Reparação

Reparação Ian McEwan




Resenhas - Reparação


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andré 27/05/2015

Além do bem e do mal
A narrativa é densa e se desdobra sobre si mesma, ou seja, usando um discurso indireto livre (quase não se encontram falas), onde um narrador em terceira pessoa (na maior parte do livro) quase reproduz o fluxo de pensamento dos personagens. Além disso, é importante destacar, a ação que o livro narra acontece mais em função de explicar o psicológico do personagem, que em função do enredo em si, o que faz com que Reparação seja, antes de mais nada, um estudo psicológico humano, do qual se conclui que estamos todos além do bem e do mal, sendo movidos por uma busca cujo sentido escapa, em algum momento, de todos nós.
Todos os personagens são desprovidos de maniqueísmo, ao ponto que odiar ou amar completamente qualquer um deles é impossível. Essa sensação de que o mais importante é o psicológico é reforçada pela estrutura do livro, dividida em três partes, sendo que a primeira parte, aquela que se refere a infância e ao crime de Briony, é mais longa, justamente porque é a que mais explica e situa os personagens (um recurso que nosso Machado adorava usar), por isso a narrativa é mais lenta também. No final do livro, você irá notar que muitas coisas aparentemente aleatórias, como uma peça escrita pela protagonista lá na infância, possui uma ligação direta com a história, o que dá ao livro aquela sensação de obra bem acabada, elaborada nos mínimos detalhes para ser uma obra-prima.

(Toda resenha no blog)

site: http://ocorreiodasletras.blogspot.com.br/2015/05/alem-do-bem-e-do-mal-resenha-de.html
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Tiago 21/05/2015

Um pouco de Virgínia Woolf e Jane Austen praticados num autor único
O que esse livro fez comigo?!
É preciso que eu tenta cuidado com as palavras para que eu não seja muito hiperbólico, mas Ian McEwan é para sempre um de meus atores prediletos. Para quem se extasiou com As Ondas, de Virgínia Woolf, ou quem delira com o fluxo de consciência dela, vai sentir algo próximo do que eu senti em Reparação. A imensidade, a profundidade de cada personagem guiados pela escrita de McEwan, que eu não conseguiria descrever de outro modo senão como "estar bebendo um copo d'água", de tão prazeroso e único que é, são fascinantes. Entendo agora porque ele é um dos autores prediletos de um amigo que, assim como eu, tem a titia Virgínia Woolf na lista das prediletas. Em Reparação, McEwan une dois principais aspectos do estilo Best Seller, que é o foco no enredo mais aquilo que encontramos nos grandes autores clássicos, que é a riqueza dos personagens criados sob uma narrativa marcante. Ler Virgínia Woolf antes de ler Reparação é como misturar duas drogas muito fortes e que te sensibilizam extremamente. Os mesmos dedos que escreveram Reparação, com toda a delicadeza vão até nosso coração e o aperta aos poucos, prende-o até a última página. No último parágrafo você se percebe prendendo o fôlego, e se por acaso a lágrimas não tiverem jorrado fisicamente, toda a dor e a delicadeza do livro vão pesar dentro do peito, assim como estão aqui, agora, pesando dentro dentro de mim.
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Ingrit 14/05/2015

Primeiro livro do McEwan que leio e estou apaixonada. Neste livro, o amor recém descoberto de Cecília e Robbie é interrompido após uma injustiça sofrida por este. Briony, irmã de Cecília, é uma pré-adolescente chata, que se considera madura, mas na verdade é mimada e muito sonhadora. Possui um talento para escrita e resolve criar uma peça, para ser representada pela mesma e por seus primos que estão vindo do Norte. Após acontecimentos que frustram seu intento, Briony assiste uma cena entre Cecília e Robbie e tira conclusões equivocadas sobre o que ocorreu. A partir disso, outros eventos fazem com que a aspirante à escrita comete uma injustiça e sua atitude traz bastante sofrimento aos que a cercam. Como já diz o título, o romance narra também as tentativas de Briony reparar o seu erro.
O livro começa um pouco antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial e o cenário é uma Inglaterra que não acreditava ser possível que a mesma ocorresse. Depois, parte do romance se passa durante a guerra e os acontecimentos são mesclados com os horrores da mesma!
Livro fantástico! Entrou para os favoritos!!!
daniel.queirozt 15/10/2016minha estante
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fernanda.alves. 10/05/2015

Existe mesmo uma reparação?
Confesso que demorei para escrever essa resenha, mas não foi por preguiça. Quer sinceridade? Estava sem saber o que dizer! O final desse livro me deixou sem ar, sem saber muito o que pensar. Mas vamos começar pelo princípio, né? O autor usa os detalhes como uma importante arma para te jogar dentro da história. É possível enxergar cenário e personagens com exatidão. Uns podem achar que o texto fica arrastado, eu gostei. A trama é aparentemente previsível, mas é na distração que estão contidos os maiores sustos. Quando você acha que já sabe tudo, não sabe nada. E o final? Na verdade, continuo sem saber muito o que pensar. Resumindo, recomendo muito!
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Tiago sem H - @brigadaparalela 18/04/2015

Lançado em 2001, Reparação é um romance escrito pelo autor britânico Ian McEwan e sua importância para a literatura contemporânea é tamanha, que o livro está na listagem da maioria dos desafios literários americanos e ingleses, rendeu ao autor diversos prêmios do meio e está na listagem dos 100 melhores livros do período de 1983-2008.

A obra é dividida em três partes e um epílogo e talvez a parte mais densa em matéria de escrita esteja justamente na apresentação dos personagens. Não que a escrita seja complicada, não é isso. Acontece que o autor utiliza do discurso indireto livre para compor essa parte, ou seja, temos um narrador que nos apresenta a história do ponto de vista dele e em certos momentos sua narrativa se mistura com os pensamentos dos personagens a ponto de não sabermos quem está falando. Essa técnica permite ao leitor ir a fundo nos pensamentos mais ocultos dos personagens em questão.

Nesse primeiro período da trama, somos apresentados a Briony, uma criança com cerca de 13 anos que nutre o sonho de ser escritora e consequentemente possui uma imaginação muito rica. Após ter sua peça teatral frustada pela participação dos primos, a garota fica desolada. Depois de presenciar situações e conversas aleatórias envolvendo sua irmã e o filho da empregada, Briony ao seu modo de pensar, acaba juntando as peças e formula uma nova história na sua cabeça, da forma como ela entende, meio que para suprir a falta da peça teatral. Essa nova história será o estopim para um trauma que ela levará para toda vida e que é o cerne da trama. Outro ponto interessante dessa primeira parte, é que o autor também se preocupou em mostrar todo o costume da época (1935), onde por mais que as mulheres se esforçassem academicamente, nunca que elas poderiam ficar na frente dos homens.

A segunda parte da história é ambientada durante a Segunda Guerra Mundial e agora, temos a narrativa pelo ponto de vista de um dos personagens. Podemos acompanhar mais precisamente a forma de como esse personagem luta para voltar para casa em meio aos bombardeios e mortes. As mortes...então, por temos a narrativa em primeira pessoa, o autor irá descrever para o leitor a guerra do ponto de vista do soldado. Os sentimentos que ele tem de medo, de bravura ou de saudade, o leitor será fortemente impelido a sentir. Essa etapa ela é marcada por flashbacks e podemos entender melhor os acontecimentos após o crime ocorrido na primeira etapa da trama e o que aconteceu para que esse personagem fosse enviado para a guerra. As lembranças são mostradas de uma forma tão coesa, nos momentos certos e dão um ar de realismo gigantesco para o livro.

Já na terceira parte do livro temos a narrativa pelo ponto de vista de outra personagem, ainda no período de guerra, só que dessa vez, o cenário muda para um hospital que recebe os feridos dos conflitos. Se as cenas dos campos eram pesadas, elas não chegam nem aos pés das fortes cenas mostradas nos hospitais. O autor não mede esforços para nos apresentar os resultados crus da guerra e além de descrever todo o cotidiano das enfermeiras durante uma grande guerra, também descreve com maestria as feridas e perdas dos soldados. Uma das cenas mais chocantes e mais tristes de todo livre está justamente nessa etapa. É de partir o coração acompanharmos esses tratamentos dos feridos.

Optei por não dizer qual era o crime ocorrido e quais personagens narram as partes finais, por que mesmo que a essência da obra não esteja nesse ponto, acredito que a descoberta é um charme a mais que o livro possui e seria totalmente desnecessário tirar esse atrativo de vocês.

Reparação é um livro tocante, bonito e fantástico que merece todas as ovações feitas pelo mundo literário. Não é um livro feliz, é um livro que aborda traumas familiares, mentiras e sobretudo remorsos. Nunca havia lido nada do autor e certamente irei procurar por outras de suas obras e para não quebrar a corrente que gira entorno dos leitores de Reparação, a obra entrou fácil para os meus livros favoritos da vida.

site: http://brigadaparalela.blogspot.com.br/2015/04/desafio-literario-do-skoob-2015-04.html
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San... 13/04/2015

Considero que um livro deva ter pelo menos uma de três finalidades: ensinar algo, trazer um colorido de fantasia ao dia a dia, ou suscitar emoções. Embora a narrativa passe um pouco dos limites quanto à descrições, curvando-se em alguns trechos a uma minúcia de detalhes que podem ser considerados desnecessários, o fato é que este livro desperta emoções fortes e já estava na hora de encontrar um livro que me falasse ao coração com maior profundidade. O desfecho também esteve coerente com a narrativa, não me decepcionando. Muito bom. Recomendo.
DIRCE18 13/04/2015minha estante
Eu amei esse livro, San


Silvana 06/06/2015minha estante
San, você resumiu de forma simples e perfeita o que penso em relação aos livros!! Pelo menos uma dessas finalidades o livro deve ter. E essa percepção do que é bom ou não em um livro, do que gostamos ou não, é extremamente pessoal.Já li resenhas aqui no Skoob sobre as "mentiras" escritas em relação a algumas personagens e críticas negativas justamente pelos fatos praticamente impossíveis de acontecerem. Mas não me incomodam quando a leitura é agradável e me prende a atenção! Pelo contrário, adoro personagens que só existem nos livros...longe de se tornarem reais..."fantasia ao dia a dia". Belas palavras e resenha! Já foi para a minha estante!


Thomás 17/04/2017minha estante
Sua resenha diz o que eu gostaria de dizer sobre o livro!




Aione 26/03/2015

Desde que assisti a Desejo e Reparação e me apaixonei por ele, tenho curiosidade de ler sua obra de origem, Reparação, de Ian McEwan.

Como indica a sinopse, o livro traz a história que se inicia com Briony Tallis presenciando “uma cena que vai atormentar a sua imaginação: sua irmã mais velha, sob o olhar de um amigo de infância, tira a roupa e mergulha, apenas de calcinha e sutiã, na fonte do quintal da casa de campo. A partir desse episódio e de uma sucessão de equívocos, a menina, que nutre a ambição de ser escritora, constrói uma história fantasiosa” que a leva a cometer “um crime com efeitos devastadores na vida de toda a família.”

A narrativa se dá em 3ª pessoa, excetuando-se apenas o epílogo, narrado em 1ª pessoa. Na primeira parte da história, que se desenvolve em apenas um dia no ano de 1935, Briony, Cecília e Robbie são os personagens através de cujas visões analisamos os fatos. Já na segunda parte, a ótica da narrativa se concentra apenas em Robbie, enquanto a terceira e última parte traz a visão de Briony. Em ambas, o período no qual os fatos são narrados é o do início da 2ª Guerra Mundial.

“Parada no quarto, aguardando a volta dos primos, Briony deu-se conta de que poderia escrever uma cena como aquela ocorrida junto à fonte e que poderia incluir um observador oculto, como ela própria. Imaginava-se agora correndo para seu quarto, pegando um bloco de papel pautado e sua caneta-tinteiro de baquelita marmorizada. Já via as frases simples, os símbolos telepáticos se acumulando, fluindo da ponta da pena. Poderia escrever a cena três vezes, de três pontos de vista; sua excitação era proporcionada pela possibilidade de liberdade, de livrar-se daquela luta desgraciosa entre bons e maus, heróis e vilões. Nenhum desses três era mau, nenhum era particularmente bom. Ela não precisava julgar. Não precisava haver uma moral. Bastava que mostrasse mentes separadas, tão vivas quanto a dela, debatendo-se com a idéia de que as outras mentes eram igualmente vivas. Não eram só o mal e as tramóias que tornavam as pessoas infelizes; era a confusão, eram os mal-entendidos; acima de tudo, era a incapacidade de apreender a verdade simples de que as outras pessoas são tão reais quanto nós. E somente numa história seria possível incluir essas três mentes diferentes e mostrar como elas tinham o mesmo valor. Essa era a única moral que uma história precisava ter.”
página 37

Foi Briony quem me encantou, em um primeiro momento. Foi impossível não me sentir fascinada pela personagem, levando-se em consideração sua ambição em ser escritora e o funcionamento de sua mente. Briony preza pela ordem e sua mente apresenta a dicotomia do Bem e do Mal, a partir da qual constrói a moral de suas histórias. Assim, enquanto fala da peça de teatro escrita para agradar seu irmão, é possível observamos seu desejo em controlar e manipular situações de acordo com suas próprias crenças; em suas histórias, ela assume o papel soberano de colocar todas as pessoas e situações agindo conforme sua vontade. É a personalidade de Briony a principal definidora dos desenrolares da trama: não fosse sua maneira de enxergar e interpretar o mundo, a história não se desenvolveria como acontece.

É inegável a força da escrita de Ian McEwan e sua capacidade de envolver o leitor. Ainda que muitas de suas cenas sejam um tanto quanto descritivas, sua maneira única de fazê-las faz do livro, mais do que agradável, completamente prazeroso de ser lido. Ainda assim, a leitura exige um pouco do leitor, não se configurando como “rápida”.

“Agora que era tarde demais, a ideia lhe parecia óbvia: uma história era uma forma de telepatia. Por meio de símbolos traçados com tinta numa página, ela conseguia transmitir pensamentos e sentimentos da sua mente para a mente de seu leitor. Era um processo mágico, tão corriqueiro que ninguém parava para pensar e se admirar. Ler uma frase e entendê-la era a mesma coisa; era como dobrar o dedo, não havia intermediação. Não havia um hiato durante o qual os símbolos eram decifrados. A gente via a palavra castelo e pronto, lá estava ele, visto ao longe, com bosques verdejantes a se estender a sua frente, o ar azulado e embaçado pela fumaça que subia da forja do ferreiro, e uma estrada com calçamento de pedra a serpentear à sombra das árvores…”
página 35

É difícil expressar em palavras o encantamento que Reparação me causou a cada página. Embora eu já soubesse o final da trama, minha leitura não foi em nada prejudicada e, talvez, tenha assumido uma ótica diferente e positiva justamente pelo meu conhecimento dos fatos. Pude analisar cada parte, cada recurso do autor de forma que seria impossível em um primeiro contato com a história. Independentemente de se saber ou não os desenrolares, é fato o quanto tudo é fascinante e genialmente construído por McEwan. O autor consegue expressar as emoções e pensamentos de cada personagem de forma a atingirem o leitor, ao passo que incita reflexões por meio de suas visões e realidades vividas ao longo do enredo.

Ainda que a leitura envolva e conquiste a cada página virada, sua total compreensão, apreciação e genialidade só se consolidam ao final – no caso do leitor não ter tido contato com a história, por exemplo através do filme, como em meu caso. Conhecendo-se o final, a estrutura da obra assume outro significado e, dessa maneira, demonstra o quanto Ian McEwan foi magistral ao criar essa obra. Sem dúvida alguma, Reparação foi mais um livro a entrar para minha lista de favoritos.

site: http://minhavidaliteraria.com.br/2015/03/24/livros-na-telona-reparacao-ian-mcewan/
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julianemc 01/03/2015

Vale a pena ler!
No começo achei que a leitura não rendia(e a Bryone era muito chatinha). Mas com o desenrolar da historia, é impossível não se prender ao enredo. Maravilhoso! Bom para repensar o preço das nossas ações e das consequências.
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Luhhh ^___^ 12/02/2015

Um livro de memórias...
Ouvia falar tão bem desse livro que acabei pegando para ler e não me arrependi. 5 estrelinhas e um coração para essa obra =D

A culpa é uma das coisas mais horríveis que um ser humano pode ter, ela corrói a alma e adoece a pessoa:
"A culpa refinava os métodos de tortura que ela se infligia,eterno, um rosário que ela passaria o resto da vida dedilhando".
Esse sentimento foi muito bem representando pelo Ian McEwan no romance. A pequena e inocente Briony ao ver uma cena, na sua cabeça fantasiosa, já elaborou toda uma história e deu como verdade absoluta. Disso, vai gerar uma confusão sem tamanho que afetará a vida de muitas pessoas, principalmente, o casal da história.

Enfim, na dúvida, é importante não espalhar fofocas por aí, quando não sabemos ao certo das coisas. E, sim, crianças mentem também! Por essa razão, a precaução para apurar os fatos é importante.

A parte narrativa sobre a 2ª Guerra Mundial é estupenda, consegue mostrar todo o horror que é uma guerra - nada romântico.

"Nunca tinha visto homens chorando antes. De início, ficou chocada, mas em menos de uma hora se acostumou. Por outro lado, o estoicismo dos soldados a deixava atônita, por vezes até horrorizada.Homens que acabavam de sofrer amputações sentiam-se compelidos a fazer piadas terríveis. Como é que eu vou poder chutar a minha patroa agora, hein ?"

Um livro de memórias, que nos faz mergulhar na vida dos personagens e pensar que algumas coisas não valem a pena serem levadas para o resto da vida, já outras devem ser resolvidas para evitar o sentimento da culpa.
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Rúbia 27/01/2015

Esse é um livro que eu tinha muita curiosidade e expectativas altíssimas para ler e que não me decepcionou, e, nas últimas páginas me arrebatou, tornando-se um dos favoritos da vida.

É um romance histórico que vai trazer um drama da família Tallis.
A protagonista da história é Briony, aos 14 anos e é uma aspirante a escritora, ela escreve já faz um tempo e gostei muito da experiência de acompanhar esse processo criativo dela enquanto romancista.

Seu pai trabalha pro governo e está sempre muito ocupado. A mãe é uma pessoa que mesmo perto se faz muito ausente e está sempre doente.

A irmã Cecília acabou de voltar da faculdade, formada em literatura e o irmão está chegando de viagem, acompanhado de um amigo.

Há ainda um vizinho, chamado Turner, filho da empregada da casa e que tem seus estudos custeados pelos Tallis.

Cecilia e Turner desenvolveram desde a infância um amor platônico e, ao encontrarem-se após a faculdade esse amor vem a tona e aí as coisas começam a acontecer.

Um crime acontece e Briony, parte pela imaginação de escritora, parte por fragmentos descontextualizados que viu e parte por conta de uma carta errada que chega em suas mãos vai incriminar Turner.

Essa acusação vai mexer com a vida da família inteira e, ao perceber seu erro Briony passará o resto da vida tentando “reparar” o que fez e é muito bonito ver o desenvolver dessa história e de seus personagens.

Fora o drama, temos como pano de fundo o cenário da Segunda Guerra Mundial, descrito ora por soldados, ora por enfermeiras, o que é bem interessante.

A escrita do autor é muito boa, me envolvi completamente e o final, como já disse, é surpreendente e arrebatador.
Um livro e um autor que valem muito a pena conhecer.


site: http://meumundodeleituras.blogspot.com.br/
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Nicole 25/12/2014

O problema não é você, sou eu.
Fui atrás de ler reparação com uma única indicação "leia, não posso contar sobre a história, mas leia" e obedientemente fui lá e li.
Preciso fazer um mea culpa aqui porque eu li em um período em que eu sabia que não ia conseguir me conectar com a história (quando descobri sobre o que ela era) mas insisti.
Então essa aqui não é uma resenha, é um conselho: leia reparação quando você estiver com um espirito bom pra histórias com um viés muito mais psicológico, e se estiver lendo sem se conectar com a história e pensar em continuar insistindo pra ver se tudo faz sentido (como eu fiz), meu conselho é que ele volte pra estante e fique lá esperando seu momento.
Acredito que seja um livro muito bom, se você está em um momento bom pra ele.
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Coruja 24/11/2014

É possível existir reparação quando uma mentira não apenas destrói a vida de uma pessoa como joga à lama todo o seu caráter e seu próprio futuro, roubando até mesmo o senso de identidade de alguém?

Essa é a grande pergunta que me fiz tanto ao assistir o filme quanto ao ler, mais recentemente, o livro de Ian McEwan, Reparação.

Tudo começa num dia de verão quase insuportavelmente quente e nas ações de um trio de personagens: Briony, sua irmã Cecilia e o jovem Robbie, filho da arrumadeira da mansão da família Tallis.

Briony é uma criança precoce, apaixonada pela idéia de ser uma escritora, de manipular personagens para alcançar uma perfeita ordem. Briony detesta o caos e a incerteza e acaba sendo pega na tormenta de sentimentos conflitantes entre a irmã e Robbie.

Considerando que mesmo Cecilia e Robbie se enrolam sem saber classificar seus sentimentos, sem entender a tensão que existe entre eles, é compreensível que Briony também seja incapaz de entender a atemosfera carregada de eroticismo que existe entre os dois. Mas essa não é uma desculpa plausível para que ela meta seu nariz onde não devia e, decidida a proteger a ‘ordem’ que ela acredita ser necessária, acuse Robbie de um crime odioso – o estupro de sua prima, que estava passando as férias na mansão.

Sendo bastante sincera, não considero esse um engano honesto por mais jovem que seja Briony. Primeiro porque ela se convence que Robbie é o culpado porque essa é a melhor alternativa para a história que ela vê se desenrolando ao seu redor. E segundo porque anos mais tarde ela sabe quem foi o real criminoso, então, ao menos em algum nível inconsciente, ela sabia que Robbie era inocente.

Fora que existe uma possibilidade de interpretação de que ela mentiu conscientemente numa espécie de revanchismo: é dito claramente que em algum momento no passado, Briony nutriu uma paixonite por Robbie e o fato de ter sido trocada pela irmã provavelmente não a deixou muito feliz.

Ao ser responsável pela prisão de Robbie, Briony rouba dele seu futuro, seu respeito e sua família. Os sonhos de ir para a faculdade de medicina, de crescer e ir além do ‘filho da arrumadeira’, a paixão por Cecilia, a consideração do patriarca dos Tallis que até então fora seu principal protetor – Robbie perde tudo isso e, quando estoura a guerra, é despachado como um soldado raso, bucha de canhão basicamente.

O mesmo destino tem Cecilia, que rompe com a família e sai de casa para nunca mais retornar. De certa forma, a mudança é benéfica para Cecilia, que amadurece e encontra seu próprio caminho – mas essa é uma mudança que vem à custa da separação com Robbie, da eterna espera para que possam ficar juntos.

Briony também cresce e na parte seguinte do livro vamos vê-la tentando consertar seus erros do passado. Mas existe possibilidade de reparar o mal que fez?

Mais que arrependimento, Briony me parece ser movida pelo seu desejo de escritora de restaurar a ordem entre seus ‘personagens’ – Cecilia e Robbie – e alcançar uma espécie de final feliz. A reparação que ela é capaz de dar aos dois fica muito aquém do necessário por conta de circunstância que ela mesma não tinha como controlar, mas mesmo que tivesse sido possível, o fato é que Briony destruiu a vida dos dois e plantou as sementes que implodirão sua própria família no futuro.

Briony é uma personagem extremamente complexa, que eu amo odiar...

O filme de Joe Wright adapta essa história de maneira soberba. A trilha sonora é uma das melhores que já ouvi, os atores são fantásticos, fotografia, cenários, tudo está muito bom. O diretor fez jus à obra e devo dizer que esse é um dos meus filmes favoritos.

Reparação é uma excelente história, que rende muito pano para um debate sobre ética e moral, sobre mentiras, concessões sociais, aparências. Vale à pena conhecer.

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2014/11/para-ler-reparacao.html
Nanci 24/11/2014minha estante
Reparação é perfeito e inesquecível. Quanto à pergunta, não sei a resposta...




Renata CCS 27/08/2014

Será que todas as injustiças são reparáveis?

"A primeira glória é a reparação dos erros." (Machado de Assis)

Muitos são os caminhos e armadilhas da arte de saber contar histórias. E se a personalidade de quem conta a história for de uma jovem impressionável, repleta de criatividade e trazendo na bagagem os ciúmes, egoísmo e dissimulação, pode haver o momento em que o real e o imaginário se confundem na mente de quem só vê o que quer como lhe for conveniente. Protegida sob o manto sagrado de um futuro talento literário mesclado com seus olhos de criança inocente em seus treze anos, Briony Tallis é a inconsequente vilã de REPARAÇÃO que deriva da imaturidade, da precipitação de ser a detentora da verdade, e de ser imaculada por sua família, vulneráveis pela sua notável inocência.

Inglaterra, verão de 1935, Briony, então com treze anos, estava deixando o universo infantil com a ambição de se tornar uma escritora de sucesso, fazendo uso de sua mente engenhosa e muito imaginativa. Embora fascinada com a própria desenvoltura em retratar histórias das mais diversas, são desastrosas as conseqüências ao interpretar fatos do universo amoroso adulto, com base em seu repertório ainda infantil e visão de mundo limitada. Briony presenciou cenas que não podia julgar, cometeu o pecado de abrir uma carta destinada à outra pessoa e leu sobre um assunto que ainda não entendia.

As intervenções de Briony provocam desdobramentos dramáticos para todos os envolvidos. Sendo ela a única testemunha da atração entre Cecília, sua irmã mais velha, e Robbie, o filho da empregada e protegido da família, será justamente uma ação dela a definir o futuro dos dois.

O livro se desenrola por três idades de Briony: da jovem impressionável que imagina ter visto alguma coisa; da adulta, embora ainda não madura, que quer reparar a injustiça cometida com seu testemunho de criança; e da idosa, quando encontra na literatura uma possibilidade, mesmo que tardia e inútil, de redenção.

REPARAÇÃO é um desses livros que te deixam grudado nas páginas. É um retrato sensível e dilacerante do amor, de abismos sociais, das consequências de nossos atos e, principalmente, sobre a culpa e o arrependimento, a necessidade de reparar os erros e os limites do perdão. É um romance sobre a fragilidade humana em todos os aspectos.

São poucos os autores que conseguem reproduzir em palavras o ato de observar. Em cada ação de seus personagens, Ian McEwan nos apresenta um universo de vontades e intenções camufladas e narradas passo a passo ao leitor, e sua narrativa possui imagens tão certeiras que nos fazem entrar na história para presenciar tudo de muito perto. O autor claramente valoriza os detalhes, as caracterizações e a vida interior de cada personagem. Sua capacidade de escrever sobre a alma humana, suas emoções e conflitos me encantou!

Com uma escrita clara e aguda, McEwan fez de sua narrativa uma obra de arte, narrando minuciosamente, em primeira e terceira pessoas, os diferentes ângulos de uma mesma cena, alternando a visão particular de cada um dos protagonistas, dando todo um contraste de intenções e detalhes de cada um deles, e que não acontecem gratuitamente nesta obra incrível.

Um livro impecavelmente escrito e extremamente envolvente sobre o perigo e a vulnerabilidade humana, competente na exploração do mundo interior do ser humano, trazendo um final avassalador e perfeito.

Volte sempre, McEwan!
Clara K 29/08/2014minha estante
Reparação é um romance, mas acima de tudo é um drama bastante humano e psicológico, vemos pessoas e atos reais e refletimos um pouco sobre nós mesmos.


Maria Luísa 01/09/2014minha estante
McEwan conta, em "Reparação", uma história extraordinária, mas o modo como a relata, com personagens "manipulados" pelo meio e pelas próprias personagens, ou por uma delas, é que torna o romance interessante. Fica-se com a impressão de que há duas histórias: o que é e o que poderia ter sido.


Felipe 10/11/2014minha estante
O final...para arrebentar


skuser02844 03/10/2023minha estante
Excelente sua resenha! O livro é de tirar o fôlego. Ainda refletindo sobre a história




Rafaela 20/07/2014

Livro fantástico, incrível, emocionante.
Mesmo após terminar a leitura os personagens continuam com você, principalmente Briony e Robbie. O autor construiu personagens tão reais que no final é triste constatar que apesar de todo mal que uma pessoa é capaz de fazer, ela pode conseguir viver com isso, uma vida longa e confortável.
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Rafaele 19/07/2014

Ian McEwan < 3
Primeiramente o Skoob deveria ter uma estrelinha extra com a legenda 'incrível, maravilhoso, espetacular, simplesmente magnífico', porque dizer que esse livro é 'ótimo', não é suficiente.

Esse livro é demais. Só pelo cuidado na construção de cada um dos personagens merecia um prêmio.

Adoro principalmente que através da narração seja em primeira ou terceira pessoa de Briony, ele meio que se espelha, como autor.

Quero ler todos os livros dessa pessoa! #apaixonei

PS: Pra todas as pessoas que acha que '50 tons de cinza' é literatura: 1 - leiam esse livro e aprendam, crianças; 2 - ao persistirem os sintomas, please, deixem de existir.
Fanny 19/10/2015minha estante
Também senti falta de uma estrela extra! Quis tirar uma estrelinha de cada livro que já tinha avaliado, porque é injusto que Reparação receba a mesma nota que qualquer outro.




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