Tati Trindade 19/12/2010minha estanteReuni as suas cartas e fiz um livro.
Eis o destino que lhes dou; quanto ao título, não me foi difícil achar.
O nome da moça, cujo perfil o senhor desenhou com tanto esmero, lembrou-me o
nome de um inseto.
Lucíola é o lampiro noturno que brilha de uma luz tão viva no seio da treva e à beira
dos charcos. Não será a imagem verdadeira da mulher que no abismo da perdição conserva
a pureza d?alma?
Deixem que raivem os moralistas.
A sua história não tem pretensões a vestal. É musa cristã: vai trilhando o pó com os
olhos no céu. Podem as urzes do caminho dilacerar-lhe a roupagem: veste-a a virtude.
Demais, se o livro cair nas mãos de alguma das poucas mulheres que lêem neste país,
ela verá estátuas e quadros de mitologia, a que não falta nem o véu da graça, nem a folha de
figueira, símbolos do pudor no Olimpo e no Paraíso terrestre.
Novembro de 1861.
G. M.
tá aí a explicação para quem se interessar =)
aqui está a fonte. Tem um trecho inteiro da senhora GM e a parte que ela destina ao Paulo, especificamente.
http://caioba.pucrs.br/fo/ojs/index.php/letronica/article/viewFile/4995/4069
Foi o que meu professor confirmou também, apesar de eu ter vasculhado o livro e não ter encontrado essa carta, pelo menos não nessa edição dos clássicos comentados.