Wellington 01/09/2022
Lucíola – 5,5
Essa é a história de um cretino e uma coitada. Não fosse a grande raiva que senti por Paulo a obra toda, a experiência seria melhor; afinal, quantos casais assim existem mundo afora? É bastante representativo. Mas o incômodo foi mais forte.
Lúcia, cortesã no Rio de Janeiro do século 19, é a prostituta mais cobiçada da cidade. A chamam de a mais bela, a mais caprichosa; imprevisível, intensa. Paulo, recém-chegado de Pernambuco, é cidadão de bem; frequenta clubes de cidadãos de bem, tem opiniões de cidadão de bem, amigos igualmente cidadãos de bem, e mantém a tradição de se preocupar com o que os outros pensam. Seus valores são os de toda uma época. Apaixona-se por Lúcia, sua Lucíola, desde quando a vê; ela, vítima já pronta para relacionamento abusivo, cai.
O livro conta como ambos comem o pão que o diabo amassou até aprenderem, mais ou menos, o que precisam aprender. Não direi se ficam juntos. Não direi se admiro o caminho que seguiram. Mas encontraram uma forma de caminho.
José de Alencar é excelente escritor, mas sinto gostar mais de seus contos que dos romances. A edição da Editora Ática, parte da coleção Bom Livro, é simples à primeira vista, com diagramação um tanto desconfortável; mas é completa.
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