de meados do século XX e consequente eclosão da II guerra mundial, mas conceitos trabalhados no livro como o de cultura de massas e, sobretudo, o de indústria cultural são essenciais para compreender o processo atual (ou cíclico) de estultificação das massas, e a quem ele atende.
Aliás, sobre isso, quero aproveitar esse espaço para fazer um relato pessoal: não tive muitas aulas de Filosofia e Sociologia durante o ensino médio, e meus professores não eram da área. Longe de ser uma crítica a eles, mas sim ao currículo (pensando aqui na lógica de Saviani, compreendendo currículo como um espaço de disputa política): talvez com uma base melhor de Filosofia e Sociologia a leitura desse livro não me fosse tão difícil. E um detalhe: não me considero, modéstia à parte, um leitor iniciante. Sendo assim, e vejo inclusive como ponto convergente com o assunto tratado no livro, é inevitável pensar no Novo Ensino Médio, na redução de carga horária das disciplinas "críticas" (História, Geografia, Filosofia e Sociologia) e imaginar o projeto de sociedade planejado a partir dessa nova base curricular. Enfim.
comentários(0)comente



Gabriel.Chamma 26/02/2021

Livro muito interessante, porém, com linguagem de difícil entendimento. Muitos dos conteúdos abordados fugiam ao meu entendimento por falta de base de alguns autores utilizados, contudo um análise muito valiosa do contexto em que foi retratado, livro excelente como material analítico, tanto filosoficamente, como sociologicamente, além de poder ser utilizado com uma fonte histórica sem qualquer problemas, o capítulo industria cultural, em minha opinião, é o mais intrigante.
comentários(0)comente



Jack 11/07/2020

Recomendo
Este não é um livro para qualquer um, ele é extremamente denso e pontual, exige um certo fôlego e paciência, ainda mais se não está familiarizado com as referências trazidas.
comentários(0)comente



Lista de Livros 15/04/2020

Lista de Livros: Dialética do Esclarecimento, de Adorno e Horkheimer
Parte I:

“A naturalização dos homens hoje não é dissociável do progresso social. O aumento da produtividade econômica, que por um lado produz as condições para um mundo mais justo, confere por outro lado ao aparelho técnico e aos grupos sociais que o controlam uma superioridade imensa sobre o resto da população. O indivíduo se vê completamente anulado em face dos poderes econômicos. Ao mesmo tempo, estes elevam o poder da sociedade sobre a natureza a um nível jamais imaginado. Desaparecendo diante do aparelho a que serve, o indivíduo se vê, ao mesmo tempo, melhor do que nunca provido por ele. Numa situação injusta, a impotência e a dirigibilidade da massa aumentam com a quantidade de bens a ela destinados. A elevação do padrão de vida das classes inferiores, materialmente considerável e socialmente lastimável, reflete-se na difusão hipócrita do espírito. Sua verdadeira aspiração é a negação da reificação. Mas ele necessariamente se esvai quando se vê concretizado em um bem cultural e distribuído para fins de consumo.

A enxurrada de informações precisas e diversões assépticas desperta e idiotiza as pessoas ao mesmo tempo.”
*
Mais do blog Lista de Livros em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2020/03/dialetica-do-esclarecimento-fragmentos.html

XXXXXXXXXXXXX

Parte II:
“Hoje a maquinaria mutila os homens mesmo quando os alimenta.”
*
“É na violência, por mais que ela se esconda sob os véus da legalidade, que repousa afinal a hierarquia social. A dominação da natureza se reproduz no interior da humanidade. A civilização cristã – que permitiu que a ideia de proteger os fisicamente fracos revertesse em proveito da exploração do servo forte – jamais conseguiu conquistar inteiramente os corações dos povos convertidos.”
*
Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2020/03/dialetica-do-esclarecimento-fragmentos_1.html

XXXXXXXXXXXXXXXXX

Parte III:

“Atualmente, a atrofia da imaginação e da espontaneidade do consumidor cultural não precisa ser reduzida a mecanismos psicológicos. Os próprios produtos – e entre eles em primeiro lugar o mais característico, o filme sonoro – paralisam essas capacidades em virtude de sua própria constituição objetiva. São feitos de tal forma que sua apreensão adequada exige, é verdade, presteza, dom de observação, conhecimentos específicos, mas também de tal sorte que proíbem a atividade intelectual do espectador, se ele não quiser perder os fatos que desfilam velozmente diante de seus olhos. O esforço, contudo, está tão profundamente inculcado que não precisa ser atualizado em cada caso para recalcar a imaginação. Quem está tão absorvido pelo universo do filme – pelos gestos, imagens e palavras –, que não precisa lhe acrescentar aquilo que fez dele um universo, não precisa necessariamente estar inteiramente dominado no momento da exibição pelos efeitos particulares dessa maquinaria. Os outros filmes e produtos culturais que deve obrigatoriamente conhecer tornaram-no tão familiarizado com os desempenhos exigidos da atenção, que estes têm lugar automaticamente. A violência da sociedade industrial instalou-se nos homens de uma vez por todas. Os produtos da indústria cultural podem ter a certeza de que até mesmo os distraídos vão consumi-los alertamente. Cada qual é um modelo da gigantesca maquinaria econômica que, desde o início, não dá folga a ninguém, tanto no trabalho quanto no descanso, que tanto se assemelha ao trabalho. É possível depreender de qualquer filme sonoro, de qualquer emissão de rádio, o impacto que não se poderia atribuir a nenhum deles isoladamente, mas só a todos em conjunto na sociedade. Inevitavelmente, cada manifestação da indústria cultural reproduz as pessoas tais como as modelou a indústria em seu todo.”
*
Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2020/03/dialetica-do-esclarecimento-fragmentos_14.html


XXXXXXXXXXXX

Parte IV:

“Os impulsos que o sujeito não admite como seus e que, no entanto, lhe pertencem são atribuídos ao objeto: a vítima em potencial. Para o paranoico usual, sua escolha não é livre, mas obedece às leis de sua doença. No fascismo, esse comportamento é adotado pela política, o objeto da doença é determinado realisticamente; o sistema alucinatório torna-se a norma racional no mundo, e o desvio a neurose. O mecanismo que a ordem totalitária põe a seu serviço é tão antigo quanto a civilização. Os mesmos impulsos sexuais que a raça humana reprimiu souberam se conservar e se impor num sistema diabólico, tanto dentro dos indivíduos, quanto dos povos, na metamorfose imaginária do mundo ambiente. O indivíduo obcecado pelo desejo de matar sempre viu na vítima o perseguidor que o forçava a uma desesperada e legítima defesa, e os mais poderosos impérios sempre consideraram o vizinho mais fraco como uma ameaça insuportável, antes de cair sobre eles. A racionalização era uma finta e, ao mesmo tempo, algo de compulsivo. Quem é escolhido para inimigo é percebido como inimigo. O distúrbio está na incapacidade de o sujeito discernir no material projetado entre o que provém dele e o que é alheio.”
*
“Não é fácil falar com um fascista. Quando o outro toma a palavra, ele reage interrompendo-o com insolência. Ele é inacessível à razão porque só a enxerga na capitulação do outro.”
*
Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2020/03/dialetica-negativa-parte-iv-theodor-w.html
comentários(0)comente



Amanda Bento 02/08/2019

Não desista pela linguagem difícil
Li esse livro para terminar uma discliplina no meu curso, com ajuda de artigos de apoio e videoaulas e fiquei bastante surpreendida. Mesmo que tenha uma técnica de escrita pouco acessível, o livro trabalha conceitos importantíssimos para consciência de classe e educação. Recomendo para educadores e inconformados.
comentários(0)comente



Edsondasilvacg 04/07/2019

Dialética do Esclarecimento
Dialética do Esclarecimento: Para quem não lei esse livro eu recomento a leitura, a forma como os autores descrevem os acontecimentos históricos é surpreendente. Uma leitura inteligente e sagas para os dias atuais. Todo contexto histórico parece se conectar. A leitura não é complicada de fácil compreensão, as abordagens são explicativas e reflexivas. Os autores descrevem de maneira sutil como se dão a questão do conhecimento, desenvolvimento, cultura, cinema, sociedade e regimes totalitários. As construções do mito, de como nós organizaram em pensamento e sociedade. Fala da conversão do fascismo e nazismo, como se deram as politicas socialistas. Como conhecimento e libertador, que como a burrice em forma de inteligência tem um efeito dominó, como as pessoas reagem e aceitas das coisas sem questionar. Como se desenvolveu a mercadoria e sistema financeiro, de como os Judeus tiveram uma importância para esse desenvolvimento e sua perseguição na segunda guerra mundial. Por fim ele termina descrevendo que a burrice é uma cicatriz, que imobiliza o individuo a pensar de expandir.
comentários(0)comente



Filino 05/08/2017

Marcha para frente?
O livro de Adorno e Horkheimer constitui verdadeiro manifesto sobre o aspecto tenebroso do qual se reveste o processo de esclarecimento. Os autores demonstram como uma ideia que, para muitos, poderia soar como emancipação, torna-se o contrário disso: o indivíduo é absorvido no todo; a reflexão é deixada de lado e o que prevalece são os "fatos" e tudo que a eles se relacionam. Tal perspectiva, um bocado empobrecedora para a humanidade, lança um verdadeiro alerta para os leitores.

Nesta obra, os autores remontam ao mito (em particular a Odisseia, sobretudo o episódio de Ulisses e as sereias) e chegam até o antissemitismo. Nesse percurso, tratam ainda da propaganda e até personagens como Chaplin ("O grande ditador") e galãs hollywoodianos são mencionados - tudo sob a perspectiva crítica (e por vezes ácida) de Adorno e Horkheimer.
comentários(0)comente



Eduardo 14/05/2017

Entre a iluminação e o mito
O livro tece uma crítica à racionalização do mundo. Começa dizendo que a razão, ao destruir o mito, toma o lugar do mito, tornando-se o próprio mito, uma tentativa de explicar, uma espécie metafísica, alienante e objetificadora, matematizadora, que serve à dominação da natureza interna e externa, responsável por tornar o homem dominado a si mesmo. No texto, é usado o mito de Ulisses, como a ideia do proto-burguês, especialmente na parte das sereias, onde Ulisses prendido ao mastro, não se pode soltar para cair em seus prazeres naturais, por conta da dominação auto-infligida. Uma crítica também ao sistema alienante, que prende tanto os chefes, quanto os proletários, não os liberando. Também ocorre uma crítica às ideias iluministas, onde são separados os burgueses otimistas que viam a razão como uma forma de liberdade e esclarecimento, que derrubaria a velha prisão religiosa e os mitos que faziam os homens temerem e os pessimistas (como Sade e Nietzsche) que mostram, sem medo, os problemas do esclarecimento, em sua frieza e matematização, onde os fracos tornam-se produto de ódio dos fortes, e como a razão em si pode se tornar justificativa amoral de ações que se fundam na dominação e divertimento puro.
Também é tecida uma crítica à Indústria Cultural, como forma de dominação do individuo (sendo esse produto das ideias liberais, uma grande promessa da modernidade, assim como a dominação da natureza e do corpo), o individuo torna-se alienado da indústria, a propaganda, ao cinema, despertando uma forma massiva de agir, de ser, de sentir, que torna os indivíduos apenas produtos de um sistema, onde o próprio processo de individualização é modificado, tornando-se então, uma massa uniforme e previsível...de indivíduos. Ou seja, o sujeito vira produto da indústria cultural.
Termina-se com críticas ao ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, e ao fascismo, como uma forma dialética entre natureza e modernidade, sendo que as duas não se perdem, mas se relacionam de uma maneira onde a primeira se distorce na segunda, mas acaba aparecendo horrorificada e deformada, e que por fim, graças a segunda, os traços naturais se perdem e se encontram apagados. É um livro denso, pessimista (por conta da época em que foi escrito), mas que tem verdades explícitas e que podem ser vistas no mundo de hoje, de uma maneira tão absurda como no mundo de ontem. Em vários pontos, áreas como Psicologia e Literatura foram usadas como exemplos, e argumentos, existe uma crítica ao racionalismo partindo dos instrumentos racionais, seguindo um viés marxista e por vezes iluminista, mas sem se perder por completo em uma visão relativista.
Augusto Pietroski 12/06/2018minha estante
Olá, eu gostaria de dizer, primeiramente que achei um tanto interessante a sua crítica ao livro "A Dialética do Esclarecimento" de Adorno e Horkheimer. Porém, gostaria de fazer uma leve marcação sobre o final da sua resenha crítica. A parte em que você escreve "um livro denso, [pessimista]..." não me deixa ficar totalmente de acordo. A minha objeção vai ao fato de que para mim, principalmente, e o para tantos outros críticos e estudiosos da área, o livro é mais realista e retrata a realidade de uma maneira nua e crua do que de uma maneira pessimista.




Paulo Silas 17/10/2016

O clássico de Adorno e Horkheimer, pesado e pontual, profundo e reflexivo, denso e construtivo, tece críticas filosóficas bastante categóricas sobre o entendimento que se estabeleceu sobre a razão. A razão sem o esclarecimento de assim ser perde a razão de figurar como sendo razão. O esclarecimento sobre a motivação, os fundamentos e o porquê das coisas serem o que são se faz necessário para que a racionalidade seja melhor compreendida em seu aspecto estrutural. Há, portanto, na obra, a conceituação do esclarecimento.

O esclarecimento seria o sopro de manifestação do singular em frente ao universal. Daí a necessidade do esclarecimento.

Na primeira parte da obra há um estudo profundo dos autores onde se esmiúça o liame do corpo social com a racionalidade. O mito é demonstrado não apenas como algo superado pela razão. O mito já é uma forma de esclarecimento. A "Odisseia", de Homero, é o texto que recebe a detalhada análise dos autores a fim de situar o mito como esclarecimento. Outros nomes que também são abordados nessa parte da obra são Kant, Sade e Nietzsche, evidenciando a contribuição de tais pensadores para a conceituação de esclarecimento.

Na parte central da obra, "A indústria cultural: o esclarecimento como mistificação das massas", há uma profunda crítica contra aquilo que os autores denominam de "indústria cultural". Aqui, o domínio das manifestações culturais impostas aos cidadãos consumidores é denunciado. O consumismo cultural acorrenta o homem num estado de não reflexão, de aceitabilidade do que lhe é vendido, como se suas escolhas fossem frutos de uma deliberação própria. O mundo industrial moderno determina os produtos de consumo a serem "optados" pelos cidadãos. A escolha é meramente aparente, já que as mais variadas formas de manifestações culturais e seus produtos gerados são idênticos em sua essência, construídos ou adaptados com o intuito de manter a inércia uniforme da população. E a fórmula funciona.

Por fim, os autores encerram o livro com uma digressão histórico-filosófica que busca as origens (ou o âmago) sobre a irracionalidade do antissemitismo. A denúncia é bastante clara neste sentido. Há ainda também um fechamento da obra com "notas e esboços" dos autores, evidenciando, ressaltando ou ainda complementando alguns dos pontos trabalhados no livro.

É uma leitura pesada, a qual requer atenção e paciência. O conteúdo compensa o esforço. Vale. Recomendo.
comentários(0)comente



16 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR