Resenhas - Os escravos

licia.bulhões 04/09/2024

Este livro é uma junção de poemas escritos por Castro Alves - escritor importante do romantismo - em que encontramos características que expõem a escravidão através da escrita do romantismo, ou seja, o sentimentalismo, o antropocentrismo, entre outros. O poeta escreve de um modo a nos fazer sentir a dor do outro, suas angústias e a tragédia vivida pelas pessoas escravizadas.

Laysa Leitora 20/11/2023

América manchada
"Senhor, não deixes que se manche a tela
Onde traçaste a criação mais bela
De tua inspiração
O sol de tua glória foi toldado...
Teu poema da América manchado,
Manchou-o a escravidão"
?Castro Alves

Castro Alves foi (ainda é), um grande artista brasileiro e se tornou essencial para os abolicionistas por causa de sua arte. Neste livro Castro se utiliza de sua poesia para mostrar o quão desumanizadora a escravidão é,para assim, conscientizar os leitores de sua época os levando para o caminho da luta pela abolição. O livro é tão impactante que me fez chorar, tremer e sentir a dor que essa mancha causou no meu país, nas Américas , no mundo e em mim (pois, eu tenho sangue miscigenado e sofro pelos meus ancestrais e pela história sangrenta do meu país).

Finalizarei essa resenha com um trecho do livro que eu espero que se torne verdade um dia:
" Virá o dia da felicidade e justiça para todos " ? Isaias

Virá o dia em que a reparação histórica será finalizada, virá o dia em que a ajuda mútua será comum e virá o dia em que a felicidade será uma constante na vida de de todos, mas para isso acontecer você e eu iremos ter que fazer a nossa parte. Topa?

Karine.Bertuzzo 03/10/2023

Não venhas tu que achas triste Às vezes a própria festa.
"Leitor, se não tens desprezo
De vir descer às senzalas,
Trocar tapetes e salas
Por um alcouce cruel"


Castro Alves é um romancista abolicionista com uma das melhores destrezas poéticas. Seus versos todos são recheados de irônia e sarcasmo, denunciando sem medo a hipocrisia que sustentava a soberba dos escravocratas. Não é a toa que até hoje seus poemas são inspiração de muitos artistas (como os Tribalistas na canção "Diáspora").


"Não venhas tu que achas triste
Às vezes a própria festa.
Tu, grande, que nunca ouviste
Senão gemidos da orquestra
Por que despertar tu'alma,
Em sedas adormecida,
Esta excrescência da vida
Que ocultas com tanto esmero?"

Amanda 01/05/2023

"Há dois mil anos eu soluço um grito..."
Castro Alves,o Poeta dos Escravos,com sua escrita poética e fluída nos apresenta as singularidades e o sofrimento durante séculos de toda uma nação.
Livro de leitura fácil,rápida e extremamente necessária pois,para compreendermos e mudarmos a sociedade que vivemos hoje,é necessário que retornemos ao passado.
Devemos valorizar,respeitar e nos redimir pela vida desumana que os afrodescendentes vivenciaram em nosso país,dando cada vez mais espaço para que seus direitos sejam garantidos e que seu espaço de fala seja dado.

Lacet0 08/03/2023

Condoreirismo
Castro Alves traz a visão do homem branco em relação aos maltratos realizados aos escravizados na época do romantismo. O lado ruim é que as marcas da época estão aí, mostrando uma visão que no atual cenário seria considerada infantilizada. Mas acho que a premissa de um grande livro é trazer a reflexão ao leitor e não dar tudo mastigado

legarcia 23/02/2023

Um encontro com o que houve de pior em nossa história
Castro Alves é alguém que ocupa um espaço muito importante na história do país e no meio literário. Felizmente é atribuído a ele um reconhecimento merecido e assim pude ter contato com um pouco de sua obra ainda na adolescência. Lembro-me de ouvir sobre o poeta que morreu jovem, mas nos deixou uma obra excelente e ficar impressionada. Hoje, após ter lido ?Escravos?, estou encantada pela qualidade da obra.

Castro Alves foi um jovem educado em ótimos colégios, nos quais desde muito novo foi influenciado a dedicar-se à poesia e à causa abolicionista. Natural da Bahia revoltosa e estudante em Recife, palco de muitas discussões políticas na época, o autor utiliza de seu talento para escancarar os absurdos da escravidão. Foi alguém que gozou de muita fama e sucesso na região. Porém, sabia que precisaria que seus versos chegassem à elite escravocrata do sul e é assim que vai passar alguns anos em Rio e São Paulo declamando suas poesias.

Algo muito interessante é que, enquanto os românticos de primeira geração estavam em busca de uma identidade nacional, Castro Alves sabia que era impossível continuar buscando-a em um país em que a escravidão estava acontecendo. Então, o poeta produz versos para serem declamados em espaços frequentador pela elite.

O autor tenta criar um laço de simpatia entre o leitor ou ouvinte e o escravizado, humanizando o negro e o colocando como protagonista. É possível notar um destaque muito grande à maternidade, uma vez que é o que nos conecta todos. Isso era revolucionário e escancarava a hipocrisia de uma sociedade que dizia que negros não eram humanos e por isso podiam ser escravizados. Castro Alves derruba absolutamente esse ?argumento? excepcionalmente em todos os versos da obra.

O que ele faz é desnaturalizar a escravidão, que era uma prática tão comum que muitas pessoas não refletiam em quão absurda era e se o faziam, mantinham-se coniventes para manter seus privilégios. Castro Alves escancara que a escravidão é uma atrocidade cometida por aquela sociedade de uma maneira que seria impossível ignorar.

São realmente belos e amargos os versos de ?Os Escravos?. A beleza dos versos e as imagens construídas pelo poeta, contribuem para que a leitura seja pungente e dilaceradora. Creio nunca ter lido algo que me provocou tanta dor e incômodo físico quanto essa obra. O leitor é guiado pelo poeta como se ele pegasse em nossas mãos e nos obrigue-se a encarar os piores demônios de nossa história.

Dessa maneira, Castro Alves é uma leitura importantíssima para os dias de hoje. Além do conteúdo, os temas são trabalhados de forma extraordinária, propiciando uma experiência imersiva e transformadora em todos que se propuserem a ler com atenção e coragem!

Wagner.Silva 02/12/2022

Esse foi o meu primeiro contato com um livro de poesia, e a experiência foi mtooo boa, pretendo ler mais do gênero e do autor!

Carol Martins 20/10/2022

?Virá o dia da felicidade e justiça para todos?
A minha ignorância com relação ao significado de uma grande maioria das palavras fez com que a leitura ficasse maçante, mas não deixa de ser reflexivo!

Annali.Rocha 18/09/2022

????????????????
????????????????????????????????????
????????????????
????????????????
????????????????????????????????????
????????????????

Ingrid_mayara 14/08/2022

Poesia da terceira geração do Romantismo
Toda vez que eu leio o nome de Castro Alves, eu me lembro que nosso país foi a maior nação escravista do planeta, e foi o último país do mundo a abolir a escravidão.

Apesar da morte prematura, aos 24 anos de idade, Castro Alves alcançou notável sucesso por conta de sua ênfase na defesa da liberdade. Tornou-se o poeta mais famoso da terceira geração romântica brasileira utilizando as temáticas abolicionista, lírico-amorosa, lírico-social e existencial.

Esta obra póstuma de Castro Alves reúne poesias escritas entre 1865 a 1870. Trata-se de um documento histórico-literário da luta abolicionista e do pensamento romântico brasileiro em sua última fase. Castro Alves celebrou a tradição dos oprimidos, rompendo o silêncio sobre a escravidão que as pessoas da elite se esforçavam para esquecer ou disfarçar. Nesse sentido, sua poesia deu voz ao “outro”, àquele que foi trazido do outro lado do Atlântico pela força bruta da máquina escravocrata.

Meus poemas favoritos:
“A canção do africano” remete à vida em uma senzala pequena e úmida, onde as pessoas escravizadas cantam e choram pela lembrança de sua terra natal.

“Mater dolorosa” traz à tona o dilema moral de uma mãe que prefere sacrificar sua criança ao saber que sua sina é ser escravizada.

“Tragédia no lugar” retrata uma africana embalando seu filho e cantando lentamente para que ele não chore. A criança ri com o gesto da mãe, mas se assusta com os barulhos que vêm de fora. O canto é interrompido pela chegada de homens brancos, os quais exigem que a mulher entregue seu filho a eles.

“Vozes d’África” é um poema narrado pelo próprio continente africano. Na narrativa, o eu lírico se queixa pelo sofrimento de ver seus filhos levados de sua pátria para serem escravizados.


site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt

bibioslivrosecia 14/08/2021

Retrato fiel do condoreirismo
O livro cumpre bem o propósito atribuído a ele na época: o de conscientizar.
Poemas que mais me chamaram a atenção: "Lúcia" e "Tragédia no Lar".

Daniel Teles 06/06/2021

Gostei muito
O tema, como diz na capa, é a escravidão. Ele conta várias histórias com a escravidão como plano de fundo.
O autor consegue passar muito bem a dor dos seus antepassados nos versos.
A sua escrita é bela, impactante, e nos deixa com reflexões a cada fim de poema. Gostei e indico pra todos.

Áquila 28/02/2021

Poesia "engajada"
Poesia costuma ser um tipo de texto que não me estimula tanto. E esse, que se propõe ser um texto engajado, que mostra o drama da escravidão, pode ter sido muito relevante em sua época, mas me parece pouco intenso para nossos dias.

Ana 02/11/2020

Os Escravos foi a primeira obra que li de Castro Alves, confesso que me surpreendi positivamente, a obra possui uma leitura rápida e bem fluída. Ótimo livro para quem quer se aventurar em poemas e autores nacionais.

Kaio.Oliveira 17/09/2020

Castro Alves, Poeta dos Escravos
Nessa obra Castro Alves convida o leitor para adentrar em uma senzala aonde ele descreve o que acontece por dentro, vimos pouco de tudo a dor dos escravos, os sentimentos de amor romântico e maternal tambem, os sentimentos de revolta, o adeus dos escravos a suas raízes, é uma ótima leitura crítica sobre a epoca de escravatura e esse livro nos mostra que não é atoa que Castro Alves seja conhecido como O Poeta dos Escravos, porque a forma como ele traduz a vida e o sofrimento dessas pessoas é extremente real e rico de detalhes, mesmo que em poesias se busquem frases e palavras que rimam ele conseguiu juntar a rima com riqueza de detalhes.