Slytheus 30/10/2024Não foi 5 estrelas, mas foi quase! "O último povoado da Terra" é o primeiro romance do Thomas Mullen. Ele pegou base na primeira guerra mundial + a gripe de 1918, para compor sua narrativa.
O livro começa apresentando para gente, uma família aleatória e o que se passava ali dentro da casa. Somos jogados direto na consequência que a gripe estava trazendo para o EUA. Após a abertura do livro, somos apresentados aos verdadeiros personagens protagonistas do livro, os moradores do vilarejo Commonwealth. Daí em diante, começamos a ver como esse povoado recebe a notícia da epidemia e como decide tentar bloquear que essa doença chegue até eles.
Por se tratar de um povoado pequeno, é decidido que alguns homens da região, fariam rondas ao redor, para que impossibilitasse a entrada e saída de gente do local, para assim, não ter ninguém que possa ter tido contato com algum doente e evitar que a gripe seja levada para os seus familiares.
O livro tem várias camadas, somos apresentados a vários personagens, embora, temos um como o grande protagonista. E a cada personagem, é dado um certo destaque, pois além de estar em contato com ele, o autor, mostra muitas vezes, o passado de cada um, de forma rápida, para podemos entender a ação de cada pessoa ali.
O livro de fato começa, quando Philip e Graham, estão fazendo a ronda, e avistam um soldado que quer entrar no vilarejo. Tentam conversar, fazer ele dar a volta, mas, Graham acaba atirando e o matando. Isso provoca sérios questionamentos em Philip. Após esse fato, e após alguns dias, Philip fica alguns minutos sozinho em uma ronda, até que outro soldado aparece, e aí, começa a narrativa a valer a pena. A leitura começa a ficar intrigante e o leitor se apega a escrita do autor, querendo saber o que mais vai acontecer na trama.
Como eu disse antes, o livro tem várias camadas, aqui, não temos personagens totalmente bons e maus, temos personagens reais, sendo expostos a situações que mostram o ser humano de fato como ele é. Muito do embate do livro, é sobre como cada pessoa vai além, para defender sua família.
Grande parte do foco do livro, está na gripe, porém, a primeira guerra mundial é citada por vários personagens, mostrando que o momento histórico é um pano de fundo importantíssimo para a narrativa.
Esse é um daqueles tipos de livros, que provavelmente passaram batido durante a pandemia do COVID 19, pois era tão falado sobre histórias da ficção que traziam isso como elemento principal, que me surpreendo por esse livro, não ter sido resgatado por alguém.
É uma leitura angustiante, meio triste às vezes, ainda que, a natureza em volta do vilarejo, me traga um pouco de paz. Apesar do plano de fundo ser bem pesado, o ambiente do qual se passa a narrativa, me faz pensar que esse livro seria ainda mais aproveitado, caso lido em um ambiente que se adeque ao qual está sendo escrito: com natureza ao redor. Árvores e rio.
Enfim, gostei bastante dessa leitura! Acho que a alegria maior de um leitor, é de poder andar por sebos e encontrar livros desconhecidos pelo grande público e poder se encantar com "o novo". Esse livro, foi um desses casos, achei por acaso no sebo, li a sinopse por cima e comecei a ler no mesmo dia.